tag:blogger.com,1999:blog-52370925554703376852024-03-08T10:48:57.746-08:00Trekking na montanhaBem-vindo ao meu blog!
Aqui você vai encontrar relatos e imagens de momentos especiais, registros das atividades que mais gosto de fazer: viajar e caminhar.
Espero que você curta ver as minhas fotos, aproveite os relatos e... volte sempre!Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.comBlogger96125tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-84750527510226554322020-05-17T11:27:00.002-07:002020-05-23T21:25:18.000-07:00Cerro La Cruz (Esquel, Argentina) - mar/20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-_t1mHoIewTw/XsnzeEUZi1I/AAAAAAAA8vU/sUVtrYoKV80Lyo8XRBX6OE0ZphYe4jC0ACK4BGAYYCw/s1600/20200317_145817.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-_t1mHoIewTw/XsnzeEUZi1I/AAAAAAAA8vU/sUVtrYoKV80Lyo8XRBX6OE0ZphYe4jC0ACK4BGAYYCw/s640/20200317_145817.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small;">Cerro 21 e Cerro Três Torres vistos do cume do Cerro La Cruz</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início e final: centro de Esquel</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 10,3km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 1074m no cume do Cerro La Cruz</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 566m na Praça San Martín</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: fácil, apesar do desnível positivo de 508m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com o fechamento dos parques nacionais e outras áreas de preservação em 15 de março pela pandemia do coronavírus, e ainda não decretada a quarentena total na Argentina (seria no dia 20), fui fazer uma trilha que estava fora de qualquer parque ou reserva, o Cerro La Cruz. Essa montanha se ergue a sudeste do centro da cidade de Esquel, com altitude de 1074m. A má notícia é que é possível chegar de carro ao cume, mas eu procurei percorrer o máximo de trilhas e o mínimo de estradas no meu trajeto.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Atenção:</b> NÃO recomendo iniciar a trilha pelo bairro Matadero, por onde iniciei. Parece bem mais seguro fazer o trajeto de ida e volta pela ponte da Rua Hipolito Yrigoyen, por onde terminei a caminhada.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É preciso levar água para o dia todo pois não há nenhum riacho nesse percurso. Protetor solar é necessário pois se caminha a maior parte do tempo sem sombra.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">17/03/2020 - Saí do Camping La Colina às 12h30 e caminhei 1,5km até a Praça San Martín. Vou tomar como referência para distâncias e desníveis nesse relato a Praça San Martín, a praça central de Esquel. Altitude de 566m. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saindo da Praça San Martín às 12h50 pela Avenida Ameghino, caminhei uma quadra para sudoeste e entrei à esquerda na Rua Perito Moreno. O Cerro La Cruz está diretamente em frente. Ao final de três quadras cruzei o Rio Esquel, mas a visão à frente não foi muito animadora. Um bairro muito feio de nome Matadero (sugestivo?) sobe o morro e lembra uma favela. Guardei todas as coisas na mochila (celular, gps) para não deixar nada exposto e continuei. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-zgAIWbOqrrw/Xsn1IXC310I/AAAAAAAA8vg/QeUpfK-F5ZMQWFcmfKKusSeDMzEhz5X8ACK4BGAYYCw/s1600/20200317_160924%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-zgAIWbOqrrw/Xsn1IXC310I/AAAAAAAA8vg/QeUpfK-F5ZMQWFcmfKKusSeDMzEhz5X8ACK4BGAYYCw/s640/20200317_160924%25280%2529.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small;"><i>Esquel vista do cume do Cerro La Cruz</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não perguntei depois aos moradores sobre esse bairro, mas passei lá no final do dia e havia carros da polícia em frente a uma casa. Depois li notícias ruins sobre esse lugar na internet. Vou descrever abaixo o meu percurso mas NÃO suba a pé por esse caminho!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois da ponte a Perito Moreno muda de nome para Santa Fé e sobe bem inclinada. Ao final dela tomei uma trilha de 30m que me deixou na rua acima. Fui para a esquerda e logo para a direita para me manter numa reta e atravessar logo o bairro. A rua faz uma curva para a direita e vai virando uma estradinha de terra, com as últimas casas ficando para trás. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h13 entrei na primeira estradinha que apareceu à esquerda, apontando para o cerro. Ali ainda não me senti seguro porque algumas pessoas invadiram o lugar e ergueram barracos. Cumprimentei um morador mas passei rapidamente. Daí em diante não havia mais casas ou barracos. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h30 deixei essa estrada e entrei à direita, onde há uma plaquinha verde "Cerro La Cruz". Subi diretamente em direção ao cerro e 6min depois fui para a direita na bifurcação sem sinalização. Às 13h44 cheguei a um largo com placa de estacionamento e um painel com informações sobre o "Sendero a la cumbre Cerro La Cruz". Ao lado está o primeiro mirante em forma de plataforma com bancos, já com uma bonita vista da cidade e das montanhas.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha que inicia ali entra no bosque de pinheiros e é um atalho para o trajeto em ziguezague que a estrada passa a fazer. Às 14h02 alcancei um cruzamento de trilhas e fui para a esquerda seguindo uma sinalização de círculos azuis pintados nos troncos. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Uns 4min depois cruzei uma estrada, me mantive subindo pela trilha e fui para a direita na bifurcação. Tentei sempre seguir os círculos azuis pois parecia ser o melhor caminho. Às 14h21 saí do bosque de pinheiros numa subida mais inclinada. O terreno passa a ser mais pedregoso acima do bosque. Às 14h27 alcancei o segundo mirante, uma plataforma igual à anterior. Mas ainda faltava um pouco para o cume.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Do mirante tomei a trilha que em 100m desembocou na mesma estradinha que abandonei no primeiro mirante. Fui para a direita e a visão foi se ampliando para o lado leste agora. Ainda surgiu uma terceira plataforma-mirante à direita, um pouco abaixo. A estradinha fez uma espiral para a esquerda e às 14h44 atingi o seu final. No alto de um morrote há um cruzeiro de ferro e mais acima, no cume, uma pequena construção. Altitude de 1074m. Dali se avista: Cerro 21 e Cerro Três Torres a nordeste, Cerro Nahuel Pan a sudeste, Cordón Situación a oeste e o vale por onde corre o trem La Trochita também a nordeste.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-32QJz5qJ8jQ/XsGBvu_aAVI/AAAAAAAA8to/dFcoma6R3t8BLGhrTjnPYkQvdhTJLaNGQCK4BGAYYCw/s1600/20200317_161100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-32QJz5qJ8jQ/XsGBvu_aAVI/AAAAAAAA8to/dFcoma6R3t8BLGhrTjnPYkQvdhTJLaNGQCK4BGAYYCw/s640/20200317_161100.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cume do Cerro La Cruz</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Fiquei mais de 1h admirando a paisagem lá de cima. Estudei os caminhos no gps e encontrei um outro percurso para voltar à cidade sem passar pelo bairro Matadero. Nele teria muito mais estradinha do que trilha mas seria bem mais seguro.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 16h09 comecei a descida, inicialmente pelo mesmo caminho. Passei pelo segundo mirante, reentrei no bosque de pinheiros e ao alcançar a estradinha, em lugar de cruzá-la (como fiz na subida) caminhei por ela à esquerda. Saí em outra estrada e fui para direita. Na bifurcação de estradas 120m depois fui para a direita novamente por ser o caminho mais curto (a esquerda serviria também, porém num percurso mais longo). A estrada virou um retão descendo. Segui em frente num cruzamento. Mais abaixo vi no chão pegadas de felino e não eram pequenas. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Fui para a direita numa bifurcação às 16h54 e convergiram caminhos vindo da direita e da esquerda. Por ser um reflorestamento há um emaranhado de estradinhas. Mais abaixo num cruzamento segui em frente e depois numa bifurcação continuei para a esquerda. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 17h05 alcancei uma confluência de cinco estradinhas (contando a estradinha pela qual cheguei). Dessas, tomei a do meio para a direita. É fácil identificá-la pois desce diretamente para a cidade e é a que está em piores condições (muita pedra). Ela faz um grande ziguezague mas há pequenas trilhas como atalho. Às 17h28 cruzei a ponte sobre o Rio Esquel em frente à Rua Hipolito Yrigoyen, a sete quadras da Praça San Martín. Altitude de 566m. </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o Camping e Hostel La Colina fica 1,5km a noroeste da Praça San Martín. Tem duchas e torneiras quentes o dia todo, pias ao lado dos banheiros e wifi. Tem luz, tomada e mesa de piquenique em cada módulo. Serve sanduíches e pizzas, além de café da manhã. Cobra ARS150 (R$9,38) pelo uso da cozinha (por até 2h). </span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Preços por pessoa para acampar: ARS280 (R$17,50)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Site: <a href="http://www.lacolinaesquel.com.ar/" target="_blank">www.lacolinaesquel.com.ar</a></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">março/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-d3mJd7lC9TM/XsGB-iQJ-LI/AAAAAAAA8t0/BxYynXuHdnEN0S8MhAYQOzO3G5t6rzQOACK4BGAYYCw/s1600/Cerro%2Bla%2BCruz.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-d3mJd7lC9TM/XsGB-iQJ-LI/AAAAAAAA8t0/BxYynXuHdnEN0S8MhAYQOzO3G5t6rzQOACK4BGAYYCw/s640/Cerro%2Bla%2BCruz.JPG" width="640" /></a></span></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-62305284438073411882020-05-17T11:21:00.000-07:002020-05-17T11:21:24.796-07:00Trilha do Lago Krügger, Parque Nacional Los Alerces (Argentina) - mar/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-d3iDKKh_b8I/XsF73BNyh7I/AAAAAAAA8rs/rsUFrjPfnvIZx5MV1hRtl67mfjjm9GqvACK4BGAYYCw/s1600/20200314_165153.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-d3iDKKh_b8I/XsF73BNyh7I/AAAAAAAA8rs/rsUFrjPfnvIZx5MV1hRtl67mfjjm9GqvACK4BGAYYCw/s640/20200314_165153.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Playa Blanca vista do Portezuelo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Parque Nacional Los Alerces foi criado em 1937 com o objetivo principal de proteger os bosques de alerce (lahuán em idioma mapuche), árvore gigante e ancestral da Patagônia. Tem basicamente quatro núcleos: Lago Rivadavia e Lago Verde/Rio Arrayanes na zona norte, Vila Futalaufquen na zona centro e Lago Amutui Quimei na zona sul. Escolhi os núcleos Lago Verde/Rio Arrayanes e Vila Futalaufquen pois me pareceram ter as trilhas mais interessantes, com mais montanhas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Depois de três dias percorrendo as trilhas do setor Lago Verde (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/parque-nacional-los-alerces-setor-lago.html" target="_blank">aqui</a>), tomei o ônibus das 18h40 (único do dia) e cheguei à vila de Futalaufquen às 19h40. O Centro de Informes do Parque Nacional Los Alerces estava fechado (funciona de 8 a 16h na baixa temporada), então informações sobre as trilhas abertas e habilitadas só teria no dia seguinte.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Futalaufquen (pronuncia-se FutalÁufquen) vem do idioma mapuche e significa lago grande (futa=grande e laufquen=lago).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ali há três opções de camping: Camping Libre Las Rocas (gratuito, com banheiros, mas estava sem água), Camping Los Maitenes (ARS350) e Camping Rahué (ARS350). Preferi o Rahué pelo atendimento muito simpático do dono (no Maitenes era um funcionário entediado). Mais detalhes sobre esses campings nas Informações Adicionais ao final do relato.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No dia seguinte voltei ao Centro de Informes e a guardaparque me disse que estavam abertas as trilhas (distâncias de ida e volta): </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pinturas Rupestres (870m), </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cinco Saltos (1,8km e desnível positivo de 184m a partir da trilha do Lago Krügger),</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Lago Krügger (43km, desnível positivo de 553m, registro obrigatório e saída até as 10h da manhã), </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cerro Cocinero (11km a partir da Ruta 71, desnível positivo de 890m, registro obrigatório e saída até as 10h da manhã).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E estavam fechadas: </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cerro El Dedal (15km, desnível de 1080m), </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Arroyo Cascada (10km, desnível de 340m), </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Las Palanganas (9km a partir do Lago Krügger), </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Huella Andina etapa Vila Futalaufquen-Portada Centro (11km ida; este seria um acesso por trilha à base do Cerro Cocinero).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-C80KuhABUio/XsF8FOwDdHI/AAAAAAAA8r0/Rs7j9yHjN_4wNvHa8h6dVx-8dxZN9AiCwCK4BGAYYCw/s1600/20200314_181223.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-C80KuhABUio/XsF8FOwDdHI/AAAAAAAA8r0/Rs7j9yHjN_4wNvHa8h6dVx-8dxZN9AiCwCK4BGAYYCw/s640/20200314_181223.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Futalaufquen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Dessas, escolhi fazer a trilha do Lago Krügger/Cinco Saltos e possivelmente o Cerro Cocinero se conseguisse carona para ir e voltar já que a trilha da vila à base do Cocinero estava fechada (Huella Andina etapa Vila Futalaufquen-Portada Centro).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas tudo para o dia seguinte pois é obrigatório fazer o registro de trekking até no máximo 10h justamente para as duas trilhas que escolhi percorrer. E eu ainda precisava comprar comida. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A vila de Futalaufquen tem um mercadinho (Mercado El Negro), mas tem pouca variedade e muitas vezes está fechado. Procurei outros dois mercados e também estavam fechados. A proveeduría (mercadinho básico) do Camping Los Maitenes também é bem fraquinha. Onde todos param para comprar comida é na proveeduría do Camping Rahué, onde eu acampei. O dono sempre tem pão caseiro fresco (ele mesmo faz) e vende queijo em pedaço também.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse dia ainda percorri a Trilha das Pinturas Rupestres com subida a um mirante sobre um rochedo. É um circuito de 870m bem fácil, com acesso a cadeirantes até as pinturas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Trilha do Lago Krügger</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Início e final: vila de Futalaufquen</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 21,5km (só ida)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Duração: 3 dias</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1079m em Portezuelo</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 526m à margem dos lagos Futalaufquen e Krügger</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira e acampamento selvagem. A maior subida tem desnível de 553m. Entre o Portezuelo e a Playa Blanca a descida é bastante inclinada, portanto uma subida bem difícil na volta.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trilha do Lago Krügger tem um formato de U invertido abraçando a montanha denominada Cordón Situación, onde se encontram o Cerro El Dedal e o Cerro Cocinero. Percorre as encostas dos lagos Futalaufquen e Krügger, os quais se comunicam através do Estrecho de los Monstruos (nome dado por causa das trutas gigantes encontradas ali no passado). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-k-9gt73fLO0/XsF8WtJmP4I/AAAAAAAA8sE/WNu0sd5ZD0wjym4aWL5-v2fJuey-rOEzgCK4BGAYYCw/s1600/20200315_105911.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-k-9gt73fLO0/XsF8WtJmP4I/AAAAAAAA8sE/WNu0sd5ZD0wjym4aWL5-v2fJuey-rOEzgCK4BGAYYCw/s640/20200315_105911.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Playa Blanca</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">1º DIA - 14/03/20 - da vila de Futalaufquen à Playa Blanca</b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 13,7km (mais 860m ida e volta a Puerto Limonao; mais 1,8km ida e volta à Cachoeira Cinco Saltos)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1079m em Portezuelo</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 526m na Playa Blanca</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: na trilha que leva ao Lago Krügger fiz um desvio para conhecer a Cachoeira Cinco Saltos, subindo e descendo de volta um desnível de 184m a partir da bifurcação. Continuando o caminho ao lago subi 462m verticais, baixei 79m, subi novamente 132m e por fim desci 553m muito íngremes para acampar na Playa Blanca.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí do camping às 9h25 e fiz o registro de trekking para o Lago Krügger antes das 10h, horário-limite. Fogareiro é um item obrigatório para essa trilha, porém expliquei à guardaparque que não cozinho, só como comida fria, e ela não fez objeção. Tomei a estradinha às 9h47 na direção norte e depois de 560m, às margens do Lago Futalaufquen, entrei numa trilha à direita sinalizada com uma placa "Puerto Limonao" e Huella Andina.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Huella Andina é uma trilha argentina de 570km de extensão dividida em 42 etapas. Vai da província de Neuquén à província de Chubut, no norte da Patagônia. Sua sinalização são duas faixas horizontais de cores azul e branca. A trilha do Lago Krügger faz parte da etapa de número 39 desse caminho de longo curso (mais informações <a href="http://www.wikiexplora.com/Huella_Andina#Etapa_39:_Lago_Kr.C3.BCgger_-_Villa_Futalaufquen" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">aqui</a>).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa trilha a Puerto Limonao corre paralela à estrada (agora de rípio) e tem painéis identificando algumas espécies de árvores. Algumas janelas na mata deixam ver o bonito Lago Futalaufquen. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 10h32 saí numa estradinha secundária e a placa de Puerto Limonao mandava seguir para a direita. Passei por Puerto Bustillo e 110m depois reentrei na trilha à direita. Às 10h57 uma bifurcação: Puerto Limonao em frente e Cinco Saltos/Lago Krügger à esquerda. Meu destino era o lago mas fui em frente para conhecer Puerto Limonao. Até aí foram sete riachos cruzados, mas eu preferi pegar água mais acima. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei às 11h07 a Puerto Limonao. Esse é o porto da vila de Futalaufquen e dele saem barcos para o Lago Krügger. Tirei fotos da linda vista e retornei (pela estrada) à bifurcação para Cinco Saltos/Lago Krügger, entrando nessa trilha às 11h20. No começo é uma estradinha fechada a carros por uma cancela. Depois da ponte do Arroyo Los Pumas vira uma trilha mesmo. Passei pelos fundos da Hosteria Futalaufquen e às 11h39 encontro a bifurcação da cachoeira Cinco Saltos. Altitude de 564m. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Subi à esquerda para conhecê-la, saindo do bosque. Às 12h02 cheguei a um mirante (altitude de 726m). Ignorei uma placa de "cerrado por mantenimiento" e continuei. Subi um pouco mais (até 748m) e desci para me aproximar do riacho, o mesmo Arroyo Los Pumas, mas vi apenas pequenas quedas e pocinhos. Nesse trecho a trilha não está mesmo em bom estado e atravessa um bosque queimado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-GrlImV_P6pQ/XsF8pYRW1VI/AAAAAAAA8sQ/lO0yn6zKNHQennxBsCAeHrd5pe1GbZIYQCK4BGAYYCw/s1600/20200314_152658.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-GrlImV_P6pQ/XsF8pYRW1VI/AAAAAAAA8sQ/lO0yn6zKNHQennxBsCAeHrd5pe1GbZIYQCK4BGAYYCw/s640/20200314_152658.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Mutisia decurrens</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Voltei ao mirante, comi um lanche e desci de volta à bifurcação, retomando a trilha do Lago Krügger às 13h27. Nos próximos 2km, aproximadamente, a trilha percorre a encosta do Lago Futalaufquen no sentido noroeste para depois subir. Esse trecho é bonito pelas vistas do lago mas a trilha em si é ruim de caminhar pois é inclinada, caindo para a direita. Além disso, atravessa uma área em recuperação de incêndio, com pouca sombra por conta das árvores queimadas. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cruzei cinco riachos e é bom se abastecer aí pois logo vem uma subida mais cansativa. Às 14h10 passei por um local dentro de um bosque com uma placa de Cementerio de Puesto Rozas (família Rozas) e um cruzeiro de madeira, mas não há túmulos aparentes. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trilha começa a subir e se afastar do lago. Faz uma curva para a esquerda, toma o rumo sul como se estivesse voltando e atravessa um bosque vivo às 14h49. Depois retoma o sentido noroeste e atinge a altitude de 1026m. Essa é a primeira das duas subidas mais acentuadas desse dia. </span><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Na descida, reentro no bosque e encontro às 15h35 um riacho com a placa de "último arroyo". Esta é a última água antes do Portezuelo, o ponto mais alto da travessia, portanto melhor encher os cantis. Parei para comer.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saio do bosque e a trilha aponta para uma colina recoberta de floresta, mas antes de alcançá-la ela quebra para a esquerda (oeste) e passa a acompanhar uma vala profunda que é o limite dessa colina. Me dirijo para um campo entre as colinas e baixo para a altitude de 947m, mas logo volto a subir.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Subo por um vale com algumas matinhas e às 16h43 atinjo o ponto mais alto, chamado de Portezuelo (=passo de montanha). Altitude de 1079m. A vista é magnífica, parei um bom tempo para admirar e tirar fotos. Mais alguns metros e já avisto a Playa Blanca bem abaixo. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A partir do Portezuelo a trilha despenca para a Playa Blanca. Sim, é muito íngreme! Bastão ou cajado muito importantes para não estourar os joelhos. Reentrei no bosque às 17h07 e a primeira água apareceu às 17h57, já bem perto do Lago Futalaufquen. Cheguei à Playa Blanca às 18h25. Um riacho deságua nela, portanto há água fácil.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O lugar é tão bonito e tranquilo que nem pensei em continuar até o Lago Krügger nesse dia. Nas praias a recomendação é acampar nas áreas sinalizadas com plaquinhas nas pedras e não sobre a vegetação, que é muito frágil. O camping na Playa Blanca é selvagem, não há banheiro ou outra estrutura.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 526m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 4,8ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-bL_WNxAv1Bc/XsF87hR7Z5I/AAAAAAAA8sc/KgF4OQKDHEgHTK49Rjv4EWqnJ3bxFtwiQCK4BGAYYCw/s1600/20200314_183614.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-bL_WNxAv1Bc/XsF87hR7Z5I/AAAAAAAA8sc/KgF4OQKDHEgHTK49Rjv4EWqnJ3bxFtwiQCK4BGAYYCw/s640/20200314_183614.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Playa Blanca</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>2º DIA - 15/03/20 - da Playa Blanca ao Lago Krügger (e fechamento dos parques nacionais pela pandemia do coronavírus)</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 7,8km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 676m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 526m à margem dos lagos Futalaufquen e Krügger</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: esse dia teve uma variação de altitude bem menor que o anterior, com duas subidas de 150m e 148m, sempre na sombra do bosque</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Comecei a caminhar às 11h19. Tive de esperar o sobreteto da barraca secar ao sol pois de tão molhado pingava até dentro da barraca. A trilha sai para oeste por dentro do bosque e já começa com subida. Encontrei um argentino que estava no Centro de Informes no dia anterior fazendo o registro e ele fez todo o percurso até o Lago Krügger num dia só em 9h. O meu tempo, descontadas as idas a Puerto Limonao e Cinco Saltos, totalizaria 10h. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nessa primeira subida cheguei aos 676m (desnível de 150m) às 12h16 e desci de novo ao nível do Lago Futalaufquen, com algumas vistas bonitas dele por entre as árvores. Perto da margem me deparei às 13h16 com um riacho correndo por uma vala e a ponte é um tronco atravessado, porém estreito e escorregadio. Procurei nas laterais uma alternativa mais segura e acabei cruzando o riacho à direita do tronco, varando um matinho. Essa é a primeira água desde a Playa Blanca.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trilha sobe novamente, chega aos 674m (desnível de 148m) às 14h24 e desce ao lago outra vez exatamente onde há um riacho de água boa (segunda água do dia). Mas agora o lago é o Krügger, não mais o Futalaufquen. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei ao início da praia de pedrinhas do Lago Krügger às 14h47, mas a área de acampamento e o posto do guardaparque ainda estavam mais à frente. Passei pela antiga área de acampamento e estava interditada. Cheguei ao posto do guardaparque às 15h e estava fechado. Na hosteria ao lado estavam encaixotando tudo para fechar e ir embora. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-yo33QmZkJwI/XsF9JhKIeNI/AAAAAAAA8sk/hzZ-X2yjp4ceMiTgySXFYvZvHAn3VVNswCK4BGAYYCw/s1600/20200315_175457.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-yo33QmZkJwI/XsF9JhKIeNI/AAAAAAAA8sk/hzZ-X2yjp4ceMiTgySXFYvZvHAn3VVNswCK4BGAYYCw/s640/20200315_175457.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Krügger</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Perguntei do guardaparque ao pessoal da hosteria e disseram que ele estava trabalhando numa trilha. Vi a placa da trilha Las Palanganas (=as bacias) mas estava com aviso de "cerrado por mantenimiento". Porém o rapaz da hosteria disse que eu poderia ir por ela até um local chamado Naufragio del Frey, no meio do caminho. E foi o que fiz. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa trilha Las Palanganas tem 9km ida e volta e eu tinha programado percorrê-la para completar esse dia de caminhada. Ela margeia o Lago Krügger e depois o belo Rio Frey. Quando cheguei aos 1,2km desde a hosteria me deparei com a trilha em mau estado, interditada com faixas e uma seta apontando para a direita. Fui para a direita e desci 140m (horizontais) até a margem do Rio Frey nesse local de nome Naufragio del Frey. Lugar muito bonito, com o rio de águas esverdeadas e transparentes. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Voltei ao ponto de interdição e tive coceira de continuar, mas se o guardaparque estava trabalhando numa trilha só podia ser nessa. E ele não ia gostar nem um pouco de me ver nela. Voltei à hosteria e o rapaz me orientou onde deveria acampar: na praia, sobre as pedrinhas mesmo, nos lugares sinalizados com uma plaquinha. Assim como na Playa Blanca, camping gratuito e sem banheiro.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na praia conversei com um rapaz de Buenos Aires e ele foi o primeiro a me dizer que os parques nacionais estavam sendo fechados naquele dia pela pandemia do coronavírus e que nós deveríamos sair no dia seguinte. Como não poderíamos refazer o trajeto de volta pela trilha, o guardaparque iria nos levar de bote. O problema é que ele ia nos levar até Punta Mattos e não até Puerto Limonao. E Punta Mattos fica a 18,8km da vila de Futalaufquen, onde nós dois tínhamos deixado parte de nossas bagagens. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Somente à noite encontrei o guardaparque e ele confirmou tudo isso. Disse que não poderia nos levar a Puerto Limonao por ser muito longe... Assim estávamos sendo "despejados" da trilha num local distante de onde começamos e com chance muito menor de conseguir uma carona. E ainda proibidos de acampar mais uma noite caso não conseguíssemos sair do parque.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 526m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 5,5ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-CIvHUV-Ytl0/XsF9XcDL8nI/AAAAAAAA8sw/H3zA2CUMkGMT2A5MBjds8vaqTVRiEvInwCK4BGAYYCw/s1600/20200315_153634.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-CIvHUV-Ytl0/XsF9XcDL8nI/AAAAAAAA8sw/H3zA2CUMkGMT2A5MBjds8vaqTVRiEvInwCK4BGAYYCw/s640/20200315_153634.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Frey no local conhecido como Naufragio del Frey</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>3º DIA - 16/03/20 - do Lago Krügger à vila de Futalaufquen (e saída forçada do parque nacional fechado pela pandemia)</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 18,8km (de estrada)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 593m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 526m no Camping Rahué</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: saí do Lago Krügger no bote do guardaparque e encarei 18,8km de estrada para voltar ao Camping Rahué (maior desnível positivo de 57m)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 8h40 da manhã estava 7,9ºC.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 9h45 saímos eu e o portenho num pequeno bote inflável a motor com o guardaparque. Cruzamos o Lago Krügger, o Estrecho de los Monstruos (água de 2,5m de profundidade totalmente transparente com as trutas nadando) e navegamos pelo Lago Futalaufquen até o ancoradouro de Punta Mattos, chegando às 10h05. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tentamos ver no posto de guardaparques ali se iriam sair para o sul para nos dar carona até a vila de Futalaufquen mas a resposta foi negativa. O ônibus que passa ali uma vez por dia só passaria na quarta-feira (dois dias depois) pois após 11 de março a frequência passa a ser de três vezes por semana (sábado, domingo e quarta-feira).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O meu parceiro imediatamente tomou a estrada e foi embora para a vila. Eu fiquei na beira da estrada de rípio para tentar a sorte numa carona. Mesmo com o parque fechado essa estrada estava aberta pois serve de ligação entre vilas e cidades vizinhas. O problema é que não havia mais turistas e os raros que passavam tinham medo de dar carona pelo risco de contaminação. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esperei até 12h56 (cerca de 2h30) e nada. Resolvi ir caminhando mesmo... afinal ainda tinha que pegar as minhas coisas no camping e dar um jeito de sair do parque pois não era permitido mais acampar dentro dele. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Durante a minha caminhada de 18,8km passaram vários carros, quase todos indo para o norte, e os poucos para o sul não quiseram parar. Todos os atrativos, campings e hosterias do caminho estavam fechados. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei ao Camping Rahué às 17h29, descansei, peguei as coisas e voltei ao trevinho da vila para pedir carona para Esquel ou Trevelin, as cidades mais próximas. Quando estava quase anoitecendo um caminhão de lenha parou e me levou até Esquel, aonde cheguei somente às 22h por problemas que o motorista teve na portaria do parque para sair com lenha sem a guia de autorização. Em Esquel fui para o Camping La Colina.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-axxhQ-fysAE/XsF9nkck1rI/AAAAAAAA8s8/kjQG59rB1T4zUuFMnZYiNx7LRvSM9nLZwCK4BGAYYCw/s1600/20200315_162412.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-axxhQ-fysAE/XsF9nkck1rI/AAAAAAAA8s8/kjQG59rB1T4zUuFMnZYiNx7LRvSM9nLZwCK4BGAYYCw/s640/20200315_162412.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Frey</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Informações adicionais:</b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. ônibus das cidades de Lago Puelo e Esquel ao Parque Nacional Los Alerces (<a href="http://transportesesquel.negocio.site/" target="_blank">Transportes Esquel</a>)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">no verão (de 19/12 a 11/03): diário</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">após 11/03: quarta, sábado e domingo</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">sai de Lago Puelo às 15h30 e passa nos setores Lago Rivadavia (18h), Lago Verde (18h40), Vila Futalaufquen (19h40). Chega a Esquel às 20h40.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">sai de Esquel às 8h e passa nos setores Vila Futalaufquen (9h15), Lago Verde (10h30), Lago Rivadavia (10h50). Chega a Lago Puelo às 13h30.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">o valor do trajeto Lago Verde-Vila Futalaufquen é ARS200 (R$12,50 pelo câmbio não-oficial em Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. a taxa de entrada no Parque Nacional Los Alerces para estrangeiros é ARS400 (R$25)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. site do parque: <a href="http://www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/losalerces" target="_blank">www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/losalerces</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Centro de Informes do Parque Nacional Los Alerces em Vila Futalaufquen funciona de 8h a 19h na alta temporada e de 8h a 16h na baixa temporada</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. na vila de Futalaufquen há sinal de celular </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Rahué tem: proveeduría (mercadinho básico), duchas e torneiras quentes o dia todo, tanques ao lado dos banheiros, luz e tomada no módulo, wifi, pão caseiro feito pelo dono e guarda de bagagem para fazer trilhas. Não tem cozinha mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço por pessoa: ARS350 (R$21,88)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Los Maitenes conta com restaurante, bar e margem do Lago Futalaufquen. Possui: proveeduría (mercadinho básico), ducha quente só de manhã e à noite, luz e tomada no módulo, não tem wifi, guarda de bagagem para fazer trilhas. Não tem cozinha para os campistas mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preços por pessoa: alta temporada ARS400 (R$25); baixa temporada ARS350 (R$21,88)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Site: <a href="http://www.campinglosmaitenes.com/" target="_blank">www.campinglosmaitenes.com</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Libre Las Rocas tem: banheiros e lavatórios, mas estava sem água. Não tem cozinha mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço por pessoa: gratuito</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o parque exige que se faça registro de trekking para as trilhas do Lago Krügger e do Cerro Cocinero. Para o Lago Krügger o registro deve ser feito no Centro de Informes de Vila Futalaufquen pela manhã, com saída no máximo até 10h. Do Cerro Cocinero deve ser feito no Centro de Informes de Vila Futalaufquen ou na Portada Centro (12,4km dali pela Ruta 71), com saída no máximo até 10h. Ao final deve-se registrar o horário de retorno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">março/2020</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-vuDtu2wkc9k/XsF-GTM9c-I/AAAAAAAA8tI/6ZL8vE8i37Idfzb3cixgXbQc39ez43OMwCK4BGAYYCw/s1600/Lago%2BKrugger.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-vuDtu2wkc9k/XsF-GTM9c-I/AAAAAAAA8tI/6ZL8vE8i37Idfzb3cixgXbQc39ez43OMwCK4BGAYYCw/s640/Lago%2BKrugger.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-78430012381592191822020-05-17T10:58:00.001-07:002020-05-17T10:58:18.307-07:00Parque Nacional Los Alerces - setor Lago Verde (Argentina) - mar/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-gwIp02koA-8/XsF4Hi2gw_I/AAAAAAAA8qI/dBbl_9cxKKkgLYeLqGqHuoRGrQO4LUB9ACK4BGAYYCw/s1600/20200308_165806.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-gwIp02koA-8/XsF4Hi2gw_I/AAAAAAAA8qI/dBbl_9cxKKkgLYeLqGqHuoRGrQO4LUB9ACK4BGAYYCw/s640/20200308_165806.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Encontro do Rio Arrayanes com o Rio Menéndez visto da Pasarela</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Parque Nacional Los Alerces foi criado em 1937 com o objetivo principal de proteger os bosques de alerce (lahuán em idioma mapuche), árvore gigante e ancestral da Patagônia. Tem basicamente quatro núcleos: Lago Rivadavia e Lago Verde/Rio Arrayanes na zona norte, Vila Futalaufquen na zona centro e Lago Amutui Quimei na zona sul. Escolhi os núcleos Lago Verde/Rio Arrayanes e Vila Futalaufquen pois me pareceram ter as trilhas mais interessantes, com mais montanhas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu estava na cidade de Lago Puelo e tinha acabado de fazer a trilha do Cerro Currumahuida (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/cerro-currumahuida-lago-puelo-argentina.html" target="_blank">aqui</a>). Para chegar ao setor Lago Verde do parque tomei o ônibus das 15h30 da empresa <a href="https://transportesesquel.negocio.site/" target="_blank">Transportes Esquel</a>. A viagem foi longa por estradas de asfalto e rípio. Entramos no parque pela Portada Norte (Lago Rivadavia) e desci para pagar a taxa de entrada de ARS400 (R$25 pelo câmbio não-oficial em Bariloche) para estrangeiro (ARS180 para argentinos). Chegamos ao trevinho do Camping Lago Verde, na Ruta 71, às 18h45. Da Ruta desci 700m até o camping. Ao final da estradinha, junto ao Lago Verde, há o Camping Agreste Lago Verde à esquerda e o El Aura Lodge com camping organizado à direita. Há também o posto do guardaparque. Como o camping agreste tinha tudo o que eu precisava e o organizado custa o dobro, não tive dúvida. Veja nas Informações Adicionais ao final do relato o que cada camping oferece e seus preços.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 534m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>1º DIA - 08/03/20 - trilhas Viejo Lahuán, Lahuán Solitario, Puerto Chucao, Mirador Glaciar Torrecillas, Puerto Mermoud</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 14,5km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 594m perto do estacionamento da Pasarela</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 517m às margens do Lago Verde</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse primeiro dia no parque emendei as trilhas mais curtas do setor Lago Verde, todas com variação muito pequena de altitude</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 10h saí do camping não pela estradinha que sobe à Ruta 71 mas pelos fundos, onde tomei uma trilha para a direita. Essa trilha margeou o Lago Verde por algum tempo depois subiu e se afastou dele. Há trechos estreitos com queda para o lago - uma placa ao final alerta: "trilha não apta para pessoas com vertigem de altura". Ela terminou num estacionamento junto à Ruta 71 às 10h25. Dali poderia pegar a trilha diretamente para a Pasarela para visitar a maioria dos lugares que havia planejado ver nesse dia, mas antes fui conhecer o Viejo Lahuán (velho alerce), um pouco mais distante. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Do estacionamento tomei a Ruta 71 por 1,1km no sentido sul e entrei às 11h14 numa trilha à direita com um pequeno estacionamento e sinalização da Huella Andina, duas faixas horizontais de cores azul e branca. Essa trilha faz parte da etapa de número 37 desse caminho de longo curso.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-vn9eLihW1LE/XsF4beBx2pI/AAAAAAAA8qU/RemuUGyzsw4TylrsFRdDYfXSFtHbsExlQCK4BGAYYCw/s1600/20200308_173501.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-vn9eLihW1LE/XsF4beBx2pI/AAAAAAAA8qU/RemuUGyzsw4TylrsFRdDYfXSFtHbsExlQCK4BGAYYCw/s640/20200308_173501.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Menéndez</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A Huella Andina é uma trilha argentina de 570km de extensão dividida em 42 etapas. Vai da província de Neuquén à província de Chubut, no norte da Patagônia (mais informações <a href="http://www.wikiexplora.com/Huella_Andina#Etapa_37:_Camping_Bah.C3.ADa_Sol.C3.ADs_-_Seccional_Arrayanes" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">aqui</a>). Atravessando este parque ela interliga os vários setores, porém tem algumas interrupções e por ter seu trajeto quase sempre próximo da Ruta 71 não desperta tanto interesse.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa trilha seguiu pela margem esquerda do belo Rio Arrayanes. Às 11h46 cheguei ao Camping Agreste Rio Arrayanes e parei para conhecer (preços e mais detalhes em Informações Adicionais). Voltei a caminhar às 12h29 ainda pela margem do verdíssimo Rio Arrayanes e passei por um curioso bosque de... arrayanes, com seus troncos cor de canela que geralmente crescem inclinados. Parei para fotos. Cheguei ao Viejo Lahuán (velho alerce) às 13h24, mas me decepcionei. A velha árvore havia perdido seu topo e há uma abertura grande na parte inferior do tronco. Até pensei que estivesse morta, mas vi que tem galhos crescidos no outro lado. Fiquei bastante tempo por ali e fiz um lanche. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Iniciei o retorno às 15h. Passei novamente pelo Camping Rio Arrayanes porque li num relato que haveria wifi, mas não havia. Voltei pelo mesmo caminho e às 16h37 estava de volta à Ruta 71, onde vacas pastavam... não é um parque nacional? Voltei 680m pela estrada e 370m antes do estacionamento desci uma estradinha à esquerda, chegando à Pasarela, uma ponte suspensa sobre o Rio Arrayanes com um visual espetacular e de onde se vê o encontro deste rio com o Rio Menéndez. À direita está o Lago Verde.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ao cruzar a "vibrante" Pasarela inicia à esquerda uma trilha interpretativa chamada Sendero Lahuán Solitario, de 1,5km de extensão dali até Puerto Chucao. Depois o caminho continua em forma de estradinha até Puerto Mermoud e então volta a ser trilha, retornando à Pasarela. Portanto um percurso em formato circular que totaliza 3,5km. Fui para a esquerda, percorri a margem esquerda do belo Rio Menéndez e cheguei às 17h39 ao Lahuán Solitario, um alerce de aproximadamente 300 anos. Lahuán é a palavra mapuche para alerce e significa avô. Esse está bem mais bonito e majestoso que o Viejo Lahuán. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na continuação encontrei uma placa alertando para a presença de pumas (já é a segunda) e para não caminhar sozinho... medo! Fui à esquerda na bifurcação e às 17h54 cheguei a Puerto Chucao, já às margens do Lago Menéndez. Dali saem passeios de barco para o bosque de alerces milenários. Continuando o pequeno circuito passei pelo Mirador do Glaciar Torrecillas, também às margens do Lago Menéndez, às 18h04. Desde Puerto Chucao a trilha virou uma estradinha que o liga ao Puerto Mermoud. Na bifurcação com placa de Sendero Lago de las Juntas tomei essa trilha para a esquerda mas tanto faz. Lago de las Juntas é o nome antigo do Lago Verde, aonde cheguei às 18h28, exatamente em Puerto Mermoud, um píer de madeira. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Seguindo no circuito encontrei uma bifurcação com placa: à esquerda se chega à Pasarela pela costa (500m), à direita se chega à Pasarela pela escadaria (700m). Preferi ir para a esquerda para tirar fotos do Lago Verde mais de perto. Atravessei a Pasarela às 18h56, subi ao estacionamento e voltei ao camping pela mesma trilha da manhã, chegando às 19h35.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-v5iPRMXcf2I/XsF4oTQ83rI/AAAAAAAA8qc/c7xh6f53enk0gW1CadZHl_f36_odUXRwwCK4BGAYYCw/s1600/20200309_125437.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-v5iPRMXcf2I/XsF4oTQ83rI/AAAAAAAA8qc/c7xh6f53enk0gW1CadZHl_f36_odUXRwwCK4BGAYYCw/s640/20200309_125437.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Vista do Cerro Alto El Petiso: Lago Menéndez e Lago Futalaufquen ao fundo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 09/03/20 - trilha do Cerro Alto El Petiso</b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 17,5km (ida e volta a partir do Camping Agreste Lago Verde)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1777m no cume do Cerro Alto El Petiso</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 517m às margens do Lago Verde</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: a trilha do Cerro Alto El Petiso é a mais pesada do setor Lago Verde, com desnível de 1260m, trechos longos só de pedras e subida íngreme para atingir o cume</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na noite anterior fui ao posto do guardaparque e ele me deu todas as orientações de como é a trilha para o Cerro Alto El Petiso. É uma das caminhadas mais difíceis do parque e por isso exige que se faça o registro de trekking na hora da saída. Há também horários-limite: 9h para registrar e sair, 10h para passar por Puerto Mermoud (início da subida) e 15h para iniciar o retorno, esteja onde estiver.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse dia fiz o registro no livro que fica pendurado ao lado da porta da casa do guardaparque e saí às 8h22. Havia o registro de uma brasileira três dias antes. Novamente saí pelos fundos do camping, passei pelo estacionamento e depois da Pasarela fui para a direita, descendo ao Lago Verde. Cheguei ao píer de Puerto Mermoud às 9h12 e 30m acima está a placa que marca o início da trilha Cerro Alto El Petiso. Altitude de 520m. Placas indicam a presença de huemules, fiquei torcendo para ver um.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entrei no bosque às 9h23 e já inicia a subida, que será constante e sem trégua. Às 10h27 cruzei um riacho por pedras e troncos e 3min depois saí do bosque encontrando o Arroyo Zanjón Hondo (zanjón=vala grande e hondo=funda), um riacho repleto de blocos de pedra. Altitude de 911m. O caminho continua pelas pedras do rio, à direita, sempre subindo. Trecho longo e muito chato esse. São só 1,1km pelo leito pedregoso do rio, mas parece muito mais. É preciso escolher a todo momento em que margem caminhar/saltar pelas pedras, atravessando o riacho várias vezes. Alguns paus fincados servem de orientação. Ultrapassei um casal bem jovem, a garota estava com dificuldade para andar nas pedras. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-dEAoziRJ5Ak/XsF41DmsD_I/AAAAAAAA8qo/7UN4BJG3SFoV8GYs_oZV2k5-LvjTZajBgCK4BGAYYCw/s1600/20200309_124326%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-dEAoziRJ5Ak/XsF41DmsD_I/AAAAAAAA8qo/7UN4BJG3SFoV8GYs_oZV2k5-LvjTZajBgCK4BGAYYCw/s640/20200309_124326%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Menéndez e Glaciar Torrecillas vistos do Cerro Alto El Petiso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Às 11h05, na altitude de 1129m, abandonei o Arroyo Zanjón Hondo e subi por uma crista estreita e alta à direita (no mapa do parque aparece como espina), conforme as instruções do guardaparque. Depois soube que o casal desistiu ao ver essa subida. A crista é tão estreita e empinada que fiquei pensando como seria a descida por ela na volta... Atravessei um trecho de lengas baixas e, ao sair delas às 11h33, parei para um lanche por 14min. Altitude de 1339m. Essa parada serviu para tomar um fôlego também pois agora vinha a parte mais dura, uma subida íngreme de pedras soltas até o cume (zona de pedrero no mapa do parque). A trilha está bem marcada, até tem variantes em alguns pontos. Em parte da subida ainda há vegetação rasteira, mais acima só pedras mesmo. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei ao cume às 12h38. Altitude de 1777m. Logo depois chegou um casal francês que encontrei em alguns pontos da subida. O cume é bem amplo na direção SO-NE. Só havia neve em uma encosta perto do cume (o guardaparque disse que eu precisaria cruzar uma mancha de neve). Primeiro fui para a ponta NE e dali se avistam o Lago Rivadavia a nordeste, o vale do Rio Rivadavia a leste, o Lago Menéndez e o Glaciar Torrecillas a oeste, o Cerro Techado Blanco a sudoeste. Depois fui para a ponta SO, que tem um visual ainda mais bonito. Para o sul o Rio Arrayanes e o Lago Futalaufquen, com o Cerro Alto El Dedal ao fundo. Não se vê o Lago Verde.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Faltando meia hora para o horário-limite de retorno (15h) chegou uma austríaca solitária que nem registro fez pois não encontrou o guardaparque. Comecei a descer às 15h02 e ainda encontrei duas garotas argentinas na subida. Estavam bem perto do cume, mas desistiram e voltaram. Na descida inclinada de pedras soltas é recomendável ter um bastão ou cajado para ajudar a frear e não forçar tanto os joelhos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Passei pelas lengas às 15h49 e cheguei à crista estreita. Não senti segurança em descer por ela, então baixei diretamente para a esquerda em direção a um pedregal parecido com o leito do riacho. Não estava bom caminhar/saltar pelos blocos de pedra ali, mas acho que foi melhor. Às 16h29 esse caminho convergiu para o Arroyo Zanjón Hondo, que desce pelo valezinho do outro lado da crista estreita. Desci por ele saltando incontáveis blocos de pedra e às 17h10 cheguei à seta amarela que aponta a entrada no bosque. Parei para descansar e comer alguma coisa. A austríaca vinha logo atrás de mim e parou também. As garotas argentinas ficaram bem para trás. Às 17h31 entrei no bosque, desci e às 18h29 estava de volta ao Puerto Mermoud no Lago Verde. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Contornei o lago mas, diferente do dia anterior, escolhi retornar à Pasarela pela escadaria (não pela margem). Valeu a pena a subida pois há bonitos mirantes do lago. Cruzei a Pasarela às 19h12 e cheguei ao camping às 19h49. Fui ao posto do guardaparque registrar o meu horário de retorno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/--BGer--Fllw/XsF5Idkz-9I/AAAAAAAA8q0/YdL08jvhjt4xfHu8r19TISEFpetUYIsLQCK4BGAYYCw/s1600/20200310_123056.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/--BGer--Fllw/XsF5Idkz-9I/AAAAAAAA8q0/YdL08jvhjt4xfHu8r19TISEFpetUYIsLQCK4BGAYYCw/s640/20200310_123056.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Escondida</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 10/03/20 - trilhas Laguna Escondida e Mirador Lago Verde</b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 17,1km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 909m na subida para a Laguna Escondida</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 534m no Camping Agreste Lago Verde</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: a trilha da Laguna Escondida tem uma inclinação um pouco acentuada e desnível positivo de 339m desde a Ruta 71. A trilha do Mirador Lago Verde é fácil e tem um desnível de 166m desde o trevinho do Camping Lago Verde (que foi onde a iniciei)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí do camping às 9h17 e dessa vez não tomei a trilha nos fundos. Para variar subi pela estrada até o trevinho da Ruta 71 e segui para a direita (sul). Passei pelo estacionamento, pelo acesso ao Camping Rio Arrayanes e cheguei às 10h12 à entrada da trilha para a Laguna Escondida, sinalizada apenas com uma seta amarela, sem nenhuma placa (foram 3,1km desde o trevinho). Altitude de 570m e ali já começa a subida. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O parque exige que se faça registro de trekking para essa trilha também. Deve ser feito no guardaparque do Rio Arrayanes, mas eu não fui até lá fazer. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Embora não tenha a sinalização no início, essa trilha também é parte da etapa 37 da Huella Andina. Iniciando a subida, com uns 70m de trilha é preciso passar para o outro lado da cerca - degraus feitos de troncos grossos ajudam nessa manobra. Subindo mais alcanço um mirante com bonita vista para o Lago Menéndez e o Glaciar Torrecillas ao fundo. Também se veem o Rio Arrayanes, o Lago Verde e acima dele o Cerro Alto El Petiso. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trilha alcança os 909m (maior altitude desse dia) e desce um pouco. Aí encontrei o rapaz do casal francês do dia anterior no Cerro Alto El Petiso. A garota não conseguiu sair para essa trilha, ficou descansando. A trilha nivela e às 11h12 chego a uma bifurcação apontando Huella Andina em frente (esquerda) e Laguna Escondida à direita (apenas 30m, segundo a placa, mas 90m na realidade). Altitude de 891m. Laguna de cor verde-esmeralda mas não tão bonita quanto as outras. Talvez pela falta de sol as cores do lugar não se sobressaíram. Aproveitei mesmo foram os calafates maduros e doces. É proibido acampar na laguna, aliás em qualquer lugar do parque que não seja camping estabelecido. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí às 12h43 e às 13h33 estava de volta à Ruta 71. Caminhei os 3,1km até o trevinho do Camping Lago Verde e entrei às 14h15 numa trilha paralela à Ruta 71 que me levará à trilha do Mirador Lago Verde. Altitude de 600m. Essa trilha aponta para leste e inicia cruzando uma ponte onde encontro a sinalização da Huella Andina. Ela também é parte da etapa 37 desse caminho.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-00Fgbfon07E/XsF5WGthcfI/AAAAAAAA8q8/uuAmAa2-HkMIdrKedqJk0Z_7El1RurPIgCK4BGAYYCw/s1600/20200310_150108.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-00Fgbfon07E/XsF5WGthcfI/AAAAAAAA8q8/uuAmAa2-HkMIdrKedqJk0Z_7El1RurPIgCK4BGAYYCw/s640/20200310_150108.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Verde visto do Mirador Lago Verde</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Uns 120m após a ponte cruzo uma estrada secundária bem na porteira de um sítio (há áreas particulares dentro do parque). Acompanho uma cerca. A trilha continua paralela à Ruta 71 e suas curvas, e passo por dois pontos de água. Surge uma escada pula-cerca mas nem é preciso usá-la pois a cerca está aberta à esquerda. Às 14h42 alcanço enfim a trilha do Mirador Lago Verde. Há um pequeno estacionamento à direita na Ruta 71 e à esquerda um portal com placa de informações sobre essa trilha.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Seguindo à esquerda em 140m há um desvio para a esquerda e em seguida uma bifurcação. A Huella Andina continua em frente e a trilha do mirante vai para a esquerda. Às 14h57 cheguei ao Mirador Lago Verde, com painel indicando o nome das montanhas. Além do Lago Verde se vê o Rio Rivadavia e o Lago Rivadavia a norte-nordeste e ainda o Cerro Alto El Petiso a norte-noroeste. Altitude de 761m. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí às 15h25 e às 16h10 estava de volta ao Camping Agreste Lago Verde. Comi um lanche, desmontei a barraca e subi de volta à Ruta 71 para tomar o ônibus das 18h40 (único do dia) para Vila Futalaufquen, aonde cheguei às 19h40. Nesse setor planejei fazer diversas trilhas, mas surgiram alguns problemas (relato aqui). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. ônibus das cidades de Lago Puelo e Esquel ao Parque Nacional Los Alerces (<a href="https://transportesesquel.negocio.site/" target="_blank">Transportes Esquel</a>)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">no verão (de 19/12 a 11/03): diário</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">após 11/03: quarta, sábado e domingo</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">sai de Lago Puelo às 15h30 e passa nos setores Lago Rivadavia (18h), Lago Verde (18h40), Vila Futalaufquen (19h40). Chega a Esquel às 20h40.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">sai de Esquel às 8h e passa nos setores Vila Futalaufquen (9h15), Lago Verde (10h30), Lago Rivadavia (10h50). Chega a Lago Puelo às 13h30.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">o valor do trajeto cidade de Lago Puelo-Lago Verde é ARS450 (R$28)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. a taxa de entrada no Parque Nacional Los Alerces para estrangeiros é ARS400 (R$25)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. site do parque: <a href="http://www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/losalerces" target="_blank">www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/losalerces</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Agreste Lago Verde é o mais barato desse setor. Possui: proveeduría (mercadinho básico), duchas e torneiras quentes das 19h às 22h (a lenha), lavatórios e tanques ao lado dos banheiros, não tem luz nem tomada no módulo (mas o anfitrião carrega baterias na proveeduría), não tem wifi nem sinal de celular. Não tem cozinha mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preços por pessoa: temporada alta (jan e fev) ARS400 (R$25), 3 dias ou mais ARS350 (R$21,88) por dia; temporada baixa (dez e mar) ARS250 (R$15,63), 3 dias ou mais ARS220 (R$13,75) por dia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Site: <a href="http://fronterasur.com/experiencias/camping-lago-verde" target="_blank">fronterasur.com/experiencias/camping-lago-verde</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Organizado Lago Verde é bem mais caro e conta com restaurante, café, cabanas e até domos. Possui: proveeduría (mercadinho básico), ducha quente só de manhã e à noite, luz e tomada no módulo (nem todos), não tem wifi nem sinal de celular. Não tem cozinha para os campistas mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preços por pessoa: temporada alta ARS600 (R$37,50); temporada baixa ARS500 (R$31,25)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Site: <a href="http://www.elaurapatagonia.com/es/el-lodge/72-tabs/camping/195-camping" target="_blank">www.elaurapatagonia.com/es/el-lodge/72-tabs/camping/195-camping</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o Camping Agreste Rio Arrayanes tem: proveeduría (mercadinho básico), ducha quente das 8h às 23h, pias ao lado dos banheiros, não tem luz nem tomada no módulo, não tem wifi nem sinal de celular. Não tem cozinha para os campistas mas cada módulo tem uma churrasqueira que eles chamam de fogón. Servem comidas rápidas como sanduíches, minipizzas e empanadas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço por pessoa: ARS500 (R$31,25)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o parque exige que se faça registro de trekking para as trilhas do Cerro Alto El Petiso e da Laguna Escondida. Para o Cerro Alto El Petiso o registro deve ser feito no guardaparque do Lago Verde ou do Rio Arrayanes, com saída no máximo até 9h. Da Laguna Escondida deve ser feito no guardaparque do Rio Arrayanes. No posto do Lago Verde não é preciso encontrar o guarda para preencher o registro, basta anotar na folha que está atrás do aviso de horários-limite dessa trilha. Esse aviso fica ao lado da porta da casa. Ao final deve-se registrar o horário de retorno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">março/2020</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-QXRLrJOXQ-s/XsF53M43EKI/AAAAAAAA8rM/p-ilV5JuRkQxrchDGB0mU8fHDasqz2fkgCK4BGAYYCw/s1600/Lago%2BVerde%2B2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-QXRLrJOXQ-s/XsF53M43EKI/AAAAAAAA8rM/p-ilV5JuRkQxrchDGB0mU8fHDasqz2fkgCK4BGAYYCw/s640/Lago%2BVerde%2B2.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>dia 1</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-cr752bo00Hg/XsF59bcpABI/AAAAAAAA8rU/4EpzLCVwdqIrYyn1eitwRQyBoOumvFz6QCK4BGAYYCw/s1600/Lago%2BVerde%2B3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-cr752bo00Hg/XsF59bcpABI/AAAAAAAA8rU/4EpzLCVwdqIrYyn1eitwRQyBoOumvFz6QCK4BGAYYCw/s640/Lago%2BVerde%2B3.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>dia 2</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Bwc2leOHpzs/XsF6BeqVnLI/AAAAAAAA8rc/bBnQUfCtVyEp5WuKM8C4i-P_QNdFSTUBACK4BGAYYCw/s1600/Lago%2BVerde%2B4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-Bwc2leOHpzs/XsF6BeqVnLI/AAAAAAAA8rc/bBnQUfCtVyEp5WuKM8C4i-P_QNdFSTUBACK4BGAYYCw/s640/Lago%2BVerde%2B4.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>dia 3</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-50605811842771805042020-05-17T10:42:00.000-07:002020-05-17T10:42:30.421-07:00Cerro Currumahuida (Lago Puelo, Argentina) - mar/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-TD4i06Jmnug/XsF2Une1ChI/AAAAAAAA8pY/5IPeCc-EofkkktXMkxN7VnXSjhrZZB5lgCK4BGAYYCw/s1600/20200306_144835.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-TD4i06Jmnug/XsF2Une1ChI/AAAAAAAA8pY/5IPeCc-EofkkktXMkxN7VnXSjhrZZB5lgCK4BGAYYCw/s640/20200306_144835.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Puelo e delta do Rio Azul</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Início: cemitério de Lago Puelo</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Final: porto de Lago Puelo</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 16,1km</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1197m no cume do Cerro Currumahuida</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 198m na margem do Lago Puelo</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: alta pois a inclinação é bem forte para atingir o cume do Cerro Currumahuida, exigindo um pouco de escalaminhada meio exposta. Desníveis positivos de 405m e 724m do cemitério ao cume.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A leste e sudeste da cidade de Lago Puelo se estende o Cerro Currumahuida, cujo cume está na porção central da cadeia montanhosa, a 1197m de altitude, de frente para o lindo Lago Puelo. Esse curioso nome significa morro preto em idioma mapuche (curru=preto e mahuida=morro). Infelizmente a encosta mais próxima ao cume sofreu incêndios em 2015 e 2011 e uma parte da subida se dá entre troncos caídos e queimados.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">06/03/2020 - Saí do Camping Las Rosas às 10h13 e caminhei 1,2km até o cemitério municipal, ao sul do centro da cidade, na Avenida Los Alerces. Altitude de 225m. Na frente do cemitério há um grande painel dando as boas-vindas à Área do Cerro Currumahuida e mostrando num mapa as quatro trilhas principais: La Virgen, La Cruz, Camino del Faldeo e Subida La Lidia. Dessas meu plano era percorrer o Camino del Faldeo (ou Sendero El Faldeo) até o Puesto Maninga, em seguida subida ao cume do Currumahuida (não mostrado nesse mapa) e então descida pela "Bajada a La Playita", com final no Lago Puelo e retorno ao centro de ônibus. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse percurso tem a seguinte altimetria: sobe dos 225m do cemitério aos 630m, depois desce aos 473m no Puesto Maninga. Sobe aos 1197m do cume e finaliza baixando aos 198m na margem do Lago Puelo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entrei na rua à esquerda do cemitério às 10h38 e em 100m inicia uma trilha com placa de Sendero La Virgen. E já começa com uma subida bem íngreme dentro do bosque. Mais acima aparece uma sinalização de duas faixas horizontais de cores verde e branca. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-14JIbLLxnPw/XsF2jZKxgDI/AAAAAAAA8pg/iUNGHwZ6p0c3HYir5PMiAvWreY3uPW0AwCK4BGAYYCw/s1600/20200306_153113.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-14JIbLLxnPw/XsF2jZKxgDI/AAAAAAAA8pg/iUNGHwZ6p0c3HYir5PMiAvWreY3uPW0AwCK4BGAYYCw/s640/20200306_153113.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Vista do cume do Currumahuida: Cerro Três Picos e Cerro Plataforma à esquerda; Cerro Cuevas e Cerro Aguja Sur à direita</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Às 11h14 cheguei aos escombros de uma cabana de madeira com uma placa "Puesto Tatin Fernandez" e o primeiro mirante para o Lago Puelo, já a 512m de altitude. Depois vieram trilhas da direita e da esquerda mas me mantive na principal. Subi até os 630m de altitude e comecei a baixar. Às 12h23 parei em outro mirante para fotos da cidade e do lago. Cruzei um bosque de pinheiros com o chão repleto de cones (pinhas) e às 12h51 cheguei a uma bifurcação em T com um banco para descanso. A trilha que vem da direita é outro acesso desde a cidade e se chama Subida La Lidia, segundo a placa no cemitério.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Segui para a esquerda e encontrei o primeiro riacho da caminhada, porém era apenas um fio d'água. Muito recomendável trazer água suficiente para o dia todo desde a cidade. Às 13h cheguei a um cruzamento de trilhas num local chamado Puesto Maninga. Há restos de uma cabana ali também. A sinalização agora é de duas faixas horizontais de cores azul e branca e aponta para a esquerda, que é o caminho ao cume. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa sinalização verde/branca e azul/branca parece ser uma convenção local para o Cerro Currumahuida, mas nesse trecho a trilha de cores azul/branca coincide com o traçado da Huella Andina, que tem exatamente essas cores. A Huella Andina é uma trilha argentina de 570km de extensão dividida em 42 etapas. Vai da província de Neuquén à província de Chubut, no norte da Patagônia. A subida do Currumahuida, porém pela Playita e não pelo cemitério, é parte da Etapa 33: PN Lago Puelo-El Desemboque (informações <a href="http://www.wikiexplora.com/Huella_Andina#Etapa_33:_PN_Lago_Puelo_-_El_Desemboque" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">aqui</a>). </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Seguindo em frente nesse cruzamento a trilha desaparece no bosque. A direita no cruzamento é a trilha que desce para La Playita e Lago Puelo, que tomarei na volta. Mas antes de continuar me fartei com as amoras maduras que havia ali.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para chegar a esse cruzamento havia descido até a altitude de 473m. Agora volto a subir, e bastante! A trilha continua para o sul e aparece uma sinalização branca e vermelha também. Saio do bosque e encontro água, mas estava parada. Nova paisagem do Lago Puelo à direita. Às 13h46 cruzo o limite do Parque Nacional Lago Puelo com um portal simples e uma placa. Uns 5min depois uma seta vermelha manda subir para a esquerda, aparentemente sem bifurcação nenhuma, porém ela existia e foi soterrada por árvores que caíram. A trilha da direita seria a continuação da Huella Andina contornando o Cerro Currumahuida pelo sul até El Desemboque.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O cume já estava próximo se olharmos no mapa mas o pior ainda estava por vir. Logo inicia uma ladeira longa e íngreme de pura terra solta numa área devastada por incêndio. Lugar muito ruim de caminhar pois a terra solta muito fina subia como poeira a cada passada e as árvores queimadas sujam a roupa de carvão. A recompensa é a vista cada vez mais larga do azul Lago Puelo. Alcancei um platô onde a trilha se tornou menos íngreme. Numa bifurcação fui à esquerda e na seguinte à direita, alcançando às 14h58 um gramado bom para acampar (há água de um lago não muito distante). A trilha segue em nível por uns 150m e uma seta pintada na pedra manda subir à direita. Já se vê o cume e é um grande rochedo de paredes bastante íngremes. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei à base desse rochedo e não conseguia visualizar alguma trilha subindo, mas havia. Subi com cuidado e até usando as mãos pois alguns trechos eram muito inclinados mesmo. Atingi o topo às 15h23. Há dois cumes: leste e oeste. Fui primeiro ao cume leste, onde há restos de um cruzeiro de madeira. Depois ao cume oeste, onde há um pau fincado, talvez restos de um outro cruzeiro. Altitude de 1197m em ambos. Dali se avista, além do Lago Puelo e da cidade homônima, o Lago Epuyen a sudeste; o Cerro Três Picos e Cerro Plataforma ao sul-sudoeste; Cerro Aguja Sul a oeste-sudoeste; o Lago Inferior (no Chile) a oeste; Cerro Aguja Norte a noroeste; El Bolsón e Cerro Piltriquitron a norte-nordeste. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-67iUNDIgGA4/XsF2vlhkjlI/AAAAAAAA8ps/qFcpbMdDWv07K0LOgB5bacmgdmwA-M-1wCK4BGAYYCw/s1600/20200306_160910.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-67iUNDIgGA4/XsF2vlhkjlI/AAAAAAAA8ps/qFcpbMdDWv07K0LOgB5bacmgdmwA-M-1wCK4BGAYYCw/s640/20200306_160910.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cume escarpado do Currumahuida</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Iniciei o descenso às 15h55. Desci do rochedo com bastante cuidado, passei pelo gramado e depois o trecho ruim de terra solta com a ladeira bem inclinada. Ali cruzei com três pessoas subindo, os primeiros que encontro na trilha. Às 17h02 passei pela placa do Parque Nacional, reentrei no bosque e cheguei ao cruzamento Puesto Maninga às 17h30. Ali segui em frente (oeste), descendo, e em 280m chego a uma bifurcação em que sigo à esquerda. Às 18h06 me deparo com uma placa do parque nacional apontando para o "Ciprés Abuelo" (cipreste avô) a 100m e fui conhecer esse bonito exemplar datado de 1850 e que sobreviveu a tantos incêndios. Mais 220m de descida e alcanço uma bifurcação: a trilha continua à direita, mas vou à esquerda conhecer o Mirador del Lago. A caminho dele há um riacho, única água corrente do dia. O mirante tem painel com o nome das montanhas.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Voltei à trilha principal e continuei a descida. Logo convergiu uma trilha à direita chamada Sendero El Chucao, mas continuei em frente. Uns 80m depois cruzei um portal e para a direita sai uma trilha com placa apontando Sendero Pitranto Grande, mas ainda continuei em frente. Cheguei ao Lago Puelo às 19h e fui visitar a Playita, um lugar bem sem graça. Voltei ao portal e segui à esquerda a trilha Pitranto Grande. Em 15min aparece o pitranto, que é um bosque de pitras preservado neste parque e que fora dele tende a desaparecer pela urbanização, segundo ensina a placa. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuando na direção do porto principal (oeste) passei às 19h30 pela entrada da trilha (à direita) para o Jardim Botânico e Sendero Antiguos Pobladores, mas não havia tempo para conhecer, infelizmente. Segui em frente e com mais 200m cheguei à entrada da trilha do Bosque de las Sombras, e esse eu queria muito conhecer, então entrei. Essa trilha tem um trajeto circular de 400m por plataformas ainda dentro do bosque pitranto. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saindo dele tomei o caminho mais próximo à margem do lago, passei pelo porto principal (de concreto) e consegui alcançar o ônibus das 20h para o centro de Lago Puelo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Informações adicionais:</b></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o ônibus que vai do Lago Puelo (parque nacional) até o centro da cidade de Lago Puelo (e continua para El Bolsón) é diário e sai a cada hora redonda (13h, 14h, 15h,...), segundo me informaram. Na internet há tabelas mostrando saídas a cada 30min de 11h a 22h. Valor da passagem ARS20 (R$1,25). Transportes La Golondrina.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. site do Parque Nacional Lago Puelo: <a href="http://www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/lagopuelo" target="_blank">www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/lagopuelo</a></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">março/2020</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-dmcvg1MaOxM/XsF3GRTwpMI/AAAAAAAA8p8/XjvC8zeAWUspAhrvTYe15ohPYopkuuHYACK4BGAYYCw/s1600/Currumahuida%2B4.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-dmcvg1MaOxM/XsF3GRTwpMI/AAAAAAAA8p8/XjvC8zeAWUspAhrvTYe15ohPYopkuuHYACK4BGAYYCw/s640/Currumahuida%2B4.JPG" width="640" /></a></span></div>
Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-89154175099060699392020-05-17T10:34:00.000-07:002020-05-17T14:42:26.261-07:00Passo Internacional Rio Puelo (Chile/Argentina) - mar/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-JVEU2VxSGE0/XsF0BbxWFVI/AAAAAAAA8oE/s2MMsav8Yx4ZY6IDYlt2x7LjzOn4U104QCK4BGAYYCw/s1600/20200304_144328.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-JVEU2VxSGE0/XsF0BbxWFVI/AAAAAAAA8oE/s2MMsav8Yx4ZY6IDYlt2x7LjzOn4U104QCK4BGAYYCw/s640/20200304_144328.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Puelo exatamente na fronteira entre Chile e Argentina</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: Segundo Corral (Chile)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: porto de Lago Puelo (Argentina)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 21,9km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 2 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 385m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 195m em Puerto Lago Inferior e no porto de Lago Puelo</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira e acampamento selvagem. A maior subida tem desnível de 168m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O Passo Internacional Rio Puelo é uma das três travessias a pé entre Chile e Argentina que existem na Região dos Lagos. As outras são Passo Vuriloche e Passo El León/Rio Manso. Eu havia acabado de fazer a travessia do Passo Vuriloche (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/caminho-dos-vuriloches-um-trekking-pela.html" target="_blank">aqui</a>), passei uma noite em Ralun (Chile) e no dia seguinte retornei à Argentina pelo Passo Rio Puelo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>DIA 0 - 02/03/20 - de Ralun (Chile) a Segundo Corral (Chile)</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tomei o ônibus que passa às 10h em Ralun e vai até o Lago Tagua Tagua (localidade de El Canelo), aonde cheguei às 12h14. Ali peguei a balsa das 13h para o porto de Punta Maldonado. Foram 45min de travessia. Em Punta Maldonado, na outra extremidade do Lago Tagua Tagua, tomei às 13h52 um micro-ônibus (que espera a chegada da balsa) em direção a Llanada Grande, Primer Corral e Segundo Corral. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 14h40 esse micro-ônibus parou numa mercearia na vila de Llanada Grande e ali consegui comprar o queijo que não encontrei em lugar nenhum em Ralun. Vendem pão, legumes e frutas também. Continuando, o micro-ônibus faz um pequeno desvio até Puerto Urrutia e a seguir passa por Primer Corral. Eu já havia conversado com algumas pessoas e todos (inclusive o motorista do micro-ônibus) me recomendavam começar a caminhada do Passo Rio Puelo em Segundo Corral, não em Primer Corral, como era minha intenção. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-7j8GPAR92aU/XsF0Q8tkOYI/AAAAAAAA8oQ/FAWGW_Ks8CEJ1d6fH95oKQPtKUOdPZKugCK4BGAYYCw/s1600/20200304_101627.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-7j8GPAR92aU/XsF0Q8tkOYI/AAAAAAAA8oQ/FAWGW_Ks8CEJ1d6fH95oKQPtKUOdPZKugCK4BGAYYCw/s640/20200304_101627.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Las Rocas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Pedi para o motorista parar em Primer Corral e ele continuava contrariado em me deixar ali. Perguntou aos passageiros se ali havia caminho para a fronteira. Uma moradora disse que o caminho estava obstruído desde o último inverno pela queda de muitas árvores. Um montanhista confirmou que as trilhas menos usadas estavam em péssimas condições, ele mesmo estava retornando de uma que não conseguiu terminar. Diante desses argumentos continuei até o ponto final do micro-ônibus, em Segundo Corral. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Já eram 16h15 e eu não tinha informação de como seria a travessia para a Argentina a partir dali. Há um camping nessa localidade e fui até lá perguntar. O camping se chama Los Amancays (nome de uma flor amarela) e fica a 1,4km do ponto final do ônibus, depois de cruzar a ponte sobre o Arroyo Barrancas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O dono do camping (Samuel) me disse que eu deveria tomar um barco que sobe o Rio Puelo até o posto dos Carabineros de Chile. Esse barco é gratuito de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 14h às 18h. Fora desses dias e horários deve ser chamado e é pago. Além disso, o posto dos Carabineros tem horário-limite para deixar passar em direção à Argentina. Decidi dormir essa noite nesse camping (CLP5000 = R$37) e iniciar a travessia no dia seguinte pela manhã. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas depois me arrependi de ficar ali. No dia seguinte vi que há alternativa muito melhor, que é acampar no Lago Las Rocas, a apenas 400m do posto dos Carabineros e de graça, num lugar bonito e tranquilo (só não tem banheiro, talvez pedindo para os Carabineros). No Camping Los Amancays paguei para ter ducha gelada, não pude recarregar baterias pois não há energia elétrica (internet nem pensar) e ainda tive de me preocupar em esconder a comida porque os porcos rasgam as barracas para pegar. Para completar, à noite fizeram uma fogueira perto da minha barraca e ficaram conversando alto até depois das 2h da madrugada!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não faça a mesma besteira que eu fiz ficando nesse camping Los Amancays, acampe perto dos Carabineros e ao lado do Lago Las Rocas. É muito mais bonito, tranquilo e de graça. Chegando no micro-ônibus às 16h15 dá tempo até de passar no encontro do Rio Puelo com o Arroyo Correntoso antes de pegar o barco (gratuito até 18h) para o posto dos Carabineros. Só não fiz isso porque não tinha essa informação, agora você já tem e pode fazer a sua escolha.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-dPJT4YGJg-s/XsF0g_VNo_I/AAAAAAAA8oc/BOYLsFROuEsrawkBe84gIzGe9kTJ-YprQCK4BGAYYCw/s1600/20200304_140034.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-dPJT4YGJg-s/XsF0g_VNo_I/AAAAAAAA8oc/BOYLsFROuEsrawkBe84gIzGe9kTJ-YprQCK4BGAYYCw/s640/20200304_140034.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Inferior e ao fundo o Lago Puelo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 03/03/20 - de Segundo Corral (Chile) à Gendarmería Nacional Grupo Lago Puelo (Argentina)</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 15,5km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 385m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 195m em Puerto Lago Inferior</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada peguei o barco em Segundo Corral até o posto dos Carabineros para iniciar a travessia para a Argentina. As altitudes ficam na faixa dos 195m aos 385m com três subidas mais acentuadas, com a maior tendo 168m de desnível positivo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saindo às 8h32 do Camping Los Amancays voltei à estradinha por onde cheguei no dia anterior e segui para a direita (sudeste). Cruzei a Puente Azul sobre o Arroyo Correntoso e cheguei ao local dos barcos (Puerto Segundo Corral) em 27min. Não há ancoradouro e os barcos são pequenos e a motor. Saem tão logo cheguem as pessoas, mesmo sendo só um, como no meu caso. São gratuitos nos horários que mencionei, custeados pela prefeitura (de Cochamó?). Subimos o lindo Rio Puelo, entramos no Lago Inferior e em apenas 5min já estávamos no píer de Puerto Lago Inferior. Altitude de 195m. Dali subi 13min ao posto dos Carabineros de Chile chamado Retén Paso El Bolsón (altitude de 288m). Essa é a primeira das três subidas mais acentuadas desse dia.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Fui primeiro conhecer o Lago Las Rocas e só então vi que fiz uma bobagem ficando no Camping Los Amancays. O lago é muito bonito e o gramado (de um campo de futebol) perfeito para acampar. Há uma placa apontando Lago Azul a 12km dali. Depois perguntei ao carabinero e ele disse que essa trilha está boa. Depois de conhecer e tirar fotos do lago é que fui ao posto dos Carabineros para fazer a minha saída do Chile. Mas o procedimento é demorado, devia ter deixado o passaporte (e a mochila) ali antes de ir visitar o lago. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Perguntei sobre o horário-limite para passar por ali a caminho da Argentina, mas o carabinero não me deu um horário, apenas recomendam que não se acampe no meio do caminho entre os Carabineros e a Gendarmería Argentina. E dali até a Gendarmería eu levei 7h30 (com várias paradas). Ele disse que a trilha estava ruim, mas não estava, apenas algumas árvores caídas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do retén (posto) às 10h37 na direção sudeste acompanhando o Lago Inferior pela margem norte. Caminhando dentro do bosque, tinha visão desse lindo lago quando aparecia uma janela na mata. Às 11h02 fui à direita numa bifurcação com seta amarela; à esquerda há uma porteira de varas e o caminho leva a uma casa. Cruzei um riacho pelas pedras e nos dois cruzamentos de trilha a seguir fui em frente seguindo setas amarelas. Na próxima bifurcação fui à direita ainda orientado pela sinalização amarela. Logo depois que entroncou uma trilha à esquerda desci à praia do lago para admirar a paisagem. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-OGIxW_Av6GU/XsF0vlt9gQI/AAAAAAAA8ok/Ji5bZUxATuovCVeXsGUgrAjkRC022ygzACK4BGAYYCw/s1600/20200304_113125.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-OGIxW_Av6GU/XsF0vlt9gQI/AAAAAAAA8ok/Ji5bZUxATuovCVeXsGUgrAjkRC022ygzACK4BGAYYCw/s640/20200304_113125.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Inferior</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Retomei a caminhada às 12h09, atravessei um riacho e fui à direita atrás dos círculos amarelos. Cruzei mais dois riachos e voltei a subir. Essa é a segunda das três subidas mais acentuadas desse dia. No riacho seguinte às 13h14 fui obrigado a tirar as botas pois era arriscado saltar as pedras. Às 13h58 alcancei um mirante com uma visão panorâmica incrível do limite entre os lagos Inferior (Chile) e Puelo (Argentina). Começo a descer e passo por um ponto de água.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas às 14h41, ainda no alto, paro num mirante espetacular para o rio que faz a ligação entre os dois lagos, novamente chamado de Rio Puelo. A fronteira entre Chile e Argentina corta esse rio mais ou menos na metade. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Seguindo pelo bosque encontro às 15h45 uma placa de "Punto de Encuentro Argentina Chile" e sou informado de que estou entrando no Parque Nacional Lago Puelo (altitude de 231m). Na primeira trilha que apareceu à direita desci para registrar o hito fronterizo, uma pequena torre de ferro que marca a fronteira. Ainda desci mais alguns metros para ver de perto o verde e transparente Rio Puelo exatamente na fronteira. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Continuando, às 16h04 cheguei à ponte de tábuas do Arroyo Los Hitos e parei para pegar água. Agora estou num parque nacional, os rios têm pontes! Logo depois da ponte uma placa aponta para o muelle (píer) à direita (500m) e Gendarmería Nacional à esquerda (3,7km), meu destino nesse dia. Não fui conhecer o muelle, segui direto para a esquerda. Um painel dá informações sobre um habitante desses bosques, o pudu, um dos menores cervos do mundo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Após a ponte a trilha sobe bastante. Essa é a terceira (e a pior) das três subidas mais acentuadas desse dia. Às 16h55 atinjo o ponto mais alto da travessia, 385m. No início da descida um riacho. Às 17h34 alcanço um belo mirante do Lago Puelo. Às 18h02 cruzei outra ponte de tábuas sobre o Arroyo Las Lágrimas e em mais 6min cheguei à Gendarmería Nacional. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Fui recebido pelo oficial, que disse que ia carimbar a minha entrada na Argentina no dia seguinte. Me orientou a acampar fora dos limites da cerca. Há muitos locais de acampamento, tanto no bosque próximo às casas da Gendarmería quanto na beira do Lago Puelo. Há mesas de piquenique. Porém os banheiros não estavam funcionando, o que é um problema pois cada um faz o seu próprio banheiro. Água pode ser coletada num riachinho ao lado das casas. Há moitas enormes de amora e elas já estavam começando a amadurecer. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 208m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 12,5ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-MwHz5nAlUIM/XsF079C5dGI/AAAAAAAA8ow/En7BdchjV70GZtTk3qOhS92FwI_NLLAfACK4BGAYYCw/s1600/20200305_104924.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-MwHz5nAlUIM/XsF079C5dGI/AAAAAAAA8ow/En7BdchjV70GZtTk3qOhS92FwI_NLLAfACK4BGAYYCw/s640/20200305_104924.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Puelo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 04/03/20 - da Gendarmería Nacional Grupo Lago Puelo ao porto de Lago Puelo</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 6,4km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 343m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 195m no porto de Lago Puelo</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia subi um desnível mais acentuado de 139m no início do dia e baixei 148m mais suaves até o final, na praia do Lago Puelo. Este caminho cruza a vau o delta do Rio Azul em cinco pontos diferentes, recomendável perguntar na Gendarmería sobre as condições do rio. Se estiver cheio deve-se fazer o caminho da Pasarela.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Logo cedo entreguei o passaporte na Gendarmería para carimbo de entrada na Argentina. Parti às 10h22 no sentido nordeste cruzando o riacho e um portão de madeira. Aliás é bom encher os cantis nesse riacho pois não há água boa e de fácil acesso nesse dia. A trilha contorna o Lago Puelo nos primeiros 700m e parei diversas vezes para fotografar a bela paisagem. Em seguida subiu bastante (até 343m, o ponto mais alto do dia) se afastando por algum tempo do lago. A trilha depois da Gendarmería é bem mais aberta. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 11h43 a primeira bifurcação para: Rio Azul à direita (1,7km) e La Pasarela à esquerda (8km). Decidi ir pelo Rio Azul não por ser mais curta a caminhada mas porque pela Pasarela iria chegar a um local 2,5km depois do centro da cidade de Lago Puelo, tendo de voltar essa distância após cruzar a ponte do Rio Azul. Até tinha vontade de conhecer a trilha da Pasarela, mas não me arrependi nem um pouco de ir pelo Rio Azul pois a paisagem do Lago Puelo nesse caminho é espetacular. Mas é preciso saber que se deve vadear o Rio Azul cinco vezes seguidas, portanto em dias de chuva não se deve fazer esse percurso.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Uns 100m depois da bifurcação saio do bosque para um gramado com árvores mais espaçadas. Sigo uma sinalização de estacas amarelas e "Planta Educativa". Às 11h53 cruzei uma ponte sobre o Arroyo del Tesoro e o caminho se alargou parecendo uma estradinha. Às 12h18 surge a segunda bifurcação para: Rio Azul à direita e La Pasarela à esquerda, com o alerta de que se o Rio Azul estiver cheio deve-se ir pela Pasarela. Seguindo para a direita, cerca de 150m depois há um grande painel da "Senda a Los Hitos". Ali deve-se tomar a trilha que sai à direita da principal, cruza uma porteira e atravessa novamente o Arroyo del Tesoro por uma pinguela para alcançar a tal planta educativa, um conjunto de casas num largo gramado. Tudo está sinalizado com cor amarela. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha quebra para o sul diretamente em direção ao Lago Puelo, que está a 280m da planta educativa. Cheguei ao ancoradouro do lago às 12h34 e já visualizei os braços do delta do Rio Azul que teria de vadear. Não posso deixar de mencionar a paisagem estonteante do lago nesse local. Baixei à praia de pedrinhas e troquei a bota de trilha por um tênis reservado somente para cruzar rios que trago desde a travessia do Paso Vuriloche, onde foi muito usado (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/caminho-dos-vuriloches-um-trekking-pela.html" target="_blank">aqui</a>). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-VIwbRB_GqsI/XsF1INQTfhI/AAAAAAAA8o8/AoAoBljf8iE1Jiw2MHnIbOT7OA3y-yFIACK4BGAYYCw/s1600/20200305_130417.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-VIwbRB_GqsI/XsF1INQTfhI/AAAAAAAA8o8/AoAoBljf8iE1Jiw2MHnIbOT7OA3y-yFIACK4BGAYYCw/s640/20200305_130417.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Puelo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os dois primeiros braços do delta estão próximos, cerca de 70m um do outro. Água na canela. Depois caminhei uns 300m pela praia para atravessar mais dois braços em sequência. Um na canela e outro na altura dos joelhos. Continuei pela praia e atravessei mais um riacho na altura do tornozelo. O número de pessoas na praia ia aumentando à medida que me aproximava do porto e do estacionamento.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cheguei ao porto de concreto do lago às 13h35 e tirei os tênis molhados (altitude de 195m). Perguntei sobre o ônibus que vai dali até o centro da cidade de Lago Puelo (e continua para El Bolsón) e me informaram que ele sai a cada hora redonda (13h, 14h, 15h,...). Fui até o ponto e peguei o das 14h. Cerca de 800m depois passei pela portaria do Parque Nacional Lago Puelo, onde há um centro de informações e se paga a taxa de entrada (me livrei dessa). No caminho ao centro da cidade várias opções de camping e hostel. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cheguei ao centro de Lago Puelo às 14h15. Há algumas opções de camping no centro também, vale a pena passar no centro de informações turísticas e perguntar ou pegar folhetos. Eu fiquei no Camping Las Rosas por ARS250 com cozinha, wifi, tomadas individuais e ducha quente 24h. Fica a 300m do informações turísticas e é o mais central de todos. Mas também há o Camping Michay (1km) e o Camping/Hostel Onda Azul (1,2km). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. em Ralun acampei num gramado na margem direita do Rio Petrohué onde o dono cobra CLP4000 (R$29,63) com banheiro e wifi só na casa e sem ducha (banho no rio). O local não tem nome, deve-se tratar na casa com placa "Excursiones de pesca Luis".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. em Ralun há ônibus para Cochamó, Rio Puelo (sai de Puerto Montt às 7h45 e passa em Ralun às 9h20, Buses Estuario Reloncaví, Buses Rio Puelo e Trans Har) e Lago Tagua Tagua (sai de Puerto Montt às 7h45 e passa em Ralun às 10h, CLP3000 = R$22,20, Buses Rio Puelo)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. a balsa de El Canelo a Punta Maldonado no Lago Tagua Tagua custa CLP1050 (R$7,78) e tem 4 horários por dia no verão. Site: <a href="http://transportespuelche.cl/en/prices-schedules/lake-tagua-tagua" target="_blank">transportespuelche.cl/en/prices-schedules/lake-tagua-tagua</a></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o micro-ônibus de Punta Maldonado a Segundo Corral custa CLP4000 (R$29,63), Buses Estuario Reloncaví</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o Camping Los Amancays, em Segundo Corral, custa CLP5000 (R$37) e tem ducha gelada, não tem energia elétrica, não tem internet e ainda há que se preocupar com a comida porque os porcos rasgam as barracas para pegar</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o ônibus que vai do Lago Puelo (parque nacional) até o centro da cidade de Lago Puelo (e continua para El Bolsón) é diário e sai a cada hora redonda (13h, 14h, 15h,...), segundo me informaram. Na internet há tabelas mostrando saídas a cada 30min de 11h a 22h. Valor da passagem ARS20 (R$1,25). Transportes La Golondrina.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. site do Parque Nacional Lago Puelo: <a href="http://www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/lagopuelo" target="_blank">www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/lagopuelo</a></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">março/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-A0FmXL0Vc4U/XsF1cxcLM9I/AAAAAAAA8pM/m77PLReLad4fRsPPclgRYNejWRZsTuieQCK4BGAYYCw/s1600/Lago%2BPuelo.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-A0FmXL0Vc4U/XsF1cxcLM9I/AAAAAAAA8pM/m77PLReLad4fRsPPclgRYNejWRZsTuieQCK4BGAYYCw/s640/Lago%2BPuelo.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-49753136810290899862020-05-17T10:16:00.000-07:002020-05-17T14:36:52.791-07:00Caminho dos Vuriloches, um trekking pela história (Argentina/Chile) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-_iMx7a3G2e8/XsFtOH2viTI/AAAAAAAA8lM/fLaLu28xwL85lP3VKiBOBV66g9_uzX3jQCK4BGAYYCw/s1600/20200225_132916.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-_iMx7a3G2e8/XsFtOH2viTI/AAAAAAAA8lM/fLaLu28xwL85lP3VKiBOBV66g9_uzX3jQCK4BGAYYCw/s640/20200225_132916.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cerro Tronador visto do início da travessia em Pampa Linda</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: Pampa Linda (Argentina)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: Ralun (Chile)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 66,2km (mais 11,2km ida e volta ao Refugio Viejo del Tronador)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 6 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 1414m no Paso Vuriloche (2278m no Refugio Viejo del Tronador, opcional)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 223m no Rio Conchas</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira e acampamento selvagem. A maior subida tem desnível de 562m, com a subida ao Refugio Viejo del Tronador mais 966m. Se realizada ao contrário o desnível positivo é de 1191m (do Rio Conchas ao Paso Vuriloche). A grande dificuldade é de orientação já que não existe sinalização no lado chileno (embora seja área do Parque Nacional Vicente Perez Rosales) e em muitos pontos há mais de um caminho, causando dúvida. Também há vários rios a cruzar sem ponte.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O Caminho dos Vuriloches (ou Ruta de los Jesuítas) é um caminho histórico das missões jesuíticas dos séculos 17 e 18. Vuriloche é o nome dos primeiros povoadores da região do Nahuel Huapi no século 16. Conheciam muito bem os diversos passos da Cordilheira dos Andes, principalmente um que os comunicava diretamente com o mar, o Paso Vuriloche. Ao longo dos séculos esse caminho foi abandonado, procurado incessantemente, redescoberto pelos jesuítas no século 18, abandonado novamente e só redescoberto em sua totalidade no final do século 19.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os relatos que li no planejamento dessa travessia pouco conhecida me deixaram um pouco apreensivo com relação à travessia dos rios sem ponte. Várias pessoas dizendo que eram muitos rios, a toda hora tinha um rio para cruzar, que era preciso muita atenção ao ponto certo da travessia, blá blá blá. Ok, sempre é preciso ter muita cautela, principalmente em lugares remotos, mas a verdade é que não são dezenas de rios e sim 7 (sete) rios que se cruzam a vau. Na maioria a água estava na altura da canela e em apenas dois a água chegou aos joelhos, com correnteza fraca. Claro que é preciso olhar a previsão do tempo para não fazer essa caminhada em dias de chuva. Dias muito quentes também provocam a subida dos rios pelo degelo nas montanhas. Se encontrar um rio muito cheio o melhor a fazer é esperar, talvez até o dia seguinte, por isso é preciso ter comida extra. Os Carabineros do Paso Vuriloche costumam ter informação atualizada sobre o nível dos rios dessa travessia.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-G1xzYRFJZps/XsFtcs2fBkI/AAAAAAAA8lU/XwMGHSxSh4oyNzTQHSZ-0p8-UYGt8YwmwCK4BGAYYCw/s1600/20200225_133119.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-G1xzYRFJZps/XsFtcs2fBkI/AAAAAAAA8lU/XwMGHSxSh4oyNzTQHSZ-0p8-UYGt8YwmwCK4BGAYYCw/s640/20200225_133119.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Manso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">1º DIA - 25/02/20 - de Pampa Linda a Carabineros de Chile (Paso Vuriloche)</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 11,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 1414m no Paso Vuriloche</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 852m em Pampa Linda</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada parti de Pampa Linda em uma subida constante até o Paso Vuriloche (desnível de 562m), fronteira entre Argentina e Chile, acompanhando o curso do Rio Cauquenes. Em seguida desci até o acampamento no posto dos Carabineros de Chile (desnível negativo de 110m).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 8h30, em frente ao CAB (Club Andino Bariloche), tomei a van da agência Travel Light para Pampa Linda. No mesmo horário saiu a van da agência Transitando Lo Natural. Essas são as duas únicas agências que fazem esse trajeto. Não há transporte público. Percorremos toda a margem leste do lindo Lago Gutierrez e em seguida do Lago Mascardi, entrando numa estrada de rípio à direita cerca de 800m depois da Vila Mascardi. Mais 450m e paramos na portaria do Parque Nacional Nahuel Huapi para pagar a taxa de ARS400 (R$25) para estrangeiro (ARS180 para argentinos). Tive a ilusão de que já estávamos chegando a Pampa Linda, mas que nada... rodamos mais 2h por estradas poeirentas contornando as margens sul e oeste do Mascardi. Só chegamos a Pampa Linda às 11h40. Altitude de 852m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O dia estava maravilhoso, um sol agradável e um céu sem nenhuma nuvem, e se manteria assim pelos dias seguintes da travessia. Acabou aquele tormento de chuva repentina, vento gelado, acampamento com granizo e neve das trilhas que estava fazendo em Ushuaia.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Pampa Linda fiz algumas coisas antes de botar o pé na trilha: peguei informações mais atualizadas no Centro de Informes, localizei os dois campings que há e perguntei os preços, confirmei que não há mercadinho nem kiosco no vilarejo e produtos básicos de comida podem ser comprados no Camping Los Vuriloches (eles chamam isso de proveeduría) e, o mais importante, fui à Gendarmeria carimbar no passaporte a minha saída da Argentina. Sem esse registro não passo nos Carabineros para entrar no Chile. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Outra coisa importante: para fazer qualquer trilha no Parque Nacional Nahuel Huapi (bem como em outros parques argentinos) é obrigatório fazer o registro de trekking. É gratuito e pode ser feito pela internet (<a href="http://www.nahuelhuapi.gov.ar/" target="_blank">www.nahuelhuapi.gov.ar</a>), na Intendência do parque nacional em Bariloche (Av San Martin, 24) ou nos postos de guardaparque.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ainda parei numa sombra em frente à Hosteria Pampa Linda para almoçar o lanche que tinha na mochila. Deixei Pampa Linda às 12h58 no sentido oeste, mas 100m após a hosteria parei de novo para tirar fotos do majestoso Cerro Tronador, vulcão extinto e maior montanha do Parque Nacional Nahuel Huapi. Continuei pela estradinha de rípio que leva às trilhas Ventisquero Negro, Garganta del Diabo e Piedra Pérez, todas na base do Cerro Tronador, mas a abandonei para tomar outra estradinha mais estreita à esquerda 670m após a hosteria. Há um painel ali com informações sobre as trilhas nessa direção: Saltillo de las Nalcas, Cerro Volcánico e Refugio Viejo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cerca de 150m depois outra bifurcação com placa onde fui para a esquerda. A estradinha termina num rio com uma ponte de dois troncos. Havia quatro carros estacionados ali. Cruzada a ponte vou na direção do Cerro Los Emparedados, uma muralha rochosa onde despenca a cachoeira Saltillo de las Nalcas. Nalca é o nome de uma planta de folhas muito grandes encontrada também no sul do Brasil.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-U7R8NKKM40s/XsFtqZLJ0hI/AAAAAAAA8lg/gDIlV_vtjIYr8OML7kzSlNNDBFcCfOyoQCK4BGAYYCw/s1600/20200225_141243.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-U7R8NKKM40s/XsFtqZLJ0hI/AAAAAAAA8lg/gDIlV_vtjIYr8OML7kzSlNNDBFcCfOyoQCK4BGAYYCw/s640/20200225_141243.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Saltillo de las Nalcas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzo um bosque e às 13h30 atravesso uma ponte de ferro sobre o azulado Rio Manso. Reentro no bosque (para sair só no final do dia) e às 13h39 encontro uma placa apontando o Saltillo de las Nalcas em frente e o Paso Vuriloche à direita. Fui conhecer o saltillo que está a apenas 200m dali. Uma bonita clareira aos pés do Cerro Los Emparedados com a cachoeira despencando bem alto. Dá para tirar fotos atrás dela. Havia só mais um casal com uma criança e três rapazes. Fiquei bastante tempo ali, fui o último a sair às 14h24. Voltei à bifurcação da placa e entrei na trilha à esquerda (direita na vinda), cruzando uma ponte de tábua sobre o riacho que vem da cachoeira. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha está bem marcada mas com a vegetação se fechando um pouco. Há muita caña colihue (uma espécie de bambu) caída nas laterais e pedaços dela espalhados pela trilha. Às 14h56 fui à esquerda numa bifurcação com placa apontando Paso Vuriloche (da direita vem o caminho dos cavalos). Mais 400m e me aproximei do Rio Cauquenes, mas não o cruzei nesse ponto. Atravessei-o pelas pedras às 15h08 num local que gera alguma dúvida pois há trilha dos dois lados. Passei para sua margem esquerda (verdadeira). Aí inicia a subida. Parei por 23min numa pequena clareira com vista para o Arroio Cauquenes abaixo. Toda a subida até o Paso Vuriloche se dará dentro do bosque e junto ao curso do Arroio Cauquenes, cruzando-o algumas vezes (três vezes, segundo a placa no início da trilha).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 16h06 subi à direita na bifurcação que aponta a trilha para o Cerro Volcánico à esquerda. Cruzei com um casal, as primeiras pessoas desde a saída da cachoeira. Me alertaram para tomar cuidado com as taturanas na trilha. Passei por três pontos de água e parei no seguinte às 17h02. Passaram por mim descendo três homens com mochilas cargueiras grandes e pareciam estar com pressa. Continuando, passei por mais quatro riachos. São tantos riachos que é difícil dizer qual é o Cauquenes e qual é um pequeno afluente seu. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que subia apareciam árvores cada vez maiores, de troncos enormes. A inclinação também foi aumentando até que às 18h15 cheguei a uma bifurcação bem no Paso Vuriloche, fronteira entre Argentina e Chile. Altitude de 1414m. Os passos de montanha costumam ser lugares de visual grandioso, mas este decepciona um pouco pois está dentro do bosque, não há visual nenhum. Nessa bifurcação uma placa aponta para o Hito Vuriloche à direita e Carabineros de Chile à esquerda. Deixei a mochila e caminhei um pouco para a direita para tentar encontrar o hito (marco) de fronteira, mas depois soube que ele está a 800m de distância. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tomando a esquerda nessa bifurcação iniciei a descida para o posto dos Carabineros. O chamado Mallín Chileno (pântano chileno) (um belo prado alpino, segundo o guia Lonely Planet) foi aparecendo entre as árvores à direita e quando saí do bosque às 19h05 tive de atravessá-lo, mas por sorte não estava encharcado. Cruzei uma ponte de troncos e cheguei ao Recinto Carabineros de Chile às 19h14. É uma casinha de madeira pintada de verde e branco no meio de um bosque, mas ainda conserva o refúgio antigo ao lado. Quem me recebeu foram os três rapazes que estavam no Saltillo de las Nalcas! Conversando com eles já notei a grande diferença de sotaque em relação aos argentinos. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quem já viajou para o Chile sabe como eles são severos nos aeroportos e fronteiras com relação à entrada de alimentos frescos (frutas, legumes, carnes, sementes, laticínios, mel, etc), mas aqui não houve nada disso. Não pediram para inspecionar a minha mochila e não quiseram ver que comida eu levava.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Entreguei o passaporte para carimbo de entrada no Chile e só me devolveriam quando saísse para continuar a travessia, dois dias depois. O camping ali é gratuito e há banheiros, porém infestados de moscas. Pensei que ia ser o único a acampar ali nessa noite, mas já bem tarde chegou um casal.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Um trilheiro dormiu na casa dos Carabineros. Ele estava num grupo de quatro amigos vindo do Chile e torceu o joelho numa passada mal dada. Chegou com muita dificuldade até ali, com o joelho bem inchado, e os outros três desceram a Pampa Linda para buscar um cavalo para transportá-lo. Justamente aqueles três que passaram apressados por mim no riacho. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 1312m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 1,6ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-B_oShZeBCao/XsFt8C8QzVI/AAAAAAAA8ls/2yJNTA5vtyMZ4bnHudCVyi0CHNBf7u5OACK4BGAYYCw/s1600/20200226_143858.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-B_oShZeBCao/XsFt8C8QzVI/AAAAAAAA8ls/2yJNTA5vtyMZ4bnHudCVyi0CHNBf7u5OACK4BGAYYCw/s640/20200226_143858.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Refugio Viejo del Tronador</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 26/02/20 - subida ao Refugio Viejo del Tronador</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 11,2km (ida e volta)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 2278m no Refugio Viejo del Tronador</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 1312m no posto dos Carabineros de Chile</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia encarei uma subida constante do posto dos Carabineros até o Refugio Viejo, num desnível de 966m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">9h30 da manhã: 8,6ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tronador, aquele que trona, que produz estrondo como trovão. Nesse caso estrondo produzido pelas constantes avalanches de seus blocos de gelo. O Cerro Tronador tem 3478m e é a montanha mais alta do Parque Nacional Nahuel Huapi. Seu cume mais alto se chama Internacional e marca a fronteira entre Argentina e Chile (há também o Cume Argentino e o Cume Chileno).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Deixei a barraca montada e saí só com a mochila de ataque às 9h50 para conhecer o refúgio antigo do Monte Tronador. Saí na direção oeste e tomei a direita na bifurcação. A trilha já inicia subindo e ainda dentro do bosque. A subida se dá toda no lado chileno em área pertencente ao Parque Nacional Vicente Perez Rosales. Às 10h10 saí do bosque de árvores altas e passei a caminhar entre arbustos. Logo o caminho começa a ficar mais pedregoso. Uns 200m depois que acabam os arbustos já é possível ver o Tronador e o refúgio, ainda minúsculo. A trilha está bem marcada e sinalizada com pircas (totens de pedra). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao fazer uma curva fechada para a direita (de noroeste para nordeste) passo a caminhar por um dos contrafortes da montanha, mas cerca de 500m depois baixo para a vertente oeste desse contraforte. Ali a trilha se estreita ao cortar a encosta íngreme com queda bem alta - é bom passar com cuidado pois as pedrinhas soltas do chão não dão muita segurança. Uns 50m depois, às 11h04, começa um trecho de mais ou menos 700m de capim baixo com vários charcos. Há três pontos de água corrente nesse brejo das alturas. Depois desse capim é só pedra até o refúgio. Há mais um riacho junto a uma primeira mancha de neve ao lado da trilha. A paisagem se amplia cada vez mais, com montanhas a perder de vista. Identifiquei entre elas o Vulcão Osorno, com seu cone perfeito.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-L8QF08QcTMs/XsFuKOt7sWI/AAAAAAAA8l0/HHJf5Ye3ua0pJnAPf5coW22UMTD_isdaQCK4BGAYYCw/s1600/20200226_120815%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-L8QF08QcTMs/XsFuKOt7sWI/AAAAAAAA8l0/HHJf5Ye3ua0pJnAPf5coW22UMTD_isdaQCK4BGAYYCw/s640/20200226_120815%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>La Ventana</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 12h03 cheguei a um grande rochedo com um buraco e é por dentro dele que a trilha passa! A Pedra Furada do Tronador! Mas o nome que consta nos mapas é La Ventana (a janela). Uns 6min depois alcancei um grande campo de neve, o melhor ali é contorná-lo pela direita. Mas às 12h50 topei com outro campo de neve de cerca de 30m que tive de atravessar, não estava escorregadio. Uns 40m depois um campo bem maior, de uns 150m. Subi por uma trilha mais apagada entre pedras e cheguei ao Refugio Viejo às 13h03. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O refúgio é uma construção de pedras recoberta por chapas de metal com placa do Club Andino Bariloche e data de 1938. Seu formato de arco é bem curioso. Em 2013 ele foi batizado de “Refúgio Manuel Ojeda Cancino”. Dentro há dois tablados de madeira sobrepostos onde devem dormir umas oito pessoas. Havia um livro de registro de visitantes sobre a mesa. Ao lado do refúgio está fincado o hito de fronteira. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nada de vento e um céu incrivelmente limpo permitiram uma visão total de toda a região. Dali é possível avistar: Cerro Catedral a leste; Pampa Linda, vale do Rio Manso e Lago Mascardi a sudeste; Laguna Rosada, Cerro Volcánico e Lagunas Cauquenes a sul-sudeste; Vulcão Calbuco a oeste. Mas o Vulcão Osorno ficou escondido pelo "ombro" do Tronador, um contraforte que aponta para o sul. A altitude ali é de 2278m, 1208m abaixo do cume do Tronador, o Pico Internacional.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Antes de ir embora desci alguns metros na direção do imenso glaciar Castaño Overo e tive a satisfação de pisar um pouquinho no gelo do Tronador. Tem água corrente ali. Há cercadinhos de pedras aqui e ali para quem quiser arriscar dormir ao ar livre. Por causa do sol e ausência de vento os tábanos estavam a todo vapor. Às 16h10 comecei a descer. Depois de cruzar os dois campos de neve mais altos encontrei um casal subindo, devia ser o que acampou essa noite nos Carabineros. Fomos os únicos que subiram ao refúgio nesse dia.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Desci pelo mesmo caminho, atravessei a pedra furada às 17h07, terminei de cruzar o trecho gramado às 18h35, passei com cuidado na parte inclinada de pedrinhas soltas e queda alta, reentrei nos arbustos, depois no bosque e às 19h55 estava de volta ao acampamento. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Peguei de volta o passaporte com os carabineros pois sei que na Patagônia ninguém levanta da cama antes das 10h e eu pretendia sair antes disso.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Por azar um grupo de crianças e adolescentes muito barulhentos chegou para acampar nessa noite e fui obrigado a colocar protetores no ouvido para dormir porque eles foram se deitar muito tarde. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 2,4ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-rXUo2GBOOuw/XsFubXjO-PI/AAAAAAAA8mE/_bsIDVzby0g9zIxCcP0V7rEE7fzWuW_QwCK4BGAYYCw/s1600/20200227_133311.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-rXUo2GBOOuw/XsFubXjO-PI/AAAAAAAA8mE/_bsIDVzby0g9zIxCcP0V7rEE7fzWuW_QwCK4BGAYYCw/s640/20200227_133311.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Pontes destruídas no Rio Traidor</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 27/02/20 - de Carabineros de Chile (Paso Vuriloche) ao Rio Esperanza/Casa de Letícia</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 17,9km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 1387m </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 364m no acampamento junto ao Rio Esperanza</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: apesar de esse dia ser uma longa descida em direção ao Rio Esperanza houve subidas também, algumas bastante inclinadas. Cruzei a vau o Rio Traidor (pontes destruídas) e depois caminhei pelo vale do Rio Blanco. Desnível negativo de 1023m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">9h da manhã: 6,2ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Desmontei acampamento e saí às 9h49 na direção oeste novamente, porém tomando a esquerda na bifurcação com as placas refúgio/Ralun e Sendero Valle Esperanza. Daqui até o final da travessia no Lago Cayutue vou caminhar dentro da área do <a href="http://www.conaf.cl/parques/parque-nacional-vicente-perez-rosales" target="_blank">Parque Nacional Vicente Perez Rosales</a>.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 9h54 fui para a direita numa bifurcação com placa apontando dois hitos (marcos de fronteira) à esquerda. Houve alguns trechos de subida dentro do bosque. Às 11h20, numa abertura da mata para a direita avisto novamente o Tronador, nesse dia encoberto por uma nuvem enorme parecendo um chumaço de algodão - tive sorte de vê-lo no dia anterior completamente limpo. Em mais 10min saio do bosque e às 11h38 chego ao Refúgio Lomas de Huenchupan. É uma casa de tábuas com mesa de piquenique ao lado. Dentro há um tambor-aquecedor (chamam de salamandra) e um tablado superior com espaço para 5 ou 6 pessoas dormirem. Caberiam 4 ou 5 barracas ao lado. A visão para o Tronador é espetacular, com uma imensa cascata de gelo, o Glaciar Rio Blanco, que origina o rio de mesmo nome.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Continuei a caminhada às 12h22 e cruzei um riacho por troncos finos dentro de uma matinha. Logo a trilha sobe bastante a céu aberto com a vegetação baixa meio fechada e roçando a perna. Olhando para o Tronador consigo localizar o caminho que fiz no dia anterior para subir ao Refugio Viejo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na descida cheguei às 13h19 ao Rio Traidor. Suas duas pontes em sequência estão destruídas. No primeiro braço do rio consegui caminhar sobre as pedras e não tirei as botas, mas no segundo não teve jeito, tive de tirá-las e entrar na água, que estava na altura da canela. Levei um par de calçados só para a travessia desses rios pois sabia que seriam vários. Levei um par de tênis bem leves para maior proteção dos pés, mas tem gente que leva crocs e outros usam meias de neoprene. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois dessa manobra toda consegui sair dali às 14h05. Na subida muito empinada que se seguiu fui à direita, mas tanto faz pois os dois lados logo se encontram. Às 14h35 reentrei no bosque e às 15h é preciso atentar para a bifurcação: a direita está bem marcada e sai do bosque, mas o caminho certo é pela esquerda continuando na sombra das árvores. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h27 entrei numa trilha à direita pois o gps apontava ali as termas Juvenal. A partir daqui aparecem fontes de águas termais (pela proximidade dos vulcões) onde foram construídas piscinas bem rústicas. Mas a trilha para essas termas Juvenal estava meio apagada... até que desapareceu no meio de árvores caídas. Insisti um pouco mais até que cheguei aos restos de uma cerca de madeira com uma árvore enorme tombada. O inverno rigoroso, com muita neve, acaba fazendo esses estragos no bosque. E as termas ficaram soterradas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-vr576RsF5lQ/XsFuviCgs0I/AAAAAAAA8mQ/HeAo-pTLc7QFIfZllaTlE-7m51ef0y8cgCK4BGAYYCw/s1600/20200227_164542%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-vr576RsF5lQ/XsFuviCgs0I/AAAAAAAA8mQ/HeAo-pTLc7QFIfZllaTlE-7m51ef0y8cgCK4BGAYYCw/s640/20200227_164542%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Casa da família Oyarzo feita com tejuelas de alerce</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Voltei à trilha principal e cruzei uma ponte larga de tábuas (em estado razoável) sobre o Rio Blanco às 16h19. Com mais 5min fui à esquerda numa bifurcação por ser a trilha mais larga e saí do bosque. Caminhei ao longo de uma cerca e me dirigi a uma casa no meio de um grande campo. Cheguei a ela às 16h37. Estava vazia e trancada a cadeado. Era na verdade uma casa e mais duas casinhas feitas com tejuela de alerce, uma árvore ameaçada da região. Mais afastado havia um galpão. Esse lugar pertence à família Oyarzo, mas o antigo morador, Don Juvenal, faleceu em 2018.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Retomei a caminhada às 16h53 cruzando o campo na mesma direção (oeste) e acompanhando a cerca. Na primeira quina dela quebrei à esquerda (com seta) mas na segunda quina continuei em frente (não à esquerda de novo) na direção do bosque e entrando nele. Cruzei o Rio Blanco por uma ponte de tábuas e uma tronqueira em seguida. Começam a aparecer as valas por onde a trilha corre, valas escavadas pelos séculos de uso desses caminhos, inclusive por tropas.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi um pouco (70m) e às 17h35 passei por uma laje de pedra um pouco exposta com caída para a direita, mas nada assustador. Chamam esse lugar de Piedra del Buitre (pedra do abutre, decerto pelos muitos cavalos que já despencaram ali). Uns 4min depois cruzei uma porteira aberta. Na primeira água corrente que apareceu parei para me refrescar. Passei por mais duas porteiras abertas, uma ponte de tábuas em bom estado e as valas começaram a ficar mais profundas, com o solo e as plantas acima da cabeça. Surgiram os arrayanes, árvores com o tronco cor de canela mais comuns em beiras de rios e lagos. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Numa bifurcação às 18h43 tomei a esquerda, subindo. Cruzei outra porteira, saí do bosque para um pasto e cheguei a outro sítio com vacas e cavalos às 19h12. Na casa encontrei enfim um morador dessas paragens, Jorge Sanchez, que me disse que mora ali também o sr Aroldo Alvarado. Pedi permissão para tirar foto da bonita casa de tejuelas de alerce, infelizmente um pouco mal conservada. Segui caminho reentrando na mata, cruzei mais duas porteiras e saí do bosque para um gramado às 19h49. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na descida avistei casas no vale e depois fumaça na direção do rio (esquerda). A primeira casa na verdade era um galpão, mais adiante no meio das árvores estava a casa de Letícia Alvarado e Enrique (não visível dali e fechada também). A fumaça que pensei vir da chaminé de outra casa na verdade era da fogueira de um grupo de amigos de Buenos Aires que estavam acampados no gramado perto do Rio Esperanza. Conversei com eles e trocamos informações sobre a travessia já que estávamos fazendo em sentidos contrários. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Do outro lado do Rio Esperanza há uma casa também, essa dos srs Lalo e Coche Muñoz. Um grupo de 14 "chicos" (adolescentes nesse caso), dos quais o carabinero tinha me falado, dormiu essa noite ali também, por isso acampei bem longe... rs.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esse dia tem muitos trechos a céu aberto. Recomendável usar um protetor solar. Não há problema de água, encontrei vários outros riachos além dos citados acima.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 364m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 6ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xDuRU2CiUYI/XsFu_4odbhI/AAAAAAAA8mc/toSclVRfRScXEbyc7SqNQ15MOVqowkacQCK4BGAYYCw/s1600/20200228_134235.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-xDuRU2CiUYI/XsFu_4odbhI/AAAAAAAA8mc/toSclVRfRScXEbyc7SqNQ15MOVqowkacQCK4BGAYYCw/s640/20200228_134235.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Casa da família Muñoz feita com tejuelas de alerce</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">4º DIA - 28/02/20 - de Rio Esperanza/Casa de Letícia a Casa de Tito Velázquez</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 11,3km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 367m na casa dos Muñoz</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 246m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia cruzo a vau o Rio Esperanza e acompanho o Rio Blanco pela margem esquerda. Dia de pouco desnível (121m).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h20 da manhã: 7,1ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A barraca amanheceu ensopada pela condensação, tive de esperar o sol chegar ao fundo do vale para secá-la antes de guardar. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois fui conhecer as termas. Como não há sinalização nenhuma para chegar a elas perguntei aos portenhos. Basta seguir o rio a montante por uma trilha dentro da mata por 300m. Ela desce diretamente para uma ponte suspensa destruída com os dois tanques à direita, bem junto ao Rio Esperanza. A temperatura da água estava deliciosa, benditos vulcões! Mas o lugar é rústico de verdade, não espere piscina de azulejos. Voltei ao acampamento e ainda fui conhecer um outro tanque, este mais próximo porém menor e mais raso. Quando voltei o pessoal de Buenos Aires já tinha partido. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a caminhar às 12h09 na direção indicada pelo gps: norte e noroeste, ou seja, descendo o Rio Esperanza por esse mesmo lado. Fui na direção do galpão por onde cheguei no dia anterior, cruzei a porteira e, ao sair no campo com vacas, encontrei a casa de Letícia Alvarado e Enrique. Estava fechada e dizem que não vivem mais aí. Continuei pela trilha ao longo de uma cerca, cruzei outra porteira e cheguei ao Rio Blanco, que tem esse nome por causa da água cinzenta de degelo. Ele se origina no Glaciar Rio Blanco, um dos oito glaciares do Cerro Tronador.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Porém esse rio é bem largo, com correnteza e a ponte estava no chão. A água cinzenta é perigosa pois não permite ver a profundidade. Esse local se chama La Junta porque a 300m dali o Rio Blanco se junta ao Rio Esperanza. Lembrei que os amigos de Buenos Aires disseram que haviam cruzado o Rio Esperanza e que não passaram pela casa de Letícia. Voltei então ao acampamento para ver como era a travessia desse rio, e é muito mais fácil. O rio é raso (bate nos joelhos) e a água é transparente, dando mais noção de profundidade. Só é preciso tomar cuidado para não escorregar nas pedras do fundo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Idag5ZN05AY/XsFvNQ2EMZI/AAAAAAAA8mk/odRaAyXF_QgVDaToYyrxqoRX9mi8AEGEACK4BGAYYCw/s1600/20200228_135927.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-Idag5ZN05AY/XsFvNQ2EMZI/AAAAAAAA8mk/odRaAyXF_QgVDaToYyrxqoRX9mi8AEGEACK4BGAYYCw/s640/20200228_135927.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Blanco</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi até a casa dos Muñoz mas não havia ninguém, somente o cachorro tomando conta. Havia um pé de ameixas cheio de frutos mas estava bem azeda. A casa e o galpão também de tejuelas de alerce, aliás o galpão uma bela construção. Apesar da distância da civilização havia uma antena da DirecTV. Saindo dali às 13h43 tomei a trilha na direção noroeste seguindo o rio, agora pela margem esquerda. Eu não tinha essa trilha no gps mas tudo indicava que estava no caminho certo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em 4min entrei no bosque e caminharia o dia todo dentro dele (portanto sem tanta necessidade de protetor solar nesse dia). Algumas janelas na mata para a direita deixam ver o cinzento Rio Blanco. Cruzei três riachos, duas porteiras, outro riacho e começaram a aparecer as valas profundas por onde a trilha corre, valas de 3m a 4m de profundidade! Nesse trecho encontrei com o sr Lalo Muñoz voltando para casa a cavalo e conversamos bastante. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Caminhava cercado por árvores enormes, bem altas e de tronco que necessita várias pessoas para abraçar. Cheguei às 15h28 a um bonito riacho cristalino cercado de pedras brancas e parei para lanchar. Saí às 15h43. Mais dois riachos, uma porteira e percebo a vegetação mudando. Aparecem inclusive samambaias. Sinais da Selva Valdiviana. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 17h09 surge uma trilha à direita com a placa: "seguir por la derecha los peatones (pedestres)". Aqui entronca a trilha que vem da margem direita do Rio Blanco, aquela que tentei fazer mas a ponte estava no chão.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mais um riacho e topei às 18h17 com uma bifurcação com placa: Rio Blanco à direita e Ralun à esquerda. Esse caminho "Rio Blanco" desce esse rio para o norte para chegar ao Lago Todos os Santos, de onde se pode contratar um barco para Petrohué e seguir para Puerto Varas e Puerto Montt (Chile). Ou um barco na direção contrária (leste) para Peulla e voltar à Argentina. Mas o meu caminho era por terra mesmo e para Ralun, então segui para a esquerda. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mais um riacho, uma porteira, outro riacho e às 18h40 saio do bosque para um pasto, sinal de que se aproximava outro sítio. Passei por vacas pastando, subi levemente e avistei a casa abaixo. Cheguei a ela às 18h51. Toda de tejuelas de alerce também, mas em mau estado de conservação. Havia luz acesa, bati, esperei, mas não apareceu ninguém, deviam estar na roça. Provavelmente era a casa de Tito Velázquez (mas li em outros relatos que seria a casa de Pedro Muñoz, o que me deixou em dúvida). O sr Lalo disse que teriam queijo, por isso me interessava ainda mais encontrar alguém. Para não acampar no quintal e causar algum incômodo me afastei um pouco (pura bobagem...). Continuei o caminho, cruzei um riacho pelas pedras, passei uma porteira e encontrei um bom local para acampar antes do próximo riacho e junto a uma matinha. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 262m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 7,3ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-T0q9jHaN7II/XsFvc5gdI4I/AAAAAAAA8mw/aDSKHTRraigE4y6DbyR0nu_CUj3yjQcqACK4BGAYYCw/s1600/20200229_150852%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-T0q9jHaN7II/XsFvc5gdI4I/AAAAAAAA8mw/aDSKHTRraigE4y6DbyR0nu_CUj3yjQcqACK4BGAYYCw/s640/20200229_150852%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna de los Palos</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">5º DIA - 29/02/20 - da Casa de Tito Velázquez ao Rio Conchas</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 17,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 359m próximo à Laguna de los Palos</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 223m no Rio Conchas</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia cruzei a vau o Rio Quitacalzones (Laguna de los Palos) e depois quatro vezes o Rio Conchas. Mais um dia de pouco desnível, com apenas uma subida mais acentuada de 66m de altura.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h da manhã: 8,4ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A barraca amanheceu com o sobreteto ensopado de novo pela condensação. É uma barraca 4 estações, para montanha, por isso ocorre tanta condensação. Ainda bem que tive outro dia ensolarado para secá-la antes de arrumar a mochila. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando desmontava acampamento passou um homem a cavalo na trilha na direção de Ralun. Me cumprimentou de longe. Voltei à casa para ver se havia alguém, mas aquele homem era justamente o morador. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando saía para iniciar a caminhada apareceram os primeiros corredores que estavam fazendo uma prova do Lago Cayutue ao Lago Todos os Santos. Depois foi uma chateação cruzar com tanta gente correndo naquela trilha tão estreita. A sinalização de fitas vermelhas que vi no final do dia anterior era por conta dessa prova.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do meu local de acampamento no sentido sudoeste às 11h25, o que se mostrou muito tarde para chegar ao Lago Cayutue ainda nesse dia. Entrei na sombra do bosque, cruzei uma porteira e saí num gramadão com vista para as montanhas às 12h29. Mais 5min e cheguei a um sítio abandonado com as casas semidestruídas. Curioso ver mesa e cama ainda dentro da casa. Ao redor pés de maçã, ameixa, cereja e castanha-portuguesa. Parei para descansar na sombra e passaram algumas pessoas a cavalo na direção contrária. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí às 13h20 e cruzei um riacho por uma ponte improvisada com três troncos. Depois dele a trilha atravessou um gramado na direção sudeste. Entrei num bosque e ao sair dele às 13h35 a trilha bifurcou no pasto: à esquerda uma porteira e depois uma casa com gente (fumaça saindo da chaminé), mas achei melhor seguir pela direita, cruzei um riacho num tronquinho e ao me deparar com outra porteira não a cruzei e sim quebrei para a direita pelo campo sem trilha até que ao final dele encontrei uma trilha. Não me aproximei da casa e não soube quem mora nela.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-mrAHPJi2mr8/XsFvqHaFlMI/AAAAAAAA8m4/Y_TnpdHlD3A1NGRgfIkwEy-LhfpZIRLFQCK4BGAYYCw/s1600/20200229_180056.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-mrAHPJi2mr8/XsFvqHaFlMI/AAAAAAAA8m4/Y_TnpdHlD3A1NGRgfIkwEy-LhfpZIRLFQCK4BGAYYCw/s640/20200229_180056.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>A trilha já se transformou em valas profundas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei uma porteira e entrei no bosque. Outra porteira e me aproximo de um rio que está à esquerda, um dos vários formadores do Rio Quitacalzones. Numa bifurcação fui à esquerda pois à direita havia um lamaçal, mas os dois lados se encontram 200m depois. O rio à minha esquerda deságua na Laguna de los Palos, mas eu começo a subir. Reaparecem as valas profundas por onde a trilha corre. E árvores enormes também. Vejo à esquerda pelas frestas da vegetação a Laguna de los Palos bem abaixo (também chamada de laguna del bosque inundado). Depois de subir 66m (de altura) a trilha desce e volta ao Rio Quitacalzones já extravasando da laguna. Às 14h39 foi a primeira vadeação (palavra feia; vado, em espanhol, é bem melhor) desse dia. Rio raso, água acima do tornozelo, correnteza fraca, portanto nenhuma preocupação (em dias sem chuvas). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parei na campina da margem esquerda para um lanche e depois fotos da Laguna de los Palos. Continuei às 15h35 e encontrei outro rio para vadear apenas 170m depois. Nesse caso se você estiver usando um calçado reservado para essas travessias de rio nem vale a pena tirá-los. Eu já havia calçado as botas e consegui cruzar esse rio por pedras e troncos sem precisar calçar os tênis de novo. Ufa!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei mais uma porteira (com vacas) no bosque, dois riachos e saí num gramado às 16h40. Atravessei o Rio Hueñu Hueñu pelas pedras e reentrei no bosque. Esse riacho deságua no Quitacalzones formando o Rio Conchas, o qual acompanharei e cruzarei a vau quatro vezes até o final do dia. Saí dessa mata para a direita seguindo as fitas vermelhas da prova mas reentrei nela apenas 200m depois cruzando um riacho raso às 17h11. Cruzei pastos e bosques com valas profundas cheias de barro (deve ser um terror na época de chuvas) até que às 18h15 cheguei a outro sítio, mas só vi vacas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Entrei em outra mata (com arrayanes) e saí dela para a direita diretamente nas pedras da margem do Rio Conchas. Caminhei quase 100m pelas pedrinhas e não estava encontrando a continuação da trilha para reentrar no bosque à esquerda. Olhei para a outra margem do rio e vi um totem. Foi a primeira de quatro travessias a vau desse rio (18h55). Água na canela e correnteza fraca. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Reentrei na mata, agora na margem direita do rio e caminhei 1,1km até encontrar o rio de novo. Caminhei pelas pedras da margem por 80m e tirei as botas outra vez para entrar no rio, que bateu no joelho dessa vez (19h40). Aqui é melhor permanecer com o calçado reservado para água pois as travessias vão ser em sequência. Até tentei encontrar um caminho pela mata que evitaria essas duas travessias seguidas mas ele sumiu. Na margem esquerda agora cruzei outra matinha e voltei às pedras do rio. Atravessei o rio pela terceira vez (19h57) e a água chegou ao joelho. Mais 1,1km pelo bosque da margem direita e o cruzei de novo com água na canela às 20h28. Encontrei um gramadão na margem esquerda e pelo horário resolvi acampar ali.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 223m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 10,8ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-zu3p_steOtQ/XsFv3vDjziI/AAAAAAAA8nE/dyxC7r0IaZ84CBHE_NyiK6O18iBx2U3_wCK4BGAYYCw/s1600/20200301_111310.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-zu3p_steOtQ/XsFv3vDjziI/AAAAAAAA8nE/dyxC7r0IaZ84CBHE_NyiK6O18iBx2U3_wCK4BGAYYCw/s640/20200301_111310.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: medium; text-align: start;">Rio Conchas</i></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">6º DIA - 01/03/20 - do Rio Conchas a Ralun (Chile)</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 7,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 435m no estacionamento</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 223m no Rio Conchas</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse último dia de caminhada apareceram duas subidas: ao chegar ao leito "gramado" do Lago Cayutue subi 139m e desci tudo de novo para voltar à margem; ao deixar o Lago Cayutue subi 203m até o estacionamento no início da estrada para Ralun.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h20 da manhã: 11,7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a caminhar às 11h15. Saí do bosque para um gramado e cruzei um riacho pelas pedras. Surgiu uma casa semidestruída à esquerda com pés de cereja e castanha-portuguesa. Saí dela na direção norte mas há vários caminhos pisados. Numa sequência de bosques e pastos cheguei à extremidade leste do Lago Cayutue, mas aqui ele parece mais um gramado. Ainda faltava muito para alcançar sua área de acampamento. A trilha entrou no bosque às 12h10, fez uma curva para a esquerda e apareceu uma subida longa e inesperada. Há quem caminhe pelo "gramado", mas há o risco de encontrar um pântano ou ter de caminhar dentro da água. Frestas na mata deixavam ver o lago lá embaixo. Subi 139m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Descendo, passei por valas muito fundas, uma porteira, um riacho e às 13h08 cheguei à margem sul do lago. Visão espetacular. Contornando o lago não deixei escapar nenhuma amora, eram as primeiras da temporada e estavam deliciosas. Passei por mais valas bem fundas e alcancei um gramadão com muito vento às 13h34. Caminhei para a direita para me reaproximar do lago e cheguei às suas margens em 7min. Lindo lago! No acampamento contei nove barracas. Fiz muito bem em parar lá no rio. Do lago se avista o Vulcão Puntiagudo ao norte. Há vários caminhos no bosque, mas a saída para a estrada é na direção sudoeste a partir do acampamento. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei aquele gramadão e reentrei no bosque às 14h. Logo apareceu um riacho e pensei que teria de tirar as botas de novo, mas consegui me equilibrar no tronco à esquerda. Parei ali para um lanche rápido, queria chegar logo à estrada para aumentar a minha chance de carona com as pessoas voltando do lago. Seriam 10km de estrada até Ralun, bastante para ir caminhando. Além disso conseguir carona no sul do Chile é algo bem fácil. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí às 14h28. Depois do riacho veio uma subida suave mas muito molhada e enlameada de quase 500m! Cruzei quatro riachos e saí da sombra do bosque. A trilha se transformou numa estradinha de pedras. Passei pelas primeiras casas e cheguei às 15h22 a um estacionamento, mas só carros 4x4 conseguem chegar ali. Subida de 203m desde a margem do lago.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menos de 200m depois passei por uma camionete parada na estradinha e o sujeito que estava conversando com o motorista me chamou e me ofereceu carona. Caramba, carona caindo do céu assim! Ficou surpreso quando lhe disse que estava caminhando havia seis dias. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-f-wDfEgdkbs/XsFwHE1IXhI/AAAAAAAA8nU/ey4UVD8iBAsAKIAxREzAWW4oyzWi7ANTQCK4BGAYYCw/s1600/20200301_134514.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-f-wDfEgdkbs/XsFwHE1IXhI/AAAAAAAA8nU/ey4UVD8iBAsAKIAxREzAWW4oyzWi7ANTQCK4BGAYYCw/s640/20200301_134514.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Cayutue</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A estrada nesse trecho é terrível, muitos buracos e pedras. Quase 4km descendo passamos pelo estacionamento onde carros baixos têm que parar. Mais 6,6km e chegamos à rodovia V-69, que liga Ensenada (oeste) a Caleta Puelche (leste). Eu sabia de dois campings à esquerda na rodovia mas ele quis me levar para a direita, mais próximo da ponte do Rio Petrohué. Me deixou às 16h05 no mercadinho El Fundo, 800m depois da ponte, onde eu poderia comprar comida e perguntar de camping. O mercado não tinha pão nem queijo, de lanche de trilha só tinha bolachas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O único lugar para acampar ali perto seria no gramado na margem do Rio Petrohué tratando com o dono do terreno na casa próxima. Não tem placa de camping nem tem nome, na frente da casa tem um letreiro escrito "Excursiones de pesca Luis". Cobram CLP4000 (R$29,63) com banheiro e wifi só na casa e sem ducha (banho no rio). Por sorte as meninas da casa fizeram pão amassado (pão caseiro chileno) para eu jantar e levar na próxima caminhada de dois dias, que seria o retorno à Argentina pelo Passo Internacional Rio Puelo (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/passo-internacional-rio-puelo.html" target="_blank">aqui</a>).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 3m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha em Pampa Linda deve-se tomar o transporte em van das agências Transitando Lo Natural (Rua 20 de Febrero, 25) e Travel Light (Rua 20 de Febrero, 426, <a href="http://www.travelighturismo.com/" target="_blank">www.travelighturismo.com</a>). Ambas estão muito próximas do CAB (Club Andino Bariloche) e da Intendência do Parque Nacional Nahuel Huapi, bem no centro de Bariloche. O transporte da Transitando Lo Natural sai da frente da agência e o da Travel Light sai da frente do CAB. Ambos saem às 8h30 da manhã e é recomendável comprar a passagem um dia antes. Preço em fev/20: ARS900 (R$56,25). Não há transporte público de Bariloche a Pampa Linda.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. a entrada no Parque Nacional Nahuel Huapi custa ARS400 para estrangeiro (R$25; fev/20)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para fazer qualquer trilha no Parque Nacional Nahuel Huapi é obrigatório fazer o registro de trekking. É gratuito e pode ser feito pela internet (<a href="http://www.nahuelhuapi.gov.ar/" target="_blank">www.nahuelhuapi.gov.ar</a>), na Intendência do parque nacional em Bariloche (Av San Martin, 24) ou nos postos de guardaparque.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. em Pampa Linda há dois campings: Camping Los Vuriloches: ARS550 por pessoa + ARS250 a ducha (<a href="http://www.campinglosvuriloches.com/" target="_blank">www.campinglosvuriloches.com</a>)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Camping Agreste Rio Manso (da Hosteria Pampa Linda): ARS300 por pessoa + ARS250 a ducha</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. em Ralun acampei num gramado na margem direita do Rio Petrohué onde o dono cobra CLP4000 (R$29,63) com banheiro e wifi só na casa e sem ducha (banho no rio). O local não tem nome, deve-se tratar na casa com placa "Excursiones de pesca Luis".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. em Ralun há ônibus para Cochamó, Rio Puelo e Lago Tagua Tagua na direção leste e Puerto Varas e Puerto Montt na direção oeste</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-2aCzogFEYRE/XsFwUn9qJII/AAAAAAAA8nc/engQo0CFhOAM6JLTfb1Jz6qu0uAgmoS5wCK4BGAYYCw/s1600/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-2aCzogFEYRE/XsFwUn9qJII/AAAAAAAA8nc/engQo0CFhOAM6JLTfb1Jz6qu0uAgmoS5wCK4BGAYYCw/s640/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido.JPG" width="640" /></a></span><br />
<br />
<br />
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-PWF32LlyJmk/XsFwahE7gKI/AAAAAAAA8no/WKrauMdE9McVvf_7UFcO5Akn0YicFlYTQCK4BGAYYCw/s1600/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido%2Bparcial1.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-PWF32LlyJmk/XsFwahE7gKI/AAAAAAAA8no/WKrauMdE9McVvf_7UFcO5Akn0YicFlYTQCK4BGAYYCw/s640/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido%2Bparcial1.JPG" width="640" /></a><br />
<br />
<br />
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-ycYqLnMZgvc/XsFwfpgffQI/AAAAAAAA8nw/neWXcNgTB-IOBQb570wC5_0TNh7Km7X6QCK4BGAYYCw/s1600/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido%2Bparcial2.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-ycYqLnMZgvc/XsFwfpgffQI/AAAAAAAA8nw/neWXcNgTB-IOBQb570wC5_0TNh7Km7X6QCK4BGAYYCw/s640/Vuriloches%2BGE%2Bcolorido%2Bparcial2.JPG" width="640" /></a>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-37094171378997461742020-05-17T09:41:00.000-07:002020-05-17T09:41:25.049-07:00Laguna Los Perros (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-u5DRlXd7SAc/XsFoMVyA3qI/AAAAAAAA8kY/WZnp2OdUMHweh-Q9bImDPn1wlwIbka9bQCK4BGAYYCw/s1600/20200220_155044%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-u5DRlXd7SAc/XsFoMVyA3qI/AAAAAAAA8kY/WZnp2OdUMHweh-Q9bImDPn1wlwIbka9bQCK4BGAYYCw/s640/20200220_155044%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Los Perros</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Início: curva La Herradura na RN3</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Final: RN3</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 10,1km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Duração: 2 dias</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 886m no mirante dos lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 284m no início da trilha</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: fácil para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. O desnível de 602m do primeiro dia é bastante gradual.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Numa das tantas caronas que peguei no portal de Ushuaia para chegar ao início das trilhas um dos motoristas me deu a dica da Laguna Los Perros, da qual eu não tinha nenhuma informação. Depois de pesquisas na internet tracei um percurso que subiria da RN3 a essa laguna, continuaria pela crista do Cerro Verde e desceria às Lagunas Gemelas para terminar em outro ponto da RN3. Mas na prática não foi tão simples e acabei executando só uma parte do plano, mas já valeu muito a pena.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>1º DIA - 20/02/20 - de La Herradura à Laguna Los Perros e mirante do Lago San Ricardo</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 6,7km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 886m no mirante dos lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 284m no início da trilha</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada subi da rodovia RN3 à Laguna Los Perros num desnível de 311m. Continuei subindo até o mirante dos lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano em mais 291m de desnível. Voltei à Laguna Los Perros e acampei um pouco acima dela com muito vento.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí do hostel às 9h05. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Logo depois do portal as pessoas ficam pedindo carona. Já havia gente ali e me posicionei depois delas para respeitar a ordem de chegada. Demorou bastante dessa vez (1h20). Antes parou um carro com duas senhoras mas não iam até o Passo Garibaldi. Às 11h07 parou um carro para mim, o motorista ia para Rio Grande. Muito gente boa, fomos conversando o tempo todo. Ele parou às 11h49 no Passo Garibaldi porque queria tirar fotos no Mirador do Lago Escondido. Muita gente nesse mirante. Dali se avista também o Lago Fagnano. Só mais 2,5km e ele parou num recuo à direita para eu descer. Essa curva fechada da estrada se chama La Herradura e ali inicia a trilha da Laguna Los Perros. Mas antes cruzei a rodovia e fui tirar mais fotos do Lago Escondido em outro mirante, esse sem ninguém. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ps-83XeT0I4/XsFoYwtR_YI/AAAAAAAA8kk/Rj7Fc-xyBE4abTrOgTluPgbZsTM4Lm2PQCK4BGAYYCw/s1600/20200220_181021.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-ps-83XeT0I4/XsFoYwtR_YI/AAAAAAAA8kk/Rj7Fc-xyBE4abTrOgTluPgbZsTM4Lm2PQCK4BGAYYCw/s640/20200220_181021.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Mirante dos lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Entrei na trilha às 13h05. Altitude de 284m. Uma placa ali informa a altitude da laguna (600m) e a distância (5,8km ida e volta). Lá do mirante vi quando um carro parou na entrada da trilha e duas garotas com mochila pequena entraram nela, mas não cheguei a alcançá-las. Logo a trilha se aproxima do riacho à esquerda e surge uma ponte de tabuinhas sobre um tronco (Puente La Oruga = a lagarta) onde cruzei para a margem direita verdadeira. A trilha está bem marcada e até sinalizada, mas tem lama demais. Aponta na direção sul e sudeste. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 13h37 cruzo um riacho pelas pedras. Logo saio do bosque e visualizo as montanhas no final do vale. Aparece uma curiosa sinalização feita com tampinhas coloridas pregadas nos troncos. E também começam as famigeradas castoreiras, represas construídas por castores que arrasam com o bosque ao redor. Cruzei mais dois bosques com água corrente e às 14h30 parei numa cachoeira.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuei às 15h16. A subida pela esquerda da cachoeira foi por uma turfa bem molhada. A turfa é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Havia uma castoreira abaixo e vi um castor nadando nela. Agora num nível mais alto do vale cruzei outro bosque e depois um riacho por um tronco. Subi mais e alcancei às 15h50 um grande platô onde está a Laguna Los Perros. Laguna bonita num lugar alto e bem tranquilo. Altitude de 595m. As duas garotas já a estavam contornando pela direita, depois não as vi mais. Até aí o dia estava bonito, com céu azul. Percorri a margem direita (oeste) e subi um pouco mais. A intenção era alcançar um outro mirante com vista para os lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano. Havia uma trilha que se dirigia para a direita (oeste) mas esse mirante ficava à esquerda (leste).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Passei a caminhar sem trilha na direção sul-sudeste. Cruzei um riacho e me dirigi a uma quedinha-d'água. Subi à direita dela. Não encontrei trilha e tampouco havia totens. Continuei subindo na direção leste. Ao me deparar com uma grande ladeira de pedras desviei para a direita, mas subi tentando não me afastar muito dela. No alto dessa ladeira um mar de pedras sem trilha. Continuei na direção leste e a paisagem foi se abrindo para um lado ainda desconhecido. Fiz uma curva fechada para a esquerda (norte) e cheguei às 18h ao mirante. Altitude de 886m. Vista magnífica dos lagos San Ricardo, Santa Laura e Fagnano para nordeste. Além deles visão de montanhas em todo o horizonte em 360º. Com certeza o mirante mais abrangente e de maior alcance de todos os trekkings que fiz em Ushuaia (não foi o de maior altitude). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Depois da laguna o céu havia fechado, mas não havia sinal de chuva no horizonte. Em questão de minutos estava tudo branco em várias direções e começou a chover. Vesti a roupa impermeável e comecei o retorno antes que viessem raios também (dias depois houve uma tempestade elétrica em Ushuaia, algo bem incomum na cidade e que chegou ao <a href="https://www.eldiariodelfindelmundo.com/noticias/2020/02/26/85628-tormenta-de-verano-show-de-truenos-y-relampagos-en-ushuaia" target="_blank">noticiário</a>). Na volta à Laguna Los Perros desci pela ladeira de pedras e não foi tão ruim. Peguei da água que descia pela ladeira. Conhecendo o caminho levei 1h para retornar a ela (na ida foi muito mais pela ausência de trilha e de totens). Há bem poucos lugares planos, secos e protegidos do vento para acampar perto da laguna. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 607m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 7,3ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Fqx9IeXOQrw/XsFol55uNRI/AAAAAAAA8kw/wY6y5HeO33kedcoIocC9L_hQUvbScfs1wCK4BGAYYCw/s1600/20200221_141324.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-Fqx9IeXOQrw/XsFol55uNRI/AAAAAAAA8kw/wY6y5HeO33kedcoIocC9L_hQUvbScfs1wCK4BGAYYCw/s640/20200221_141324.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Raquel</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 21/02/20 - da Laguna Los Perros à RN3</b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 3,4km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 705m na Laguna Raquel</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 375m na RN3</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia tentei subir da Laguna Los Perros ao cume do Cerro Verde mas não completei a subida. Da Laguna Raquel (subida de 110m desde a Laguna Los Perros) desci à rodovia RN3 um desnível de 330m, onde peguei carona para voltar a Ushuaia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No meio da noite acordei com as rajadas fortes de vento. Ainda bem que consegui um lugar entre os arbustos para amenizar um pouco. O dia amanheceu ainda cinzento mas sem chuva. Uma cachoeira ao lado da laguna tinha a água lançada para cima pelo vento. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">10h da manhã: 13,6ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desmontei acampamento e saí às 12h31 subindo pelo mesmo caminho do dia anterior mas continuando pela trilha marcada para a direita (oeste) dessa vez. Alcancei às 12h52 um outro lago, a Laguna Raquel, e os totens aparentemente terminavam aí. Altitude de 705m. Minha intenção era subir ao cume do Cerro Verde, a crista ao norte da Laguna Raquel que divide o vale da Laguna Los Perros (leste) do vale onde passa a rodovia RN3 (oeste).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Embora sem trilha a subida continuava fácil. Até que cheguei num ponto em que a crista era estreita, bem ruim de caminhar e com queda lateral alta. Para a frente uma elevação íngreme de pedras e lajes soltas. Não estava seguro caminhando ali. Também não conseguia ver um caminho descendo para a esquerda (oeste) e se avançasse teria que voltar tudo pela crista. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Decidi parar e retornar. De volta à Laguna Raquel às 14h20 resolvi procurar por totens apontando para oeste e encontrei! Era uma trilha desconhecida e pouco usada, mas resolvi arriscar - se sumisse de repente eu ainda teria tempo de voltar pelo mesmo caminho do dia anterior. Ela percorreu a encosta oeste da montanha e desceu suave até entrar num bosque às 14h50. Havia água e parei para um lanche. Com trilha marcada dentro do bosque fiquei mais confiante de que daria certo. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-NREXweuhO8E/XsFoy1dQOmI/AAAAAAAA8k8/lbnQ-MtqLo43Vd_TkxyCh8uxBvk5Ze3_QCK4BGAYYCw/s1600/20200221_112531.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-NREXweuhO8E/XsFoy1dQOmI/AAAAAAAA8k8/lbnQ-MtqLo43Vd_TkxyCh8uxBvk5Ze3_QCK4BGAYYCw/s640/20200221_112531.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Los Perros</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A trilha ficou bem mais inclinada dentro do bosque. Num certo ponto havia até um cabo de aço para dar apoio, mas com o chão seco não foi preciso usá-lo. Havia sinalização de várias cores nas árvores. De tão pouco usada cresceu uma vegetação baixa bem no meio da trilha. Às 15h26 a trilha terminou na estradinha do gasoduto e eu comemorei o sucesso da aventura. Fui para a direita na estradinha por 880m e após uma ladeira mais inclinada de pedras soltas alcancei a RN3. Altitude de 375m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como era uma curva, subi cerca de 200m e fiquei numa reta para conseguir carona mais fácil. Logo apareceu um caminhão e o motorista reduziu a velocidade antes mesmo de eu levantar o dedo! Acho que queria muito uma companhia para conversar. Era um caminhão muito alto, foi até difícil subir nele. Estava carregado de pedras, muito pesado, e desceu muito devagar. Ele teve tempo de reclamar muito da economia na Argentina. Morava em Buenos Aires perto de uma "villa" (favela) e decidiu se mudar para Ushuaia para ter mais qualidade de vida. Às 17h ele me deixou perto do portal porque ia pesar o caminhão antes da cidade. Imediatamente outro caminhoneiro me viu e parou para me levar até um ponto de ônibus mais perto do centro. Salve a gentileza desse povo!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. não há opção do serviço de transporte Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul pois não há itinerário até o Passo Garibaldi</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-K8gl85f4DWk/XsFn-Ce4b9I/AAAAAAAA8kQ/AYyLhrs07W8Bawk6gUby5aUNdvNti8eTACK4BGAYYCw/s1600/Laguna%2BLos%2BPerros%2B-%2BGE%2B2.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-K8gl85f4DWk/XsFn-Ce4b9I/AAAAAAAA8kQ/AYyLhrs07W8Bawk6gUby5aUNdvNti8eTACK4BGAYYCw/s640/Laguna%2BLos%2BPerros%2B-%2BGE%2B2.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-47864202188356618212020-05-17T09:34:00.000-07:002020-05-17T09:34:20.813-07:00Estância Túnel e Rio Encajonado (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-U3sJ75o_Iew/XsFmpCNxDLI/AAAAAAAA8js/ZVxlRwIz-zYiY7hsrGEScG1zwed6lDnOwCK4BGAYYCw/s1600/20200217_171033.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-U3sJ75o_Iew/XsFmpCNxDLI/AAAAAAAA8js/ZVxlRwIz-zYiY7hsrGEScG1zwed6lDnOwCK4BGAYYCw/s640/20200217_171033.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Porteira da Estância Túnel</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Início: aterro sanitário de Ushuaia (desagradável, mas dá para evitar)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Final: Playa Larga</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 21,9km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 327m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 0m na foz do Rio Encajonado</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: fácil por ser por trilha bem marcada (ou estradinha fechada a carros) e desnível positivo de apenas 308m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A leste da cidade de Ushuaia, às margens do Canal de Beagle, está o balneário de mar dos fueguinos, a Playa Larga, uma praia de pedrinhas de cerca de 1km de extensão. Continuando pela costa se encontram algumas estâncias (fazendas), sendo a mais próxima a Estância Túnel. Depois dela chama a atenção um rio que corre por dentro de um profundo cânion antes de desaguar no Beagle, o Rio Encajonado (encaixotado). Para não ir e voltar pelo mesmo caminho até o Rio Encajonado desenhei um percurso que chega à Estância Túnel pela serra e retorna pela costa. Essa foi a diversão desse dia, que começou ensolarado e terminou com muita chuva e vento frio, típico de Ushuaia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse percurso de ida pela serra tem o inconveniente de passar ao lado do basural, o aterro sanitário de Ushuaia. Não é tão horrível, mas para quem preferir evitar basta fazer o mesmo trajeto pela costa na ida e na volta.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">17/02/2020 - Saí do hostel um pouco tarde, às 9h35. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos por exemplo muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci às 10h10 no ponto da Rua Pioneros Fueguinos quase esquina com a Perito Moreno, que ali é uma rodovia. Cruzei a Moreno e procurei o melhor lugar à direita para descer ao Rio Olívia. Cruzei-o por uma ponte estranha (altitude de 19m) e tomei a estrada de terra poeirenta para a esquerda, subindo. Para mim, pior que o basural é esse trecho de 530m em que os carros e caminhões de lixo passam e cobrem a gente de poeira. Mas passado o portão do basural não circulam mais carros. Cerca de 920m após a ponte chego às 10h25 a uma porteira azul de ferro com cadeado mas com um portão ao lado. Ali a estradinha faz uma curva para a direita (leste) e sobe mais forte. Para trás a visão de Ushuaia e do Canal de Beagle vai se ampliando. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-scoit1sAvkA/XsFm1w-NTwI/AAAAAAAA8j4/TZeEdMhGpjAN-FG_OIFYeGn70-s5tnFsACK4BGAYYCw/s1600/20200217_160247%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-scoit1sAvkA/XsFm1w-NTwI/AAAAAAAA8j4/TZeEdMhGpjAN-FG_OIFYeGn70-s5tnFsACK4BGAYYCw/s640/20200217_160247%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Foz do Rio Encajonado</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quase no topo da estrada há uma bifurcação em que se deve seguir à esquerda fazendo uma curva em S ou tomar uma trilha-atalho no meio das duas ramificações (não seguir na estrada à direita). A estrada toma o rumo leste e vai percorrer a distância a face sul do Cerro Le Cloche. Foi aí, após uma porteira, que eu procurei uma trilha (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/cachoeira-velo-de-novia-e-laguna-5.html" target="_blank">aqui</a>) para subir esse cerro e não encontrei. Seria preciso subir pelo bosque sem trilha e depois pela encosta de pedras/lajes soltas sem caminho definido também, creio eu, o que chega a ser um pouco arriscado. Continuando pela estradinha, às 11h33 cheguei a um largo com uma casa de madeira que parecia em construção. Não havia ninguém. Cruzei o riacho pelas pedras e subi à esquerda. Cerca de 520m depois da casa surge uma trilha bem marcada entrando no bosque à direita. Esse é um outro caminho que desce à costa mas eu queria tomar a descida que dá diretamente na Estância Túnel, portanto tinha de continuar até o final da estradinha. Logo atingi o ponto mais alto da caminhada, 327m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 12h07 passei por um curral vazio à direita e com mais 7min a estrada vira uma trilha entrando no bosque. Na bifurcação 90m depois uma seta aponta para a direita mas vou para a esquerda. Mais 70m e continuo em frente num cruzamento de trilhas. Parei para almoçar junto a alguns troncos caídos. Apesar de não ter visto sinal de vida comecei a ouvir barulho de motosserra. Retomei a caminhada às 12h45 e a trilha toma o rumo sul, descendo. Apareceram algumas vacas e logo cruzei com um homem a cavalo e seu fiel cachorro. Às 12h57 apareceu uma bifurcação, fui para a direita, mas tanto faz pois se encontram mais abaixo. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 13h19 entroncou uma trilha à direita que é uma das ramificações daquela primeira trilha de descida. Com mais 210m cheguei à Estância Túnel, às 13h25. Ali há uma casa e currais com vacas e cavalos, mas não vi ninguém. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Meu próximo objetivo era o Rio Encajonado, a 2,8km dali caminhando pela costa no rumo leste. Fui então para a esquerda. A trilha corre um pouco alta, não pela margem do canal. Cruzei com três pessoas voltando e depois com mais três ou quatro. Interessante notar ali as árvores que cresceram completamente inclinadas pela ação do vento! Ao chegar ao Rio Encajonado às 14h20 encontrei um argentino que tinha chegado de bicicleta até ali. Ele disse que cruzou o rio junto ao canal e não viu continuação da trilha. Disse que a água estava gelada. Nesse local de chegada se vê o rio correndo lá embaixo no fundo do cânion. Há até uma "ponte" sobre ele mas exige muito equilíbrio e sangue frio pois é um tronco fino com duas cordinhas finas como corrimão. Nem pensar que eu passaria ali, aliás não conseguia chegar nem perto dessa "ponte" pela altura das paredes do cânion. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com informações contraditórias restou a dúvida se a trilha continua ou não. Provavelmente sim mas eu não quis entrar naquela água gelada para explorar do outro lado. Seria só uma exploração para voltar em outra ocasião já que não havia tempo para seguir mais à frente e voltar no mesmo dia à cidade. A nota ruim ali naquele local bonito era um touro que despencou e jazia bem na embocadura do rio...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-S0T2cyqZePc/XsFnArOm9NI/AAAAAAAA8kE/uGFsw6u0Ol8IZ5DN780G8ChKJljGlCWRQCK4BGAYYCw/s1600/20200217_134926.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-S0T2cyqZePc/XsFnArOm9NI/AAAAAAAA8kE/uGFsw6u0Ol8IZ5DN780G8ChKJljGlCWRQCK4BGAYYCw/s640/20200217_134926.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Será que venta muito?</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Depois chegaram mais três garotas mas logo foram embora. Iniciei o retorno às 16h06, passei pelas casas da Estância Túnel às 17h e continuei pela costa. Cruzei a porteira de entrada da fazenda e uma placa ali aponta o Rio Encajonado à direita, subindo. Não devem querer que fique gente passando bem na porta da casa deles. Às 17h17 cheguei a uma bifurcação onde o melhor caminho é pela direita, o da esquerda é ruim, desce e sobe muito. Entrei num bosque e na saída dele vem da direita outra ramificação daquela primeira trilha de descida. Cruzei um riacho (com origem naquela casa de madeira lá em cima) por dois troncos e saí do bosque. Ali à esquerda num morrote está o Mirador San Sebastian. Algumas vacas na trilha, um extenso bosque e cheguei às 18h13 a uma porteira. Uma placa ali alerta para o futuro desaparecimento dessa trilha por causa da construção de uma estrada! Com mais 4min cheguei a um final de estrada de rípio com um estacionamento e cinco carros. Há ali uma torre de ferro chamada Baliza Escarpados pertencente à Marinha Argentina.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Comecei a andar pela estrada e veio a chuva. Parei para vestir a roupa impermeável, comer alguma coisa e ver se a chuva parava - que nada... Continuei pela estrada com chuva mesmo e às 19h avistei a Playa Larga (Praia Comprida) bem abaixo a esquerda. Ao fundo Ushuaia, mas a paisagem estava toda cinzenta pela chuva. Apareceram alguns acessos secundários à praia mas o principal veio às 19h18. A areia está além de um gramado que tem churrasqueiras de alvenaria. Algumas pessoas pararam o carro ali no estacionamento e foram visitar a praia com aquele tempo horrível. Uma placa mais adiante dá as boas-vindas à "Reserva Provincial, Cultural y Natural Playa Larga". A estrada faz uma curva para a direita, se afasta da praia e depois cruza o Rio Olívia, o mesmo que cruzei de manhã antes do aterro sanitário. Cheguei à Avenida Perito Moreno às 19h45 e dobrei à direita para tomar o ônibus da linha B no mesmo local onde saltei de manhã, Rua Pioneros Fueguinos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto da Rua Pioneros Fueguinos quase esquina com Perito Moreno</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. o valor da passagem em fev/20 era AR$24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-C2QDrxWeZcw/XsFmdogj8KI/AAAAAAAA8jk/M7Ndjpv3WeY1DrGrmEs4xPl2vBv_h3nZwCK4BGAYYCw/s1600/Estancia%2BTunel.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-C2QDrxWeZcw/XsFmdogj8KI/AAAAAAAA8jk/M7Ndjpv3WeY1DrGrmEs4xPl2vBv_h3nZwCK4BGAYYCw/s640/Estancia%2BTunel.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-57833826940075965062020-05-17T09:25:00.002-07:002020-05-17T09:25:59.301-07:00Trilha dos Mirantes do Glaciar Martial (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-tXLXwMbiUq0/XsFkUPHd1yI/AAAAAAAA8i4/shXy8bEokBIgtc2Om3IVjx2Vs-lUjQilgCK4BGAYYCw/s1600/20200216_154904.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-tXLXwMbiUq0/XsFkUPHd1yI/AAAAAAAA8i4/shXy8bEokBIgtc2Om3IVjx2Vs-lUjQilgCK4BGAYYCw/s640/20200216_154904.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Ushuaia e Canal de Beagle vistos do Mirador del Beagle</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Início: Hotel Altos Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Final: autódromo de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 10,1km (caminhei mais 2,5km do centro de Ushuaia ao início da trilha no Hotel Altos Ushuaia e 5,7km do final da trilha no autódromo ao centro de Ushuaia)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 317m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 78m no autódromo de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: fácil, apesar do desnível positivo de 199m desde o início da trilha no Hotel Altos Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Glaciar Martial é a trilha mais próxima do centro de Ushuaia e a primeira caminhada da maioria dos que visitam a cidade. Quando fui conhecê-lo (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/glaciar-martial-ushuaia-argentina-jan20.html" target="_blank">aqui</a>) descobri em certo momento da subida uma trilha que saía para a esquerda (oeste) da estrada de asfalto. Um painel com mapa mostrava o trajeto e tinha o nome de "Senderos Miradores del Glaciar Martial" (trilha dos mirantes do Glaciar Martial) por passar por três mirantes. Naquele dia não havia tempo para explorar esse outro caminho, então reservei este dia sem previsão de chuva para percorrê-lo. Vale dizer que essa caminhada não chega ao glaciar e nem mesmo ao estacionamento dele, a saída para essa trilha está bem abaixo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">16/02/2020 - Saí do hostel bem tarde, às 10h10. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos por exemplo muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Do centro de Ushuaia subi pela Rua Juana Fadul até a Avenida Hernando de Magallanes (uma avenida larga, de duas pistas) e a tomei para a esquerda (oeste) às 10h12. Andei 1,5km e virei à direita na Rua Aldo Motter às 10h36. Uma placa na esquina aponta a direção do glaciar. Na pequena Plazoleta Republica del Paraguay tomei a rua que sobe à esquerda em diagonal, continuação da Aldo Motter. Nessa esquina a placa não cita o glaciar mas outra placa subindo a Aldo Motter em diagonal sim. Cerca de 540m depois da plazoleta e 60m antes do Hotel Altos Ushuaia entrei na rua de terra à direita. A trilha "oficial" começa bem à direita desse hotel, com um grande painel com mapa do Sendero del Glaciar Luis Martial. Da outra vez subi por esse caminho e desci por uma trilha alternativa, pela qual subo hoje. O caminho mais curto seria pela trilha "oficial" mas quis variar.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entrando na rua de terra à direita às 11h (há um pequeno estacionamento no início dela, altitude de 118m) em apenas 80m tomei a trilha à esquerda sem sinalização nenhuma. Mas dentro do bosque apareceram os troncos pintados de amarelo e depois uma plaquinha "glaciar". A trilha acompanha a margem esquerda verdadeira do Arroyo Buena Esperanza. Apesar de haver água na trilha recomendo levar sua própria água para beber. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-NOqb2UbRry0/XsFkg3VtlmI/AAAAAAAA8jA/RxCzOEFgs-IANG2-aIKiE2r2YpHsc1rxACK4BGAYYCw/s1600/20200216_134751.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-NOqb2UbRry0/XsFkg3VtlmI/AAAAAAAA8jA/RxCzOEFgs-IANG2-aIKiE2r2YpHsc1rxACK4BGAYYCw/s640/20200216_134751.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Ushuaia e Canal de Beagle vistos do Mirador Pista Wallner</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Subi bastante e às 11h22 cruzei uma ponte de troncos sobre um profundo cânion. Na bifurcação em seguida tomei a esquerda pois a direita leva ao glaciar. Saí na estrada de asfalto que sobe para o estacionamento do glaciar e continuei para a esquerda. Passei na frente do Hotel Los Acebos e cruzei a estrada, encontrando o painel com mapa "Senderos Miradores del Glaciar Martial". Altitude de 197m. Os mirantes desse percurso são: Mirador Pista Wallner, Mirador Montes Martial e Mirador Beagle. O mapa mostra a trilha só até esse último mirante mas eu pretendia continuar por ela e sair perto do autódromo de Ushuaia. O painel informa ainda a distância dali a cada um dos mirantes, com desnível, tempo estimado e dificuldade. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entrei no caminho largo junto a esse painel às 11h31 e com apenas 30m peguei a trilha saindo para a direita e sinalizada com círculos azuis. Passei pelos fundos do Hotel Las Hayas e reentrei no bosque. Antes de tomar a direção sudoeste para chegar ao primeiro mirante quis explorar uma outra trilha que apareceu. Tomei então a trilha subindo à direita e segui em frente no cruzamento 60m depois. Essa trilha sobe bastante para oeste por 540m e chega a uma bifurcação em T (altitude de 313m). Fui para a direita, a trilha fez algumas curvas e terminou às 12h19 na mesma estrada de asfalto, atrás do Hotel Cabañas del Martial.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pelo caminho encontrei sinalizações diversas, de cores azul, preta, amarela, verde e vermelha, apontando para vários lados, e não tive paciência de tentar decifrar. Essas trilhas são usadas no inverno para ski e caminhada com raquetes de neve.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O mais interessante nesse trajeto são as cabanas feitas de troncos finos características dos povos Yámana e Selk'nam. Também notei nas árvores o fungo pão-de-índio. Quando jovens são redondos de cor amarela ou alaranjada, depois secam e concentrados formam uma protuberância no tronco. Têm esse nome porque eram usados como alimento pelos povos originários da região. Parei para um lanche perto da estrada. Às 12h43 iniciei o retorno pelo mesmo caminho, desci até o cruzamento e tomei agora a direita (sudoeste) para o primeiro mirante, Mirador Pista Wallner, aonde cheguei às 13h40. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por ser uma antiga pista de ski uma grande clareira está aberta no bosque, o que proporciona vista para a cidade, o Canal de Beagle e a Ilha Navarino (onde estava chovendo, pra variar). Ao lado da pista restos de um teleférico. A continuação da trilha se dá quebrando para a direita e subindo por 100m a antiga pista. Encontrei uma grande clareira boa para acampar - não havia placa de proibido acampar, apenas de proibido fazer fogo. Em seguida, na bifurcação em T fui para a esquerda (a direita me levaria à bifurcação em T anterior, aquela que termina no asfalto). Me deparei com um turbal onde jogaram troncos para poder passar mas o melhor é desviar por uma trilha à esquerda. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Turbal (ou turbera) é uma área de turba (turfa em português), que é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_8bJ9NhCeAE/XsFkuACOfqI/AAAAAAAA8jM/Kw1z_OzT0vsmLd-MRrdZEO2iYMoGQCk5ACK4BGAYYCw/s1600/20200216_142929.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-_8bJ9NhCeAE/XsFkuACOfqI/AAAAAAAA8jM/Kw1z_OzT0vsmLd-MRrdZEO2iYMoGQCk5ACK4BGAYYCw/s640/20200216_142929.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Turbal de las Três Lagunas e Montes Martial vistos do Mirador Montes Martial</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Apenas 40m após esse turbal, às 14h27, encontrei o segundo mirante, Mirador Montes Martial (ou Mirador del Martial), que, como o próprio nome diz, mira as montanhas e não a cidade e o canal. Mira também o grande turbal (Turbal de las Três Lagunas) e o bosque que antecedem os Montes Martial, bem como o famoso Glaciar Martial. Todas as montanhas estão identificadas no painel. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuando, com mais 380m a trilha chega a outro turbal, mas não é preciso se molhar pisando nele: o Mirador del Beagle e a continuação da trilha em direção ao autódromo estão ambos à esquerda. Basta escolher na bifurcação: Mirador del Beagle à esquerda e autódromo à direita entrando no bosque. Fui conhecer esse último mirante, que por ficar 160m fora da trilha principal tem a melhor visão dos três. Cheguei às 14h45. Um painel identifica as montanhas a leste de Ushuaia, entre elas o Monte Olívia e o Cerro 5 Hermanos. Apesar do sol tímido, estava bastante frio ali, mesmo assim fiquei mais de 1h admirando a paisagem. Até aí encontrei 8 ou 9 pessoas apenas, caminhando ou correndo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 15h50 retomei a caminhada. Voltei 160m até a bifurcação e segui para a esquerda entrando no bosque. Passei por uma velha placa numa árvore escrito "Bosque Hermoso" - concordo! Com 440m desde a bifurcação do mirante apareceu outra bifurcação e fui para a esquerda, continuando em trilha marcada no bosque. À direita sairia do bosque para um caminho largo porém muito pouco pisado e com risco de estar encharcado. Os dois se encontram mais adiante. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 16h31, já saindo do bosque, topei com um portão trancado mas de fácil passagem. A trilha, que vinha no rumo geral oeste, aqui gira para o sul e desce bastante, se aproximando do final. Com mais 10min outra bifurcação: à direita se cruza um portão e em 140m se chega a um fim de rua poeirenta, à esquerda se cruza uma cerca e se chega a uma rua paralela à anterior mais abaixo. Preferi a esquerda, mas antes descansei um pouco - nessa hora passou um grupo de bicicleta e tomou a direita na bifurcação. Em ambos os caminhos há água corrente. Descendo pela esquerda, passei pela cerca e na rua de terra fui para a esquerda também. Minha direção agora era leste para voltar ao centro de Ushuaia. Nesse mesmo local terminei quase um mês antes um outro trekking que fiz, o Paso de la Oveja (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/glaciar-vinciguerra-e-paso-de-la-oveja.html" target="_blank">aqui</a>).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Passei pelo autódromo à minha direita e cheguei à RN3 (que aqui é de rípio) às 17h22 (altitude de 78m). Fui para a esquerda (Parque Nacional Tierra del Fuego à direita) comendo poeira e em 11min cheguei à esquina das ruas Leandro Alem e Hipólito Irigoyen, onde há ponto de ônibus das linhas A e B para o centro. Mas preferi ir caminhando esses últimos 5km para conhecer mais da cidade. Tomei a Leandro Alem à esquerda e depois entrei na 12 de Octubre à direita. Quase ao final dela entrei na Avenida Maipu à esquerda e cheguei à Rua Juana Fadul às 18h49.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZJk-36MqhW4/XsFk7xHiseI/AAAAAAAA8jY/CJ062btKYi0nX_8B7DCS-ha4k_mQ3GXYgCK4BGAYYCw/s1600/miradores%2BMartial%2B3.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZJk-36MqhW4/XsFk7xHiseI/AAAAAAAA8jY/CJ062btKYi0nX_8B7DCS-ha4k_mQ3GXYgCK4BGAYYCw/s640/miradores%2BMartial%2B3.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-12810905811233879452020-05-17T09:18:00.000-07:002020-05-17T14:14:58.167-07:00Circuito da Laguna Ceniza (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-tQMvmgBv7PM/XsFhydDIoXI/AAAAAAAA8h8/5e9jQsIah3gW1mS9RWIeY9Se7gB7grnvgCK4BGAYYCw/s1600/20200213_112628.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-tQMvmgBv7PM/XsFhydDIoXI/AAAAAAAA8h8/5e9jQsIah3gW1mS9RWIeY9Se7gB7grnvgCK4BGAYYCw/s640/20200213_112628.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Ceniza</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início e final: RN3 no acesso ao Refúgio Bonete</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 22,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 3 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 773m no Passo Beban Leste</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 144m no Valle Carbajal</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: Alta. A caminhada no geral tem dificuldade média, porém classifico como alta por causa da descida muito íngreme do Passo Beban Leste. A maior subida tem desnível de 629m, mas a quebrei em dois dias.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No quarto dia do trekking Circuito da Sierra Valdivieso (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-sierra-valdivieso-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>) topei no Valle Carbajal com uma plaquinha discreta apontando para uma tal Laguna Ceniza à esquerda da trilha principal, subindo. Marquei o local, estudei o trajeto na internet e planejei a exploração dela em forma de circuito. Faria de novo uma parte do trajeto do Valle Carbajal (porém ao contrário do que fiz no final do trekking Valdivieso) e subiria até a Laguna Ceniza, continuando até o Passo Beban Leste e descendo para o Refúgio Bonete, com final no mesmo local na RN3. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os dias estavam muito chuvosos em Ushuaia neste verão de 2020, mas para esta caminhada a previsão do <a href="https://www.yr.no/?spr=eng" target="_blank">Yr</a> era de apenas 0,5mm no dia 12 e 0,1mm no dia 13, porém na montanha a coisa foi bem diferente...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 12/02/20 - da rodovia RN3 à Laguna Ceniza</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 8,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 553m na Laguna Ceniza</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 144m no Valle Carbajal</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada voltei ao Valle Carbajal e subi à Laguna Ceniza num desnível de 409m. Acampei próximo a ela.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do hostel às 8h25. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-9qBAE56fzM4/XsFh9CEwC9I/AAAAAAAA8iE/6AqL-tQjiakoZ8HkUT-DNgHDuaFdKQpFgCK4BGAYYCw/s1600/20200212_095336.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-9qBAE56fzM4/XsFh9CEwC9I/AAAAAAAA8iE/6AqL-tQjiakoZ8HkUT-DNgHDuaFdKQpFgCK4BGAYYCw/s640/20200212_095336.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Montanhas ao norte do Valle Carbajal</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Logo depois do portal as pessoas ficam pedindo carona. Já havia gente ali e me posicionei depois delas para respeitar a ordem de chegada. Logo parou um carro para mim e o motorista era trilheiro também. Me perguntou o que eu já tinha feito de trekking nos arredores (bastante coisa!) e me falou de uma tal Laguna Los Perros, que eu desconhecia. Sugestão anotada e depois explorada (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/laguna-los-perros-ushuaia-argentina.html" target="_blank">aqui</a>). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saltei na entrada da trilha para o Refúgio Bonete às 9h53. O céu estava azul e as montanhas iluminadas pelo sol, nenhuma sugestão do que viria à tarde. Ali há um painel com mapa e informações sobre as trilhas próximas, inclusive um caminho que vai do Centro Invernal Tierra Mayor até o Rio Olívia, trajeto que fiz em duas etapas (relatos <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/laguna-submarino-e-laguna-esmeralda.html" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-sierra-valdivieso-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a caminhar às 10h19. Altitude de 240m. Imediatamente entrei no bosque por um caminho largo, passei pela clareira de piquenique onde acampei no final do trekking Valdivieso, cruzei o Rio Esmeralda por uma ponte em reforma e às 10h55 cheguei à bifurcação com placas apontando "Cruce" à direita e Puente La Reina/Laguna Ceniza à esquerda. Esse cruce (cruzamento) da direita dá acesso tanto ao Refúgio Bonete quanto à Cascada Beban. Segui para a esquerda e com mais 300m saí do bosque. Uns 25m depois a trilha quebra para a esquerda (oeste). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na cadeia montanhosa ao norte o Cerro Bonete se destaca e ao sul é o Monte Olívia o protagonista. Passei pela primeira castoreira, que são represas construídas por castores e que matam todo o bosque ao redor. Um cenário desolador de árvores mortas, lama e brejo, mas essa estava à esquerda da trilha, não era preciso cruzá-la. Atravessei o Rio Beban pela dançante Ponte La Reina (a rainha) às 11h23, cruzei um bosque e saí no familiar Valle Carbajal, um enorme turbal por onde corre o Rio Olívia. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Turbal (ou turbera) é uma área de turba (turfa em português), que é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante. A turba é recolhida para diversas finalidades: é usada como fertilizante e substrato no cultivo de plantas, como combustível doméstico mas de baixo poder calórico, para adsorção de metais pesados presentes em ambientes, no combate a derramamentos de petróleo, entre outras.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ZaIe15_oLeU/XsFiH-sv8PI/AAAAAAAA8iQ/PonXruiiLnckSMI-8GwXMcojw_TfDDfkgCK4BGAYYCw/s1600/20200212_153643.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-ZaIe15_oLeU/XsFiH-sv8PI/AAAAAAAA8iQ/PonXruiiLnckSMI-8GwXMcojw_TfDDfkgCK4BGAYYCw/s640/20200212_153643.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Monte Olívia</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esse turbal tem um caminho já consolidado em forma de canaleta de alguns centímetros de profundidade, mas é muito chato e cansativo caminhar por essa canaleta estreita. Nesse percurso até a bifurcação para a Laguna Ceniza o caminho se alterna entre a canaleta no turbal e os bosques à direita. Felizmente alguém colocou fitas crepe na entrada e saída de cada bosque e dentro dele também, facilitando muito a caminhada. Porém a cada entrada e saída há um lamaçal preto como obstáculo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h20 cheguei à bifurcação com plaquinha "Laguna Ceniza arriba" e parei 28min para descansar e comer um lanche. A trilha já começa subindo (arriba!) e está bem marcada e sinalizada com fitas de várias cores. Às 13h55 cheguei ao limite do bosque, depois só árvores mais baixas. Para trás a visão do Valle Carbajal começa a se abrir com diversas lagoas. Cruzei um riacho e uma matinha. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 14h38 cruzei por pedras e troncos o riacho que vem da laguna. O calor estava forte e muito incomum para essa região. Parei para tirar a camiseta de manga longa e passar protetor solar... para depois o tempo fechar. Continuei às 15h33 e em 30min cruzei outra mata com riacho. Às 16h17 passei ao lado de outra castoreira. Cruzei o riacho da laguna mais duas vezes. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 16h36 cheguei a um lago com um morro rochoso atrás e a trilha sumiu, mas o caminho mais óbvio parecia ser à esquerda do rochoso, ao lado de um deslizamento de pedras. Esse lago era bem bonito, água verde e transparente, mas era outra represa de castores. Vencida a subida pela esquerda do deslizamento cheguei às 16h50 à Laguna Ceniza. Caminhada bastante fácil até aqui. Altitude de 553m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Porém aparentemente a previsão do <a href="https://www.yr.no/?spr=eng" target="_blank">Yr</a> não valia para este local pois o tempo mudou rapidamente e quando eu montava a barraca começou a chover granizo. Por sorte eram bolinhas pequenas e não danificaram a barraca. Depois parou de chover e pude caminhar ao longo da laguna, apesar do vento frio, e tirar muitas fotos. Ameaçava voltar a chover a qualquer momento. Lá pelas 19h30 apareceu um castor nadando nela. Tinha lido que é mais fácil vê-los de manhã bem cedo ou no final do dia e isso se confirmou nos trekkings que fiz. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não apareceu mais ninguém, a laguna foi só minha e dos castores nessa noite. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 553m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 1,5ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-mlf9fEGxsGg/XsFiVVVbP3I/AAAAAAAA8ic/5S45SvNP0oM9MimpmP7YEWM4eweI-Kt5ACK4BGAYYCw/s1600/20200212_153534.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-mlf9fEGxsGg/XsFiVVVbP3I/AAAAAAAA8ic/5S45SvNP0oM9MimpmP7YEWM4eweI-Kt5ACK4BGAYYCw/s640/20200212_153534.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Valle Carbajal</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 13/02/20 - da Laguna Ceniza ao Refúgio Bonete</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 9,5km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 773m no Passo Beban Leste</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 308m próximo ao Refúgio Bonete </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia subi da Laguna Ceniza ao Passo Beban Leste (desnível de 220m) e desci dele por uma trilha extremamente íngreme ao vale do Rio Beban. Continuei por esse vale até o Refúgio Bonete (desnível negativo de 465m desde o passo), onde acampei</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">10h da manhã: 7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O dia amanheceu cinzento e ficou assim o tempo todo. Comecei a caminhar às 11h14. Da laguna é possível ver o Passo Beban Oeste, mas meu objetivo era o Leste. Caminhei pela direita (leste) da laguna até alcançar o rio que a alimenta e subi pela pedraria sempre próximo a ele. Não há trilha marcada mas a navegação é visual: subir o rio e quando estiver mais fácil galgar a encosta de pedras na direção do passo à direita. Às 11h58 cruzei o rio para a direita seguindo um totem. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Foi muito mais fácil do que eu imaginava e cheguei ao Passo Beban Leste às 12h15. Altitude de 773m, a maior do circuito. Do outro lado o vale do Rio Beban. Ao contrário do dia em que passei aqui no trekking Valdivieso (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-sierra-valdivieso-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>), nesse dia estava tudo cinzento e mal se viam as montanhas. Mas o pior dessa caminhada viria agora: a descida extremamente inclinada do passo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Há duas "línguas" de pedras soltas do topo do passo até a sua base no vale. Na outra ocasião eu subi pela da direita olhando de baixo para cima e foi bem difícil. Dessa vez tentei a outra, a da direita agora olhando de cima para baixo. Não sei dizer qual foi pior. A descida é pior que a subida num local assim pois há que tomar muito cuidado a cada passo para não escorregar nas pedras soltas e rolar ladeira abaixo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cheguei a uma clareira de acampamento na base do passo às 13h e parei para descansar. Apareceu de outra direção - sem trilha! - um casal meio perdido. Ele italiano e ela lituana. Ele falava espanhol e disse que fizeram um circuito enorme por um trajeto difícil sem trilha e queriam chegar logo à rodovia, que ainda estava um pouco distante. Saí logo depois deles, às 13h52, e vi que em vez de subir um pouco a encosta da direita e caminhar pela trilha sinalizada eles seguiram junto ao rio, acredito que sem trilha nenhuma, como vinham fazendo há dias. Não os vi mais depois disso. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Eu refiz ao contrário o caminho do segundo dia do trekking Valdivieso. Ao sair do local de acampamento deixei o Rio Beban abaixo à esquerda e caminhei pela encosta mais ou menos em nível. Ali cruzei com mais quatro trilheiros, esses argentinos, e conversamos rapidamente. Após uma crista rochosa que abre visão para um nível mais baixo do vale inicia a descida (15h02). Nela a trilha se perde às vezes e há lama e charcos. Algumas pircas (totens de pedra) ajudam a se orientar.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao final da descida (15h45) se chega ao nível mais baixo que tinha avistado lá da crista rochosa. Bem à direita há um riacho que despenca da encosta, uma água boa para encher o cantil. Depois a trilha segue mais nivelada e se aproxima do Rio Beban, mas desaparece em alguns momentos. Passei por uma clareira de acampamento, atravessei um bosque e cruzei às 16h38 o Beban no mesmo local da outra vez pois não encontrei outro lugar tão raso. Não tirei as botas de novo mas mesmo sendo impermeáveis as meias ficaram úmidas. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Segui pelo turbal quase sem trilha me mantendo mais à esquerda e alcancei às 16h58 a trilha bem marcada da Cascada Beban, que fica 120m à direita. Mas como já a conhecia e não valia a pena visitá-la de novo segui para a esquerda na trilha (sul). Numa bifurcação 630m depois fui para a esquerda, atravessei um turbal bem encharcado e cheguei ao Refúgio Bonete às 17h29 (fechado). Há água corrente cerca de 120m antes. Mais uma noite de acampamento sozinho.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 319m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 7,4ºC</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-q61Vv_4gSGg/XsFikORukeI/AAAAAAAA8io/4KFX71epjokBesNCwVw4-FNcsubLXuQtACK4BGAYYCw/s1600/20200212_190409.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-q61Vv_4gSGg/XsFikORukeI/AAAAAAAA8io/4KFX71epjokBesNCwVw4-FNcsubLXuQtACK4BGAYYCw/s640/20200212_190409.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Ceniza</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 14/02/20 - do Refúgio Bonete à RN3</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 4,4km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 319m no Refúgio Bonete </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 179m na ponte do Rio Esmeralda</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: caminhada fácil do Refúgio Bonete à rodovia RN3, onde pedi carona para voltar a Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">9h15 da manhã: 10,4ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Deixei o refúgio às 10h48 pela trilha bem batida na direção sul. Atravessei um bosque à direita que serve como desvio da trilha ruim. Às 10h58 fui para a esquerda numa bifurcação seguindo a sinalização e passei à esquerda de um lago entrando em outro bosque. Às 11h11 cheguei a um cruzamento de trilhas: para a direita a Cascada Beban a 1,8km, para a esquerda o Centro Invernal Tierra Mayor a 6,1km e para a frente a Senda Hacheros a 3,3km (a RN3 está a 3,6km nessa direção). Segui em frente.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 11h28 saí novamente a céu aberto e no turbal havia uma passarela de tábuas. Entrei na mata novamente e às 11h53 alcancei a bifurcação do primeiro dia com placas apontando "Cruce" (de onde vim) e Puente La Reina/Laguna Ceniza (à direita). Estava fechado o circuito. Continuando à esquerda, parei no Rio Esmeralda para tirar a lama das botas para pedir carona limpo. Cruzei a ponte e passei pela clareira de piquenique. Às 13h08 estava na RN3 pedindo carona para voltar a Ushuaia. Parou um carro e era uma mulher sozinha. Moradora da cidade, ela nunca tinha ouvido falar da Laguna Ceniza...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul de hora em hora das 9h às 14h.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-2Oaq1Jf0oRA/XsFhQMrgc3I/AAAAAAAA8hw/iECGNVBXXIc2JDwG5mPYRW6x9DbO_GXaQCK4BGAYYCw/s640/Ceniza%2B4.JPG" width="640" /></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-7594553206337298742020-05-17T09:05:00.000-07:002020-05-17T14:10:37.792-07:00Circuito da Sierra Valdivieso (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="http://3.bp.blogspot.com/-ywMo9t71IMY/XsFdzOwPPnI/AAAAAAAA8f4/FxRMpcqh0Ys51iW94gClXBmdASj3dzI2wCK4BGAYYCw/s1600/20200208_134306%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-ywMo9t71IMY/XsFdzOwPPnI/AAAAAAAA8f4/FxRMpcqh0Ys51iW94gClXBmdASj3dzI2wCK4BGAYYCw/s640/20200208_134306%25280%2529.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vale do Rio Torito</span></i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: estacionamento da Laguna Esmeralda </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: Círculo de Oficiales da Polícia de Tierra del Fuego (antiga Posada del Peregrino)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 53,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 5 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 919m no Passo Mariposa</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 142m no Círculo de Oficiales</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: alta porque há três passos de montanha a cruzar, dois deles muito íngremes, e porque não há sinalização no caminho. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quem já fez essa caminhada ou já estudou o seu trajeto pode estranhar eu tê-la iniciado no estacionamento da Laguna Esmeralda e não na trilha do Refúgio Bonete. É que o meu trekking anterior tinha sido pela trilha que liga as lagunas Submarino e Esmeralda (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/laguna-submarino-e-laguna-esmeralda.html" target="_blank">aqui</a>). Como essa trilha de ligação continua até o Rio Olívia passando pelo Refúgio Bonete resolvi conhecer o restante dela. O trecho da Laguna Esmeralda ao Refúgio Bonete encaixei no início do Circuito da Sierra Valdivieso e o restante no final dele.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O Circuito da Sierra Valdivieso é a caminhada mais difícil de Ushuaia pois atravessa três passos de montanha, dois deles muito íngremes, e termina em um imenso turbal (Valle Carbajal) bastante cansativo de caminhar. Difícil também porque quase não há sinalização pelo caminho, é preciso ir com um gps com o caminho gravado ou um bom mapa com o percurso marcado e uma bússola.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tive muita sorte com o tempo, cinco dias sem chuva em Ushuaia é uma raridade.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 06/02/20 - do estacionamento da Laguna Esmeralda ao Refúgio Bonete e Cascada Beban</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 8,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 356m próximo à Cascada Beban</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 247m na ponte do Rio Esmeralda</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada percorri o vale do Rio Esmeralda até o Rio Beban. Visitei a cachoeira do Rio Beban e voltei um pouco para acampar ao lado do Refúgio Bonete, que estava fechado.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do hostel às 9h15. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos, por exemplo, muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (início de fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-xXzFPbx_qt0/XsFeNpDBt9I/AAAAAAAA8gE/7ZFb0jC9XRkl1tV2LqYQvC0TCv7LaY_wwCK4BGAYYCw/s1600/20200206_161845.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-xXzFPbx_qt0/XsFeNpDBt9I/AAAAAAAA8gE/7ZFb0jC9XRkl1tV2LqYQvC0TCv7LaY_wwCK4BGAYYCw/s640/20200206_161845.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cascada Beban</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Logo depois do portal as pessoas ficam pedindo carona. Já havia gente ali e me posicionei depois delas para respeitar a ordem de chegada. O motorista que parou para mim morava num sítio e cultivava frutas como morangos e framboesas. Estava com a camionete cheia de mudas. Saltei no estacionamento da Laguna Esmeralda às 10h52 e ainda havia poucos carros em relação ao grande movimento diário que há ali. Comecei a caminhar às 11h04. Altitude de 290m. A trilha é sinalizada e imediatamente entra no bosque. Uma placa informa que o turbal que vou atravessar nesse trekking (Tierra Mayor e depois Valle Carbajal) é um dos mais extensos da América do Sul!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Turbal (ou turbera) é uma área de turba (turfa em português), que é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante. A turba é recolhida para diversas finalidades: é usada como fertilizante e substrato no cultivo de plantas, como combustível doméstico mas de baixo poder calórico, para adsorção de metais pesados presentes em ambientes, no combate a derramamentos de petróleo, entre outras.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dessa vez segui a trilha "oficial" da Laguna Esmeralda - quando a visitei alguns dias antes (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/laguna-submarino-e-laguna-esmeralda.html" target="_blank">aqui</a>) segui um grupo de amigos que conhecia diversos atalhos para chegar ao estacionamento na RN3. Como é comum nas trilhas em Ushuaia havia bastante barro. Ao sair do bosque uma visão magnífica do Cerro Navidad, Cerro Bonete e Cerro Alvear. Cruzei uma ponte de troncos, um bosque e às 11h39 cheguei à bifurcação sinalizada que aponta a Laguna Esmeralda em frente e a Cascada Beban à esquerda. Fui para a esquerda e em 3min atravessei o Rio Esmeralda por uma ponte de tábuas, porém a trilha sumiu. Fui para a esquerda na direção de uma ponte destruída, atravessei alguns arbustos e reencontrei a trilha entrando no bosque. Nas árvores continua a sinalização de duas faixas horizontais nas cores azul e branca do projeto "Sendero del Fin del Mundo", além de círculos vermelhos, que encontrei no trecho entre o Centro Invernal Tierra Mayor e a Laguna Esmeralda (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/laguna-submarino-e-laguna-esmeralda.html" target="_blank">aqui</a>). Esta trilha em que estou também é parte da etapa 6 do projeto, que vai da Cascada Rio Beban até Tierra Mayor. Mais informações em <a href="http://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">lahuellaandina.com.ar</a>, link "Guía original de Senderos de Patagonia".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 12h34 cruzei a trilha PIPEF (Pista Provincial de Esqui de Fundo) e às 13h22 outro cruzamento: à direita o Refúgio Bonete, à esquerda a RN3 (está escrito Senda Hacheros) e em frente a Cascada Beban. Segui em frente. Nas duas próximas bifurcações fui à direita e esquerda seguindo a sinalização azul e branca. Saí do bosque às 13h42. A trilha gira para o norte e aponta diretamente para o vale do Rio Beban, com os cerros Navidad e Bonete o delimitando. Aliás visão diferente e magnífica do Cerro Bonete a partir desse local. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha, agora a céu aberto, tem muitos trechos de lama e brejo. Ao subir, tendo o Rio Beban à esquerda, atinjo um ponto alto que abre a visão completa do vale do Rio Beban e seu turbal, continuação da caminhada em direção ao Passo Beban que faria no dia seguinte. Para trás uma ampla e bonita vista do vale do Rio Olívia e seu turbal emoldurados pelo Monte Olívia e Cerro Portillo. A trilha faz uma curva para a esquerda e termina na Cascada Beban, uma quedinha-d'água muito sem-vergonha. Cheguei às 14h16. Um painel com mapa informa sobre a trilha que vai do Centro Invernal Tierra Mayor até o Rio Olívia com essa bifurcação para a cascata. Não havia ninguém nesse momento mas depois foram chegando alguns grupinhos. Cerca de nove pessoas visitaram a cascata enquanto eu estava lá, não é um lugar tão conhecido. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao sair dali às 17h14 em direção ao Refúgio Bonete vi um casal vindo lá do fundo do vale, da direção do Passo Beban. Voltei 630m pelo mesmo caminho e tomei a esquerda numa bifurcação para chegar mais rápido ao refúgio. Esse caminho tem bastante turfa encharcada. Cruzei com três argentinos que estavam com alguma dificuldade para transpor aquele brejo todo. Disseram que o refúgio estava fechado e que iam acampar ao lado dele depois de visitar a cascata. Cheguei ao refúgio às 17h54. Há água corrente cerca de 120m antes.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mais tarde eles retornaram, montamos as barracas e eles fizeram uma fogueira - não tem jeito... Ficamos conversando até bem tarde. Eles eram de Mar del Plata.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 330m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 5,1ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-wqr6Lm-xJVs/XsFebh_xQEI/AAAAAAAA8gM/NEIb7_qi7k8LXcDGDsF-pv4-a-0oy8ifwCK4BGAYYCw/s1600/20200207_152311.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-wqr6Lm-xJVs/XsFebh_xQEI/AAAAAAAA8gM/NEIb7_qi7k8LXcDGDsF-pv4-a-0oy8ifwCK4BGAYYCw/s640/20200207_152311.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Subindo para o Passo Beban</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 07/02/20 - do Refúgio Bonete ao Salto del Azul</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 12,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 811m no Passo Beban Oeste</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 311m no Salto del Azul</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia subi do Refúgio Bonete ao Passo Beban pelo vale do Rio Beban num desnível de 491m, em seguida desci 500m pelo vale do Rio Torito até a cachoeira Salto del Azul</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">9h30 da manhã: 12,4ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tomei o café da manhã com os amigos montanhistas argentinos. Eles desceram para a RN3 e eu saí às 12h em direção ao Passo Beban com intenção de acampar próximo à cachoeira Salto del Azul. Refiz o caminho da Cascada Beban e quando a trilha quebra para a esquerda para chegar a ela tomei uma trilha bem apagada para a direita, já entrando no turbal do vale do Rio Beban. Encontrei uma pirca (totem de pedras) para confirmar o caminho pois a trilha era muito tênue. Passei por algumas castoreiras pequenas (represas de castores) e cheguei às 13h às margens do Rio Beban num local mais raso em que pude atravessar sem tirar as botas, mas mesmo sendo impermeáveis as meias umedeceram um pouco. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na outra margem a trilha discreta que havia desapareceu por completo - aqui se deve caminhar o mais próximo possível do rio (à direita) pois a trilha acaba reaparecendo. Passei por um bom local de acampamento às 13h20 e parei para um lanche por 20min. Depois a trilha vai se tornando menos marcada e até desaparece às vezes, mas me mantive do lado esquerdo e na parte mais baixa do vale. Só comecei a subir a encosta à esquerda quando surgiu uma trilha bem marcada apontando naquela direção às 14h10, logo após um riacho que vinha lá de cima. Coletei dessa água pois era bem melhor que a do Rio Beban.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nessa subida a trilha desapareceu várias vezes também. Solo encharcado e lama até na subida, aliás no caminho inteiro desse dia. Algumas pircas para se orientar. Passei por algumas lagoas que refletiam o céu azul e renderam ótimas fotos. Às 15h40 cheguei a uma crista rochosa que me abriu a visão para o vale onde serpenteia o Rio Beban mais próximo de suas nascentes. E lá na cabeceira desse grande vale já podia ver o Passo Beban, que a distância parecia uma parede intransponível. A trilha continuava pela encosta verde da margem direita verdadeira do rio. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esse trajeto até a base do passo foi mais demorada do que parecia. Me mantive em nível pela encosta durante quase todo o trajeto e só mais próximo do passo é que desci ao rio. Logo depois topei com um bom local de acampamento bem na base do passo às 17h. O passo é uma muralha rochosa com duas línguas de pedras soltas de alto a baixo. Teria que escolher uma das duas para enfrentar a subida extremamente íngreme. Caminhando mais próximo ao rio cheguei primeiro à "lingua" da direita e vi um caminho pisado para cima. Resolvi subir por ali mesmo, sem nem olhar a "língua" da esquerda. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-KsywjZLl7Ug/XsFerWz-baI/AAAAAAAA8gc/RyP4fZ1ZRNAymXSjANtnN5JruXUxrlUMgCK4BGAYYCw/s1600/20200207_182545.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-KsywjZLl7Ug/XsFerWz-baI/AAAAAAAA8gc/RyP4fZ1ZRNAymXSjANtnN5JruXUxrlUMgCK4BGAYYCw/s640/20200207_182545.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Passo Beban Oeste</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi com bastante dificuldade pela forte inclinação e as pedras soltas. Jogava o corpo para a frente para não rolar ladeira abaixo com o peso da mochila e usava o bastão para dar mais segurança se escorregasse. Cheguei enfim ao topo do Passo Beban às 18h para descobrir que esse era apenas o passo leste. Altitude de 772m. Logo em seguida tinha o passo oeste. Mas felizmente havia uma trilha de pouco desnível na encosta da montanha à direita e não foi preciso baixar e subir muito. A paisagem desses passos é inteiramente de pedras, a linha das árvores ficou bem abaixo. Desci um nível para a direita e tomei então a trilha que liga os dois passos. É um caminho por um mar de pedras e em alguns momentos não está bem definido, tendo de seguir os totens. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Aos poucos foi aparecendo bem abaixo à esquerda um grande lago. Dias depois, numa outra exploração (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-laguna-ceniza-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>), descobri ser a Laguna Ceniza. Passei por um ponto de água corrente. Na chegada ao passo oeste às 18h25 contornei uma mancha de neve. Uma grande pirca marca esse local de 811m de altitude (maior altitude do dia). Apesar de bastante remoto havia pichações nas rochas maiores... lamentável. A pedreira continua do outro lado do passo, mas felizmente com uma inclinação bem mais suave. A curiosidade aqui ficou por conta do riacho que passei a acompanhar, origens do Rio Torito, com as águas tão carregadas de minerais que eram brancas, leitosas, deixando um rasto branco por onde passavam. Cruzei com três argentinos que pretendiam chegar à RN3 e terminar a caminhada ainda nesse dia pois estavam quase sem comida. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 19h15 passei por um trecho mais inclinado da descida, com muitas pedras e até uma cachoeira. Depois reapareceram as lengas baixas e os gramados, alguns deles ótimos para acampar, mas continuei. Agora com trilha marcada o avanço foi mais rápido. Às 20h cruzei o rio principal do vale para a margem esquerda logo abaixo de uma castoreira e subi para a encosta. Com mais 20min descendo passei por uma represa à direita com grande parte do bosque devastado pelos castores. Ao final da represa, às 20h26, parei para pegar água que vinha da encosta e apesar de tarde ainda cruzei com um trilheiro solitário subindo em direção ao passo. Surgiram mais locais de acampamento com água corrente.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas às 21h o cenário mais desolador: uma clareira muito grande repleta de árvores mortas, muitas tombadas e muitas ainda em pé mas afogadas na represa dos castores. Estava até difícil caminhar ali naquela confusão de árvores caídas e brejo. Às 21h15 enfim cheguei ao meu local pretendido para acampar, aos pés da cachoeira Salto del Azul, que já foi um lugar muito bonito mas depois de um incêndio ficou todo cinzento.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 311m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 2,5ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-e4pV7zdzv30/XsFe489NsAI/AAAAAAAA8gk/VJlH_ZAFgBkmRRKqd2SofC0u0IzE739mACK4BGAYYCw/s1600/20200208_142140.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-e4pV7zdzv30/XsFe489NsAI/AAAAAAAA8gk/VJlH_ZAFgBkmRRKqd2SofC0u0IzE739mACK4BGAYYCw/s640/20200208_142140.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Azul e Laguna Azul Superior</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 08/02/20 - do Salto del Azul ao Passo Valdivieso</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 9,2km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 919m no Passo Mariposa</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 305m no Rio Torito</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia subi da cachoeira Salto del Azul ao Passo Mariposa num desnível de 614m, em seguida desci 385m até a Laguna Capullo e voltei a subir 139m ao Passo Valdivieso</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h30 da manhã: 10,7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Levantei acampamento às 10h52 na direção noroeste seguindo ainda o vale do Rio Torito, porém a trilha, antes bem marcada, desapareceu. Também não vi totens. Cruzei o rio que vinha da cachoeira me equilibrando num tronco, fui para oeste, noroeste, e me aproximei do Rio Torito sem cruzá-lo, sempre por sua margem esquerda. Ao chegar ao limite de um bosque o Rio Torito faz uma curva para a direita e se dirige para o norte para encontrar o Lago Fagnano. Nesse ponto é preciso subir a encosta da esquerda e tomar o rumo contrário, sul, para ultrapassar o Passo Mariposa. Porém continuava sem encontrar trilha nem totens. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Entrei no bosque às 11h53 para procurar a trilha de subida. Não encontrei uma trilha marcada mas dava para caminhar por entre as árvores (essa não deve ser a melhor alternativa, como descobriria depois). Subi por onde dava e até vi pegadas. Ao sair do bosque para a esquerda às 12h31 encontrei água corrente e mais pegadas. Porém olhando para baixo vi uma trilha subindo. Não identifiquei onde ela começa. Acabei encontrando com ela mais acima e parei para um lanche com uma vista espetacular do vale e do Lago Fagnano. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h27 subi a encosta, agora pela trilha que achei, e passei por belos lagos e vales mais altos na encosta da montanha. Também cruzei um riacho e encontrei um totem confirmando o caminho. Às 14h20, ao deixar para trás as últimas lengas-arbusto, avisto um cenário de cair o queixo: juntas a Laguna Azul e a Laguna Azul Superior, dois lagos belíssimos no meio de toda aquela imensidão de montanhas lindas. Passado o espanto, tive de estudar como descer na direção delas já que me encontrava numa crista rochosa com paredes altas. Mas foi tranquilo, bastou seguir a crista até o final que apareceu uma descida fácil. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-dBKlblOHR9I/XsFfJkkBNuI/AAAAAAAA8g0/KUipCNJ74nUAXV6z5EDWqb9n30G--4vUQCK4BGAYYCw/s1600/20200208_185045.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-dBKlblOHR9I/XsFfJkkBNuI/AAAAAAAA8g0/KUipCNJ74nUAXV6z5EDWqb9n30G--4vUQCK4BGAYYCw/s640/20200208_185045.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Mariposa</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Já estava caminhando na direção dos lagos quando percebi que não era por ali e sim para o lado oposto (oeste), onde havia totens e por onde desce um riacho. Mais acima, às 15h05, atravessei esse riacho para a esquerda (margem direita verdadeira). O ambiente já é de alta montanha, quase totalmente de pedras e alguma vegetação rasteira que vai desaparecendo à medida que me aproximo do passo. Subida constante porém fácil. Há água corrente e totens confirmam o caminho. Avistei um guanaco no alto de um rochoso me observando. Ele sumiu por algum tempo e depois o reencontrei junto com seu bando, num total de seis. Me olhavam atentamente, mas depois se foram. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dois círculos amarelos pintados na parede de um rochoso indicam a direção a seguir (esquerda) e às 15h55 alcanço o Passo Mariposa. Altitude de 919m, a maior de todo o trekking. Do outro lado (oeste) surge um grande vale e lagos de vários tamanhos, com destaque para a Laguna Capullo e a Laguna Mariposa. Não era possível avistar o Passo Valdivieso dali, apenas saber a direção dele (sudoeste).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O que a subida ao Passo Mariposa teve de fácil (longa mas com inclinação suave) a descida teve de dura e cansativa. O caminho estava bem marcado no mar de pedras porém já começa extremamente inclinado. Pobres joelhos! Estabiliza num platô e depois despenca ainda mais inclinado, com areia e pedrinhas soltas para escorregar. Por vezes saía da trilha batida e descia pelas pedras ao lado, ao menos não escorregava tanto. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando atingi a vegetação de novo encontrei bastante barro e solo molhado. Cruzei vários riachos (ou o mesmo várias vezes). Ao me aproximar da Laguna Capullo às 17h26 vi que havia um casal nadando como veio ao mundo. Contornei essa laguna pela esquerda e ao me aproximar eles já estavam vestidos, assim pudemos conversar. Eram da República Tcheca! Eu estava apreensivo que a subida do Passo Valdivieso fosse como a subida do Passo Beban ou a descida do Passo Mariposa, mas eles me tranquilizaram dizendo que era bem fácil, tanto na subida quanto na descida para o Rio Olívia. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi 130m (horizontais) desde a margem da Laguna Capullo (altitude de 534m) e encontrei às 18h uma área de acampamento muito boa, plana e entre arbustos. O caminho para o passo está antes desse acampamento, ao lado de uma quedinha-d'água. Mais acima não encontrei totens e fui por tentativa e erro. Num certo ponto comecei a subir por uma ladeira de pedras mas vi que não era ali, então tentei uma ladeira gramada à direita dela e finalmente encontrei totens no seu topo. Dali já é espetacular a visão para a Laguna Mariposa, as lagunas menores e o Lago Fagnano. Para trás a vista do Passo Mariposa é assustadora, a trilha parece completamente vertical.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi mais por caminho gramado e às 19h atinjo um grande platô. O percurso até o Passo Valdivieso se torna mais sossegado. Passei por vários lagos e decidi acampar próximo do passo pois teria uma incrível vista das montanhas. Se descesse para o Rio Olívia poderia demorar a encontrar um local bom de acampamento e não devia ter uma vista tão bonita. Cheguei ao passo às 20h, altitude de 626m, mas voltei até uma das lagunas pois vi um local plano e seco para montar a barraca.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 605m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 4,7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-fIed9TThCk0/XsFfW7zLAJI/AAAAAAAA8g8/wqYnxShduOoLhQRJya6-Ow30DviibNRDACK4BGAYYCw/s1600/20200209_103005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-fIed9TThCk0/XsFfW7zLAJI/AAAAAAAA8g8/wqYnxShduOoLhQRJya6-Ow30DviibNRDACK4BGAYYCw/s640/20200209_103005.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Passo Valdivieso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">4º DIA - 09/02/20 - do Passo Valdivieso ao Rio Esmeralda</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 19,5km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 626m no Passo Valdivieso</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 150m no Valle Carbajal</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia desci do Passo Valdivieso ao Rio Olívia/Valle Carbajal um desnível de 476m, em seguida caminhei 12,8km por esse vale até encontrar o Rio Esmeralda</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h25 da manhã: 5,7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a caminhar às 10h e em 10min estava cruzando o Passo Valdivieso. Do outro lado a Laguna Passo Valdivieso belíssima, encaixada num platô antes da descida para o Rio Olívia. Acompanhei pela margem esquerda o riacho que a alimenta e desci a ela. Fiquei bastante tempo admirando aquele lugar incrível. Sabia que baixando ao Valle Carbajal não teria uma paisagem tão grandiosa. Às 11h50 estava deixando essa laguna pela margem esquerda do riacho que extravasa dela (mas acho que deveria ter cruzado esse riacho ali mesmo e iniciado a descida já pela sua margem direita). Desci por trilha batida mas depois me vi no alto de pedras com descida difícil e fui obrigado a cruzar o rio. Do outro lado encontrei totens, por isso penso que deveria tê-lo cruzado lá na saída do lago. Agora por trilha bem marcada desci sem dificuldade. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Apareceram fitas crepe nos galhos e plaquinhas refletivas para orientar. Às 12h57 a trilha cruza o rio para a margem esquerda. Uns 80m depois seria possível acampar. Em seguida a trilha desce muito inclinada e volta ao rio, atravessando-o de novo para a margem direita (há uma trilha ainda na margem esquerda que engana).</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h20, quando a trilha passou bem ao lado do rio novamente, surgiu um caminho saindo para a esquerda sinalizado com fitas crepe e totens, mas a trilha em que eu estava descia bem batida pela margem direita. Fiquei em dúvida e resolvi seguir a sinalização. Foi perda de tempo. Cruzei o rio pelas pedras e tomei a trilha... que terminou na Roca 25 de Mayo, um grande boulder. Voltei, cruzei o rio de novo e retomei o caminho em que estava (margem direita). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-R8erf6tW15s/XsFfja6vDyI/AAAAAAAA8hI/dAKkZFBNRukupyFK5f9MbTQayqVCfQV1ACK4BGAYYCw/s1600/IMG_1005.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-R8erf6tW15s/XsFfja6vDyI/AAAAAAAA8hI/dAKkZFBNRukupyFK5f9MbTQayqVCfQV1ACK4BGAYYCw/s640/IMG_1005.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Passo Valdivieso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Estava tudo ótimo até chegar às 13h45 à parte mais baixa do vale, onde a trilha bem batida simplesmente sumiu. Em vez de trilha agora estava no meio de uma confusão de lama, brejo e árvores secas caídas. Obra de castores. A única certeza é que deveria seguir para a esquerda (leste). Caminhei nessa direção e topei com o Rio Olívia já largo. Sem caminho desse lado até pensei em procurar trilha do outro lado, mas antes consultei o gps. A trilha do Open Street Map (e do Maps.me) naquele local corta o rio duas vezes seguidas numa curva em U invertido que o rio faz. Corta duas vezes para continuar na margem esquerda. Com o rio largo não valia a pena cruzá-lo ali e de novo 200m depois. Melhor procurar avançar acompanhando a curva em U em lugar de cortá-la. A indicação de um acampamento próximo na margem esquerda me deu mais esperança de encontrar uma trilha desse lado. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Caminhei pela curva com bastante dificuldade, saltei o riacho que vem da Laguna Passo Valdivieso e realmente encontrei um acampamento, já entrando no bosque. Depois dele uma trilha meio apagada. Aliviado, parei para lanchar por 20min. Minha intenção era me manter sempre na margem esquerda do Rio Olívia até o final da caminhada.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parti às 14h21. A trilha segue tênue pelo bosque, quase sumindo, e sai em outro caos enorme de árvores caídas, brejo e lama. Sem trilha preferi ultrapassar esse local pela lateral esquerda, tendo que saltar troncos ou caminhar por cima deles evitando os brejos. Ao sair desse lugar encontrei uma sinalização (um cano amarelo espetado no chão), confirmando que eu estava no caminho certo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dali em diante a dificuldade foi outra: caminhar pelo imenso turbal do Valle Carbajal, o que me tomou o restante do dia e me cansou muito. Nesse turbal já se consolidou um caminho em forma de canaleta com alguns centímetros de profundidade. Então é preciso caminhar até o fim do vale (quase 12km) por essa canaleta estreita, o que é bastante chato e cansativo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h02 cruzei pelas pedras o Arroyo Balcon. A sinalização com cano amarelo e também refletivos nas árvores continua. Às 15h23 atravessei o Arroyo Año Nuevo. Às 16h36 cruzar o Arroyo de la Virgen com correnteza deu um pouco mais de trabalho, sorte que encontrei uma ponte improvisada com troncos finos à direita para não ter de tirar as botas. Às 17h28 o Arroyo Angelito também tem ponte improvisada de troncos e espaço para uma barraca. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Uns 230m depois não percebi uma bifurcação e segui pela canaleta mais pisada (direita). Me deparei com uma vala funda com água. Achei estranho e verifiquei o gps. Vi que esse é um dos caminhos que levam à margem da Laguna Arco-Íris e dela para o Rio Olívia a fim de cruzá-lo, mas não há necessidade de cruzar o Rio Olívia. Além disso, eu não sabia se haveria ponte (provavelmente não). Queria me manter sempre na margem esquerda do Rio Olívia pois sabia que assim a saída do vale seria fácil, sem vadeação de rio. Da vala voltei 420m e só então vi a trilha saindo para a direita (esquerda na vinda) com uma fita crepe. Nessa hora comecei a sentir pingos e parei para vestir a roupa impermeável, logo depois tive de tirar pois os pingos pararam e senti calor. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-1wYRoI2vpG4/XsFftKhX0SI/AAAAAAAA8hU/gtu3ZSZoHscgL6Rp7r0PJcxOIxIZySonQCK4BGAYYCw/s1600/IMG_0876.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-1wYRoI2vpG4/XsFftKhX0SI/AAAAAAAA8hU/gtu3ZSZoHscgL6Rp7r0PJcxOIxIZySonQCK4BGAYYCw/s640/IMG_0876.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Passo Valdivieso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 18h38 cruzei um riacho mais largo pelas pedras. Daí em diante foi uma alternância entre caminhar na canaleta do turbal e entrar e sair dos bosques à esquerda. Em toda entrada e saída de bosque havia um lamaçal preto como boas-vindas e despedida. Por sorte uma alma bondosa espalhou fitas crepe pelos bosques e sinalizou bem os pontos onde entrar e sair deles. Isso agiliza demais a caminhada! </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 19h32, num dos bosques, topei com um acampamento de caçador/pescador com espeto, grelha e local de fogueira. Cruzei o rio ao lado por uma pinguela de dois troncos. Às 19h45 vi numa árvore uma plaquinha "Laguna Ceniza arriba" apontando para a esquerda - marquei o local para explorar depois (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-laguna-ceniza-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>). O entra-e-sai de bosques se tornou mais intenso. No meio de tudo isso passou por mim um casal bem jovem praticando corrida, enfiando o pé com vontade naqueles brejos e lamaçais. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 20h50 passei à esquerda de um lago e vi um castor nadando nele. Li que é mais fácil vê-los nos horários do amanhecer e final da tarde, e isso se comprovou nas caminhadas que fiz. A essa altura já calculava que chegaria só de noite à RN3 e seria muito difícil conseguir carona para voltar a Ushuaia. Isso já me colocava em sobreaviso para encontrar um local para acampar pelo caminho e voltar à cidade só no dia seguinte. Comida eu tinha. Mesmo assim iria tentar ficar o mais próximo possível da rodovia. Esse dia a mais não estava nos planos pois a previsão era de chuva.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 21h03 entrei num bosque maior e saí do vale do Rio Olívia. Ao final desse bosque cruzei a balançante Ponte La Reina (a rainha) sobre o Rio Beban, aquele mesmo do segundo dia e da cachoeira sem-vergonha. Em seguida outra destruição causada pelos castores mas essa pelo menos não é preciso cruzar, se passa ao lado. Às 21h23 a trilha quebra para a direita (sul) e reentra no bosque por um caminho largo. Em 5min outra trilha vem da esquerda com placa de "Cruce", esse o principal acesso ao Refúgio Bonete. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rapidamente escureceu dentro da mata, mas para minha surpresa cruzei com quatro trilheiros, provavelmente iam acampar no refúgio. Não disse que os argentinos iniciam as caminhadas de tarde?... até de noite. Continuei o caminho com lanterna e procurando um local para a barraca pois antes desse bosque era só turfa encharcada. Às 22h11 cruzei o Rio Esmeralda por uma ponte em reforma e subi. Já estava ouvindo o barulho dos carros na rodovia quando topei com uma grande área de piquenique, excelente lugar para acampar a apenas 110m do Rio Esmeralda e com um riachinho 40m depois. Que sorte!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 199m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-eBClbULVcwo/XsFf7cjaMDI/AAAAAAAA8hg/QYsHwKHjZAk77FgR7BL0AILm-Oo65sOPQCK4BGAYYCw/s1600/20200209_100558.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-eBClbULVcwo/XsFf7cjaMDI/AAAAAAAA8hg/QYsHwKHjZAk77FgR7BL0AILm-Oo65sOPQCK4BGAYYCw/s640/20200209_100558.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Passo Valdivieso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">5º DIA - 10/02/20 - do Rio Esmeralda à RN3 e Círculo de Oficiales da Polícia de Tierra del Fuego (antiga Posada del Peregrino)</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 3,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 236m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 142m no Círculo de Oficiales</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse último dia terminei o Circuito Valdivieso na rodovia RN3 e percorri parte de um caminho (denominado no painel informativo como Senda Hacheros) até o Círculo de Oficiales da Polícia de Tierra del Fuego </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Felizmente a previsão do tempo errou e não choveu. Cinco dias sem chuva em Ushuaia é quase um milagre! Saí do acampamento às 8h08 e em 9min estava na RN3. Ao chegar à rodovia vi o painel com mapa das trilhas e lembrei da continuação até o Rio Olívia chamada Senda Hacheros. Resolvi fazer. Porém não é uma trilha e sim a estrada do gasoduto, caminho muito chato e feio. O vento gelado de frente também me desanimava a continuar. Mesmo assim caminhei 2,8km até a antiga Posada del Peregrino, agora Círculo de Oficiales da Polícia de Tierra del Fuego, local onde terminaria a caminhada se tivesse cruzado o Rio Olívia depois daquela bifurcação da vala funda. Essa antiga pousada fica exatamente na RN3. Foi só levantar o dedo ali que o segundo carro parou. Era um argentino que morava na região de Salta. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul de hora em hora das 9h às 14h. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. mais informações sobre o projeto "Sendero del Fin del Mundo" em <a href="http://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">lahuellaandina.com.ar</a>, link "Guía original de Senderos de Patagonia".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Bn8y1VpBX4Y/XsFdcy1V_gI/AAAAAAAA8fs/Ma6JJRzeysAXBMuQG3vsmt52wvha6XFtwCK4BGAYYCw/s1600/Valdivieso1.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-Bn8y1VpBX4Y/XsFdcy1V_gI/AAAAAAAA8fs/Ma6JJRzeysAXBMuQG3vsmt52wvha6XFtwCK4BGAYYCw/s640/Valdivieso1.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-53030015081286125582020-05-17T08:47:00.000-07:002020-05-17T14:01:29.248-07:00Laguna Submarino e Laguna Esmeralda (Ushuaia, Argentina) - fev/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-kAgU3Yyy07g/XsFa0mG4XEI/AAAAAAAA8ek/1zzmS8XylS4iyctVaxqHaiOZVBLP7IGzACK4BGAYYCw/s1600/20200202_112550.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-kAgU3Yyy07g/XsFa0mG4XEI/AAAAAAAA8ek/1zzmS8XylS4iyctVaxqHaiOZVBLP7IGzACK4BGAYYCw/s640/20200202_112550.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Esmeralda</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: estacionamento da Laguna Submarino na RN3</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: estacionamento da Laguna Esmeralda na RN3</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 28,5km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 3 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 823m na neve do Glaciar Ojos del Albino</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 220m no Rio Lasifashaj</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Os desníveis não são grandes, a maior subida tem desnível de 433m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nessa caminhada emendei duas trilhas: a da desconhecida Laguna Submarino com a da popularíssima Laguna Esmeralda. A princípio pensei que teria que caminhar pela RN3 entre a trilha de uma e de outra já que estão um pouco distantes e cada uma de um lado da rodovia, mas para minha felicidade descobri um caminho bem mais agradável por trilha e bosques. Por que o nome Submarino? Dê uma espiada na imagem de satélite do Google.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 31/01/20 - do estacionamento na RN3 à Laguna Submarino </b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 642m na Laguna Submarino</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 220m no Rio Lasifashaj</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada subi da rodovia RN3 à Laguna Submarino num desnível de 422m. Acampei um pouco abaixo dela.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do hostel um pouco tarde, às 9h35. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (fim de janeiro/início de fevereiro). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Logo depois do portal as pessoas ficam pedindo carona. Já havia gente ali e me posicionei depois delas para respeitar a ordem de chegada. Logo parou um caminhão para mim, o motorista ia para Rio Grande. Saltei no estacionamento da trilha para a Laguna Submarino às 11h, bem em frente ao Centro Invernal Tierra Mayor. Havia dois carros apenas no estacionamento, provando que a laguna era pouco conhecida mesmo. Ali há um grande painel do "Sendero del Fin del Mundo" mostrando as trilhas da etapa 6 desse projeto e ainda uma continuação até o Rio Olívia. A etapa 6 vai da Cascada Rio Beban até Tierra Mayor, onde eu estava. Dessa maneira, descobri que conseguiria emendar as trilhas Submarino e Esmeralda por uma terceira trilha pelo Vale de Tierra Mayor. Restava saber se essa trilha estava transitável.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Curioso que esse painel não mostrava a trilha da Laguna Submarino (etapa 7 do projeto), aliás não havia nenhuma placa informando que ali era o início da trilha para ela. Apenas uma placa indicando área de acampe a 1,2km. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Segundo o painel, a sinalização de trilha a seguir seriam duas faixas horizontais nas cores azul e branca, tal como a da Huella Andina do norte da Patagônia, mas nesse trecho até a Laguna Submarino ela não apareceu . Mais informações em <a href="http://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">lahuellaandina.com.ar</a>, link "Guía original de Senderos de Patagonia".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-44Pi24zPRY8/XsFbFFTReBI/AAAAAAAA8ew/oGPD9f-obgMLv8SmsX7gaDhBILpUs1NzgCK4BGAYYCw/s1600/20200131_144657.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-44Pi24zPRY8/XsFbFFTReBI/AAAAAAAA8ew/oGPD9f-obgMLv8SmsX7gaDhBILpUs1NzgCK4BGAYYCw/s640/20200131_144657.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeira no caminho à Laguna Submarino</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a caminhar às 11h10. Altitude de 259m. Segui a estradinha de terra que cortava na direção leste o denso bosque de lengas e com 900m cheguei a uma grande clareira com cruzamento de trilhas. Ali percebi que essa estrada era de manutenção do gasoduto. A única sinalização era uma discreta seta amarela para a direita sem nada escrito. Mas o gps me apontava a direita mesmo (sudoeste). Na descida que se seguiu havia outros caminhos para a direita e esquerda que ignorei. Antes de chegar ao Rio Lasifashaj encontrei a tal área de acampe à direita com mesas de piquenique e churrasqueiras, mas com o terreno um pouco inclinado. Não havia nenhuma barraca nesse momento. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei o Rio Lasifashaj por tubos de ferro e um tronco improvisado (menor altitude do dia, 220m). A estradinha continuou no sentido sudoeste e bastante enlameada. Caminhei por ela 250m e a abandonei às 11h40 para entrar numa trilha à esquerda com placa. Finalmente informações sobre a trilha da Laguna Submarino! Segundo a placa ela está a 646m de altitude e a trilha tem 12km ida e volta. A altitude ali é de 234m. A placa só não diz que a trilha é um verdadeiro festival de lamaçais. O avanço é lento por conta deles. Ultrapassei um grupo que havia visto lá no estacionamento da RN3: um homem, duas mulheres e cinco crianças, uma delas bem pequena! Agora o sentido é sul. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 12h38 subi um trecho um pouco mais inclinado por uma corda e me aproximei do rio que desce da laguna. Logo começaram a aparecer as castoreiras, represas construídas por castores e que matam todo o bosque ao redor. Um cenário desolador de árvores mortas, umas roídas por eles e outras afogadas na represa. Numa grande clareira às 13h42 havia terreno plano para acampar e restos de fogueira bem ao lado de uma grande castoreira. Ao reentrar no bosque cheguei a uma bela cachoeira às 13h55. Parei para comer um lanche apesar do vento frio que vinha dela. Retomei a caminhada às 14h18 e imediatamente surge uma subida bastante inclinada com duas cordas fixas como apoio. Fiquei pensando nas quatro crianças que vinham atrás...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao final da parte mais íngreme uma bonita visão do vale percorrido. Os lamaçais continuavam ali no alto. No meio de um deles havia uma bifurcação e fui para a esquerda, mas a trilha terminou numa cachoeira inacessível e muito bonita. Voltei à bifurcação para continuar pela trilha principal (não quis cortar caminho subindo uma encosta íngreme à direita da cachoeira). Mais subida e às 14h55 saí do bosque, passando a caminhar por uma trilha estreita numa encosta de pedras um pouco instável. A visão se abre para o vale à esquerda e fiquei de olho num gramadinho plano que poderia ser meu local de acampamento. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi um pouco mais mas logo desci na direção desse pequeno vale e atravessei dois riachos em sequência. Ali cruzei com um grupo de sete pessoas voltando da laguna. Continuei subindo agora num terreno mais pedregoso e numa curva suave para a esquerda atravessei o riacho que vem da Laguna Submarino, chegando a ela às 15h30. Altitude de 642m. Não havia mais ninguém, por algum tempo a laguna foi só minha. Apesar do vento frio dei uma volta completa ao redor dela. Pena que o dia estava cinzento e a cor verde da água não ressaltou nas fotos. Quando voltei ao ponto inicial aquela família com as crianças havia chegado. Fiquei surpreso... achei que iriam parar na cachoeira por causa das cordas em subidas quase verticais. Eram argentinos. Todos muito simpáticos, conversamos por algum tempo mas logo tomaram o caminho de volta porque estavam bem lentos. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Eu fiquei mais algum tempo e depois desci para procurar um lugar para acampar. Aquele gramado à margem do rio não estava muito seguro pois tinha uma encosta quase vertical ao lado e podia rolar alguma pedra lá de cima. Acabei encontrando um gramadinho mais ou menos plano dentro de uma vala, meio estranho o lugar mas bastante abrigado do vento. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 580m no acampamento.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 5,9ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-6V_T24lHt1Q/XsFbRevaTUI/AAAAAAAA8e4/92aNYEeb_zgaWStff8zwMa2Y7XzVYJOlgCK4BGAYYCw/s1600/20200131_165954.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-6V_T24lHt1Q/XsFbRevaTUI/AAAAAAAA8e4/92aNYEeb_zgaWStff8zwMa2Y7XzVYJOlgCK4BGAYYCw/s640/20200131_165954.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Submarino</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 01/02/20 - da Laguna Submarino à Laguna Esmeralda</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 11,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 642m na Laguna Submarino</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 220m no Rio Lasifashaj</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia desci de volta à RN3 (desnível negativo de 422m) e tomei a trilha do Vale de Tierra Mayor até o cruzamento com a trilha principal da Laguna Esmeralda, onde acampei (desnível positivo de 154m da RN3 à Laguna Esmeralda)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">10h30 da manhã: 10,7ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Choveu durante a noite e de manhã. Ventou à noite mas eu estava protegido naquela vala. Não voltei à laguna para fotos pois o dia estava cinzento como na tarde anterior. Levantei acampamento às 15h10 (por causa da chuva da manhã) e desci pelo mesmo caminho. Cruzei com bastante gente subindo. Às 15h49 parei na cachoeira para mais algumas fotos. Mais abaixo, quando estava no bosque, começou a chover de novo e tive de parar para vestir a roupa impermeável. Logo após cruzar o Rio Lasifashaj parei às 17h51 na área de acampamento para um lanche nas mesas de piquenique, embora estivesse tudo molhado. Havia uma barraca montada. Às 18h30 cheguei ao estacionamento na RN3 e dessa vez havia oito carros. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei a rodovia e entrei no terreno do Centro Invernal Tierra Mayor passando bem ao lado da casa principal pois era esse o caminho. Cruzei uma ponte de tábuas e tomei a trilha que vai até o Rio Olívia, segundo o painel com mapa, mas eu iria só até o cruzamento com a trilha da Laguna Esmeralda. A trilha está bem sinalizada com estacas amarelas e tem pontes. Segue o curso do Rio Lasifashaj. Cerca de 800m após a casa não notei uma trilha saindo para a esquerda e continuei na principal, bem larga. Depois olhei para a esquerda e vi as estacas indo em outra direção. Esse caminho largo leva a outros trekkings, como Cerro Alvear e Laguna Domo Blanco. Voltei à discreta bifurcação e segui pela trilha correta, que continua na margem direita do Rio Lasifashaj e logo entra no bosque. Nas árvores do bosque encontrei a sinalização do projeto "Sendero del Fin del Mundo", duas faixas horizontais nas cores azul e branca, além de círculos vermelhos. Ao sair do bosque cruzei às 19h19 uma ponte de tábuas sobre o Rio Lasifashaj e fui para a direita seguindo a placa Cascada Beban. Entrei em outro bosque. Ali me afastei do Rio Lasifashaj pois ele toma o rumo norte e eu seguia para oeste. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-PUQGpylHUSo/XsFbfmreMdI/AAAAAAAA8fE/9LQ4bULRNnUPE0V6il0UguXXyYUAW7I7wCK4BGAYYCw/s1600/20200201_155031%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://4.bp.blogspot.com/-PUQGpylHUSo/XsFbfmreMdI/AAAAAAAA8fE/9LQ4bULRNnUPE0V6il0UguXXyYUAW7I7wCK4BGAYYCw/s640/20200201_155031%25280%2529.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Outra cachoeira no caminho à Laguna Submarino</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 20h03 cheguei a uma bifurcação e fui para a direita, mas desaconselho esse caminho pois há um lamaçal-brejo enorme e dessa vez não escapei de enfiar o pé inteiro na água preta. Melhor ir para a esquerda na bifurcação e tomar a trilha principal da Laguna Esmeralda 140m abaixo. Esse caminho do lamaçal-brejo é um atalho do qual a gente se arrepende. Às 20h14 cheguei à trilha principal da Laguna Esmeralda e fui para a direita. Ali a grande diferença: dezenas de pessoas na trilha! A Laguna Esmeralda é o trekking mais falado e mais procurado de Ushuaia. Todo mundo que chega na cidade parece predestinado a fazer essa caminhada. Todos os dias a trilha está cheia! </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Segui pela trilha superbatida na direção norte e noroeste e ao sair do bosque às 20h38 o último obstáculo do dia, uma grande área de turfa (turbal) completamente molhada, um verdadeiro pântano. Algumas pessoas vinham da laguna por um caminho que estava mais à minha esquerda, mas ali parecia quase impossível não afundar na água suja. Notei que à minha direita o turbal tinha mais vegetação do que água e tentei ir por ali. No meio da turfa uma raposa cinza (zorro gris) cruzou comigo tranquilamente como se eu nem estivesse ali. Tirei várias fotos dela bem perto. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esse caminho acredito que estava melhor que o outro pois vi gente afundando até o joelho lá no brejo. Ele termina numa trilha secundária que leva à laguna mas isso foi ótimo pois encontrei um lugar muito bom para acampar: plano, seco, abrigado do vento, longe de árvore que poderia cair e sem multidão passando na porta (porém 900m antes da laguna). Marquei esse local no gps e continuei até a laguna para conhecê-la e ver se havia algum lugar melhor para acampar. Cheguei a ela às 21h17. O camping "oficial" fica às suas margens, à direita de quem chega e na beira do bosque, mas isso eu só descobriria no dia seguinte. Não encontrei lugar melhor no trajeto que fiz e acampei naquele ponto marcado mesmo, coletando água no caminho.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 390m na Laguna Esmeralda e de 353m no local onde acampei</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 2,8ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-fk3Yh1BCexo/XsFbvlOHXVI/AAAAAAAA8fQ/eEXccYqY8TEZk6llQ88pUTP3HXbzKA97QCK4BGAYYCw/s1600/20200202_134851%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-fk3Yh1BCexo/XsFbvlOHXVI/AAAAAAAA8fQ/eEXccYqY8TEZk6llQ88pUTP3HXbzKA97QCK4BGAYYCw/s640/20200202_134851%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Esmeralda vista da subida ao Glaciar Ojos del Albino</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 02/02/20 - Glaciar Ojos del Albino</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância da Laguna Esmeralda ao Glaciar Ojos del Albino: 3,3km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância do Glaciar Ojos del Albino à RN3: 7,6km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 823m na neve do Glaciar Ojos del Albino</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 248m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse último dia subi da Laguna Esmeralda até a neve abaixo do Glaciar Ojos del Albino (desnível de 433m), voltei à laguna e terminei a caminhada na RN3 (desnível negativo de 142m da laguna à RN3), onde consegui uma carona para Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">8h28 da manhã: 7,5ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Desmontei a barraca e escondi a mochila para subir de novo à Laguna Esmeralda e continuar até o Glaciar Ojos del Albino. Às 10h50 estava de volta à laguna e já havia bastante gente visitando. Deveria contorná-la para encontrar a trilha do glaciar e optei por fazer isso pelo lado direito para não ter de cruzar dois rios, um que a alimenta e outro que brota dela. Foi seguindo para a direita que descobri o camping "oficial", que está no limite do bosque no qual eu deveria entrar para contorná-la. Apenas um casal dormiu ali naquela noite. O espaço é ruim, grande parte inclinado. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Contornei toda a face leste da laguna e continuei, agora tendo o rio que a abastece à minha esquerda. Passei por uma área mais aberta dentro do bosque que dá um bom acampamento também. Logo depois inicia a subida. Passei por uma grande rocha que serve como abrigo/bivaque e venci a linha das árvores às 12h02. Dali em diante só pedras e montanhas rochosas. Uma enorme cachoeira escorre da montanha à esquerda. Subi mais e o caminho em meio às pedras começou a ficar menos marcado, causando alguma dúvida. A subida começou a ficar íngreme demais. Cheguei a um ponto mais alto em que pude observar melhor os arredores e já estava pensando se tinha tomado o caminho certo... não visualizava um caminho definido naquele mar de pedras de todos os tamanhos e não havia sinalização nenhuma. Parei um pouco. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vi gente subindo por um outro caminho mais abaixo e fiz um atalho como pude para chegar onde eles estavam pois deveria haver um caminho marcado. E havia. Quando subi deveria ter tomado um caminho muito discreto para a esquerda (depois de um bloco gigante de pedra à esquerda) e evitado aquele trecho muito íngreme. O caminho "marcado" às vezes se perdia um pouco também, mas consegui subir por ele até um platô acima e dali até a neve. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parei no limite da neve às 13h40 para ver que caminho os outros iriam tomar. Alguns subiram pela neve bastante inclinada mesmo sem crampons. Foram com bastante dificuldade mas conseguiram vencer aquela neve. Mas não se podia ver o que havia mais acima, talvez outro campo de neve inclinado. Outros não quiseram se arriscar na neve e escalaminharam a encosta mais à esquerda, sem trilha, muito íngreme e difícil, e sem saber onde iria dar lá no alto. Eu resolvi não arriscar nem um nem outro, portanto não cheguei ao glaciar propriamente dito. Mas o visual dali já estava espetacular para todo o vale com o Cerro 5 Hermanos ao fundo. Várias pessoas pararam ali também. Altitude de 823m. Dias depois soube da queda de um rapaz inglês nesse local em 2018. Ele não resistiu aos ferimentos.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-P_1pMpNfw9I/XsFcBZiB51I/AAAAAAAA8fg/9hvdLdqG6ngED_Tan9GKrcsGHONwpDWUgCK4BGAYYCw/s1600/20200202_142129.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-P_1pMpNfw9I/XsFcBZiB51I/AAAAAAAA8fg/9hvdLdqG6ngED_Tan9GKrcsGHONwpDWUgCK4BGAYYCw/s640/20200202_142129.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cordón Toribio visto das proximidades do Glaciar Ojos del Albino</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei a volta às 14h51 e dessa vez fiz o caminho "certo" pelo mar de pedras pois segui um casal com guia. Às 15h53 reentrei no bosque. Passei pela Laguna Esmeralda às 16h45 e parecia uma praia urbana em um domingo de sol de tanta gente. Resgatei a mochila, venci a turfa encharcada (sem raposinha dessa vez) às 17h46, voltei ao bosque e segui a procissão. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do bosque e às 18h13 entroncou à esquerda a trilha que vem de Tierra Mayor. Esse seria o caminho que, apesar de alguns metros mais longo, evitaria aquele lamaçal-brejo enorme em que enfiei o pé. Apenas 170m adiante uma outra bifurcação com placa apontando a Cascada Beban à direita é a continuação da trilha que iniciei lá em Tierra Mayor. Marquei o local para depois explorar (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/circuito-da-sierra-valdivieso-ushuaia.html" target="_blank">aqui</a>). Outra placa com foto identifica os picos dessa bela cadeia de montanhas, com destaque para o Cerro Bonete e o Cerro Alvear.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei um bosque, um rio por uma ponte de troncos e ao reentrar no bosque às 18h23 surgiram algumas bifurcações. Se me mantivesse na trilha principal chegaria ao estacionamento na RN3 mas resolvi seguir quatro amigos com quem fiz amizade na trilha do glaciar. Eles conheciam bem as trilhas e tomaram vários atalhos. Ao chegarmos ao estacionamento às 18h38 perguntei se tinha lugar no carro e lá fomos para Ushuaia papeando sobre trilhas e montanhas.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul de hora em hora das 9h às 14h. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. mais informações sobre o projeto "Sendero del Fin del Mundo" em <a href="http://lahuellaandina.com.ar/" target="_blank">lahuellaandina.com.ar</a>, link "Guía original de Senderos de Patagonia".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">fevereiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-RjR-_r2jECo/XsFacBi3iCI/AAAAAAAA8eY/IYyaxrrDuIsu-t-dLaZ8JvwvL3a1s1R4gCK4BGAYYCw/s1600/Submarino%2BEsmeralda%2B4.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-RjR-_r2jECo/XsFacBi3iCI/AAAAAAAA8eY/IYyaxrrDuIsu-t-dLaZ8JvwvL3a1s1R4gCK4BGAYYCw/s640/Submarino%2BEsmeralda%2B4.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-42117566578226554112020-05-17T08:34:00.001-07:002020-05-17T08:36:47.176-07:00Laguna Turquesa (Ushuaia, Argentina) - jan/20<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-BH4IJT9BH18/XsFYan7H54I/AAAAAAAA8do/_X9Q7CB0w2Ml_JOleuYhabQpTw5v8P4awCK4BGAYYCw/s640/20200128_152633.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small;">Laguna Turquesa</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A caminhada da Laguna Turquesa costuma ser feita num bate-volta de um dia apenas. Apesar do desnível de 363m a subida pode ser feita em 1h, com a descida ainda mais rápida. Eu tinha bastante tempo e queria acampar na laguna para assistir ao pôr-do-sol se o tempo permitisse. Porém os dias estavam muito chuvosos. Acompanhei a previsão pelo </span><a href="https://www.yr.no/?spr=eng" style="font-family: georgia, 'times new roman', serif;" target="_blank">Yr</a><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> e ele indicava pouca chuva e algum sol para os dias seguintes. Porém na manhã em que sairia (27) a previsão para o dia seguinte (28) mudou e era de mais chuva que antes (2,2mm). Já estava com a mochila pronta e resolvi ir assim mesmo. Mal sabia eu o que me esperava...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 27/01/20 - subida à Laguna Turquesa</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: RN3</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: Laguna Turquesa</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 1,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 658m na Laguna Turquesa</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 295m na rodovia RN3</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia subi da rodovia RN3 à Laguna Turquesa em cerca de 1h (desnível de 363m)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do hostel bem tarde, às 12h36. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (janeiro). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Logo depois do portal as pessoas ficam pedindo carona. Quando cheguei um rapaz argentino me disse que estava ali fazia 1h... mas tive mais sorte que ele. Num momento em que ele saiu para fumar um caminhão parou para mim sem eu levantar o dedo! O motorista ia para Tolhuin. Saltei na entrada da trilha para a Laguna Turquesa às 14h14. Há uma plaquinha improvisada de madeira na rodovia RN3 apontando a trilha.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nos primeiros 70m é uma rua de terra que liga a RN3 à estradinha do gasoduto. Cruzando essa estradinha é que se entra na trilha no bosque. Parei para comer alguma coisa e entrei nela às 14h36. Altitude de 310m. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-fGhi-OqEmkg/XsFY_Eb57OI/AAAAAAAA8d0/yXMlR5PKs-gaEe9yF4az2XsrXp7_VnfowCK4BGAYYCw/s1600/20200129_132128%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-fGhi-OqEmkg/XsFY_Eb57OI/AAAAAAAA8d0/yXMlR5PKs-gaEe9yF4az2XsrXp7_VnfowCK4BGAYYCw/s640/20200129_132128%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Valle Olum</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi até os 535m e saí do bosque (15h12) cruzando um lamaçal terrível. Passei a caminhar por um campo encharcado já com visão do circo glacial que abriga a laguna. O rio que brota dela corre num valezinho à esquerda.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao subir um pouco mais olho para trás e avisto a famosa e popular Laguna Esmeralda entre montanhas do outro lado da RN3. Cheguei à Laguna Turquesa, que na verdade tem cor verde-esmeralda, às 15h32. Altitude de 658m. Decidi ir direto para a Laguna Turquesa Superior e subi a encosta do lado esquerdo. Ao chegar à crista a visão se abriu para o lado leste com o enorme Valle Olum e um lago bem abaixo. Continuei pela crista contornando a Laguna Turquesa pelo alto, porém parei num local mais estreito e exposto. À esquerda há uma parede e à direita uma queda enorme. Se eu pisasse num local não muito firme podia rolar muitos metros quase verticais. Dali em diante parecia bem exposto também. Não senti segurança e desci de volta à Laguna Turquesa. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Arranjar um lugar seco e abrigado do vento para acampar foi uma tarefa complicada. Perto da laguna eram só pedras e muito vento, abaixo dela era só terreno encharcado. Além disso, tinha muita gente subindo e descendo pela trilha e eu preferi ficar afastado para ter um pouco de privacidade. Acabei montando a barraca num lugar protegido por lengas baixas mas num solo bem úmido, abaixo da laguna e do outro lado do rio que nasce dela. Choveu forte a partir das 19h com vento forte também, mas a barraca aguentou bem. Não entrou água apesar de estar tudo encharcado em volta dela.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 1,2ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>2º DIA - 28/01/20 - muita chuva e neve</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">De manhã tirei a cara para fora da barraca e vi um grupo de seis pessoas subindo em direção à Laguna Turquesa Superior. Passaram pela parte exposta, para minha frustração... Não estava chovendo e resolvi voltar à laguna. Foi só cruzar o rio e começou a nevar bastante! Bonito de ver mas muito frio. Voltei à barraca e passou a chover fraco. Mesmo assim bastante gente na trilha, com frio, vento, chuva e neve. À tarde fiz uma segunda tentativa e consegui tirar mais fotos da laguna, mas na descida à barraca fui pego pela neve de novo. Com tudo isso não desmontei acampamento. Mais tarde vi que a neve já estava acumulando em volta da barraca. Meu termômetro marcava 1,4ºC às 19h35. Nesse dia nevou mais do que choveu. E a previsão do Yr era de apenas 2,2mm de chuva...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 0,5ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-MH_0Gnc1vIg/XsFZM9tsaRI/AAAAAAAA8d8/9Icly_EtfhggaOYCO8cjKn_x7jhx7bEwgCK4BGAYYCw/s1600/20200129_104612.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-MH_0Gnc1vIg/XsFZM9tsaRI/AAAAAAAA8d8/9Icly_EtfhggaOYCO8cjKn_x7jhx7bEwgCK4BGAYYCw/s640/20200129_104612.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Depois da tempestade...</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 29/01/20 - retorno a Ushuaia</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As montanhas ao redor da laguna amanheceram brancas pela neve que caiu durante a noite. Mas felizmente saiu um pouco de sol para eu secar a barraca antes de guardar. O nylon do piso já estava saturando e umedecendo o isolante por baixo. Justo nesse dia que eu precisava de carona para voltar a Ushuaia quase ninguém subiu à laguna. Desci em 52min até a estradinha do gasoduto. Uns 50m à direita há água corrente (vem da Laguna Turquesa) e aproveitei para limpar as botas e a calça impermeável para pedir carona limpo. Fiz sinal na RN3 durante 20min, um Audi parou mais à frente e deu ré para me apanhar. Mas eram três caras bem estranhos e colocavam o som do carro no último volume. Torcia para chegar vivo na cidade. Ao chegar na periferia de Ushuaia entraram por ruas estreitas de terra, o que me deixou apreensivo. Me deixaram no shopping Paseo del Fuego e caminhei mais 2,5km até o hostel. Quanta aventura numa caminhada só!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul de hora em hora das 9h às 14h. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">janeiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-uRjDyll4cEo/XsFZwKg8CCI/AAAAAAAA8eM/VQhTYfeW-8sZwDud8zahd8cDBpMPIH3FwCK4BGAYYCw/s1600/Turquesa.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-uRjDyll4cEo/XsFZwKg8CCI/AAAAAAAA8eM/VQhTYfeW-8sZwDud8zahd8cDBpMPIH3FwCK4BGAYYCw/s640/Turquesa.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-29637007688053116072020-05-17T08:18:00.000-07:002020-05-17T08:26:44.737-07:00Três dias de caminhadas no Parque Nacional Tierra del Fuego (Ushuaia, Argentina) - jan/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-aGderRivIqs/XsFTuW8zsoI/AAAAAAAA8cI/i3uGP2Po4mYb5KgdIn16bMi9NIg2BOiQACK4BGAYYCw/s1600/20200124_164416.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-aGderRivIqs/XsFTuW8zsoI/AAAAAAAA8cI/i3uGP2Po4mYb5KgdIn16bMi9NIg2BOiQACK4BGAYYCw/s640/20200124_164416.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Acigami (ou Lago Roca)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O Parque Nacional Tierra del Fuego foi criado em 1960. Ocupa uma área de 70.000 hectares no sul da Ilha Grande da Terra do Fogo, no limite com o Chile. A portaria do parque está a 11km do centro de Ushuaia e o Centro de Visitantes Alakush (onde iniciam as principais trilhas) está 8km adiante. Não há transporte público até o parque. As linhas de ônibus da cidade chegam no máximo a 5,8km de distância da portaria. Pode-se contratar um transporte privado em van (veja nas Informações Adicionais ao final do relato) ou pedir carona no início da estrada de terra que leva ao parque. Claro que optei pela segunda alternativa.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 24/01/20 - Cerro Guanaco e Trilha do Hito XXIV</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início e final: Camping Laguna Verde</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 24km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 973m no cume do Cerro Guanaco</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 4m na margem do Lago Acigami </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada no parque subi o Cerro Guanaco (5,9km ida, desnível de 967m, desde o estacionamento do Lago Acigami) e percorri a trilha do Hito XXIV (2,9km ida, desnível de 19m, desde a bifurcação com o Cerro Guanaco). Acampei no Camping Livre Laguna Verde.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na esquina das ruas Juana Fadul e Gobernador Paz tomei o ônibus da linha B às 7h50. Poderia ter tomado o ônibus da linha A também, porém na Avenida Maipu, mais abaixo. Desci no ponto próximo à confluência das ruas Leandro Alem e Hipólito Irigoyen, que é o local mais próximo que os ônibus chegam da portaria do parque nacional. Porém ela ainda está a 5,8km dali. A Rua Hipólito Irigoyen se transforma na estrada RN3 que entra no parque e termina na Bahía Lapataia. Essa rodovia começa na província de Buenos Aires e tem 3079km de extensão! Ela é de rípio nesse trecho até o parque, o que faz de uma caminhada até a portaria uma experiência bastante empoeirada...</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Me posicionei no início da RN3 e comecei a pedir carona (hacer dedo, em espanhol), porém a maioria dos veículos eram vans de turistas. Depois de 27min tentando em vão vi uma camionete vindo e me pareceu ser da prefeitura ou da polícia e não levantei o dedo - justamente essa parou e me ofereceu carona, porém só até a estação inicial do Trem do Fim do Mundo, 4,4km dali. Topei. Saltei no acesso à estação e continuei pela estrada de rípio (poeira!) até a portaria, mais 1,4km. Ali paguei a taxa de entrada de ARS560 (R$35) para estrangeiros e tirei algumas dúvidas com o atencioso guarda-parque. Esse valor dá direito a três dias inteiros de visita, incluindo duas noites de acampamento. Os campings em funcionamento são: Laguna Verde/Cauquenes, Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui) e Rio Pipo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dali até o Centro de Visitantes Alakush (onde iniciam as principais trilhas) seriam mais 8km e até o Camping Laguna Verde, que escolhi para essa noite, ainda mais 1,8km. Contei com a gentileza e simpatia de outra funcionária do parque, que conseguiu uma carona para mim no primeiro carro que entrava, conduzido por duas italianas. Assim saltei no acesso ao Centro de Visitantes Alakush às 9h34 e caminhei os 1,8km que faltavam para o Camping Laguna Verde. O camping é bem grande e ocupa os dois lados da RN3. Havia poucas barracas apesar de ser alta temporada. Há um banheiro químico em forma de contêiner com um vaso sanitário (com alavanca para descarga) e dois lavatórios, ainda sabonete líquido, papel higiênico e papel-toalha. Uma curiosidade: não parece mas esse camping fica numa ilha - a maior ilha do Arquipélago Cormoranes, delimitado pelos rios Lapataia e Ovando.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-YcdPyQPa-Pc/XsFT9hqXyPI/AAAAAAAA8cQ/Sko0UAqMoLkuyJ1UldfPr-VReltaWkgwgCK4BGAYYCw/s1600/20200124_150611.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-YcdPyQPa-Pc/XsFT9hqXyPI/AAAAAAAA8cQ/Sko0UAqMoLkuyJ1UldfPr-VReltaWkgwgCK4BGAYYCw/s640/20200124_150611.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cerro Guanaco</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Armei a barraca num local mais protegido do vento e parti logo (10h47) para a primeira e mais difícil caminhada, o Cerro Guanaco. O guarda-parque disse que às 12h essa trilha é fechada (mas depois vi que não há como fechá-la e até encontrei gente subindo depois das 16h). Voltei ao Centro de Visitantes Alakush e continuei pela estradinha até a margem do Lago Roca ou Lago Acigami (esse curioso nome significa "cesta ou bolsa alongada" em idioma yámana, dos povos originários dessa região). Carros chegam só até aqui, há um amplo estacionamento. Ali inicia a trilha, que está sinalizada apenas como Senda Hito XXIV, mas é a mesma do Cerro Guanaco. Entrei nela às 11h21. Altitude de 6m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha contorna o lago pela direita (margem leste) e logo entra no bosque. Às 11h33, após cruzar a ponte de troncos sobre o Arroio Guanaco, cheguei a uma bifurcação: Cerro Guanaco à direita e Hito XXIV à esquerda. Outra placa avisa que a trilha do Guanaco tem duração de 4h de ida (mas eu levei 2h30). Uma terceira placa alerta para não entrar nessa trilha após as 12h. Altitude de 8m. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha já inicia subindo. Tive de parar um pouco para deixar passar um grupo grande de israelenses (uns 15) com uma caixa de som em volume muito alto. É bem fácil reconhecê-los nas trilhas: andam em bandos e fazem muito barulho. Às 12h19 cruzei novamente o Arroio Guanaco. Às 12h41 cheguei a um bonito mirante mas não parei pois o grupo ruidoso estava descansando ali com a música bem alta ainda. Continuando no aberto tive visão do Cordon Guanaco, crista montanhosa que tem o Cerro Guanaco na extremidade.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Reentrando no bosque às 12h44 cruzei uma ponte de troncos e ao sair dele às 13h03 enfrentei um lamaçal terrível, com muito cuidado para não enfiar o pé de uma vez no barro preto. Agora a céu aberto pude visualizar o que tinha pela frente: um grande campo de turfa e depois a longa subida de pedras em diagonal pela encosta até o topo do Guanaco. O campo de turfa estava terrível, uma bota impermeável é imprescindível e assim mesmo se corre grande risco de molhar o pé ao afundar ele inteiro. A turfa (turba em espanhol) é uma vegetação úmida e esponjosa formada por musgos, juncos e gramíneas e nesse local especialmente estava muito molhada, um verdadeiro brejo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vencida a turfa veio a longa subida em diagonal pela encosta rochosa da montanha, mas com trilha bem marcada. Como sempre, quanto mais alto mais espetacular o visual ao redor, principalmente do Lago Acigami, com suas águas esverdeadas. Cheguei enfim ao cume do Cerro Guanaco às 14h05 e a visão se abre para o quadrante leste do Canal de Beagle, com Ushuaia se destacando. Logo abaixo o grande vale do Rio Pipo (Cañadon del Toro), onde há um acampamento do parque. Interessante também a visão do limite entre as ilhas Navarino e Hoste ao sul, já em território chileno. A Bahía Lapataia está a sudoeste. De neve quase não havia mais nada no cerro, apenas manchas pequenas. Altitude de 973m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei a descida às 15h11, cruzei a turfa às 15h55 e reentrei no bosque com lamaçal. Saí desse primeiro bosque e parei no mirante (em que não parei na ida) às 16h29. A visão do Lago Acigami estava belíssima e fiquei ali 15min em contemplação. Continuei a descida e cheguei à bifurcação do Hito XXIV às 17h35, seguindo à direita. Foram mais 2,9km em trilha plana contornando a margem nordeste do Lago Acigami até o hito, que é uma pequena torre de ferro que assinala a fronteira entre a Argentina e o Chile. Cheguei às 18h25. Um passo a mais e eu estava em território chileno sem carimbo no passaporte. Esse marco fica numa pequena praia de pedras entre o Lago Acigami e o bosque.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei o retorno às 19h05 pelo mesmo caminho e cheguei ao estacionamento do lago às 20h34. Ao passar pelo Centro de Visitantes Alakush parei para assistir ao pôr-do-sol às 20h54. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude do Camping Laguna Verde: 3m. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 2,9ºC</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-C94s6btLv04/XsFUKUQ6gjI/AAAAAAAA8cc/57agoX-Qehw8mb7sZU-TEXyYkeykgnKgACK4BGAYYCw/s1600/20200124_190526.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-C94s6btLv04/XsFUKUQ6gjI/AAAAAAAA8cc/57agoX-Qehw8mb7sZU-TEXyYkeykgnKgACK4BGAYYCw/s640/20200124_190526.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Hito XXIV</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 25/01/20 - Bahía Lapataia e Senda Costera</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Trilhas da Bahía Lapataia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: Camping Laguna Verde</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: Gendarmeria Nacional</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 10,7km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 23m no Mirador Laguna Verde</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 0m na Senda de la Baliza</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: estudando o mapa do parque emendei as seis trilhas curtas do setor Bahía Lapataia/Laguna Verde na seguinte ordem (distâncias só de ida): Senda del Turbal (1,3km), Senda Castorera (180m), Senda de la Baliza (1,2km), Puerto Arias (320m), Mirador Lapataia (1km), Laguna Negra (550m) e Paseo de la Isla (1,3km)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Trilha Senda Costera</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: RN3 (na altura do Centro de Visitantes Alakush)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: Camping Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 8km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 73m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 0m</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: esta trilha de pouco desnível (73m) percorre a costa da Bahia Lapataia e Canal de Beagle contornando o Cerro Bellavista </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí do Camping Laguna Verde às 11h27, mas deixei a barraca montada. Fui percorrer as trilhas mais curtas do setor Bahía Lapataia/Laguna Verde. Essas trilhas têm uma proposta educativa e servem mais como primeiro contato do turista com o ecossistema da Terra do Fogo do que como um trekking para o trilheiro experiente.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Caminhei 390m pela RN3 na direção oeste e entrei na trilha sinalizada com a placa "Senderos Mirador Lapataia y del Turbal" à esquerda. Na bifurcação 180m depois tomei a direita: Senda del Turbal (a esquerda vai ao Mirador Lapataia). Com 720m (desde a RN3) cheguei a uma bifurcação: Lapataia à esquerda e Castorera à direita. Tomei a direita para ir à castoreira sem saber que o turbal mesmo estava à esquerda, então acabei não o conhecendo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei a RN3 às 11h50 e continuei na trilha. Uma placa ali fala do grande erro que foi a introdução do castor norte-americano na Terra do Fogo em 1946 para comércio da pele. Foram trazidos só 25 casais e hoje são mais de 100 mil destruindo os bosques de toda a ilha. Uma trilha de pouco interesse pois se chega a uma represa de castores bem pequena e sem os elementos característicos como dique e madriguera (a cabana deles). Os textos e desenhos dos painéis tentam passar a informação que falta para um turista que visualiza a pequena represa e não conhece os outros locais colonizados pelos castores com a grande devastação que os rodeia. Eu cheguei à castoreira por uma trilha secundária mas a trilha principal é uma das duas que têm acessibilidade a cadeirantes. A principal tem apenas 180m desde a RN3. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Voltei à RN3 e segui em direção à Bahía Lapataia às 12h09. Caminhei apenas 1,1km e cheguei a um estacionamento num local simbólico, o final da Ruta Nacional 3, de 3079km de extensão. Porém levei um susto pois a quantidade de carros, ônibus e turistas ali era enorme. Impossível tirar uma foto da placa com a distância ao Alasca (quase 18.000km) sem ter várias pessoas na frente. Há um banheiro em forma de contêiner ali também.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ltsakwZXB7c/XsFUXjbMgLI/AAAAAAAA8co/1cK_dEERGfMvyhO0Tc_YaDGbde4F0YBgQCK4BGAYYCw/s1600/20200125_125823.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-ltsakwZXB7c/XsFUXjbMgLI/AAAAAAAA8co/1cK_dEERGfMvyhO0Tc_YaDGbde4F0YBgQCK4BGAYYCw/s640/20200125_125823.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Bahía Lapataia</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O dia estava bem cinzento desde cedo e nessa hora começou a chover. Havia dois lugares a conhecer ali: a passarela e mirante (acessível a cadeirantes) de Puerto Arias (320m ida) e a trilha "Senda de la Baliza" (1,2km ida). Como a passarela até Puerto Arias estava muito cheia de gente fui para a Senda de la Baliza. Caminhei só 140m pela passarela e tomei a trilha que sai dela para a direita às 12h27. Logo ela entra num bosque, sai dele, passa por uma praia, entra em outro bosque e termina numa praia de pedras onde está a tal baliza, uma pequena torre com um farol. Cheguei ali às 12h44. Logo depois do farol há uma cerca que impede que se caminhe até o final da praia por ser "reserva natural estricta". Dali se vê o Cerro Guanaco.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 13h15 saí da praia. Voltei à passarela e já havia menos turistas. Aproveitei para caminhar por ela até o Puerto Arias. Com o dia cinzento e chuvoso a paisagem não estava tão bonita. Voltei ao estacionamento e tomei à direita a Senda del Mirador às 13h46. Ela subiu um pouco por escadarias dentro do bosque e numa bifurcação à esquerda está o Mirador Lapataia. De novo, com sol a paisagem seria bem mais bonita.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Continuei pela trilha principal e voltei à RN3 no local em que entrei na primeira trilha de manhã, com a placa "Senderos Mirador Lapataia y del Turbal". Caminhei 225m para a direita e entrei às 14h16 na Senda Laguna Negra à esquerda. Ela tem só 550m (ida) e termina numa plataforma na margem da lagoa, que na realidade é um grande turbal, segundo o painel ensina. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Voltei à RN3 e caminhei 160m até o camping, aonde cheguei às 14h40. Almocei, desmontei a barraca, arrumei a mochila e saí com ela para percorrer a última trilha curta desse setor do parque, o Paseo de la Isla, de 1,3km de extensão. Deixei o camping às 17h24 caminhando para a esquerda (leste) na RN3 e entrei na primeira trilha à esquerda. Tirei fotos no Mirador Laguna Verde e continuei. A trilha desce e se aproxima de um braço da Laguna Verde, mas logo se afasta e cruza a RN3. A partir daí há várias bifurcações e atalhos, mas a trilha "oficial" segue sempre margeando a água. Esse local é preferido pelas aves por ser mais tranquilo e pude ver e me aproximar de um casal de cauquenes com um filhote. A trilha terminou às 18h08 na RN3 em frente ao posto da Gendarmeria Nacional. Caminhei 900m para a direita e fui conhecer o Centro de Visitantes Alakush, com maquete da Terra do Fogo e painéis informativos com muitas fotos. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saindo do centro de visitantes voltei à RN3 e apenas a cruzei para entrar às 18h33 na Senda Costera, uma trilha de 8km (sem água boa) que termina na Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui), onde há um camping. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O caminho inicialmente corre paralelo à RN3 através do bosque e é sinalizado com estacas amarelas. Com 1,3km de caminhada aparece à esquerda um outro acesso a partir da RN3, mas a trilha continua à direita e se afasta da estrada em direção à costa. O caminho tem um pouco de sobe-desce na parte inicial e quando se afasta da RN3 sobe até os 73m de altitude. Há poucos lamaçais e todos contornáveis.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 19h19, já às margens do Canal de Beagle, cruzei uma pequena praia de pedrinhas. Daí em diante passei por diversas outras praias. Notei as árvores ali com muitos fungos pão-de-índio. Quando jovens são redondos de cor amarela ou alaranjada, depois secam e concentrados formam uma protuberância no tronco. Têm esse nome porque eram usados como alimento pelos povos originários da região. Às 20h35 cheguei à extremidade da Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui) e consegui ver ainda bem longe o ancoradouro aonde deveria chegar. Cruzo mais praias.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 21h09 cheguei a uma bifurcação com placa indicando o estacionamento da Ensenada Zaratiegui à esquerda, subindo, mas continuei à direita próximo ao mar. Às 21h16 cheguei enfim à Ensenada Zaratiegui, onde está a agência de correio do fim do mundo, obviamente fechada nesse horário. Há ali um estacionamento, banheiros e o final de uma estrada, a qual subi por 340m para alcançar às 21h22 o Camping Bahía Ensenada. O camping é espaçoso mas não tão grande quanto o da Laguna Verde. Água pode ser coletada num riachinho (Arroio Piloto) e banheiros só lá embaixo no estacionamento por onde passei. Havia mais duas barracas apenas. Altitude de 27m. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 6,7ºC</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-7ky61jrLzuY/XsFUkg2kelI/AAAAAAAA8cw/QzD8pCRx6gMl2WMX6TaaDcjBvx5vZzcPQCK4BGAYYCw/s1600/20200126_152410.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-7ky61jrLzuY/XsFUkg2kelI/AAAAAAAA8cw/QzD8pCRx6gMl2WMX6TaaDcjBvx5vZzcPQCK4BGAYYCw/s640/20200126_152410.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small;"><i>Cerro Guanaco visto do Cerro Pampa Alta</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 26/01/20 - Pampa Alta e Cascata Rio Pipo</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: Camping Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: RN3 ao lado da estação final do Trem do Fim do Mundo</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 9,9km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 299m no Cerro Pampa Alta</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 27m no Camping Bahía Ensenada</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: emendei as duas trilhas do parque nacional que faltavam: Senda Pampa Alta (4,7km ida, desnível de 272m, desde o Camping Bahía Ensenada) e Cascata Rio Pipo (930m ida)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Deixei a barraca montada e fui visitar a Unidade Postal do Fim do Mundo. O carimbo no passaporte custa US$3. Os banheiros ao lado são idênticos aos do Camping Laguna Verde, também com papel higiênico e papel-toalha. Voltei ao camping, desmontei a barraca e saí às 14h15 tomando a Senda Pampa Alta ali mesmo no bosque nos fundos do acampamento. Em 9min cruzei o Arroio Piloto por uma longa ponte e às 14h34 cruzei a RN3. A partir daí a trilha se torna interpretativa, com 21 painéis dando informações sobre a flora e fauna de maneira lúdica.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h24 alcancei uma bifurcação com placas: (Rio) Pipo à esquerda e (Cerro) Pampa Alta à direita. A continuação do caminho seria para a esquerda mas antes subi à direita só 70m para chegar ao ponto mais alto da caminhada, o Cerro Pampa Alta. Altitude de 299m. Uma grande lenga é a estrela desse local e o destaque na paisagem é o Cerro Guanaco, além de várias outras montanhas na direção da Bahía Lapataia. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h58 voltei à bifurcação e tomei a direita descendo na direção da placa Pipo. No meio do bosque ouvi um barulhinho familiar, um toc-toc, olhei para cima e lá estava o carpintero-negro, o pica-pau da Patagônia, buscando o seu lanche da tarde. Continuando a descida cheguei à estrada do Rio Pipo às 16h40. Altitude de 96m. Ao lado dela passa a estrada de ferro do Trem do Fim do Mundo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A saída seria para a direita mas segui para a esquerda para visitar a Cascata Rio Pipo. Com 650m cheguei ao Camping Rio Pipo, bastante grande e com várias barracas. Há churrasqueiras e banheiros em forma de cabine. No final da estradinha há uma corrente fechando o acesso a carros e inicia o caminho para a cascata, com o imponente Cerro Guanaco à esquerda. Foram só 930m até uma plataforma com vista para o Rio Pipo, porém cascata que é bom não há, apenas algumas quedinhas. Cheguei às 17h09. É possível seguir mais 30m até a curva do rio, mas depois há uma placa de proibido passar e a trilha se torna ruim. Há água corrente na entrada da mata, antes da plataforma, supostamente mais limpa que a do Rio Pipo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Voltei pelo mesmo caminho, passei pelo camping e às 18h02 cheguei à RN3 bem no cruzamento que desce para a Bahía Ensenada. Ao lado está a estação final do Trem do Fim do Mundo. Ali é um local estratégico para pedir carona para a cidade pois vêm carros da Bahía Lapataia, do Rio Pipo e da Bahía Ensenada. Não demorou muito e um carro com três argentinos parou e me levou até o centro.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-7cszJkKEPvE/XsFUyXxXcRI/AAAAAAAA8c8/YIZ4rWForac2xVXu9VaMjki8FmcsO-XkgCK4BGAYYCw/s1600/20200126_171043.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-7cszJkKEPvE/XsFUyXxXcRI/AAAAAAAA8c8/YIZ4rWForac2xVXu9VaMjki8FmcsO-XkgCK4BGAYYCw/s640/20200126_171043.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small;"><i>Cascata Rio Pipo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Informações adicionais:</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao parque da forma mais econômica deve-se tomar o ônibus da linha A ou B no centro de Ushuaia e saltar na esquina das ruas Leandro Alem e Hipólito Irigoyen. A partir daí pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem do ônibus em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul às 10h, 11h, 12h e 14h. Cobra ARS900 (R$56) ida e volta, podendo a volta ser em dia diferente da ida</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. a taxa de entrada no parque de ARS560 (R$35) dá direito a três dias inteiros de visita, incluindo duas noites de acampamento </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. os campings em funcionamento no parque são: Laguna Verde/Cauquenes, Bahía Ensenada (ou Ensenada Zaratiegui) e Rio Pipo dia 1</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. site do parque: <a href="http://www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/tierradelfuego" target="_blank">www.argentina.gob.ar/parquesnacionales/tierradelfuego</a></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">janeiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-6ybdtvHC7fo/XsFU-1Bf0FI/AAAAAAAA8dE/9idpeiPMOR8dlW4N9ZLYtiRLUX3kI5_OgCK4BGAYYCw/s1600/PN%2B1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-6ybdtvHC7fo/XsFU-1Bf0FI/AAAAAAAA8dE/9idpeiPMOR8dlW4N9ZLYtiRLUX3kI5_OgCK4BGAYYCw/s640/PN%2B1.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>dia 1</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-4efB4iStqlM/XsFVBmsAdMI/AAAAAAAA8dM/Ku4pghEuekY-wQ2YqqpO8mk0VNd70R3ngCK4BGAYYCw/s1600/PN%2B2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-4efB4iStqlM/XsFVBmsAdMI/AAAAAAAA8dM/Ku4pghEuekY-wQ2YqqpO8mk0VNd70R3ngCK4BGAYYCw/s640/PN%2B2.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: medium; text-align: start;">dia 2</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-EtcfT9MVLhM/XsFVEYO3buI/AAAAAAAA8dY/Tk5dDYGrrsUSD2wx5R-9LbBhKnqYY3MtwCK4BGAYYCw/s1600/PN%2B3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-EtcfT9MVLhM/XsFVEYO3buI/AAAAAAAA8dY/Tk5dDYGrrsUSD2wx5R-9LbBhKnqYY3MtwCK4BGAYYCw/s640/PN%2B3.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: medium; text-align: start;">dia 3</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-19181906886670647342020-05-17T08:04:00.000-07:002020-05-17T08:07:26.326-07:00Cachoeira Velo de Novia e Laguna 5 Hermanos (Ushuaia, Argentina) - jan/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-RctnO56gbLA/XsFRlAQ1n_I/AAAAAAAA8bY/2GltMuFJb-EBdVKKgP-WAVDN3BpLbtBHACK4BGAYYCw/s1600/20200122_183832.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-RctnO56gbLA/XsFRlAQ1n_I/AAAAAAAA8bY/2GltMuFJb-EBdVKKgP-WAVDN3BpLbtBHACK4BGAYYCw/s640/20200122_183832.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna 5 Hermanos</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início e final: estacionamento junto ao Camping Kawi Yoppen</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 2,8km (só ida, do portal de Ushuaia ao estacionamento do camping) + 4,9km (só ida, do estacionamento à laguna)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 804m na Laguna 5 Hermanos</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 92m na ponte do Rio Olívia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: média pois há um desnível de 388m bastante inclinado na chegada à Laguna 5 Hermanos </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na paisagem montanhosa que emoldura a cidade de Ushuaia três picos próximos entre si se destacam: Monte Olívia, Cerro 5 Hermanos e Cerro Le Cloche, todos a leste da cidade. A caminhada desse dia deveria ser a subida do Cerro Le Cloche pela face sul e a descida pela face norte passando pela Laguna 5 Hermanos, porém não encontrei trilha no local indicado para subida do Cerro Le Cloche e mudei os planos. Fui conhecer a Cachoeira Velo de Novia e se houvesse tempo esticaria até a Laguna 5 Hermanos por outro caminho.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A Cachoeira Velo de Novia tem acesso bastante fácil para quem está de carro pois caminha-se apenas 780m (desnível de 97m) desde o estacionamento junto ao Camping Kawi Yoppen, na Ruta Nacional 3 (RN3). A Laguna 5 Hermanos já fica bem mais distante (4,2km após a cachoeira) e exige bem mais do caminhante pois o desnível de 388m é bastante inclinado.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">22/01/2020 - Saí do hostel um pouco tarde, às 9h49. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos por exemplo muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (janeiro). </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rua Gobernador Deloqui, no centro de Ushuaia, peguei o ônibus da linha B (poderia ser o da linha A também, porém na Avenida Maipu) e desci no ponto da Rua Pioneros Fueguinos pois queria explorar a trilha da face sul do Cerro Le Cloche. Como essa exploração não deu certo e mudei o destino para a Cachoeira Velo de Novia, o ideal é descer do ônibus no ponto final junto ao portal da cidade (saída para Rio Grande). Em frente ao ponto final fica o posto policial e ao passar por ele somos sempre "convidados" a entrar e registrar nome, documento e destino. Altitude de 80m. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No portal poderia ter pedido carona mas a distância até o início da trilha da cachoeira é de apenas 2,8km e resolvi ir caminhando. A experiência foi proveitosa pois passei por um local com vários santuários, inclusive da Defunta Correa e do Gauchito Antonio Gil, dois personagens cultuados como santos na Argentina. O visual do Monte Olívia e do Cerro 5 Hermanos também compensava a monotonia da estrada.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-2Vpxn7WaNx0/XsFR0nSA_1I/AAAAAAAA8bg/m8oCN3I08ak3eACiPNNT4K5Py-0C_HAewCK4BGAYYCw/s1600/20200122_204300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-2Vpxn7WaNx0/XsFR0nSA_1I/AAAAAAAA8bg/m8oCN3I08ak3eACiPNNT4K5Py-0C_HAewCK4BGAYYCw/s640/20200122_204300.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeira Velo de Novia</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h34 entrei numa rua de terra à direita da RN3 sem nenhuma placa indicando a cachoeira, a laguna ou o camping. A única placa ali apontava para a engarrafadora de água Anoka. Em apenas 170m cruzei a ponte sobre o Rio Olívia (menor altitude da trilha, 92m) e cheguei a um estacionamento e à entrada do Camping Kawi Yoppen. Uma placa à esquerda mostra o caminho para a Cachoeira Velo de Novia. A trilha inicialmente corre paralela ao Rio Olívia mas depois sobe e se afasta dele. Numa bifurcação na subida fui para a esquerda e cheguei às 15h50 próximo a uma queda secundária, mas era só um mirante sem acesso à água. Cuidado pois esse mirante é um local estreito e alto e é bom ver onde se pisa para não escorregar e despencar lá de cima. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parei para um lanche. Continuei pela trilha e encontrei a ramificação que vinha da direita na bifurcação anterior. Dali foram mais 6min até a queda principal. Para chegar à água deve-se descer uma encosta íngreme porém fácil. Já eram 16h15 e resolvi tentar primeiro a Laguna 5 Hermanos, na volta curtiria a cachoeira. Ali há restos de cabanas feitas de troncos finos características dos povos Yámana e Selk'nam. Subindo, uma trilha mais larga entroncou à direita. Cruzei uma ponte de tábuas tortas e fui à direita acompanhando o Arroyo Velo de Novia, que ali tem uma prainha de pedras.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Sem ter idéia de quanto tempo levaria até a laguna caminhei de olho no relógio e se desse um horário-limite retornaria de onde estivesse. Portanto caminhei mais rápido e a trilha estava bem fácil, uma subida muito suave, porém sabia que teria de subir bastante pois a laguna fica a 804m de altitude. E eu estava ainda na faixa dos 400m. Apareceram os famosos lamaçais das trilhas de Ushuaia e isso atrasou um pouco o avanço. Há uma sinalização de círculos amarelos nas árvores. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 17h09 saí do bosque e avistei na cabeceira do vale o Cerro 5 Hermanos, inconfundível. Cruzei um riacho que desce da encosta e em seguida passei por uma grande e impressionante área de deslizamento com as árvores todas deitadas. Reentrei no bosque e a trilha se divide em variantes. Às 17h21 cruzei uma ponte de troncos (com tronco-corrimão) sobre o Arroyo Velo de Novia, passando então para a encosta da margem esquerda dele, que é onde se encontra a laguna. Aí começou a subida. Altitude de 416m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A subida inicialmente era dentro do bosque e não muito inclinada. Passei por uma cachoeira em que era possível coletar água e ali um casal argentino me deu alguma informação sobre o que teria pela frente. A inclinação foi ficando cada vez maior. Alcancei o limite das árvores nos 500m e continuei pela encosta recoberta de capim com a trilha em ziguezague muito íngreme. Havia uma sinalização de estacas amarelas. A cidade de Ushuaia apareceu no horizonte à direita (sudoeste). Do outro lado do vale o imponente Monte Olívia. O capim deu lugar a um caminho só de pedras. Cruzei com um grupo saindo da laguna e finalmente cheguei a ela às 18h11, dentro do meu horário-limite de segurança. Altitude de 804m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Laguna muito bonita, cor verde-esmeralda e cercada de montanhas rochosas, mas envolta por uma faixa larga de neve! Por isso fazia muito frio ali e não aguentei ficar muito tempo. Muito legal poder ficar ao lado da laguna e visualizar Ushuaia lá embaixo, bem distante. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei o retorno às 18h39 e ainda cruzei com algumas pessoas subindo. Desci pela encosta de capim, reentrei no bosque, passei pela cachoeira, cruzei a pontezinha do Arroyo Velo de Novia às 19h32. Na volta, depois do deslizamento e do riacho, é preciso atentar para uma bifurcação que passa despercebida na ida - nela deve-se tomar a direita (há uma fita amarrada na árvore para chamar a atenção) e entrar no bosque. Nos lamaçais levei um pequeno tombo. Cruzei a ponte de tábuas tortas e fui à direita na bifurcação tomando a trilha mais estreita. Às 20h39 estava de volta à Cachoeira Velo de Novia. Aí sim desci até a queda e pude até ficar atrás dela! Voltei ao estacionamento e só havia um carro, diminuindo muito a minha chance de carona para a cidade. Comecei a caminhar pelo acostamento da RN3 pedindo carona mas os carros passavam em velocidade e desencanei. Cheguei ao ponto final do ônibus no portal da cidade às 21h38 e tomei o primeiro para o centro. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-NIFb3mnY--o/XsFSBN4lYnI/AAAAAAAA8bs/NLkwxtICiVgVbCfut5sO316jy7hlKLA1ACK4BGAYYCw/s1600/20200122_160703.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-NIFb3mnY--o/XsFSBN4lYnI/AAAAAAAA8bs/NLkwxtICiVgVbCfut5sO316jy7hlKLA1ACK4BGAYYCw/s640/20200122_160703.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Queda secundária da Cachoeira Velo de Novia</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Informações adicionais:</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da trilha deve-se tomar o ônibus das linhas A ou B no centro de Ushuaia e saltar no ponto final no portal da cidade, em seguida pedir carona ou caminhar 2,8km pela Ruta Nacional 3 </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. uma opção mais confortável é o transporte privado (van) chamado Linea Regular que sai diariamente da esquina das ruas Maipu e Juana Fadul de hora em hora das 9h às 14h.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">janeiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-bGomxOdWdw0/XsFSPJXm1jI/AAAAAAAA8b4/Mq3XFqx-YAgfBB0IF1sTp3ermayF0srbQCK4BGAYYCw/s1600/Velo%2Bde%2BNovia%2Bperspectiva.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-bGomxOdWdw0/XsFSPJXm1jI/AAAAAAAA8b4/Mq3XFqx-YAgfBB0IF1sTp3ermayF0srbQCK4BGAYYCw/s640/Velo%2Bde%2BNovia%2Bperspectiva.JPG" width="640" /></a></span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-55466293193446354242020-05-17T07:52:00.000-07:002020-05-17T12:26:08.549-07:00Glaciar Vinciguerra e Paso de la Oveja (Ushuaia, Argentina) - jan/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xXFDmIUSahs/XsFMurm629I/AAAAAAAA8Z4/LX2U6tO5egoBMhJiubg0Rif68UEywiM6QCK4BGAYYCw/s1600/20200121_114535.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-xXFDmIUSahs/XsFMurm629I/AAAAAAAA8Z4/LX2U6tO5egoBMhJiubg0Rif68UEywiM6QCK4BGAYYCw/s640/20200121_114535.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna del Caminante</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: Vale Andorra</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: autódromo de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 36km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duração: 3 dias</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 820m no Paso de la Oveja</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 140m próximo ao autódromo de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Há subidas de até 574m e o Paso de la Oveja (820m) deve ser cruzado com tempo bom.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Essa travessia percorre o vale do Arroyo Grande (Vale Andorra) para subir à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra, um trekking popular em Ushuaia. Um pouco menos frequentada é a Laguna Encantada. Muita gente faz isso em um bate-e-volta de um dia. Para continuar pelo vale do Arroyo Grande até a Laguna del Caminante e Paso de la Oveja é necessário mais um dia. A descida do Paso de la Oveja pelo Cañadón de la Oveja completa a volta de três dias ao redor dos Montes Martial.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>1º DIA - 19/01/20 - do Vale Andorra à Laguna Encantada</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 10,3km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 752m no Glaciar Vinciguerra</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 178m no Arroyo Grande</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada percorri o vale do Arroyo Grande (Vale Andorra) e subi à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra num desnível de 574m. Em seguida desci de volta 414m até a bifurcação da trilha e subi mais 218m para acampar na Laguna Encantada.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Para chegar ao início da trilha deveria ir de ônibus (ou caminhar) até a entrada do Vale Andorra e de lá pedir carona. A opção de táxi ou remis eu descartei por estar sozinho e também pela facilidade de se conseguir carona nessa região. Conferi a distância do centro de Ushuaia até a entrada do Vale Andorra: 3,5km. Resolvi ir a pé. Subi pela Rua Juana Fadul até a Avenida Hernando de Magallanes (uma avenida larga, de duas pistas) e a tomei às 10h41 no sentido leste até uma rotatória. Ali segui a placa de Rio Grande, já deixando a cidade. Passei a caminhar pela rodovia (Ruta Nacional 3) mas com acostamento já que ainda é uma área urbanizada. Cheguei à entrada do Vale Andorra às 11h29. Poderia ter tomado o ônibus da linha B do centro até esse local.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dali ainda seriam mais 4,2km de rípio até o início da trilha e lá fui eu me aventurar a pedir a primeira carona dessa viagem. Mas, como já era esperado, foi bem fácil e logo um carro parou. Eram três argentinos muito gente boa, missionários da igreja adventista que estavam fazendo um trabalho junto à comunidade do Vale Andorra. Fizeram questão de me levar até o final da estrada e me deixar no portão onde inicia a trilha. Me deram algumas revistas da igreja para eu ler depois...</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-at7Eh1nej0o/XsFNAXkEyFI/AAAAAAAA8aE/_PXIxQBbiiMleGc14dQjo0wLBWWZXrEbwCK4BGAYYCw/s1600/20200119_161431.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-at7Eh1nej0o/XsFNAXkEyFI/AAAAAAAA8aE/_PXIxQBbiiMleGc14dQjo0wLBWWZXrEbwCK4BGAYYCw/s640/20200119_161431.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O início da trilha fica junto a um agrupamento de casas e tem uma placa indicando Camino de la Turbera. Havia muitos carros estacionados ao longo da rua de terra do pequeno bairro mostrando que muita gente estava na trilha. Cruzei o portão azul que marca o início da caminhada às 12h25. Altitude de 199m. O começo é uma estradinha ainda pois há sítios mais adiante. Pequenas flores amarelas adornam todo o caminho. Cerca de 420m depois, numa curva para a direita, abandonei a estrada e entrei na trilha à esquerda. Uma seta amarela indica o caminho. Mas logo começou a grande dificuldade das trilhas de Ushuaia: os terríveis lamaçais. Com 150m de trilha surgiu uma bifurcação: Glaciar Vinciguerra e Laguna de los Témpanos (témpano = iceberg) à direita e Laguna del Caminante à esquerda. Fui para a direita e logo a visão para a turbera se ampliou. É uma área extensa na parte mais baixa do vale. Ao fundo as montanhas que deveria subir para atingir as lagunas e o glaciar. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Turbera (ou turbal) é uma área de turba (turfa em português), que é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante. A turba é recolhida para diversas finalidades: é usada como fertilizante e substrato no cultivo de plantas, como combustível doméstico mas de baixo poder calórico, para adsorção de metais pesados presentes em ambientes, no combate a derramamentos de petróleo, entre outras.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 12h45 me aproximei do Arroyo Grande e passei a caminhar pela sua margem direita verdadeira. Ali a menor altitude do dia, 178m. A visão para o fundo do enorme Vale Andorra era espetacular - trecho que eu percorreria no dia seguinte. Os lamaçais continuam. Alcancei às 13h07 uma ponte que cruza o Arroyo Grande e junto a ela uma placa informa que toda a área desse vale, bem como as montanhas ao norte e ao sul, foram declarados Sítio Ramsar em 2009 por sua importância ecológica (<a href="http://rsis.ramsar.org/" target="_blank">rsis.ramsar.org</a>). Atravessei a ponte para a margem esquerda do rio e ali uma outra placa dá informações sobre o Sendero Glaciar Vinciguerra, inclusive altimetria e telefone de emergência, dados bastante importantes.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Passada a ponte a trilha se afasta do rio e se dirige às montanhas, entrando no bosque e começando a longa subida em direção às lagunas. Na altitude de 338m, às 13h38, alcancei a bifurcação que leva à direita à Laguna Encantada e à esquerda à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra. Continuei pela esquerda, mas voltaria ainda nesse dia a essa bifurcação para acampar na Laguna Encantada. Mesmo na subida inclinada havia lamaçais terríveis que tornavam lento o avanço. Às 15h saí do bosque, visualizei o caminho à frente e percebi que havia cumprido somente a primeira etapa da subida - a segunda etapa seria por uma moraina pedregosa e bastante inclinada, como as morainas costumam ser.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-EHqmJ2_W_zs/XsFNL_iWCAI/AAAAAAAA8aM/B5RV7NFz9YQgpY3Jw4c_tOrGxt07qpPaQCK4BGAYYCw/s1600/20200119_162756.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-EHqmJ2_W_zs/XsFNL_iWCAI/AAAAAAAA8aM/B5RV7NFz9YQgpY3Jw4c_tOrGxt07qpPaQCK4BGAYYCw/s640/20200119_162756.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna de los Témpanos</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas antes da moraina um trecho plano, um platô verdejante onde seria até possível acampar se o solo não fosse tão encharcado. Essa é a várzea do Rio de Leche, que vem da laguna. Vencida a grande ladeira de pedras atingi enfim a Laguna de los Témpanos às 15h24. Um lindo e hipnotizante lago de cor esverdeada cercado de montanhas, neve e gelo. Altitude de 724m. Pela proximidade com a geleira o vento ali era cortante e busquei abrigo atrás de grandes blocos de pedra. Para conhecer de perto a geleira bastou seguir a trilha marcada que contorna a laguna pela direita. Ela não é branca ou azul, mas cinzenta pela grande quantidade de pedras que carrega. Numa de suas extremidades há uma gruta de gelo em que entrei rapidamente para fotografar as paredes de gelo em que se veem pequenas rochas suspensas, muito curioso! A visão da laguna por este ângulo também é espetacular. Altitude de 752m, a maior do dia.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cheguei a ver cercadinhos de pedra próximos à laguna porém acampar ali seria passar a noite inteira exposto à ventania gelada e dormindo sobre pedras. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei às 17h25 a descida pelo mesmo caminho e 80m após reentrar no bosque vi um local plano para acampar, não tão exposto ao vento e com água ao lado, o Rio de Leche. Mas já estava decidido a visitar a Laguna Encantada nesse dia e dormir lá. Alcancei a bifurcação às 19h13 (338m) e a tomei para a esquerda, subindo. Ao sair do bosque muita lama e muito vento. Torci para encontrar um lugar seco e abrigado para montar a barraca. Por sorte achei um lugar assim na extremidade sul da laguna, às 20h20. E ainda bem que as lengas eram baixas pois se fossem árvores altas eu ficaria preocupado de uma delas desabar sobre a barraca. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Montado o acampamento fui conhecer a laguna. Caminhei pela margem esquerda até o pé de uma alta cachoeira. O vento fazia suas águas voarem para cima. Notei a presença de castores nessa laguna por haver dique e outras "construções" que eles fazem, mas não cheguei a vê-los. Recomendável pegar água da cachoeira e não da laguna.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À noite, enquanto jantava, o vento continuava bem forte e chegava a entortar as varetas para dentro da barraca. Felizmente ela aguentou firme.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 556m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 3,9ºC</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-UBkJWB1uoHY/XsFNZcac4AI/AAAAAAAA8aY/yLfCX4soiSYHTTtGqCqbYdQH9f6jOU_sgCK4BGAYYCw/s1600/20200120_124621.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-UBkJWB1uoHY/XsFNZcac4AI/AAAAAAAA8aY/yLfCX4soiSYHTTtGqCqbYdQH9f6jOU_sgCK4BGAYYCw/s640/20200120_124621.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Encantada</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2º DIA - 20/01/20 - da Laguna Encantada à Laguna del Caminante</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 12,8km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 637m próximo da Laguna del Caminante</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 184m no Arroyo Grande</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia desci da Laguna Encantada ao vale do Arroyo Grande (desnível de 372m), voltei a percorrer esse vale para oeste e subi à Laguna del Caminante para acampar, num desnível (igual) de 372m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">10h da manhã: 6,1ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">De manhã caminhei pela laguna e voltei à cachoeira para fotos com sol. Não tinha pressa, parti somente às 13h em direção à Laguna del Caminante. Desci pelo mesmo caminho, passei pela bifurcação da Laguna de los Témpanos às 13h49 e cruzei a ponte do Arroyo Grande às 14h13 (menor altitude do dia, 184m). Para não ter de voltar à bifurcação citada no dia anterior decidi procurar um atalho para a trilha da Laguna del Caminante, porém isso demandava cruzar o turbal, que podia estar muito molhado. Cerca de 200m após a ponte do Arroyo Grande e logo que cruzei outra pontezinha tomei o rumo sul sem trilha. Ao me deparar com duas marcas paralelas no chão apontando para a cabeceira do vale (oeste) resolvi segui-las. Caminhei 400m pela turbera, que não estava tão encharcada, até que resolvi cruzar o bosque e alcançar de uma vez a trilha da Laguna del Caminante. Não havia trilha no bosque, procurei onde estava menos ruim para pisar, ao final tive de subir um trecho íngreme e às 14h49 alcancei enfim a trilha que procurava. Parei para um lanche à sombra das árvores e próximo de um riacho. Continuei às 15h18.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 15h49 uma seta manda quebrar para a direita. Uns 3min depois encontrei uma ponte feita a partir de um grande tronco, uma placa da administração de parques nacionais e uma trilha saindo para a direita. Estava entrando nos limites do Parque Nacional Tierra del Fuego. Fui olhar à direita e em apenas 50m havia uma grande clareira plana ótima para acampar. Mas cruzei a ponte-tronco e continuei. Daí em diante havia passarelas de tábuas, corrimãos e sinalização nas árvores. Às 16h10 cruzei uma ponte com corrimão e 11min depois a Puente El Viejo para a margem esquerda verdadeira de um riacho.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 17h25 atravessei uma clareira bem maior que a primeira e reentrei no bosque. Em 6min estava diante de uma área devastada por castores, muitas árvores caídas, as que ainda estavam em pé estavam mortas. Um cenário desolador. Isso no próprio Arroyo Grande, no único momento em que essa trilha se aproxima dele.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 18h11 cruzei o Arroio del Caminante (vem da laguna homônima) por uma ponte-tronco com corrimão de cabo fino (altitude de 265m) e começou a subida, que era mais íngreme e cansativa do que eu esperava. O Arroio del Caminante ficou à minha esquerda por algum tempo. Nele uma bonita cachoeira. Às 18h49 cruzei o Arroio del Caminante novamente e me afastei dele. Uns 10min depois atravessei mais uma ponte-tronco com corrimão junto a uma confluência de rios. Às 19h14 saí do bosque e encontrei uma bifurcação com placa: à direita Laguna del Caminante, à esquerda Cañadón de la Oveja. Segui para a direita na ilusão de que a subida havia terminado. Na verdade estava na encosta de uma montanha e era preciso subir bastante por ela para atingir o local de descida à laguna. Esse caminho pelo alto proporcionou uma visão maravilhosa da verdíssima laguna entre bosques e montanhas de pedra. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Subi até os 637m (maior altitude do dia; 372m de desnível desde a ponte-tronco com corrimão de cabo fino) e desci 60m verticais até a margem da laguna por uma trilha íngreme e escorregadia, chegando às 20h. Na chegada há água corrente do riacho que vem da Laguna Superior e que se cruza por duas pontes em sequência. Havia mais três barracas e fiz amizade com um casal muito simpático de Buenos Aires, Juan Pablo e Marina. Eles fizeram uma fogueira (apesar do aviso de não fazer fogo) e ficamos conversando ao calor do fogo. A noite estava muito fria.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Altitude de 577m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: -1,3ºC</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-EWhijqlClN4/XsFNnb9f-cI/AAAAAAAA8ak/xMkHtfssEdEgW32dzYv2hYoW-QZxBpvQwCK4BGAYYCw/s1600/20200121_131019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-EWhijqlClN4/XsFNnb9f-cI/AAAAAAAA8ak/xMkHtfssEdEgW32dzYv2hYoW-QZxBpvQwCK4BGAYYCw/s640/20200121_131019.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Superior</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3º DIA - 21/01/20 - da Laguna del Caminante ao autódromo de Ushuaia</b><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 12,9km</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 820m no Paso de la Oveja</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 140m próximo ao autódromo de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Resumo: nesse dia cruzei o Paso de la Oveja num desnível positivo de 243m desde a Laguna del Caminante. Em seguida percorri o vale chamado Cañadón de la Oveja até o final da travessia num desnível negativo de 680m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">10h da manhã: 8,2ºC</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Novamente sessão de fotos com sol pela manhã e nenhuma pressa de deixar aquele pequeno paraíso. Saí junto com o casal portenho às 12h20, subimos a trilha íngreme, mas logo nos separamos. Eles foram diretamente na direção do Paso de la Oveja e eu fui conhecer a Laguna Superior. Da Laguna del Caminante à Laguna Superior foram somente 26min mas há trechos de deslizamento que são íngremes e fáceis de escorregar, melhor ir sem a cargueira. A Laguna Superior é menor que a sua irmã mas igualmente linda, com as águas azuladas. Há também uma cachoeira despencando do lado esquerdo. Altitude de 637m.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Saí da Laguna Superior às 13h16, voltei pelo mesmo caminho até a placa da saída do bosque do dia anterior (altitude de 538m) e continuei para a direita (sudeste) às 14h para subir ao Paso de la Oveja. Dali ainda não conseguia ver o passo, apenas a enorme montanha que estava à sua esquerda, o Cerro Tonelli. Cruzei o campo florido e depois três vezes o riacho que vinha do passo. Só mais acima é que teve fim a lama e passei a caminhar num ambiente típico de alta montanha, sem nenhuma vegetação, só pedras. Aí comecei a visualizar o passo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alcancei o Paso de la Oveja às 15h02 numa altitude de 820m. Por sorte nesse momento quase não havia vento e a neve estava somente em manchas ao lado do caminho. Para o outro lado do passo se via uma extensa crista com bastante neve e a continuação da trilha descendo para um vale profundo, o Cañadón de la Oveja. Há água corrente procurando à direita. </span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Rg6uE-UT4rw/XsFNzGyC3wI/AAAAAAAA8aw/ClOhFeT_qCMapRWRsUKiysfDUV2hgAiYQCK4BGAYYCw/s1600/20200121_163053%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-Rg6uE-UT4rw/XsFNzGyC3wI/AAAAAAAA8aw/ClOhFeT_qCMapRWRsUKiysfDUV2hgAiYQCK4BGAYYCw/s640/20200121_163053%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: small;"><i>Cañadón de la Oveja</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Comecei a descida do passo às 15h31 e alcancei Juan Pablo e Marina. Eles haviam parado porque procuravam o caminho que levasse a algumas cavernas de gelo, mas não sabiam nem onde elas ficavam. Eu estava com uma dor forte no joelho direito desde o dia anterior e não quis acompanhar Juan Pablo nessa exploração, fiquei com Marina cuidando das mochilas. Ele foi certeiro, encontrou a trilha e chegou às cavernas, porém não entrou pois disse que o gelo derretia rapidamente e despencavam pedras incrustadas nele, tornando o acesso perigoso. Tirou fotos da boca da caverna e retornou rapidamente. Dali em diante seguimos os três juntos.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Retomamos a caminhada às 16h28 pela encosta esquerda do profundo vale por uma trilha bem marcada entre pedras. Logo pudemos visualizar toda a extensão daquele enorme vale, o Cañadón de la Oveja, e ao fundo as águas azuis do Canal de Beagle. Não sei se pela dor no joelho mas esse trecho pela encosta me pareceu não terminar nunca. O vento começou a ficar bem forte e nas rajadas era preciso parar para se equilibrar e não despencar encosta abaixo. Às 16h57 uma discreta placa indicava que estávamos saindo dos limites do Parque Nacional Tierra del Fuego. Uns 150m depois a última água boa do dia. Às 18h03 a trilha quebrou para a direita e começou a descer em ziguezague a encosta para entrar no bosque às 18h27. Trocamos a caminhada pelas pedras pela caminhada pelo lamaçal de novo. Às 20h cruzamos uma cerca por uma escadinha e 25min depois outra cerca com escadinha. Continuamos pela trilha bem marcada e às 20h43 alcançamos uma estrada de terra nas proximidades do autódromo de Ushuaia. Altitude de 140m. Nesse mesmo local terminaria um outro trekking que fiz quase um mês depois, a Trilha dos Mirantes do Glaciar Martial (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/trilha-dos-mirantes-do-glaciar-martial.html" target="_blank">aqui</a>). Ali em poucos minutos os pais do Juan chegaram de camionete para nos pegar. Se não tivesse essa carona poderia ter caminhado 1,9km até o ponto e tomado um ônibus da linha A ou B.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Informações adicionais:</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para chegar ao início da travessia deve-se tomar o ônibus linha B (linha A não serve) no centro de Ushuaia e saltar na entrada do Vale Andorra. A partir daí pedir carona (hacer dedo, em espanhol)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. para sair no final da travessia deve-se caminhar 1,9km por estrada de terra até o ponto de ônibus e tomar qualquer uma das duas linhas (A ou B) para o centro de Ushuaia</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche)</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. apesar de num trecho da travessia se cruzar a área do Parque Nacional Tierra del Fuego não é cobrada nenhuma taxa de entrada e nem de acampamento</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">janeiro/2020</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-r_ASdsmJ-jg/XsFO41MxRhI/AAAAAAAA8bA/fpsledKcXsgBQ89wDmWRiQpjNCb_OQfwQCK4BGAYYCw/s1600/Paso%2Bde%2Bla%2BOveja%2Btop.JPG" imageanchor="1" style="font-family: georgia, 'times new roman', serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-r_ASdsmJ-jg/XsFO41MxRhI/AAAAAAAA8bA/fpsledKcXsgBQ89wDmWRiQpjNCb_OQfwQCK4BGAYYCw/s640/Paso%2Bde%2Bla%2BOveja%2Btop.JPG" width="640" /></a>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-40986948903231607522020-05-17T07:36:00.000-07:002020-05-17T12:20:44.495-07:00 Glaciar Martial (Ushuaia, Argentina) - jan/20<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-SMWV6xuGwyU/XsGHVMJEtDI/AAAAAAAA8uk/k_4OdCqIlPYoQM2GvkOqgFNEd5eovholwCK4BGAYYCw/s1600/20200118_162244.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-SMWV6xuGwyU/XsGHVMJEtDI/AAAAAAAA8uk/k_4OdCqIlPYoQM2GvkOqgFNEd5eovholwCK4BGAYYCw/s640/20200118_162244.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: left;"><i>Ushuaia vista do Cerro Martial</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Início: centro de Ushuaia</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Final: centro de Ushuaia</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Distância: 2,5km do centro de Ushuaia ao início da trilha no Hotel Altos Ushuaia; 6,3km do início da trilha no Hotel Altos Ushuaia à neve do glaciar</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maior altitude: 842m na neve do Glaciar Martial</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Menor altitude: 0m no centro de informação turística; 127m no início da trilha no Hotel Altos Ushuaia</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dificuldade: fácil, apesar do desnível de 842m desde a cidade ou de 715m desde o Hotel Altos Ushuaia</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O Glaciar Martial é a trilha mais próxima do centro de Ushuaia e a primeira trilha da maioria dos que visitam a cidade. Não se alcança a geleira propriamente dita, não se toca no gelo, mas é possível brincar na neve logo abaixo dela mesmo no verão. A maioria dos visitantes sobe de carro até um estacionamento a 323m de altitude e dali caminha 1h30 até tocar na neve. O caminho de carro sobe a montanha num longo ziguezague nada interessante para se fazer a pé. Eu descobri que além dessa estrada de asfalto há também algumas opções de trilha e lá fui explorá-las. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vale a pena dizer que as águas que vertem do Glaciar Martial são a principal fonte de abastecimento da cidade de Ushuaia.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">18/01/2020 - Saí do hostel bem tarde, às 11h56. Os dias longos do verão no extremo sul do continente deixam a gente bem relaxado com relação ao horário das caminhadas. Os argentinos por exemplo muitas vezes iniciam as caminhadas no meio da tarde. Há luz do dia até depois das 21h30 nessa época (janeiro). </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Do centro de Ushuaia subi pela Rua Juana Fadul até a Avenida Hernando de Magallanes (uma avenida larga, de duas pistas) e a tomei para a esquerda (oeste). Andei 1,5km e virei à direita na Rua Aldo Motter às 12h17. Uma placa na esquina aponta a direção do glaciar. Na pequena Plazoleta Republica del Paraguay tomei a rua que sobe à esquerda em diagonal, continuação da Aldo Motter. Nessa esquina a placa não cita o glaciar mas outra placa subindo a Aldo Motter em diagonal sim. Cerca de 600m depois da plazoleta cheguei ao Hotel Altos Ushuaia. À direita do hotel inicia o Sendero del Glaciar Luis Martial com uma grande placa e um mapa mostrando a estrada sinuosa e a trilha-atalho. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-yQ4KVUB1gms/XsGGqVpvvBI/AAAAAAAA8uE/w4ZLrRypWysij4dRar1BukbX_pTmLAVGgCK4BGAYYCw/s1600/20200118_132145.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-yQ4KVUB1gms/XsGGqVpvvBI/AAAAAAAA8uE/w4ZLrRypWysij4dRar1BukbX_pTmLAVGgCK4BGAYYCw/s640/20200118_132145.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: left;"><i>Arroyo Buena Esperanza</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha inicia bem larga dentro do bosque e já subindo. Entrei nela às 12h42. Altitude de 127m. A sinalização em cor amarela serve de orientação. Subi 400m e cruzei a estrada junto ao Hotel Las Hayas, continuei pela trilha e cruzei a estrada de novo. Uma placa ali me chamou a atenção para outras trilhas que levam a mirantes, percurso que eu exploraria um mês depois (relato <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2020/05/trilha-dos-mirantes-do-glaciar-martial.html" target="_blank">aqui</a>). Passei na frente do Hotel Los Acebos e retomei a trilha, agora já mais estreita. Alcancei uma pequena ponte de madeira sobre um profundo cânion mas não a cruzei, em vez disso tomei a trilha para a esquerda e me aproximei do rio que percorre o cânion, o Arroyo Buena Esperanza, que se origina no Glaciar Martial. A trilha se torna mais ruim nesse trecho junto ao rio, com troncos caídos. Apareceu uma saída para a esquerda mas não a tomei porque desembocava na estrada. Continuei dentro da mata e ainda junto ao rio pela sua margem direita verdadeira. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Numa área mais aberta do bosque vi restos de fogueira apesar do aviso de proibição de acampar e fazer fogo. Apareceu outra saída para a esquerda que dava diretamente numa casa amarela, mas continuei no bosque. A partir daí a trilha se alargou e apareceram até passarelas de madeira em bom estado. Saí novamente no asfalto e aí tinha duas opções (na volta descobriria uma terceira opção, a da casa de chá): caminhar pela estrada apenas 360m e chegar ao estacionamento onde todos iniciam a caminhada ou tomar outra trilha que sai à direita da estrada e chega a um local já bem acima do estacionamento. Como sempre, optei pela trilha. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Essa trilha da direita mantinha ainda a sinalização amarela e iniciava cruzando uma pequena ponte de troncos sobre o Arroyo Buena Esperanza. Eram 13h49. Uns 60m após essa ponte abandonei o caminho principal e subi à esquerda por uma trilha estreita mas com marcação amarela. Cruzei uma ponte improvisada de dois troncos e numa abertura da mata pude ver o Canal de Beagle para trás. O solo nesse local é de turfa (turba, em espanhol), encharcado e parecendo uma esponja ao pisar. A trilha terminou às 14h37 junto à estação terminal do teleférico que existia nessa montanha até 2014. Dali tomei outra trilha em forma de escadaria de pedras que me levou a um nível acima da trilha principal que vai do estacionamento ao glaciar. Mas logo os dois caminhos paralelos se juntaram. Foi então que saí do bosque e pude visualizar a montanha em que está pendurado o Glaciar Martial, com seus quatro circos principais, bem como a trilha em diagonal na encosta que leva até ele.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xqTHnbI_y90/XsGG4bAny7I/AAAAAAAA8uM/FoXlrMQJPqUChY3m-PQjReiz5rIuGuQsgCK4BGAYYCw/s1600/20200118_164237.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-xqTHnbI_y90/XsGG4bAny7I/AAAAAAAA8uM/FoXlrMQJPqUChY3m-PQjReiz5rIuGuQsgCK4BGAYYCw/s640/20200118_164237.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: small; text-align: left;"><i>Cerro Martial</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Avançando mais um pouco as últimas moitas de lenga ficam para trás, cruzo um riacho e inicio a subida da encosta por um caminho de pedras em ziguezague. A visão para o canal se amplia e é possível ver perfeitamente a península onde está o aeroporto de Ushuaia. Alcancei a neve às 15h20, numa altitude de 842m. Ali a visão se abre para a porção leste do Canal de Beagle com as montanhas da Ilha Navarino, território chileno, à direita. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Iniciei a descida às 16h07 e decidi fazer o caminho do estacionamento para ver como era. Mas antes de chegar à estação final do teleférico resolvi percorrer o Sendero del Filo, apesar da placa de "cerrado". Caminhei 950m em 17min por essa trilha, que corta a encosta do Cerro Godoy, até um local em que há uma grande queda em direção a um vale. A montanha do outro lado do vale é o Cerro Roy. Uma placa indica o final da trilha. Valeu pelo visual mais amplo do canal e também desse grande vale aos pés de imponentes montanhas. Voltei ao ponto onde inicia essa trilha às 17h25 e continuei em direção ao estacionamento pelo caminho largo, uma estradinha mesmo, porém logo apareceu uma trilha à esquerda e preferi caminhar por ela, junto ao Arroyo Buena Esperanza. Mais abaixo ela estava fechada por uma tela e tive de voltar ao caminho largo. Passei pela antiga estação inicial do teleférico.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ao chegar ao estacionamento às 17h56 me surpreendi com a quantidade de carros. Há um café ali. Altitude de 323m. Cruzei o estacionamento para a esquerda (sentido oposto ao da estrada de asfalto) à procura de uma outra trilha. Passei pela casa de chá La Cabaña e desci por uma estradinha ainda dentro da área particular mas me deparei com um portão fechado. Já estava vendo que teria que pular a cerca de madeira quando o portão se abriu automaticamente... Esse caminho pela casa de chá então é a terceira opção que eu teria naquele ponto da subida em que me deparei com duas opções. Do portão caminhei apenas 100m pelo asfalto e retomei a trilha por onde subi. Na bifurcação depois da casa amarela tomei a trilha da direita, muito enlameada no começo mas melhor do que o caminho junto ao rio com troncos caídos.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Cruzei a ponte sobre o cânion profundo passando a fazer um caminho diferente da ida, mas também com marcações amarelas. Desci pelo bosque até a altitude de 148m, quando quebrei para a direita. Notei nas árvores ali os fungos pão-de-índio. Quando jovens são redondos de cor amarela ou alaranjada, depois secam e concentrados formam uma espécie de inchaço no tronco. Têm esse nome porque eram usados como alimento pelos povos originários da Patagônia e Terra do Fogo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A trilha se estreitou num trecho bastante íngreme e me aproximei do Arroyo Buena Esperanza de novo. Sem cruzá-lo desemboquei às 19h numa estradinha de terra e fui para a direita. Uns 80m depois alcancei um estacionamento que fica bem próximo ao Hotel Altos Ushuaia, onde iniciei a trilha de subida. Do estacionamento peguei a Rua Aldo Motter para a esquerda e refiz o mesmo trajeto até o centro de Ushuaia, chegando às 19h45 à Rua Juana Fadul.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Rafael Santiago</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">janeiro/2020</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xPTXn9pkTzs/XsGHMSh__2I/AAAAAAAA8uc/CFE3Dtt0NS8F2LTJp-Vz0Wy1cBmhUCM6QCK4BGAYYCw/s1600/glaciar%2Bmartial%2B2.JPG" imageanchor="1"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-xPTXn9pkTzs/XsGHMSh__2I/AAAAAAAA8uc/CFE3Dtt0NS8F2LTJp-Vz0Wy1cBmhUCM6QCK4BGAYYCw/s640/glaciar%2Bmartial%2B2.JPG" width="640" /></a></span></div>
<div style="background-color: #fffefa; box-sizing: border-box;">
</div>
Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-26063329193621815892019-11-04T18:31:00.000-08:002020-07-24T23:49:46.138-07:00Kungsleden, a Trilha do Rei na Lapônia sueca (Suécia) - ago-set/19<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-jjFCzHuVg8E/XcDVYqmvRjI/AAAAAAAA7k4/FZa1tyYU7lIZ4HWqQKbwSCbwxVfJNM2XACK4BGAYYCw/s1600/20190909_142334.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-jjFCzHuVg8E/XcDVYqmvRjI/AAAAAAAA7k4/FZa1tyYU7lIZ4HWqQKbwSCbwxVfJNM2XACK4BGAYYCw/s640/20190909_142334.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Vista da montanha Skierfe</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Início: Abisko</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Final: Kvikkjokk</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 182,4km (incluindo o desvio de 12,8km de ida e volta ao Skierfe)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Duração: 11 dias</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1184m no Skierfe</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 330m no Refúgio Kvikkjokk Fjällstation</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dificuldade: fácil para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Os desníveis não são grandes, a maior subida tem desnível de 439m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Kungsleden significa Trilha do Rei em sueco. Esse longo e tradicional caminho tem no total 414km e é dividido pela STF em cinco setores:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">1. de Abisko a Nikkaluokta</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">2. de Nikkaluokta a Vakkotavare</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">3. de Saltoluokta a Kvikkjokk</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">4. de Kvikkjokk a Ammarnäs</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">5. de Ammarnäs a Hemavan</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">STF (Svenska Turistföreningen = Associação Sueca de Turismo) (<a href="http://www.swedishtouristassociation.com/" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com</a>) é a organização sem fins lucrativos responsável pela manutenção das trilhas, passarelas, pontes e refúgios de montanha na Suécia. Foi criada em 1885! E a marcação da Kungsleden começou em 1899! Como estamos atrasados no Brasil em termos de montanhismo!!!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Kungsleden é um caminho orientado de norte a sul situado em plena Lapônia sueca, no extremo norte do país, acima do Círculo Polar Ártico. A ponta norte da Kungsleden está na cidade de Abisko, distante 1300km de Estocolmo, o que demanda uma viagem de 20 horas de trem mais ônibus (ou avião mais ônibus). A Kungsleden não está dentro dos limites de um único parque nacional, mas atravessa três parques nacionais diferentes no trecho que eu percorri (de Abisko a Kvikkjokk): Parque Nacional Abisko, Parque Nacional Stora Sjöfallet e Parque Nacional Sarek.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZbIK6RQ2sbU/XxvU3HEnqKI/AAAAAAAA87o/kVtIYUh5thIRXWCFHhhXogGOni6p8HIxwCK4BGAYYCw/s1600/20190909_195721%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZbIK6RQ2sbU/XxvU3HEnqKI/AAAAAAAA87o/kVtIYUh5thIRXWCFHhhXogGOni6p8HIxwCK4BGAYYCw/s640/20190909_195721%25280%2529.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;">Pôr-do-sol em <span style="background-color: white; color: #333333; text-align: start;">Aktse com destaque para a montanha Skierfe</span></span></em></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No trecho inicial, a Kungsleden tem seu trajeto compartilhado com dois outros caminhos de longa distância:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. Trekking Nordkalottleden: de Abisko a Sälka (59km). Essa trilha tem 800km e atravessa Noruega, Suécia e Finlândia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. Caminho Peregrino Dag Hammarskjöld: de Abisko a Singi (71km). Essa trilha tem 105km e vai de Abisko a Nikkaluokta. Por conta desse caminho de peregrinação existem os Meditationsplats, lugares de meditação com frases de autoria do escritor sueco Dag Hammarskjöld (daí o nome do caminho) gravadas em pedra</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">QUANDO IR</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por estar situada na Zona Polar Ártica, ou seja, ao norte do Círculo Polar Ártico, a melhor época para a Kungsleden é o verão, com temperaturas mais agradáveis (não tão frio ou um frio suportável) e ausência de neve pelo caminho. De 20/06 a 22/09 todos os refúgios estão abertos e todos os barcos a motor estão operando (essas datas mudam ligeiramente a cada ano, confira em <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-cabin" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-cabin</a> e <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/boats-in-the-mountains" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/boats-in-the-mountains</a>). Fora desse período se pode acampar ou usar a parte do refúgio que fica aberta fora de temporada, sem o anfitrião. Para cruzar os lagos fora desse período há a opção do barco a remo, mas eles só estão disponíveis quando os lagos descongelam completamente, o que acontece a partir de meados de junho.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O maior problema do trekking na Suécia (assim como na Noruega) é o alto índice de chuva. Essa caminhada durou 11 dias mas na verdade eu fiquei 15 dias na trilha, os outros 4 dias parado esperando a chuva passar. Chuva que durava o dia inteiro. Mas não escapei dela, não. Caminhei muitos dias com chuva também. Dos meses de julho, agosto e setembro o guia Trekking the Kungsleden, de Mike Laing, informa que o mais chuvoso é julho e o menos chuvoso é setembro. Os refúgios costumam ter um cartaz com a previsão do tempo para o dia seguinte.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Outro incômodo são os insetos no pico do verão, por isso se recomenda levar um bom repelente (lá é vendido um chamado Mygga) ou um chapéu com rede que se encontra nas lojas. No finalzinho de agosto eu já não tive esse problema.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-rd4dM_EdpmM/XcDWH_yCLiI/AAAAAAAA7lQ/AvdsFAd3yI84h65iKquGXF_4M68l-uZygCK4BGAYYCw/s1600/20190829_170513.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-rd4dM_EdpmM/XcDWH_yCLiI/AAAAAAAA7lQ/AvdsFAd3yI84h65iKquGXF_4M68l-uZygCK4BGAYYCw/s640/20190829_170513.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Alesjaure</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">REFÚGIOS DE MONTANHA</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A STF tem dois tipos de alojamento de montanha: refúgio (mountain cabin) e estação de montanha (mountain station, como Abisko, Saltoluokta e Kvikkjokk, que servem as três refeições). Todos os refúgios que eu conheci têm anfitrião (ou vários funcionários se for maior) de 14/06 a 22/09. Há também os abrigos de emergência, que são casinhas com apenas um cômodo pequeno para se proteger da chuva mais forte ou vendaval.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Todos os refúgios da STF têm cozinha e refeitório que se pode utilizar desde que o visitante se hospede no refúgio (SEK 600 = US$ 64) ou acampe na área designada (SEK 300 = US$ 32) ou pague uma taxa de visita (day visit) (SEK 100 = US$ 10,69) ou seja membro da STF (SEK 295 = US$ 31,52 por 12 meses). Sem essas condições não se pode entrar no refúgio para descansar ou para se aquecer do frio, por exemplo. A entrada gratuita só é permitida para comprar comida no mercadinho do refúgio, se houver.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ao sul do Refúgio Singi esses preços caem para: hospedagem SEK 500 (US$ 53,43) e camping SEK 250 (US$ 26,71).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">CAMPING SELVAGEM</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para quem está com barraca, em toda a Suécia vale na teoria a regra do "allemansrätt" ou Direito de Acesso Público, que diz que uma pessoa tem o direito de caminhar e acampar em qualquer lugar, exceto nas imediações de uma residência, em terras cultivadas e jardins particulares. Para mais informações sobre o "allemansrätt": <a href="http://www.swedishepa.se/Enjoying-nature/The-Right-of-Public-Access/This-is-allowed1" target="_blank">www.swedishepa.se/Enjoying-nature/The-Right-of-Public-Access/This-is-allowed1</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na Kunsleden o que vale na prática é o seguinte: acampar perto do refúgio da STF custa SEK 300 ou SEK 250 (US$ 32 ou US$ 26,71) e dá direito de usar a cozinha, o refeitório, o banheiro e a sauna se houver. Acampar a mais de 200m ou 300m do refúgio é gratuito e dá direito de usar apenas o banheiro. Se você quiser acampar nas imediações do refúgio mas sem pagar a taxa é sempre bom perguntar ao anfitrião onde deve fazer isso (distância mínima) para não ser cobrado depois.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nos três setores do norte da Kungsleden (de Abisko a Kvikkjokk) é opcional levar barraca já que a distância entre os refúgios não é tão grande. Muita gente caminha apenas com uma mochila de ataque, dormindo nos refúgios, porém com um custo bastante alto. Na região central da trilha (entre Kvikkjokk e Ammarnäs) a distância entre os refúgios aumenta e a barraca passa a ser necessária.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O uso do banheiro é livre para todos, mesmo para os que acampam de graça, o que é ambientalmente mais inteligente do que as regras restritivas de muitos dos refúgios da Noruega. O banheiro é do tipo seco, uma casinha separada, com uma bancada e o assento sobre ela. O assento e a tampa normalmente são de isopor. Costumam ter papel higiênico e alguns têm álcool para higiene das mãos. No Refúgio Kvikkjokk o banheiro é normal e interno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-FGMPPpWwLlA/XcDWjp12iBI/AAAAAAAA7lk/-7Pbt7z7SpIO8ONhTk3YuluszpqS54lcQCK4BGAYYCw/s1600/20190907_111536.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-FGMPPpWwLlA/XcDWjp12iBI/AAAAAAAA7lk/-7Pbt7z7SpIO8ONhTk3YuluszpqS54lcQCK4BGAYYCw/s640/20190907_111536.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Langas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">REABASTECIMENTO DE COMIDA</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse percurso de Abisko a Kvikkjokk há supermercado apenas em Abisko, distante 2,4km do início da trilha. A maioria dos refúgios tem mercadinho básico com preços de no mínimo o dobro do que nas cidades (justificado pela dificuldade do transporte). Há enlatados diversos (como almôndegas com molho, por exemplo), macarrão, pão sueco (não há pão de forma ou outro tipo), queijo com carne de rena em bisnaga, queijo com camarão em bisnaga, feijão em caixinha, grão-de-bico em caixinha, biscoitos, algumas bebidas, etc.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os refúgios Abisko, Saltoluokta e Kvikkjokk têm restaurante e servem as três refeições (café da manhã, almoço e jantar). Possuem mercadinho também.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O pagamento das compras e das refeições é feito diretamente ao anfitrião (ou funcionários) em dinheiro ou cartão de crédito (exceto em Pårte).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">ÁGUA POTÁVEL</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não há problema de escassez de água nesse percurso de 11 dias que eu fiz e nem todos os riachos e fontes estão descritos no texto pois são muitos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">KUNGSLEDEN INTEIRA OU SÓ UMA PARTE?</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dos cinco setores em que a Kungsleden é dividida pela STF eu optei por percorrer os três mais ao norte apenas. Por quê? Achei que não valia a pena fazer a travessia inteira e colocar quase um mês de viagem numa única trilha, que poderia se tornar monótona. Acho que acertei nisso pois nos 11 dias que caminhei considerei a trilha monótona em muitos trechos, com apenas alguns lugares se destacando pela beleza.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Considero que a Kungsleden é uma trilha mais para se isolar e se afastar de tudo do que para curtir um visual incrível. Sim, há bastante gente na trilha no verão e há os refúgios muito bem equipados, mas também se pode acampar em qualquer lugar distante e permanecer longe de tudo o tempo que quiser já que não há cidades ou estradas num raio de muitos quilômetros. Para quem considerar a Kungsleden turística demais, a Lapônia tem trilhas mais aventureiras nos parques nacionais Padjelanta e Sarek, ambos muito próximos da Kungsleden.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para quem optar por fazer a Kungsleden inteira, além de separar um mês de viagem para isso, precisa se precaver com a questão da comida e levar uma barraca já que os refúgios da região central da trilha (entre Kvikkjokk e Ammarnäs) são bem mais distantes entre si e quase não há mercadinhos. E também deve estar preparado para remar um pequeno barco numa travessia de 500m num dos lagos do caminho pois mesmo no verão não há barco motorizado nesse local.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Todas as distâncias informadas neste relato são dos trechos caminhados, excluídos os percursos feitos de barco.</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-2lvs7IYL40I/XcDW8CJ16XI/AAAAAAAA7l0/ozZXZkPR8ZAAWSGwWF0RnLqC0JGZsQPPQCK4BGAYYCw/s1600/20190828_181457.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-2lvs7IYL40I/XcDW8CJ16XI/AAAAAAAA7l0/ozZXZkPR8ZAAWSGwWF0RnLqC0JGZsQPPQCK4BGAYYCw/s640/20190828_181457.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Abiskojokk (ou Abiskojåkka)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">1º DIA - 28/08/19 - de Abisko ao Lago Abiskojaure</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 9,6km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 510m no Lago Abiskojaure</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 373m no início da trilha</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse primeiro dia de caminhada subi o vale do Rio Abiskojokk num desnível positivo (imperceptível) de 137m até o Lago Abiskojaure. Caminhei dentro da área do Parque Nacional Abisko.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No dia 27/08 deixei Estocolmo em direção à pequena cidade de Abisko, ao norte do Círculo Polar Ártico, em plena Lapônia sueca. São no total 20 horas de viagem por terra, numa combinação de trem mais ônibus (passagens em <a href="http://www.sj.se/en/home.html" target="_blank">www.sj.se/en/home.html</a>). Também é possível ir de avião a Kiruna e depois tomar um ônibus a Abisko.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tomei o trem das 20h em Estocolmo. Vagão de segunda classe, de poltronas. Os vagões de primeira classe têm camas em forma de beliche retrátil. Desembarquei em Boden no dia seguinte (28/08) às 10h23 e tomei um trem bem menor até a cidade de Gällivare, onde peguei um ônibus para Abisko às 13h10. Todos esses trechos estavam incluídos numa única passagem, bastando mostrar o bilhete ao fiscal do trem ou motorista do ônibus. O ônibus fez uma parada na cidade de Kiruna e às 16h25 desembarquei em Abisko Turiststation, num ponto na beira da estrada E10. A cidade propriamente dita havia ficado 2,4km para trás, mas me interessava mesmo descer junto ao Refúgio Abisko Turiststation, onde inicia a Kungsleden.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Conheci o centro de visitantes do Parque Nacional Abisko, lanchei nas mesinhas em frente ao refúgio e voltei à margem da estrada, ao portal novo da Kungsleden. Às 17h06 dei início à longa travessia de 182,4km entrando num corredor de madeira com plaquinhas dando as distâncias até cada um dos refúgios da travessia toda. São 443km dali até Hemavan, o último deles (413,9km segundo o guia Trekking the Kungsleden, de Mike Laing). Altitude de 383m ali.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cerca de 160m depois há um museu (Museu de Defesa da Fronteira) e uma tenda cônica típica do povo dessa região, meu primeiro contato com a cultura sami (ou lapões, como costumamos chamar). Uns 50m depois, numa bifurcação, desviei alguns metros à direita para ver o cânion formado pelo Rio Abiskojokk. A placa informa que são 14km dali ao Refúgio Abiskojaure (jaure = lago, em idioma sami). Seguindo à esquerda na bifurcação passei pelo túnel embaixo da rodovia, em seguida sob dois viadutos, já tomando o rumo sul. Fui à direita numa bifurcação com placa que aponta "Viste/Sami Camp 500m" à esquerda. Passo a seguir o Rio Abiskojokk (ou Abiskojåkka) pela margem direita verdadeira e logo aparecem as famosas passarelas de madeira que serão constantes ao longo de toda essa travessia. Elas servem mais ao propósito de preservação do solo e seu ecossistema do que propriamente ao conforto dos trilheiros... mas não deixa de ser um grande conforto!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Xegw7Ch1VZM/XcDXc14OVVI/AAAAAAAA7mA/3I8xmHjCyCcrEVhF4qSBEFqhhp8ceD8EQCK4BGAYYCw/s1600/20190829_091211.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-Xegw7Ch1VZM/XcDXc14OVVI/AAAAAAAA7mA/3I8xmHjCyCcrEVhF4qSBEFqhhp8ceD8EQCK4BGAYYCw/s640/20190829_091211.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Casa tradicional do povo sami</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 17h28 cheguei a uma trilha mais larga e com mais sinalização, mostrando que é o caminho principal. Como comecei a trilha no corredor com as plaquinhas não passei pelo portal mais conhecido da Kungsleden. Se você quiser tirar a clássica foto iniciando a Kungsleden no portal mais antigo, em lugar de entrar no corredor com as plaquinhas cruze a rodovia, passe pelo túnel sob a linha férrea, vire à direita e depois à esquerda, onde fica o portal.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tomei a trilha principal para a direita. A sinalização são pinturas vermelhas nas pedras e árvores (para o verão) e postes com um grande X vermelho no alto (para o inverno, quando a neve cobre tudo). Nesse trecho inicial, a trilha, bem larga, cruza uma mata de bétulas já amarelando com o final do verão. Às 17h55 cheguei ao primeiro Meditationsplats, que costumam ser lugares com uma vista privilegiada para contemplação. Têm sempre uma grande pedra arredondada com frases gravadas em sueco e num idioma sami (há mais de dez idiomas sami). As frases são do escritor sueco Dag Hammarskjöld.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse Meditationsplats está numa bifurcação em que fui em frente (direita), descendo. Cruzei o primeiro riacho da caminhada com bonita vista para as montanhas à esquerda (leste) e fui à esquerda na bifurcação. Logo apareceu uma clareira de acampamento mas ainda era muito cedo para parar. Fui à direita nas duas bifurcações sinalizadas e cruzei a primeira ponte suspensa da travessia às 18h32. Em 2 minutos cheguei ao acampamento Nissonjokk, com banheiros (até com papel). Um painel avisa que por ser área do Parque Nacional Abisko só é permitido acampar ali ou no Refúgio Abiskojaure. Continuando, às 19h03 atravessei outra ponte suspensa. Ao final dela uma bifurcação sem placa - fui à direita seguindo as passarelas de madeira. Entroncou uma trilha larga vindo da esquerda e em seguida fui à direita na bifurcação.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 19h49 passei por um banheiro isolado à esquerda da trilha. Fico admirado com esses recursos e essa preocupação ambiental, os suecos conseguem superar até os noruegueses nisso. Às 20h04 a trilha dá uma quebrada para a esquerda. Dois minutos depois avistei algumas casas fechadas à direita já às margens do Lago Abiskojaure, ao lado do qual passo a caminhar. Resolvi parar para acampar por ali pois o Refúgio Abiskojaure ainda estava 4km distante e o sol já havia se posto, porém estava ventando muito e eu tinha pouca água. Caminhei até o próximo riacho e voltei até as casas fechadas para acampar num lugar abrigado do vento forte. O sol se põe por volta de 19h30 nessa época, mas a noite cai lentamente.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fiquei das 23h à meia-noite do lado de fora da barraca para tentar ver algum sinal da aurora boreal, mas nada! O céu estava um pouco claro. Parece que a melhor época é do final de setembro até março, mas algumas pessoas ao longo da travessia disseram ter visto.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 498m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 8,9ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-kfxyLvWjN-4/XcDXs-TcgaI/AAAAAAAA7mM/fK0KtNEXslsUpkSs-P_90h5TQxEt8yFqACK4BGAYYCw/s1600/20190829_151319.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-kfxyLvWjN-4/XcDXs-TcgaI/AAAAAAAA7mM/fK0KtNEXslsUpkSs-P_90h5TQxEt8yFqACK4BGAYYCw/s640/20190829_151319.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Alesjaure</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">2º DIA - 29/08/19 - do Lago Abiskojaure a Alesjaure</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 24,5km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 827m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 491m no Refúgio Abiskojaure</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia saí do vale do Rio Abiskojokk (e do Parque Nacional Abisko) e subi a um grande platô com diversos lagos. Desnível de 317m nessa subida. Caminhei até a extremidade sul desse conjunto de lagos, onde está o Refúgio Alesjaure.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Comecei a caminhar às 9h13 e percorri toda a margem sudeste do Lago Abiskojaure até avistar o Refúgio Abiskojaure do outro lado. Ele está cerca de 300m fora da trilha principal mas fui conhecê-lo mesmo assim. Ao final do lago tomei a direita na bifurcação, cruzei a ponte suspensa e cheguei ao refúgio às 10h32. Altitude de 491m. Conversei um pouco com o anfitrião, que me disse que havia ali sauna e mercadinho, mas que o estoque de comida estava baixo. O uso do banheiro é gratuito, como em todos os refúgios, e tinha papel.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saí de lá às 11h e retornei à trilha principal cruzando de volta a ponte suspensa. Depois dela o caminho gera um pouco de dúvida. Há um caminho largo em forma de passarela de madeira para a direita (oeste) mas não é por aí. Deve-se tomar uma trilha mais estreita em frente (sul) para retomar a principal. São 20km até Alesjaure, segundo a placa. A trilha sobe suavemente e às 11h44 alcancei uma placa de "bem-vindo ao Parque Nacional Abisko" virada para o outro lado, sinalizando que eu estava saindo dos limites do parque. Dali em diante o acampamento é permitido em qualquer lugar. Subi mais um pouco e cruzei às 11h57 uma ponte suspensa sobre o Rio Siellajohka (alguns metros antes há um outro banheiro isolado e uma área de acampamento). Subirei agora pelo vale desse rio.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O dia estava cinzento, com céu encoberto, e logo após essa ponte começou a chover. Tive de parar para vestir a roupa impermeável e pôr capa na mochila, mas em seguida começou uma longa subida que me fez sentir calor com aquela roupa. A chuva passou logo. Foi só o trabalho de vestir a roupa para em seguida tirar de novo. E isso se repetiu durante os onze dias de caminhada: chuvisco, veste a roupa de chuva, para de chover, esquenta, tira a roupa de chuva.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A subida foi mesmo bem longa. O largo vale do Rio Kamajokk (ou Kamajåkka), com árvores, fica para trás e subo pelo vale do Rio Siellajohka agora. Quando a subida pareceu ter fim passei por outro Meditationsplats, parecido com o anterior, com a pedra arredondada com as inscrições. Mas ainda havia muito para subir, agora pela encosta da margem esquerda (verdadeira) de um outro rio, afluente do Siellajohka. As últimas árvores ficam para trás. A subida só teve fim às 13h46, num grande platô com um lago à esquerda e montanhas ao fundo (808m). À direita avisto a distância um acampamento sami, mas não parecia haver ninguém. Cruzo uma cerca por uma escada de madeira às 14h30 e 190m à frente passo por um ponto de água. Depois disso tive sorte: o tempo começou a melhorar e surgiu um bonito céu azul que os enormes lagos à minha esquerda refletiam. A paisagem mais bonita da travessia até aquele momento. </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-WSniVrcPHn0/XcDYDWhTtrI/AAAAAAAA7mY/SJSizp0RIuo--VPgY0RprhVtzVbvV7TJQCK4BGAYYCw/s1600/20190829_183648.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-WSniVrcPHn0/XcDYDWhTtrI/AAAAAAAA7mY/SJSizp0RIuo--VPgY0RprhVtzVbvV7TJQCK4BGAYYCw/s640/20190829_183648.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Refúgio Alesjaure</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 16h55 alcancei a margem do Lago Alesjaure e ali há uma cabana e um pequeno píer onde para um barco que leva até o Refúgio Alesjaure em quatro horários por dia no verão por SEK 350 (US$ 37,40) por pessoa. O refúgio fica na outra extremidade do lago. É possível chamar o barco para uma viagem extra usando o walkie talkie disponível dentro de uma caixa (sim, ninguém rouba o aparelho). Mas não há necessidade nenhuma de tomar esse barco pois a trilha é tranquila até lá.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O caminho continua pela margem oeste do Lago Alesjaure e às 17h54 avisto na margem oposta um povoado sami. O refúgio já está próximo. Às 18h08 cruzo um rio mais largo pelas pedras e 12 minutos depois avisto o refúgio no final do lago. Já começam a aparecer as barracas montadas ao longo da trilha e eu procuro um lugar plano e abrigado do vento forte para armar a minha, sempre numa distância tal que não precise pagar a taxa de acampamento. Encontrei um bom lugar 350m antes do refúgio e tratei logo de me instalar ali antes que outro o fizesse, às 18h41. Havia um riacho bem perto. Depois fui conhecer o refúgio, que tem sauna, mercadinho e três casas para hospedagem, cada uma com sua cozinha e refeitório. Não há luz e água encanada. À noite acendem velas. A água para cozinhar e lavar a louça normalmente deve ser coletada com baldes no rio, mas como esse refúgio fica num lugar alto, longe das fontes de água, há contêineres de água disponíveis.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O anfitrião me disse que eu deveria ficar a pelo menos 300m do refúgio para não pagar a taxa de acampamento. A taxa para acampar ao lado dos refúgios é muito cara, SEK 300 (US$ 32), e o único recurso do refúgio que eu fazia questão de usar era o banheiro para não contaminar o ambiente. Os outros recursos como cozinha, refeitório e sala de estar para mim eram completamente dispensáveis. A disponibilidade de comida nos mercadinhos dos refúgios também foi fundamental para a realização dessa travessia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 807m no Refúgio Alesjaure.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 4,3ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-p7SlgVAtNyQ/XcDYZCWXxpI/AAAAAAAA7mk/6ZldK-xMT-AyuZpZ2xz9W8lQXN_l5J6dACK4BGAYYCw/s1600/20190901_111241.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-p7SlgVAtNyQ/XcDYZCWXxpI/AAAAAAAA7mk/6ZldK-xMT-AyuZpZ2xz9W8lQXN_l5J6dACK4BGAYYCw/s640/20190901_111241.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Delta formado pelo Rio Alesätno (ou Aliseatnu)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">3º DIA - 01/09/19 - de Alesjaure ao Passo Tjäktja</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 16,5km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1140m no Passo Tjäktja</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 779m na ponte suspensa sobre o Rio Alesätno</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: esse dia foi uma subida quase constante e sem dificuldade do Refúgio Alesjaure ao Passo Tjäktja, num desnível positivo de 361m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os dias 30 e 31/08 foram de muita chuva. Esperei o tempo melhorar para dar continuidade à travessia. Na noite do dia 31 coloquei a cabeça para fora da barraca às 2h e vi fachos de luz branca no céu que apareciam e sumiam lentamente, mas durou pouco tempo. Isso foi o máximo que vi da aurora boreal, que quando fica mais intensa adquire várias cores.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O dia 01/09 amanheceu bonito. Ainda bem, pois não dava mais para ficar parado ali. Porém à tarde a coisa ia mudar radicalmente... Como fiquei dois dias além do previsto meu estoque de comida baixou. Não tinha certeza quanto ao abastecimento dos mercadinhos à frente então tratei de fazer uma comprinha no refúgio antes de voltar à trilha. Experimentei o queijo com carne de rena (em bisnaga) e gostei.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Deixei o acampamento às 10h52. Do refúgio se tem uma visão privilegiada para o Lago Alesjaure ao norte (de onde vim) e para o delta formado pelo Rio Alesätno (ou Aliseatnu) ao sul (para onde vou). Desci do refúgio no rumo sul, cruzei a ponte suspensa sobre o Rio Alesätno e o segui pela margem direita verdadeira. Grande parte do trajeto é sobre passarelas de madeira e o vento lateral era tão forte que queria me derrubar delas. Às 12h08 cruzei um riacho mais largo pelas pedras e 13 minutos depois cheguei a outro Meditationsplats. Um simpático casal sueco já bem idoso ao me ver fotografando a pedra arredondada com as inscrições fez questão de traduzir para mim o que estava escrito. A frase era realmente para parar e meditar: "mas do além, algo preenche meu ser com a possibilidade de sua origem".</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em seguida cruzei uma ponte suspensa e a água do rio era cinza turva de degelo dos nevados ao sul. Às 14h10, para cruzar um outro rio largo, tive de desviar vários metros para a esquerda. Subi mais e avistei o Refúgio Tjäktja (se pronuncia chékcha) à direita, após um rio. Seu acesso principal é por uma ponte suspensa mais à frente mas eu tomei um atalho na sua direção, tendo de cruzar o rio pelas pedras. Cheguei a ele às 15h05. Esse é um refúgio bem menor que os anteriores e com isso a recepção do anfitrião foi mais hospitaleira. Pudemos conversar um pouco e me abriguei do vento forte e gelado atrás da casa para tomar um lanche. Numa mesa entre as casas do refúgio havia uma jarra grande com suco de lingonberry para dar as boas-vindas. Gostei do sistema de lavagem das mãos com economia de água: você despeja um pouco da água do balde num copo fixo com um furo no fundo e lava as mãos no jato que sai.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Yp7kbjhq3P0/XcDYpCaQFhI/AAAAAAAA7ms/4VhxHGvxrRA9wJl8c0dGim5HzT30hcXDwCK4BGAYYCw/s1600/20190901_122236.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-Yp7kbjhq3P0/XcDYpCaQFhI/AAAAAAAA7ms/4VhxHGvxrRA9wJl8c0dGim5HzT30hcXDwCK4BGAYYCw/s640/20190901_122236.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Meditationsplats e a pedra redonda com as inscrições</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O vento estava bem forte mas algumas pessoas estavam conseguindo montar suas barracas, que tinham que ser bastante resistentes e bem ancoradas. Ainda faltavam 12km para o Refúgio Sälka (se pronuncia sélka) e eu continuei às 16h08, saindo pelo acesso principal, pela ponte suspensa. Encontrei o casal idoso do Meditationsplats e eles me alertaram para a chuva que viria à noite. Iam pernoitar naquele refúgio.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Retomei a trilha principal para a direita e fui em direção ao Passo Tjäktja, a 3,4km dali. Porém a chuva da noite chegou bem antes do previsto. Era chuva com vento forte bem na minha cara. E o terreno foi se tornando cada vez mais pedregoso e ruim de andar, mas com passarela de madeira nos trechos piores. A subida final ao passo é uma ladeirinha simples. Resolvi parar no abrigo de emergência que há ali às 17h17 para esperar a ventania passar ou ao menos ficar mais fraca. E a pequena casinha estava lotada de gente esperando pelo mesmo. Ali do alto a visão para o sul não era nada animadora, tudo cinzento e escuro. A chuva às vezes dava uma trégua mas o vento não. Seria muito difícil montar uma barraca sozinho naquelas condições. E fomos ficando todos ali. A temperatura caiu bastante mas o aquecedor parecia estar com a saída entupida e toda a fumaça voltava para dentro do abrigo. Teve que ser apagado. Por fim resolvemos passar a noite no abrigo, eu, uma alemã caminhando sozinha e quatro belgas. Jantamos e nos ajeitamos como pudemos, alguns nos bancos, outros no chão. O banheiro ao lado foi o mais sujo (talvez o único realmente sujo) que encontrei nessa caminhada. Banheiros de abrigo de emergência são os únicos que não têm papel disponível, todos os outros costumam ter.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse abrigo de emergência se chama Tjäktjapasset e no livro de registro vi a assinatura recente de dois brasileiros: um mineiro de BH e uma baiana de Salvador.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Assim como essa alemã, vi muitas outras mulheres fazendo a Kungsleden sozinhas, algo raro mesmo para a Escandinávia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 1140m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xPRrAVQKEEA/XcDY4bWYagI/AAAAAAAA7m4/GqMzVatcRvU8ncQCcDRoW_egij6NzG8OACK4BGAYYCw/s1600/20190902_130314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-xPRrAVQKEEA/XcDY4bWYagI/AAAAAAAA7m4/GqMzVatcRvU8ncQCcDRoW_egij6NzG8OACK4BGAYYCw/s640/20190902_130314.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Refúgio Sälka e vale do Rio Tjäktjajåkka</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">4º DIA - 02/09/19 - do Passo Tjäktja a Singi</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 20,6km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1140m no Passo Tjäktja</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 710m no Refúgio Singi</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: esse dia foi uma descida constante do Passo Tjäktja ao Refúgio Singi acompanhando o Rio Tjäktjajåkka, num desnível de 430m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fui o último a sair do abrigo de emergência, às 8h35, e nem sinal da ventania da tarde anterior. Nesse dia a trilha toma o rumo sul quase sem variações. A descida do passo para o sul é mais empinada do que foi a subida pelo lado norte. Logo avisto o largo vale por onde caminharia todo o dia, com o Rio Tjäktjajåkka serpenteando e a trilha bem marcada em sua margem esquerda (na verdade vou acompanhar esse rio até ele desaguar no Lago Padje Kaitumjaure no dia seguinte). No meio da descida um Meditationsplats, mas parar ali para contemplar ou meditar seria pedir para virar picolé pois o frio estava pegando. Às 9h20 cruzei pelas pedras o primeiro riacho do dia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei ao Refúgio Sälka às 11h31 e só o avistei quando estava bem próximo pois fica escondido pelos morrotes. Parei para comer mas o vento frio estava incomodando. O refúgio tem mercadinho e sauna. O mercadinho tinha mais variedade de comida do que o de Alesjaure e até itens de higiene pessoal. Comprei mais pão sueco por precaução (esse é o único tipo de pão vendido nos refúgios). O abastecimento durante a temporada de verão é feito por helicóptero... só em país rico mesmo! Mas o abastecimento mais completo é feito no inverno com snowmobiles.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Perguntei sobre acampamento ao anfitrião e ele disse que se pode acampar de graça depois da ponte seguinte (que fica a mais de 200m de distância). Dei continuidade à caminhada às 12h50 e tinha 12km até o Refúgio Singi, segundo a placa. Cruzei a ponte. Saí com blusa e corta-vento por causa do vento frio mas logo saiu o sol e tive de tirar o corta-vento. É assim, um tira-e-põe de roupa o tempo todo. Continuo para o sul pela margem esquerda do Rio Tjäktjajåkka e surgem bonitos lagos em ambos os lados da trilha. Às 13h28 avisto à direita o Pico Sälka e sua geleira.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 13h49 cruzei uma ponte suspensa e 4 minutos depois atravessei outra, essa uma das mais longas. Cruzei um portão numa cerca (!?) e 200m depois passei por um Meditationsplats. Às 14h12 placas apontam para a direita os refúgios Hukejaurestugan (17km) e Gautelishytta (31km, já na Noruega) - esse é o ponto onde a trilha Nordkalottleden se separa da Kungsleden. Nordkalottleden é um trekking de 800km entre Noruega, Suécia e Finlândia. De Abisko a Sälka os dois trekkings compartilham o mesmo caminho.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-L_Es-7pN8QE/XcDZKAIoobI/AAAAAAAA7nI/OfVrO0vDJf0GkWrSqifm37bRFtS2jRd0wCK4BGAYYCw/s1600/20190902_125152.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-L_Es-7pN8QE/XcDZKAIoobI/AAAAAAAA7nI/OfVrO0vDJf0GkWrSqifm37bRFtS2jRd0wCK4BGAYYCw/s640/20190902_125152.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Vale do Rio Tjäktjajåkka</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mais à frente, avistei finalmente as primeiras renas dessa caminhada. Eram duas e cruzaram a trilha subindo a colina. Elas são muito ariscas e quando se sentem ameaçadas fogem para as partes mais altas. Às 14h46 pude ver à esquerda algumas montanhas com neve. As nuvens não deixavam visualizar seus topos, mas uma delas era o cume norte do Kebnekaise, montanha mais alta da Suécia (a segunda mais alta é o cume sul).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 15h06 cruzei outra ponte suspensa e 10 minutos depois parei para lanchar no abrigo de emergência Kuoperjåkka (Kebnekåtan), igual ao abrigo em que passei a noite, com banheiro ao lado. Às 16h35 uma bifurcação importante: à esquerda se vai ao Kebnekaise Fjällstation, refúgio que é base para a subida do Kebnekaise. Como essa subida não estava nos meus planos para essa travessia, segui para a direita. Às 16h58 avistei do alto um vilarejo sami (sem ninguém) e logo depois as casas do Refúgio Singi mais à esquerda, aonde cheguei às 17h36.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ali tive a recepção mais calorosa de toda a caminhada. Os anfitrões eram um sueco muito simpático e atencioso, Jörgen, e sua esposa chilena, Sybil, extremamente simpática também. Fui recebido com o tradicional suco de lingonberry e depois me deram um pedaço de pão amassado (típico chileno) que estava saindo do forno. Esse refúgio não tem mercadinho nem sauna. Tem duas casas com quartos, cozinha e refeitório em cada uma. A água é coletada no riozinho que passa no meio delas. Tive de novo de procurar um lugar abrigado do vento para a barraca e a montei atrás de uma pedra grande. A temperatura medida pelo meu termômetro no final da tarde estava 8ºC mas o vento fazia a sensação térmica ser muito abaixo disso. Aproveitei para saborear o pão quentinho que ganhei de presente. Nesse dia também havia muitas pedras na trilha mas com passarela de madeira onde era só campo de pedras.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em Singi o Caminho Peregrino Dag Hammarskjöld se separa da Kungsleden, tomando o rumo leste. Esse caminho tem 105km e vai de Abisko a Nikkaluokta. De Abisko a Singi as duas trilhas coincidem.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 717m no Refúgio Singi.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 0ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-9WMDBE2QTow/XcDZe8sDJbI/AAAAAAAA7nU/1NEc3fbZ1UIm30RKl7yLfZe8k3AJe1NmQCK4BGAYYCw/s1600/20190903_135435.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-9WMDBE2QTow/XcDZe8sDJbI/AAAAAAAA7nU/1NEc3fbZ1UIm30RKl7yLfZe8k3AJe1NmQCK4BGAYYCw/s640/20190903_135435.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Mata de bétulas amarelando às margens do Rio Tjäktjajåkka</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">5º DIA - 03/09/19 - de Singi a Teusajaure</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 22km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 788m no platô entre os refúgios Kaitumjaure e Teusajaure</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 499m no Refúgio Teusajaure</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia desci do Refúgio Singi ao Refúgio Kaitumjaure num desnível de 105m acompanhando o Rio Tjäktjajåkka. Em seguida atravessei um platô numa subida de 203m e descida de 289m ao Refúgio Teusajaure.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Logo cedo lebres corriam entre as casas do refúgio. Felizmente o vento gelado da tarde anterior cessou e o sol da manhã espantou o friozão. Conversei mais um pouco com os simpáticos anfitriões e deixei o local às 11h03. Seriam 13km diretamente para o sul até Kaitumjaure e depois, numa guinada para sudoeste, mais 9km até Teusajaure. Continuo acompanhando o Rio Tjäktjajåkka. No caminho uma garota solitária colhia berries e me mostrou algumas que eu não conhecia, dando o nome de cada uma. Foi aí que eu descobri qual era a lingonberry dos sucos dos refúgios. Às 13h05, após passar entre duas belas montanhas rochosas, o vale se abre e a trilha desce às margens do rio, que também se alarga. Mais abaixo ressurgem as árvores, que eu não via desde o segundo dia de caminhada.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 13h52 cruzei por uma ponte suspensa o Rio Tjäktjajåkka e a paisagem mudou bastante. Às margens do rio aparece uma linda mata de bétulas com as folhas amareladas pelo final do verão. Descendo avisto à esquerda (sudeste) o grande e verdíssimo Lago Padje Kaitumjaure e me despeço do Rio Tjäktjajåkka, que vinha acompanhando desde o Passo Tjäktja no dia anterior, pois ele deságua nesse lago. Alcanço o Refúgio Kaitumjaure às 14h54 e sou efusivamente recebido pela comunicativa Mônica, que me ofereceu suco (de lingonberry, claro), me explicou todo o meu futuro trajeto no mapa e me informou a respeito dos barcos que eu teria de tomar a partir de Teusajaure. Seriam quatro barcos até meu destino final, Kvikkjokk, num total de SEK 900 (US$ 96). A travessia estava começando a pesar no bolso...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 612m nesse refúgio, que tem sauna e mercadinho, mas não tinha pão sueco nesse dia. Comprei uma lata de almôndegas que comi com pão sueco (que tinha na mochila) ali mesmo nas mesinhas de piquenique. Não era boa a almôndega mas a fome é o melhor tempero. A garota das berries fez seu lanche ali também. Ela era americana. Deixei o refúgio às 16h26 para mais 9km até Teusajaure, de agora em diante para sudoeste, me afastando do bonito lago.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desci até o Rio Kaitumjåkka e o atravessei por uma ponte suspensa às 16h52. Segui-o por sua margem direita verdadeira por cerca de 900m e no caminho cruzei uma inusitada porteira de varas. A trilha se afasta do rio e começo a subir a encosta, o que me levou a um extenso platô que atravessei ainda na direção sudoeste. A chuva me pegou nesse platô e tive de vestir toda a roupa impermeável. Muita pedra nesse trecho. Alcancei o topo do platô (788m) às 18h14 e em menos de 10 minutos iniciei a descida. Às 18h55 cruzo um rio e passo a acompanhá-lo. Quando a descida para Teusajaure se torna bastante inclinada esse rio forma bonitas cachoeiras. Ignorei o aviso de "Último ponto de acampamento gratuito. Taxa de acampamento a partir daqui" que vi na descida e cheguei ao Refúgio Teusajaure às 19h19. A chuva havia parado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse refúgio fica às margens do Lago Teusajaure e tem sauna e mercadinho. Fui muito bem recebido novamente pelo anfitrião Roland mas tive de me afastar do refúgio para acampar sem pagar a taxa de SEK 250 (US$ 26,71) (ao sul de Singi vale uma outra tabela de preços, um pouco mais barata). As últimas cachoeiras da descida do platô são visíveis do refúgio e a água que bebemos vem delas, coletada atrás das casas. Reencontrei a Lílian, a americana das berries, e acampamos perto um do outro.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 499m no Refúgio Teusajaure.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 6,6ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-vhJ7vwGlYiQ/XcDZuz0-6QI/AAAAAAAA7ng/kcUzswvH0TMQEMxMF1p7cG8LMml1sf4hgCK4BGAYYCw/s1600/20190904_085725.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-vhJ7vwGlYiQ/XcDZuz0-6QI/AAAAAAAA7ng/kcUzswvH0TMQEMxMF1p7cG8LMml1sf4hgCK4BGAYYCw/s640/20190904_085725.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Barco para cruzar o Lago Teusajaure</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">6º DIA - 04/09/19 - de Teusajaure a Vakkotavare</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 13km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 938m no platô entre os refúgios Teusajaure e Vakkotavare</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 451m no Lago Akkajaure</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia cruzei um extenso platô num desnível positivo de 439m e negativo de 487m. Caminhei dentro da área do Parque Nacional Stora Sjöfallet.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desmontei a barraca logo cedo, antes até de tomar o café, pois ameaçava chover de novo. Comprei mais pão sueco no mercadinho e às 9h estava no píer para tomar o barco para a outra margem do Lago Teusajaure. Além dos trilheiros que estavam no refúgio apareceu um grupo de 17 outros que acamparam lá no alto, antes da descida do platô. O barco comporta só 4 pessoas por vez e é conduzido pelo anfitrião do refúgio, o Roland, que teve de fazer várias viagens. Esse grupo de 17 pessoas era de Malta! A travessia dura apenas 2 minutos no barco a motor. Ela pode ser feita com barco a remo também, o próprio trilheiro remando, mas nesse caso pelo menos um barco precisa ficar ancorado em cada lado do lago. Isso significa que se você tiver o azar de encontrar apenas um barco a remo ancorado, terá de cruzar o lago três vezes para rebocar outro barco para o lado onde iniciou a travessia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ao cruzar o lago estava entrando na área do Parque Nacional Stora Sjöfallet, criado em 1909, um dos primeiros parques nacionais da Europa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Do outro lado tomei o café da manhã e pus o pé na trilha às 9h41. O caminho começa no rumo oeste mas logo dá uma guinada para o sul e se mantém assim até Vakkotavare, distante 13km. Já inicia com uma subida pela mata. Em apenas 100m há uma trilha saindo para a esquerda com a placa "Raststuga 75m" (algo como abrigo de descanso). Fui xeretar e encontrei um abrigo de emergência de nome Dievssajávri. Estava menos limpo que os anteriores mas daria para passar a noite. Voltei à trilha principal e a retomei para a esquerda, subindo ainda. Essa subida foi suave mas constante até o topo de um extenso platô, a 5,4km dali. Logo no início, ao sair da floresta de bétulas avisto o Lago Teusajaure ficando para trás e a chuva chegando. Parei para vestir a capa de chuva, mas felizmente o vento levou a chuva pela extensão do lago, de oeste para leste, e eu estava me afastando para o sul. Parei para guardar a capa de chuva... de novo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 11h alcancei uma bifurcação com uma lacônica placa "Bro" (= ponte, mas eu não sabia) apontando para a direita. O gps dava os dois caminhos como possíveis sendo o da esquerda mais curto - continuei subindo por esse lado. Logo a trilha desceu para cruzar um rio. O desvio à direita, por ter uma ponte, certamente era mais fácil, mas por ali também não foi complicado, bastando procurar o local com mais pedras para não ter de tirar as botas. Com esse atalho, passei quase todos os que estavam à minha frente. Subi até o ponto mais alto do grande platô (938m) e já iniciei a suave descida às 11h31. Cruzo um riacho. O caminho é bastante pedregoso também. A sudoeste avisto uma bela cadeia de montanhas nevadas com os cumes encobertos por nuvens. Uma delas é o Pico Sarektjåkkå, terceiro mais alto da Suécia depois dos cumes norte e sul do Kebnekaise.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-JpzQP5zKNOA/XcDZ9S4mXqI/AAAAAAAA7no/sKU6bCee6Aob-CJqLvC5jOQzZYeOxmdEgCK4BGAYYCw/s1600/20190904_134502.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="640" src="https://2.bp.blogspot.com/-JpzQP5zKNOA/XcDZ9S4mXqI/AAAAAAAA7no/sKU6bCee6Aob-CJqLvC5jOQzZYeOxmdEgCK4BGAYYCw/s640/20190904_134502.jpg" width="360" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeira na chegada a Vakkotavare</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nesse trecho de descida a Vakkotavare pelo platô foi onde vi o maior número de renas. Eram muitas, muitos grupos espalhados pelo extenso campo verdejante. Como eu tinha passado todos os outros e estava na dianteira, tive a oportunidade de vê-las mais de perto, ainda não assustadas com a presença de gente. Às 13h14 a paisagem muda. Visualizo o grande Lago Akkajaure à minha frente e até ele uma longa descida forrada por uma floresta de bétulas. Na descida cada vez mais íngreme me aproximo de um rio, que despenca em lindas cachoeiras à esquerda da trilha. Já dentro da mata cruzo o rio e sou o primeiro a chegar a Vakkotavare, às 13h49.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A primeira impressão não foi tão boa porque o refúgio fica na beira de uma rodovia... voltar à civilização depois de oito dias na montanha é sempre um choque, mas fui muito bem recebido pela simpática e sorridente Birgitta e seu marido Anders, porém sem suco dessa vez. O refúgio tem mercadinho mas não tem sauna e é o primeiro com essa configuração (todos os outros tinham sauna e mercadinho, ou nenhum dos dois). O rio das cachoeiras passa bem ao lado e é a principal fonte de água. A Lílian foi a segunda a chegar e se decepcionou ao saber que não havia ônibus à tarde para Kebnats, para a continuidade da travessia. A partir de 02/09 só circula o ônibus das 9h50 (não mais o das 14h35). Ela andou rápido à toa e agora teria que aguardar o ônibus do dia seguinte. Eu já tinha essa informação desde o Refúgio Kaitumjaure, dada pela Mônica. Esse ônibus vai de Ritsem a Gällivare e pode ser uma rota de fuga da Kungsleden, se necessário, pois em Gällivare há trem para Estocolmo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como sempre, acampar ao lado do refúgio implicava pagar uma taxa (SEK 250 = US$ 26,71), então o Anders nos indicou bons lugares para acampar de graça às margens do Lago Akkajaure, do outro lado da rodovia, protegidos do vento pela mata. Não tinha pão sueco no mercadinho, comprei feijão em caixinha.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 459m no Refúgio Vakkotavare.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 3,7ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-9w8Zlcpk5jE/XcDaNq19XYI/AAAAAAAA7n0/j6PG9Ylb-3INLFEYi7lFSwRcHGY6CDXIgCK4BGAYYCw/s1600/20190906_152740.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-9w8Zlcpk5jE/XcDaNq19XYI/AAAAAAAA7n0/j6PG9Ylb-3INLFEYi7lFSwRcHGY6CDXIgCK4BGAYYCw/s640/20190906_152740.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>O Refúgio Saltoluokta tem os banheiros mais criativos</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">05/09/19 - de Vakkotavare a Saltoluokta</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse foi um dia de deslocamento em ônibus e barco até o Refúgio Saltoluokta. Lá não dei continuidade à caminhada por causa da chuva incessante. Aliás ninguém continuou a caminhada por esse motivo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em Vakkotavare tive de novo de desmontar a barraca às pressas pois a chuva estava chegando. Corri para o refúgio com a barraca na mão e organizei a mochila na oficina do Anders pois não poderia entrar no refúgio sem pagar o day visit. Às 9h50 eu, a Lílian, o grupo de 17 pessoas de Malta e várias outros trilheiros pegamos o ônibus para Kebnats sob chuva fraca. Custo da passagem: SEK 95 (US$ 10,15). O ônibus tinha tomadas para recarregar o celular, mas não tinha wifi. O motorista fez uma parada no Hotel Stora Sjöfallet e pude usar o wifi aberto para dar notícias de que estava vivo. No mercadinho comprei pão sueco e queijo com camarão em bisnaga.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Descemos na beira da estrada ainda sob chuva em Kebnats às 11h15 e caminhamos 400m até o píer para pegar o barco das 11h20 para cruzar o Lago Langas. Como lotou foi preciso fazer uma segunda viagem, na qual fomos eu, a Lílian e 3 pessoas que ficaram do grupo de 17 de Malta. Custo do barco: SEK 200 (US$ 21,37), podendo pagar com cartão de crédito. Travessia de 11 minutos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Refúgio Saltoluokta é uma estação de montanha da STF. Ali você encontra um público totalmente diferente dos outros refúgios. A grande maioria vai para descansar no fim de semana ou participar de eventos ou simplesmente saborear a comida especial preparada pelos ótimos cozinheiros (o jantar é bem caro). Nesse dia estava acontecendo um grande evento e o refúgio estava lotado. Eu já estava desacostumado de tanta movimentação, mesmo assim fiz questão de almoçar pois já estava cansado de pão sueco e comida industrializada. Mas antes fui procurar um lugar distante do refúgio o suficiente para não pagar a taxa de acampamento de SEK 250 (US$ 26,71) e montei a barraca numa curta trégua que a chuva deu. O almoço era um buffet à vontade por um preço bem camarada, SEK 120 (US$ 12,82). Choveu o resto do dia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse refúgio é muito antigo. O primeiro refúgio em Saltoluokta foi contruído em 1912! Atualmente tem sauna, mercadinho, loja de roupas e souvenirs. Mas por conta desse excesso de gente o atendimento é muito ruim, as garotas são estressadas e atendem com má vontade. Os banheiros (gratuitos mesmo em estação de montanha) são os mais criativos da Kungsleden, cada cabine decorada com um tema diferente.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na travessia de barco de Kebnats a Saltoluokta eu saí dos limites do Parque Nacional Stora Sjöfallet, no qual havia entrado na travessia de barco em Teusajaure no dia anterior.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 400m no Refúgio Saltoluokta.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 4,3ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-vXeV9XW8oZM/XcDad3HcVTI/AAAAAAAA7oA/ceKaLwcZ8Wg5ff73EnSbBsSRJ83ynHCSQCK4BGAYYCw/s1600/20190906_163259.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-vXeV9XW8oZM/XcDad3HcVTI/AAAAAAAA7oA/ceKaLwcZ8Wg5ff73EnSbBsSRJ83ynHCSQCK4BGAYYCw/s640/20190906_163259.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Igreja sami em Saltoluokta</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">06/09/19 - Saltoluokta</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Permaneci acampado em Saltoluokta porque o tempo ainda não estava bom, céu carregado, podia voltar a chover a qualquer momento. Confesso que pensei em parar a travessia nesse dia e ir embora. A combinação de dias cinzentos, chuvas repentinas e frequentes, paisagem sem nada de espetacular e bastante frio estava me tirando o ânimo de continuar. O gasto de SEK 600 (US$ 64) nos dois barcos seguintes também estava pesando contra. Conversei com outros trilheiros no refúgio sobre os planos de cada um, consultei o <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a> e resolvi continuar a travessia, mas só no dia seguinte. Isso porque a única razão de eu continuar era para subir a montanha Skierfe e eu queria estar lá com sol (ou pelo menos sem chuva). E o Yr previa tempo bom para daí a dois dias, justamente quando eu chegaria lá.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Almocei no refúgio e aproveitei o resto do dia para conhecer o vilarejo sami próximo dali, com sua singular igrejinha.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: -0,1ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-se7_yUa6Sks/XcDavxWTRKI/AAAAAAAA7oM/l7jx1jFjhcQSZ1n6zMk0LLMAjVcQtrmyACK4BGAYYCw/s1600/20190907_131821.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-se7_yUa6Sks/XcDavxWTRKI/AAAAAAAA7oM/l7jx1jFjhcQSZ1n6zMk0LLMAjVcQtrmyACK4BGAYYCw/s640/20190907_131821.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Renas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">7º DIA - 07/09/19 - de Saltoluokta a Svine</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 19km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 780m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 400m no Refúgio Saltoluokta</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia subi do Refúgio Saltoluokta a um extenso vale num desnível de 380m. Caminhei por esse vale e desci 148m até o Lago Kaskajaure.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 6h35 da manhã estava 0ºC.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Deixei o acampamento às 10h33 e retomei a travessia no rumo sul, o qual manteria quase sem variações durante o dia todo. De Saltoluokta a Sitojaure são 19km, segundo as placas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trilha sai do refúgio por uma mata de bétulas e pinheiros. Segui as placas nas bifurcações e as marcas vermelhas pintadas nas pedras e árvores e subi até sair da sombra das árvores, local que já é um bonito mirante para o Lago Langas. Às 10h55 segui à esquerda numa bifurcação com placa e continuei subindo. A paisagem se amplia e fica cada vez mais bonita (num dia de sol). Às 11h22 fui à esquerda em outra bifurcação sinalizada. As árvores vão ficando mais espaçadas até que no alto não há mais, apenas vegetação baixa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Avisto à direita montanhas nevadas distantes e, subindo mais um pouco, passo a caminhar por um largo vale. Altitude de 729m, desnível de 329m desde o refúgio. Cruzo alguns riachos e aparecem mais renas pastando. Às 13h29 chego a um abrigo de emergência chamado Autsutjvagge e um papel ali já dá o preço e os horários do barco de Sitojaure a Svine: 9h e 17h ao custo de SEK 400 (US$ 42,74). Esse barco é caro assim porque é particular, não é operado pela STF. Já havia caminhado 8km desde Saltoluokta e faltavam 11km para Sitojaure. Os banheiros ao lado estavam limpos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O tempo estava bom, até com um sol tímido, mas lembrei da previsão de chuva para essa noite e toda a manhã seguinte, então achei melhor pegar o barco da tarde em lugar do barco da manhã seguinte (com chuva). Mas para alcançar o barco precisei acelerar o passo. A caminhada por esse vale foi absolutamente monótona e sem graça. Às 15h33 apareceram algumas lagoas à esquerda mas a essa altura o dia já estava todo cinzento. Às 16h04 fui à esquerda numa bifurcação e em 10 minutos já avistava o Lago Kaskajaure após uma longa e suave descida. Mas olhando para a direita não gostei do panorama: nuvens escuras sobre as montanhas nevadas me deixavam em dúvida se estava chovendo ou nevando naquela direção.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuei meu passo rápido, reentrei na mata de bétulas e às 16h38 fui à direita numa bifurcação que apontava Aktse, barco e refúgio nessa direção. Se quisesse acampar desse lado do lago (como era meu plano inicial) esse seria o local limite para não pagar a taxa. Essa bifurcação para a direita me levou em 400m diretamente ao vilarejo sami, de onde sai o barco. Como cheguei às 16h44, faltando apenas 16 minutos para a saída, não tive tempo de conhecer o Refúgio Sitojaure, acessível a partir dali ou da esquerda na bifurcação anterior. Esperando também o barco estavam um casal de Luxemburgo com quem conversei em Saltoluokta e um húngaro que cumprimentei na trilha à tarde. Disseram que o refúgio não tem mercadinho nem sauna. E ali na vila sami também não havia comida para vender. O pagamento de SEK 400 (US$ 42,74) do barco é só em dinheiro. O homem que nos levou era da etnia sami, alto e forte, de pouca (ou nenhuma) conversa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Saímos no horário e em 14 minutos cruzamos o Lago Kaskajaure e o Lago Kåbtajaure (parece um lago só mas são dois ligados por uma parte mais estreita). Essa travessia é interessante porque o barco precisa seguir marcadores vermelhos fincados, navegando por um corredor cheio de curvas. O lago é raso e o barco pode encalhar se fizer um trajeto errado. Comporta 6 pessoas. O problema foi que eu não me precavi com corta-vento e tomei a ventania gelada toda no rosto e peito, o que me causou uma tosse que me acompanhou por mais de 40 dias. Durante a travessia sentimos pingos de chuva fraca e ao desembarcar em Svine resolvemos dormir no abrigo de emergência Svijnne. O húngaro quis montar sua barraca mas voltou correndo para o abrigo porque disse que viu/ouviu um animal rondando, talvez um alce. Depois vimos que era uma rena, mas ele dormiu no abrigo mesmo assim. Ao lado havia um banheiro só, mas por sorte estava limpo. A água para beber e cozinhar eles encontraram num riacho próximo pois não quisemos pegar a do lago.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 636m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5SHmjnhu6ts/XcDbFMXCn5I/AAAAAAAA7oY/XF8_2kBKI5cGDaZl_cxaJKAJqq_AkZwnwCK4BGAYYCw/s1600/20190909_123112.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-5SHmjnhu6ts/XcDbFMXCn5I/AAAAAAAA7oY/XF8_2kBKI5cGDaZl_cxaJKAJqq_AkZwnwCK4BGAYYCw/s640/20190909_123112.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Vista da montanha Skierfe</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">8º DIA - 08/09/19 - de Svine a Skierfe</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 13,6km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1184m no Skierfe</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 636m no abrigo de emergência Svijnne</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia saí do Lago Kåbtajaure e atravessei um platô num desnível positivo de 325m. Na descida tomei a trilha para a montanha Skierfe, subindo mais 416m até seu cume.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Comecei a caminhar às 9h33, bem depois dos meus companheiros de abrigo e também depois da chegada do barco de Sitojaure trazendo os trilheiros que dormiram no refúgio. A previsão do <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a> quase acertou, o dia estava encoberto e cinzento, mas sem garoa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Continuando a caminhada na direção sudoeste, a matinha de bétulas termina e passo por um ponto de água corrente, a 1,1km do abrigo. Logo vem uma subida mais íngreme por uma encosta de pedras desmoronadas (scree), mas sem dificuldade. No alto às 10h50 passo a caminhar por um outro platô com montanhas nevadas à direita, bem distantes. Mais renas pastando. Atingi o topo do platô às 11h05 (961m) e iniciei a descida com vista para enormes lagos. Às 11h32 avisto a pontinha da montanha Skierfe à direita (oeste). Meu plano era acampar nela (no cume ou na base) para curtir o visual à tarde e de manhã já que deveria ser o grande momento desse trekking. Descendo, às 11h41 cheguei a uma placa quase completamente apagada apontando Skierfe para a direita, e é para lá que eu fui. Altitude de 768m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para minha sorte (e graças ao meu minucioso planejamento baseado no Yr) o tempo melhorou e o sol apareceu. Parei para um lanche com vista para o Lago Laitaure e para a ponta do Skierfe. A trilha atravessa um trecho de cerca de 150m de muita lama, continua percorrendo a encosta e sobe. No caminho muitas moitinhas de blueberry (mirtilo), com frutos, mas são bem pequenos e pouco doces. No meio do blueberry (preto) há pezinhos de lingonberry (vermelho) também. Na subida o terreno se torna mais pedregoso e quase sem vegetação. No alto avisto uma belíssima cordilheira nevada a oeste e a encosta do Skierfe à esquerda dela. Mas antes desci um pouco, cruzei um riacho às 13h58 (peguei água para a noite pois é a única fonte de água corrente) e na base do Skierfe cruzei com os meus parceiros do abrigo já descendo para dormir em Aktse. Disseram que não havia lugar plano e sem pedras para acampar mais para cima então escondi a mochila e subi o Skierfe só com mochila de ataque.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei ao topo às 14h50. Foram só 16 minutos de subida desde a base mas como queria ficar bastante tempo no cume tirando fotos e curtindo o visual levei lanche e água. E todos os agasalhos pois, apesar do sol, estava bastante frio. Sem dúvida esse lugar valeu pelos cinco dias de caminhada a mais (mesmo sob chuva, como aconteceria depois) e pelo gasto extra com os barcos. O mirante é simplesmente espetacular. É uma visão aérea do Rio Rapa desaguando no Lago Laitaure em forma de delta, com canais que formam ilhas pontilhadas de lagoas e são delimitados por matas ciliares, tudo verdejante. Esse delta é o maior da Suécia. A noroeste, direção oposta ao lago, se destaca no horizonte a bela cordilheira de cumes nevados onde nasce o Rio Rapa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No cume, lugar plano e livre de pedras para acampar é quase impossível. Além disso, completamente exposto ao vento. Na subida havia um ou outro lugar que daria para colocar uma barraca bem pequena, mas com pedras ao redor. Melhor mesmo foi ficar na base, onde é possível encontrar alguns lugares planos e com menos pedras.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Skierfe se encontra na extremidade leste do Parque Nacional Sarek, mas não há nenhuma placa informando isso.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude na base: 1051m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude no cume: 1184m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 2ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-5zvOVMVDoGs/XcDbV5dQ1lI/AAAAAAAA7ok/yhbE-ZnGhTYDnCHUB0NhCorpdmBsOBfmACK4BGAYYCw/s1600/20190909_091843.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-5zvOVMVDoGs/XcDbV5dQ1lI/AAAAAAAA7ok/yhbE-ZnGhTYDnCHUB0NhCorpdmBsOBfmACK4BGAYYCw/s640/20190909_091843.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Base da montanha Skierfe</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">9º DIA - 09/09/19 - de Skierfe a Aktse</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 7,6km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 1184m no Skierfe</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 519m onde acampei, abaixo do Refúgio Aktse</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia desci da montanha Skierfe para o Refúgio Aktse num desnível de 665m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Desmontei acampamento e escondi a mochila para subir novamente o Skierfe e ver tudo lá do alto com outra luz pela posição diferente do sol. Esse dia eu reservei para isso, para relaxar e curtir a paisagem desse lugar especial. Assim como na tarde anterior, fiquei surpreso nesse dia também pelo tempo perfeito, sem nenhum sinal de chuva em todo o horizonte. Coisa rara!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 15h deixei o cume, peguei a mochila na base e iniciei o retorno à trilha principal pelo mesmo caminho. Peguei mais água no riacho próximo à base. A volta foi um pouco demorada pois parei muitas vezes para comer blueberries ao lado da trilha. Atravessei o lamaçal e alcancei a trilha principal às 18h06, descendo à direita. Entrei na floresta de bétulas e pinheiros e o único lugar plano para a barraca já estava ocupado. Até que cheguei à famosa placa "além deste ponto você deverá pagar a taxa de acampamento", 100m antes do Refúgio Aktse. Como os lugares ali eram ruins (inclinados) fui até o refúgio. Cheguei às 18h32.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O anfitrião que me recebeu ganhou o troféu de mau humor e estupidez. Me disse para acampar de graça naquelas clareiras inclinadas ou abaixo do refúgio bem longe. O refúgio tem sauna e mercadinho - aproveitei para comprar grão-de-bico em caixinha e pão sueco. Fiz o que ele mandou e acampei no início da mata de bétulas a caminho do ancoradouro do barco. Quando voltei para pegar água na bica do refúgio, ele fez questão de vir me dizer que eu estava proibido de entrar em qualquer dependência do refúgio pois eu não estava pagando para isso. Que sujeito ridículo! Na Suécia as pessoas baseiam as relações na confiança mútua, esse sujeito destoa disso e acha que o visitante é um esperto que só quer se aproveitar. Voltei para a minha barraca pois deu para ver que ali eu não era bem-recebido, pelo menos por esse anfitrião que está na profissão errada. De boas-vindas ali só mesmo o suquinho de lingonberry.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 552m no Refúgio Aktse. Do refúgio ao píer de onde sai o barco para Laitaure a distância é de 1,1km.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: -1,1ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-yLyCyKq-mQI/XcDbmv3a9tI/AAAAAAAA7ow/h5DAU_KEgzU1XyI_KGzsGXuyXkGySBHGgCK4BGAYYCw/s1600/20190911_091952.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-yLyCyKq-mQI/XcDbmv3a9tI/AAAAAAAA7ow/h5DAU_KEgzU1XyI_KGzsGXuyXkGySBHGgCK4BGAYYCw/s640/20190911_091952.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Sjabatjakjaure, onde se encontra o Refúgio Pårte</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">10º DIA - 10/09/19 - de Aktse a Pårte</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 20,4km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 870m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 493m perto do Refúgio Pårte</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: nesse dia subi desde o Lago Laitaure um desnível de 368m, em seguida desci 373m até o Refúgio Pårte. Cruzei a extremidade sudeste do Parque Nacional Sarek, criado em 1910.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Acordei com chuva... e eu tinha de desmontar a barraca para pegar o barco das 9h para Laitaure, do outro lado do lago de mesmo nome. Às 8h30 estava 5ºC e chovia, que delícia... Arrumei a mochila dentro da barraca e já estava preparado para desmontá-la sob chuva quando por sorte ela deu uma trégua. Caminhei até o ancoradouro e era o mal-humorado quem ia pilotar o barco de 8 pessoas. Paguei na hora em dinheiro os SEK 200 (US$ 21,37). A travessia durou 9 minutos e não era possível ver o Skierfe, ocultado por densas e baixas nuvens. Esse dia todo foi cinzento e de nuvens carregadas, parecia que ia voltar a chover a qualquer momento.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Laitaure fica na margem sul do lago. Não é um vilarejo, mas tem um abrigo de emergência com banheiro próximo, depois de um portão de ferro. A trilha inicia após esse portão e corre através da floresta de bétulas e pinheiros que não permite visão da paisagem ao redor. Comecei a caminhar às 9h41. Altitude de 502m.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em algum lugar por volta de 10h10 (a cerca de 2km do abrigo de emergência e do lago) eu entrei na área do Parque Nacional Sarek, mas não há nenhuma placa dando essa informação no local. Esse parque foi criado em 1910 e é um dos mais antigos da Europa. Porém cruzei apenas a extremidade sudeste dele e à tarde já sairia dos seus limites. Às 10h50 atravessei por uma ponte metálica o primeiro riacho do dia, com uma clareira de acampamento logo a seguir.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Subi bastante e ao sair do limite das árvores às 11h29 continuei sem visão por causa da neblina. Caminhei por uma encosta e cruzei com bastante gente fazendo no sentido contrário. Esse pessoal deve caminhar só dois dias até o Skierfe e voltar. Ao reentrar na mata passei por clareiras de acampamento e um abrigo de emergência (com banheiros) de nome Jågge às 12h14. Ao sair das árvores caminhei muito sem ter idéia de como é a paisagem por causa da neblina. Cruzei uma ponte suspensa bem grande e alta às 12h46 e atingi a maior altitude do dia às 13h13 (870m).</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Reentrei definitivamente na mata de bétulas às 13h28 e na descida com muitas pedras molhadas (pela garoa) escorreguei e caí, mas nada sério. Apenas deu pra ver que o solado Contagrip da Salomon não é confiável para pedras molhadas. Depois de descer bastante as pedras foram diminuindo e pude andar mais rápido. Às 14h11 cruzei um rio por uma ponte suspensa de nome Gállakjåhkå. Tive de vestir a capa porque a chuva voltou.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 14h51 encontrei um painel de informação sobre o Parque Nacional Sarek ao lado de um rio. Eu já estava saindo da área do parque. Cruzei um último riacho e cheguei a Pårte (se pronuncia pôrte) às 15h15, sendo bem recebido pela idosa anfitriã.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Pårte não tem sauna nem mercadinho. Fica numa península do bonito Lago Sjabatjakjaure, ligeiramente fora da trilha. Para não pagar é preciso acampar fora da península, ao longo da trilha, e há várias clareiras já abertas, porém algumas inclinadas. Tratei de montar a barraca antes que a chuva chegasse, aproveitando um local plano e espaçoso que encontrei. Peguei água corrente no último riacho que havia cruzado (a 500m do refúgio e 180m de onde acampei) e logo começou a chover.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 497m no Refúgio Pårte.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 10,1ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-3XwTCSGgqXQ/XcDb9kuoJOI/AAAAAAAA7o8/C02M7kv-qXMwpeMjnDJL56sduTEfxYakgCK4BGAYYCw/s1600/20190911_151041%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-3XwTCSGgqXQ/XcDb9kuoJOI/AAAAAAAA7o8/C02M7kv-qXMwpeMjnDJL56sduTEfxYakgCK4BGAYYCw/s640/20190911_151041%25280%2529.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Passarelas de madeira por todo o caminho</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">11º DIA - 11/09/19 - de Pårte a Kvikkjokk</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Distância: 15,6km</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maior altitude: 586m</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Menor altitude: 330m no Refúgio Kvikkjokk Fjällstation</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Resumo: esse dia foi em sua maior parte nivelado na faixa dos 500m a 580m de altitude. O único desnível significativo foi uma descida de 187m no final do dia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A barraca amanheceu molhada da chuva da noite, mas felizmente saiu um solzinho tímido para ajudar a secá-la. Voltei ao refúgio para tirar algumas fotos do Lago Sjabatjakjaure, conversei um pouco mais com a anfitriã (faltam 12 dias para todos eles voltarem para casa) e pus o pé na trilha às 9h43. O caminho será o dia todo pela mata de bétulas e pinheiros, com pouca visão da paisagem ao redor. Mas as bétulas cada vez mais amarelas e as plantas rasteiras avermelhadas darão o colorido desse dia. Às 10h36 atravessei um rio mais largo por uma ponte de madeira. Às 11h07 cruzei um portão de ferro numa cerca e 4 minutos depois uma porteira de ripas, onde conversei com um casal francês que parou para um lanche.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Às 11h27 me deparei com o enorme Lago Stuor Dahta - a trilha vai para a esquerda e o margeia. Esse trecho é bem ruim de caminhar porque tem muitas pedras e estavam escorregadias pelos chuviscos ocasionais. Às 13h08 fui à esquerda numa bifurcação em que os dois lados levam a Kvikkjokk, mas o da direita é o caminho de inverno. Às 13h17 atravessei uma ponte grande de madeira e a trilha quebra para a direita. Volta e meia vinha uma chuva fraca e era preciso vestir a jaqueta impermeável, depois esquentava e tinha de parar de novo para tirá-la. Às 14h47 surgiu uma bifurcação sem placas, mas segui pela direita pois o caminho da esquerda pareceu ser o de inverno. O avanço se tornou mais rápido quando as passarelas de madeira ficaram mais longas. Às 15h23 a trilha teve fim numa estradinha de cascalho onde segui para a esquerda. Com mais 420m cheguei a um grande estacionamento à esquerda e mais 180m ao Refúgio Kvikkjokk Fjällstation, às 15h34.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse refúgio, assim como o Abisko Turiststation e o Saltoluokta, é uma estação de montanha com todo o conforto. Há um restaurante que serve as três refeições e ainda sanduíches, bolos e cafés. Há sauna e um mercadinho bastante variado. Pode-se utilizar uma cozinha reservada aos hóspedes. E para minha surpresa podia acampar em qualquer lugar sem pagar a taxa, usando os banheiros de dentro do refúgio pois não há banheiro fora. Me indicaram uma grande área de acampamento a 100m do refúgio, mas o terreno não era plano e ventava muito ali. Preferi voltar um pouco pela estradinha por onde cheguei e armar a barraca numa das muitas clareiras que havia. Mas antes usei o wifi do refúgio (SEK 50 = US$ 5,34 ilimitado) para comprar a passagem de ônibus+trem de volta a Estocolmo (o próximo wifi só iria encontrar na rodoviária de Jokkmokk, mas queria comprar a passagem com antecedência de pelo menos um dia). O ônibus para Jokkmokk só sairia às 5h20 do dia seguinte, então passei o resto do dia explorando os arredores. O Rio Kamajokk passa atrás do refúgio e forma cachoeiras e corredeiras muito bonitas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Altitude de 330m no Refúgio Kvikkjokk Fjällstation.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 12ºC</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-TSlBbUdPFAE/XcDcNLCOVbI/AAAAAAAA7pE/hFDno60I46cEyjm7UPTy0wYCTzJ7c5skwCK4BGAYYCw/s1600/20190911_163152.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-TSlBbUdPFAE/XcDcNLCOVbI/AAAAAAAA7pE/hFDno60I46cEyjm7UPTy0wYCTzJ7c5skwCK4BGAYYCw/s640/20190911_163152.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeiras e corredeiras no Rio Kamajokk</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">12/09/19 - de Kvikkjokk a Jokkmokk e Estocolmo</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tive de acordar de madrugada para pegar o ônibus e estava chovendo. Arrumei a mochila dentro da barraca e já estava pronto para desmontá-la na chuva quando de repente parou. Embrulhei bem o sobreteto da barraca pois estava ensopado. Desci até a igreja do vilarejo, ponto final do ônibus, a 300m do refúgio, e lá reencontrei o casal de Luxemburgo. Quando comprei a passagem de trem para Estocolmo (<a href="http://www.sj.se/en/home.html" target="_blank">www.sj.se/en/home.html</a>) não consegui incluir esse primeiro ônibus, apenas o segundo (não sei por quê), então paguei esse ônibus avulso (SEK 197 = US$ 21). Tive de pagar com cartão de crédito, o motorista não aceitou dinheiro. Curioso é que não precisei digitar a senha do cartão, ele disse que até SEK 200 não há necessidade da senha.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cheguei a Jokkmokk às 7h50 e tinha ainda que esperar até 15h10 para tomar outro ônibus para Älvsbyn. Usei o wifi da rodoviária para dar sinal de vida e quando a chuva parou saí para conhecer a cidade e comprar comida no supermercado (há dois mercados grandes). Às 15h10 tomei o segundo ônibus e desembarquei em Älvsbyn às 17h15. Esperei até 18h14 para pegar o trem para Estocolmo, chegando às 7h15 do dia seguinte à capital sueca.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Informações adicionais:</span></b><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. para saber os preços de hospedagem e refeições nos refúgios da STF consulte os valores atualizados em <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-cabin" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-cabin</a> e <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-station" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/our-accommodation-types/stay-stf-mountain-station</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. segundo o site <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com</a> todos os refúgios por que eu passei nessa caminhada aceitam pagamento com cartão de crédito e débito, exceto Pårte</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. mapa da Kungsleden com as trilhas e refúgios: <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/app/uploads/sites/2/2016/06/kungsleden-stor.jpg" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/app/uploads/sites/2/2016/06/kungsleden-stor.jpg</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. barco de Teusajaure à margem sul do lago:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 20/06 a 1/9 - 7h, 9h, 16h e 18h</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 2/9 a 22/9 - 9h e 16h</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 100 (US$ 10,69) para membros e SEK 150 (US$ 16) para não-membros da STF</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. barco de Kebnats a Saltoluokta:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 14/06 a 30/06 - 10h20 e 16h05</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 01/07 a 01/09 - 10h20, 11h20 e 16h05</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 02/09 a 22/09 - 11h20 e 15h35</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 140 (US$ 14,96) para membros e SEK 200 (US$ 21,37) para não-membros da STF</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. barco de Sitojaure a Svine: 9h e 17h</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 400 (US$ 42,74)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. barco de Aktse a Laitaure:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">de 20/06 a 22/09 - 9h e 17h</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 200 (US$ 21,37)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. para informações atualizadas sobre horários de barcos consulte <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/boats-in-the-mountains" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/boats-in-the-mountains</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. para se tornar membro da STF: <a href="http://www.swedishtouristassociation.com/join-stf" target="_blank">www.swedishtouristassociation.com/join-stf</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. quase todas as travessias de barco podem ser feitas com barco a remo também, o próprio trilheiro remando, mas nesse caso pelo menos um barco precisa ficar ancorado em cada lado do lago. Isso significa que se você tiver o azar de encontrar apenas um barco a remo ancorado, terá de cruzar o lago três vezes para rebocar outro barco para o lado onde iniciou a travessia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. ônibus Vakkotavare-Kebnats-Gällivare:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">14/06 a 01/09 - 14h35</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">01/07 a 22/09 - 9h50</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">ou seja, somente de 01/07 a 01/09 há dois horários por dia</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 95 (US$ 10,15) de Vakkotavare a Kebnats</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. ônibus de Kvikkjokk a Jokkmokk:</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">seg a sex - 5h20</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">sáb, dom e feriados - 14h (de 19/08 a 22/09)</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Preço: SEK 197 (US$ 21), só com cartão</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">. trens na Suécia: <a href="http://www.sj.se/en/home.html" target="_blank">www.sj.se/en/home.html</a></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Rafael Santiago</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">agosto-setembro/2019</span>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-82067760969572770642019-11-03T20:08:00.000-08:002020-07-19T01:49:03.791-07:00Travessia do Parque Nacional Hallingsskarvet e Cânion Aurlandsdalen (Noruega) - ago/19<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="http://1.bp.blogspot.com/-AihNnxgt8nM/Xb-gU450AlI/AAAAAAAA7jc/BHNIjAXsNgYhl5Z8c57R5Igo0z__-CzpQCK4BGAYYCw/s1600/20190803_102647.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-AihNnxgt8nM/Xb-gU450AlI/AAAAAAAA7jc/BHNIjAXsNgYhl5Z8c57R5Igo0z__-CzpQCK4BGAYYCw/s640/20190803_102647.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Nesbøvatnet</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Início: Finse<br />
Final: Vassbygdi<br />
Duração: 3 dias<br />
Maior altitude: 1643m<br />
Menor altitude: 89m em Vassbygdi<br />
Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. A maior subida tem desnível de 419m.<br />
<br />
O Parque Nacional Hallingsskarvet é um parque pequeno ao norte do platô Hardangervidda, maior platô de montanha do norte da Europa. Ele se situa ao norte da famosa estrada de ferro Oslo-Bergen, próximo à estação de Finse, a cerca de 190km de Oslo e 120km de Bergen (em linha reta).<br />
<br />
Nesse trekking eu percorri de sul a norte o parque e emendei com a caminhada do Cânion Aurlandsdalen, bastante famoso por lá pela incrível beleza.<br />
<br />
Para saber sobre trekking na Noruega sugiro a leitura da introdução do relato <a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/11/travessia-do-parque-nacional.html" target="_blank">Travessia do Parque Nacional Hardangervidda</a>.<br />
<br />
O problema do trekking na Noruega e na Escandinávia em geral é o alto índice de chuva. Eu tive três dias seguidos de sol nessa caminhada e isso foi uma grande sorte.<br />
<br />
REABASTECIMENTO DE COMIDA<br />
<br />
Não há supermercado nem em Finse, nem em Vassbygdi e em nenhum lugar desse percurso. Só há mercado em Ustaoset, alcançada de trem a partir de Finse, e em Aurland e Flåm, alcançadas de ônibus a partir de Vassbygdi. No caminho só há refúgios do tipo staffed (da DNT) e particulares, e eles não vendem comida para preparar (apenas guloseimas), mas servem café da manhã e jantar.<br />
<br />
ÁGUA POTÁVEL <br />
<br />
Não há problema de escassez de água nesse percurso e nem todos os riachos e fontes estão descritos no texto pois são muitos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-tiywaYZWEQY/Xb-g4x1-hLI/AAAAAAAA7jo/ylOJixeLpxMVqDDdjmnGegLs0x81pXrBQCK4BGAYYCw/s1600/20190801_170626.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-tiywaYZWEQY/Xb-g4x1-hLI/AAAAAAAA7jo/ylOJixeLpxMVqDDdjmnGegLs0x81pXrBQCK4BGAYYCw/s640/20190801_170626.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lagos parcialmente congelados mesmo no verão</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>1º DIA - 01/08/19 - de Finse ao Refúgio Geiterygghytta</b><br />
<br />
Duração: 5h20 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 1643m<br />
Menor altitude: 1219m<br />
Resumo: esse dia tem um desnível considerável de 419m de subida e depois de 424m de descida mas não é cansativo pois é bastante gradual<br />
<br />
No dia 29/07 eu interrompi a longa travessia do Parque Nacional Hardangervidda ao Parque Nacional Hallingsskarvet no 7º dia do percurso (relato em <a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/11/travessia-do-parque-nacional.html" target="_blank">Travessia do Parque Nacional Hardangervidda</a>) por causa da chuva que chegou e ainda duraria mais dois dias. Fui de trem para a cidade de Geilo, me hospedei no Hostel HI e esperei a melhora no tempo prevista no <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a>.<br />
<br />
Nesse dia, 01/08, voltei de trem a Finse e retomei a caminhada com tempo bom. Finalizada a etapa do Parque Nacional Hardangervidda, agora ia entrar no Parque Nacional Hallingsskarvet.<br />
<br />
Embarquei em Geilo às 13h e desci na estação de Finse às 13h38. Altitude de 1228m. Cruzei a estrada de ferro e segui a placa de Geiteryggen após o portão de madeira. Subi pela rua principal de cascalho e segui a sinalização do T vermelho entrando numa trilha à direita, cerca de 300m depois da linha férrea. Subi a colina ao norte, passei pelo local onde acampei no dia 29 e parei por 13 minutos para contemplar a magnífica Geleira Hardangerjøkulen, a sexta maior da Noruega. Ao cruzar o primeiro riacho, às 14h20, estava entrando nos limites do Parque Nacional Hallingsskarvet. Continuei no rumo norte, cruzei uma ponte suspensa e em seguida outro riacho pelas pedras às 14h43. Voltei a subir e a vegetação, que era só rasteira, some de vez, ficando só o terreno de pedras, mas sem dificuldade para caminhar. Às 15h32 começam a aparecer as manchas de neve que tenho de cruzar, com largura de 30m a 70m, mas sem problema de escorregar. A bota impermeável é importante nessa hora também.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-jCKt303H95Q/Xb-hGzORumI/AAAAAAAA7jw/0UwwyTspEYgrjfL-DvnZVAv4wVoHZxPrwCK4BGAYYCw/s1600/20190801_190012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-jCKt303H95Q/Xb-hGzORumI/AAAAAAAA7jw/0UwwyTspEYgrjfL-DvnZVAv4wVoHZxPrwCK4BGAYYCw/s640/20190801_190012.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cruzando campos de neve</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Às 15h57 alcancei o Refúgio Klemsbu, particular e trancado. Fiz uma pausa ali. Algumas pessoas que caminhavam sem mochila (e até com cachorro) tomaram ali uma trilha para o norte e subiram o Pico Sankt Pål. Eu continuei às 16h39 para nordeste (direita na bifurcação) e subi cruzando mais duas manchas de neve até atingir a maior altitude do dia (1643m, desnível positivo de 419m desde Finse). Ali há um campo de neve muito extenso mas felizmente não foi preciso cruzá-lo, está à esquerda do caminho. À direita surge um bonito lago com placas de gelo flutuando como icebergs. Inicia a descida. Cruzo mais uma mancha de neve e depois um riacho pelas pedras. Às 17h52 avisto o Lago Omnsvatnet. A trilha desce, cruza um riacho e se aproxima do lago, voltando a ter vegetação rasteira e depois capim, pasto para as ovelhas. Às 18h23 atravesso mais uma mancha de neve de uns 40m e às 19h outra de cerca de 60m.<br />
<br />
Às 19h21 alcanço um conjunto de lagos e passo a caminhar pelo seu lado direito. Cruzo pelas pedras um riacho que vem de uma bonita cachoeira despencando do paredão à direita. Às 19h55 avisto o refúgio na outra ponta do lago. Cruzo outro riacho às 20h14 e saio dos limites do Parque Nacional Hallingsskarvet. Alcanço o Refúgio Geiterygghytta às 20h32, numa altitude de 1230m. Esse refúgio é da DNT e do tipo staffed (com funcionários), não se pode cozinhar, não há comida para vender (só chocolates e biscoitos) e o anfitrião não me deixou nem usar o banheiro se não consumisse algo ou acampasse na área designada pagando NOK 100 (US$ 12,09)! Perguntei de acampamento livre (selvagem) e ele me mandou acampar longe, fora da visão do refúgio. Pelo que pude ver era um lugar muito bem arrumado, parecendo um hotel, e a presença de barracas espalhadas podia desagradar àquele público sofisticado.<br />
<br />
Em frente a esse refúgio passa uma estrada de cascalho que começa na rodovia 50 muito próximo de um túnel. Como passa um ônibus nessa rodovia essa estradinha pode ser uma rota de fuga ou um início/final alternativo à caminhada. São 3,6km dali até a rodovia. Porém há pouquíssimos horários: um ônibus por dia (às 13h10) em direção a Flåm (oeste) e um ônibus por dia (às 9h40) em direção a Ål (leste) (horários de julho e agosto de 2019).<br />
<br />
Saí do refúgio às 20h42 e caminhei pela estrada de cascalho para a esquerda (noroeste) até sair da visão do refúgio. Começaram a aparecer as barracas dos alternativos, dos que preferem a liberdade ao conforto. Os melhores lugares, que eram perto da cachoeira à esquerda da estradinha, já estavam ocupados, então entrei na trilha de Østerbø, com placa, à direita, e subi até encontrar um lugar plano e um pouco afastado do caminho. Havia água corrente por perto. Altitude de 1252m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-sg5GlGnl2kU/Xb-hVci962I/AAAAAAAA7j4/-9qw831OeCMWwNNqRHPSqBzzi76Q-HT_QCK4BGAYYCw/s1600/20190802_135058.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-sg5GlGnl2kU/Xb-hVci962I/AAAAAAAA7j4/-9qw831OeCMWwNNqRHPSqBzzi76Q-HT_QCK4BGAYYCw/s640/20190802_135058.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lagos de montanha</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>2º DIA - 02/08/19 - do Refúgio Geiterygghytta a Østerbø (ou quase)</b><br />
<br />
Duração: 5h30 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 1395m<br />
Menor altitude: 1050m no acampamento do fim do dia<br />
Resumo: dia de vários sobe-e-desce mas sem desníveis significativos, sendo o maior deles de 320m de descida da maior altitude do dia (1395m) aos 1075m do Refúgio Steinbergdalen<br />
<br />
Deixei o local de acampamento às 11h41 e segui a trilha no rumo norte. Em 4 minutos cruzei um riacho pelas pedras. Às 12h11 o mapa do gps mostrava que eu estaria cruzando a rodovia 50 porém não havia rodovia nenhuma - havia sim, estava muitos metros abaixo de mim na forma de um extenso túnel! E com mais 9 minutos avistei a tal rodovia 50 bem abaixo à esquerda margeando um lago. Infelizmente a trilha vai se aproximar dela e esse dia não será dos mais bonitos e agradáveis. Às 12h40 sigo à esquerda numa bifurcação com placa apontando para o Refúgio Steinbergdalen; à direita se vai a Kongshelleren (refúgio) e Iungsdalshytta (refúgio). Cerca de 6 minutos depois cruzo um riacho mais largo pelas pedras e paro por 18 minutos.<br />
<br />
Às 13h16 atravesso uma ponte metálica sobre um bonito rio com pedras e, subindo, cruzo uma porteira feita de ripas de madeira. Subo mais e atinjo um mirante chamado Bollhoud às 13h37. Passo por bonitos e tranquilos lagos de montanha e às 13h57 cruzo um riacho. Às 14h26 atravesso outra ponte metálica e encontro uma placa com o nome do local: Breibakkao. O riacho que cruzei forma uma bonita cachoeira à minha esquerda. Às 14h44 parei por 30 minutos num bonito mirante chamado Driftaskar, de onde avisto o Refúgio Steinbergdalen (ou Steinbergdalshytta) perto do lago Vetlebotnvatnet e da famigerada rodovia 50.<br />
<br />
Na descida cruzei um riacho por uma ponte de tábuas às 15h39. No portão na chegada ao refúgio há uma bifurcação em que à direita se vai também a Kongshelleren (refúgio) e Iungsdalen (refúgio). Entrei no Refúgio Steinbergdalen às 15h49 e ele é particular (não é da DNT), mas a anfitriã me deixou usar o banheiro sem pagar pois eu estava só de passagem. É uma casa bem típica norueguesa, de madeira com vegetação sobre o telhado para manter o isolamento térmico e a estabilidade da casa. É recomendável (ou obrigatório em alguns casos) tirar o calçado antes de entrar, a menos que o anfitrião diga o contrário. A rodovia 50 está a apenas 450m e é possível tomar o mesmo ônibus que liga Ål a Flåm se for necessário.<br />
<br />
Saí às 16h04 pelo lado direito do refúgio e tomei uma trilha que subia a encosta à direita com placa de Østerbø. E como subiu!!! Não era uma subida íngreme, mas tinha muitas pedras e parecia não ter mais fim. A visão da rodovia 50 logo abaixo à esquerda tirava todo o clima de montanha e fez daquele trecho longo de subida um tédio. Na descida, ainda pela encosta, parei num riacho às 17h18. Às 18h05 atravessei a ponte de tábuas sobre outro riacho que despencava do paredão à direita em bonitas quedas. Começo a avistar a vila de Østerbø bem abaixo no vale. Desço mais e às 18h40 alcanço um grande campo com uma cachoeira grande ao fundo. Ali já comecei a pensar se valeria a pena ir até Østerbø (ainda 3,8km à frente) pois o local parecia mais urbanizado e eu poderia ter dificuldade para encontrar um lugar para camping selvagem. Cheguei a perguntar sobre isso a uma garota que vinha (sozinha) atrás de mim, mas ela não sabia como era Østerbø. Vi que ela e um casal pararam ali para acampar e resolvi parar também, apesar de muito cedo ainda. Havia água bem próximo dali, no Rio Grøna. Altitude de 1050m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-j_jAlH-eQt4/Xb-hkQ25h1I/AAAAAAAA7kE/nZCN9lYvErYyUwJIfT1ClTqOPWseQ8sNQCK4BGAYYCw/s1600/20190803_132053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-j_jAlH-eQt4/Xb-hkQ25h1I/AAAAAAAA7kE/nZCN9lYvErYyUwJIfT1ClTqOPWseQ8sNQCK4BGAYYCw/s640/20190803_132053.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cânion Aurlandsdalen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>3º DIA - 03/08/19 - de Østerbø a Vassbygdi</b><br />
<br />
Duração: 6h50 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 1074m próximo ao acampamento<br />
Menor altitude: 89m em Vassbygdi<br />
Resumo: longa descida de 985m percorrendo o interior do Cânion Aurlandsdalen, famoso na Noruega pela grande beleza<br />
<br />
O trekking de hoje pode ser feito em forma de bate-e-volta de um dia a partir das cidades de Flåm ou Aurland, onde há campings e hotéis. Tomando o ônibus às 8h15 em Flåm ou 8h25 em Aurland se chega às 9h15 a Østerbø, um bom horário para iniciar a caminhada pois há ônibus à tarde para retornar a Flåm e Aurland (veja os horários nas informações adicionais).<br />
<br />
Comecei a caminhar às 8h21, cruzei a ponte de madeira sobre o Rio Grøna, desci até o vale do Rio Grøndalagrovi e o segui para a esquerda (oeste). Descendo, passei por uma casa vazia à minha direita e cruzei um portão de ferro. Atravessei uma mata e às 9h12 cheguei a uma estradinha de terra, onde fui para a direita. Aparecem as primeiras casas. Às 9h18 alcanço uma estrada de asfalto após uma cancela e sigo para a direita, continuando pela esquerda na bifurcação. A rodovia 50 está a apenas 120m à esquerda da cancela e é possível tomar o mesmo ônibus que liga Ål a Flåm se for necessário. Me mantive na estrada principal e cheguei aos refúgios de Østerbø às 9h28. São dois, um ao lado do outro. O primeiro é o Østerbø Fjellstove, particular, e o segundo é o Aurlandsdalen Turisthytte, pertencente à DNT e do tipo staffed. A tão esperada trilha do Cânion Aurlandsdalen começa no meio dos dois.<br />
<br />
Por ser um sábado havia dezenas de pessoas iniciando a trilha, e até um grupo de voluntários dando orientações. O caminho aponta para o norte ainda como uma estradinha de cascalho, que tomei às 9h50. Altitude de 833m. Numa curva de 180º para a esquerda cruzei a ponte sobre o Rio Langedøla e havia uma sinalização um pouco confusa. Não entrei na primeira trilha à direita com T vermelho pintado na pedra, continuei descendo a estradinha e entrei na trilha seguinte à direita também com T vermelho pintado, mas muito mais estreita que a primeira (aqui aparentemente os dois caminhos servem, o importante é se aproximar do lago e evitar as outras trilhas). Passei por mais uma casa à minha esquerda e comecei a contornar o bonito Lago Aurdalsvatnet pela margem norte e depois oeste. Aparece a primeira placa de marcação de distância, 18km para a frente (até Vassbygdi) e 1km para trás (desde os refúgios de Østerbø).<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-FtViFij15uA/Xb-h6m7FpwI/AAAAAAAA7kU/-GLCP12yu_oiwKMBsH3rSsHaEpV-IZXWgCK4BGAYYCw/s1600/20190803_151933.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-FtViFij15uA/Xb-h6m7FpwI/AAAAAAAA7kU/-GLCP12yu_oiwKMBsH3rSsHaEpV-IZXWgCK4BGAYYCw/s640/20190803_151933.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cânion Aurlandsdalen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Quando deixo as margens do Lago Aurdalsvatnet no sentido oeste aparece um espaço plano e gramado ótimo para acampar. Até aí não havia visto nenhum lugar adequado para acampar e daí em diante apareceram bem poucos também pois o solo muitas vezes era de turfeira, fofo e úmido. A trilha percorre a mata exuberante, numa mudança significativa de ambiente em relação aos dois dias anteriores no alto da montanha. A placa de 17km se encontra sobre um portão de ferro e na descida seguinte a beleza de Aurlandsdalen começa a se mostrar. Um lindo lago bem abaixo espelha as montanhas verdejantes. A descida até a margem leste desse lago (Nesbøvatnet) foi por uma trilha íngreme beirando a ribanceira.<br />
<br />
Aurlandsdalen é também uma trilha histórico-cultural e às 10h32 aparece a primeira placa com texto sobre a história e fotos antigas do lugar. Às 10h36 cruzei uma ponte de tábuas sobre um riacho e 2 minutos depois alcancei a casa Nesbø, às margens do Lago Nesbøvatnet, sede de uma fazenda do século 17. A trilha continua margeando o lago e às 10h49 alcanço uma bifurcação num local chamado Tirtesva. A trilha íngreme à direita sobe para outro caminho: Vassbygdi via Bjønnstigen, e uma placa alerta para o risco dessa rota já que cruza uma área de avalanches. Me mantive na trilha mais usada, que segue à esquerda, e uns 520m depois de Tirtesva cheguei a um bonito lago (uma extensão do Lago Nesbøvatnet). Parei para curtir o lugar e tomar água fresca do riacho ao lado. O gramado ali daria um bom local de acampamento também.<br />
<br />
Continuei às 11h19 e o lago se afunila num rio, que seguirei pela margem direita até o final do dia. Agora a sensação é de caminhar no fundo de um cânion mesmo, com a altas paredes se erguendo em ambos os lados. O rio e a vegetação das encostas ficam cada vez mais bonitos. Às 11h43 a trilha é um caminho estreito escavado no paredão de pura rocha. Um corrimão dá segurança nas partes mais estreitas (principalmente se houver neve). Às 11h52 surge abaixo o bonito Lago Vetiavatnet, o último grande lago dessa caminhada.<br />
<br />
Às 12h05 alcancei uma bifurcação num lugar chamado Heimrebø. À esquerda se vai a Berdalen, que é um local a 370m dali na rodovia 50 onde passa o mesmo ônibus de Ål a Flåm. Segui à direita e a trilha faz uma grande curva embicando para o norte e se afastando muito da rodovia 50 (felizmente não mais visível após Østerbø). Às 12h47 vem da direita a rota Vassbygdi via Bjønnstigen, aquela iniciada em Tirtesva e que vem pelo alto.<br />
<br />
Às 12h55 cheguei a um local com uma trilha saindo para a esquerda e uma movimentação de pessoas indo e vindo de lá - fui ver o que era. Caminhando cerca de 100m chega-se a Vetlahelvete, ou little hell cave, uma reentrância no paredão rochoso com um pequeno lago dentro e iluminação vindo da abertura no alto. Há um bonito mirante nas pedras mais altas do outro lado. Voltei à bifurcação, tomei um lanche e continuei descendo às 13h16. A marcação ali mostra que estou bem no meio do caminho: já percorri 9km e faltam 10km. Em 5 minutos tenho uma visão espetacular do cânion com o rio correndo lá embaixo e pessoas minúsculas ao longo da trilha bem ao lado do rio, ou seja, tinha uma descida bem grande pela frente. Às 13h24 parei para beber a água fresca de uma quedinha ao lado da trilha. Desci pela trilha em zigue-zague e às 13h46 já estava às margens do rio, onde algumas pessoas mergulhavam e logo saíam pois a água devia estar bem fria.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-2PMEvtJ2TeU/Xb-iPTNSJnI/AAAAAAAA7kg/g5QL-fEdi0ESwE6x6Gj9SNDLWvJlT4KiwCK4BGAYYCw/s1600/20190803_143424.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-2PMEvtJ2TeU/Xb-iPTNSJnI/AAAAAAAA7kg/g5QL-fEdi0ESwE6x6Gj9SNDLWvJlT4KiwCK4BGAYYCw/s640/20190803_143424.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Fazenda Sinjarheim</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Às 14h08 uma nova bifurcação. À esquerda se vai a Stondalen, que é outro local na rodovia 50 onde passa o ônibus de Ål a Flåm, outra rota de fuga, porém essa bem longa (7km). Vou à direita e em 5 minutos avisto, pendurada na enorme encosta, a Fazenda Sinjarheim, principal ponto de parada nesse trekking. Cruzo uma ponte de madeira sobre o riacho que vem de uma imensa cachoeira despencando do paredão e às 14h30 chego à fazenda. Casas de madeira com vegetação sobre o telhado e anunciado apenas em norueguês (demonstrando que poucos estrangeiros passam por ali): "sal av kaffi og mjelkekaker - kom inn", "venda de café e bolo de leite - entre". Muita gente ali descansando e se recuperando do calor pois já estávamos a 591m de altitude e a temperatura havia aumentado com a descida e por causa do horário. Muito calor para os noruegueses pois para mim estava bem agradável. Saindo da fazenda às 14h51, a descida se tornou bastante íngreme e às 15h10 já estava próximo ao rio de novo. Após duas casas de madeira, num local chamado Almen, olhei para trás e o cenário era espetacular, com duas grandes cachoeiras brotando dos paredões, último cenário de tirar o fôlego desse trekking.<br />
<br />
Quando vi os horários de ônibus em Østerbø pensei em tomar o das 19h para Flåm, o último. Mas pelo avanço rápido que vinha fazendo após entrar na mata resolvi apertar um pouco o passo e ver se conseguia pegar o das 16h40. A descida terminou numa clareira às 16h03 e 8 minutos depois alcancei um final de estrada de cascalho, continuando em frente, sempre pela margem direita do rio. Estava apressado por causa do horário do ônibus mas não resistia a comer as framboesas próximas à cerca à direita da estradinha. Para trás me despeço dos grandes paredões do Cânion Aurlandsdalen. Continuando sempre em frente me aproximo das primeiras casas de Vassbygdi e finalmente chego ao ponto de ônibus, em frente a uma lanchonete, às 16h27, e estava lotado. Altitude de 89m. O ônibus apareceu no horário e somente uma parte daquele povo todo o tomou pois a maioria esperava o ônibus de volta a Østerbø, onde deixaram seus carros. A viagem a Flåm durou 30 minutos e percorreu o maravilhoso fiorde Aurlandsfjorden. Em Flåm acampei no Camping e Hostel HI.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-2OiUoQOK1jA/Xb-ib5PkaoI/AAAAAAAA7ko/tM50NYeQpr8TT73z3qQb8ymRKxmcNjljACK4BGAYYCw/s1600/20190803_150716.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-2OiUoQOK1jA/Xb-ib5PkaoI/AAAAAAAA7ko/tM50NYeQpr8TT73z3qQb8ymRKxmcNjljACK4BGAYYCw/s640/20190803_150716.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cânion Aurlandsdalen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>Informações adicionais:</b><br />
<br />
. para saber os preços de hospedagem e refeições nos refúgios da DNT consulte os valores atualizados em <a href="http://english.dnt.no/routes-and-cabins" target="_blank">english.dnt.no/routes-and-cabins</a>. Para se tornar membro da DNT e ter descontos o valor da anuidade é NOK 695 (US$ 84), valor de 2019 para adultos de 27 a 67 anos.<br />
<br />
. Camping e Hostel HI em Flåm: NOK 160 (US$ 19,34) para uma barraca com uma pessoa. A ducha quente custa NOK 20 (US$ 2,42) a cada 6 minutos (funciona com moeda ou ficha comprada na recepção). O hostel estava lotado no início de agosto. Site <a href="http://www.hihostels.com/" target="_blank">www.hihostels.com</a>.<br />
<br />
. mapa do parque com as trilhas e refúgios: <a href="http://ut.no/kart" target="_blank">ut.no/kart</a><br />
<br />
. a temperatura mínima durante a noite fora da barraca foi 7ºC<br />
<br />
. para planejar qualquer viagem de ônibus, trem ou barco na Noruega: <a href="http://en-tur.no/" target="_blank">en-tur.no</a> (clique em Meny e selecione English)<br />
<br />
. ônibus de Vassbygdi a Aurland e Flåm: 10h20 (sáb e dom), 14h10 (diário), 16h25 (sáb e dom), 16h40 (diário), 19h (diário) (horários de julho e agosto de 2019)<br />
<br />
. trens na Noruega: <a href="http://www.vy.no/en" target="_blank">www.vy.no/en</a><br />
<br />
. roteiro adaptado a partir das informações do guia Walking in Norway, de Connie Roos, Editora Cicerone<br />
<br />
Rafael Santiago<br />
agosto/2019Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-62422942354079132572019-11-03T19:38:00.003-08:002020-07-19T01:24:06.937-07:00Travessia do Parque Nacional Hardangervidda (Noruega) - jul/19<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="http://2.bp.blogspot.com/-eYw3-PHRVY4/Xb-S_GhckFI/AAAAAAAA7gc/2Z9OWvqWTC4gVbAgbP5VbULH4jekz5gxQCK4BGAYYCw/s1600/20190726_131751%25280%2529.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-eYw3-PHRVY4/Xb-S_GhckFI/AAAAAAAA7gc/2Z9OWvqWTC4gVbAgbP5VbULH4jekz5gxQCK4BGAYYCw/s640/20190726_131751%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pico Hårteigen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Início: Odda<br />
Final: Finse<br />
Duração: 7 dias<br />
Maior altitude: 1508m<br />
Menor altitude: 0m em Odda<br />
Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Alguns dias apresentam subidas e descidas mais longas. O único grande desnível é o do 1º dia (1445m).<br />
<br />
Hardangervidda é o maior platô de montanha do norte da Europa (vidde = platô). Nesse lugar tão singular foi criado em 1981 o Parque Nacional Hardangervidda, que é o maior da Noruega e refúgio de um dos maiores rebanhos de rena selvagem do mundo. O parque se situa ao sul da famosa estrada de ferro Oslo-Bergen, numa distância aproximada (em linha reta) de 180km de Oslo e 120km de Bergen.<br />
<br />
Essa caminhada foi planejada para durar 10 dias, cobrindo, além do Hardangervidda, também o Parque Nacional Hallingsskarvet e o Cânion Aurlandsdalen, porém a chegada da chuva me fez interromper o percurso no 7º dia, quando ia entrar no Parque Nacional Hallingsskarvet. A previsão do <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a> acertou e choveu ainda mais dois dias. Retomei a caminhada no dia 01/08 (relato em <a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/11/travessia-do-parque-nacional_3.html" target="_blank">Travessia do Parque Nacional Hallingsskarvet e Cânion Aurlandsdalen</a>).<br />
<br />QUANDO IR<br /><br />A melhor época para o trekking nos parques da Noruega é o verão, com temperaturas mais agradáveis (não tão frio) e menos neve pelo caminho. Justamente nessa época os refúgios do tipo staffed permanecem abertos. No início de junho deve ainda haver neve do último inverno dificultando a caminhada. O guia Walking in Norway, de Connie Roos, sugere fazer a travessia do Parque Nacional Hardangervidda depois de 10 de julho.<br />
<br />
O problema do trekking na Noruega (e na Suécia) é o alto
índice de chuva. Pelo menos para nós brasileiros, que não estamos
acostumados a caminhar vários dias embaixo de chuva, porém para os
noruegueses isso não tem a menor importância. Eles vão para a trilha com
chuva ou sem chuva. Eu tive cinco dias seguidos de sol nesse trekking e
isso foi uma tremenda sorte.<br />
<br />Outro fator que dificulta o trekking por lá é a quantidade de pedras pelo caminho, às vezes são áreas extensas só de pedras, o que é bastante cansativo e obriga a caminhar com mais atenção para evitar uma queda ou torção.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Fp5kn9Ol4q0/Xb-UqZ2nxsI/AAAAAAAA7go/7qklW8jsm7ctYONT_IpoMjqaOHe00V3rwCK4BGAYYCw/s1600/20190728_112354.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-Fp5kn9Ol4q0/Xb-UqZ2nxsI/AAAAAAAA7go/7qklW8jsm7ctYONT_IpoMjqaOHe00V3rwCK4BGAYYCw/s640/20190728_112354.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago a 1194m de altitude no 6º dia de caminhada</i></span></td></tr>
</tbody></table><br />REFÚGIOS DE MONTANHA<br /><br />Em toda a Noruega, a DNT (Den Norske Turistforening = Associação Norueguesa de Trekking) (<a href="http://english.dnt.no/" target="_blank">english.dnt.no</a>) é a associação responsável pela manutenção das trilhas, pontes e refúgios de montanha. Os refúgios da DNT são de três tipos: self service, staffed ou no-service. Além dos refúgios da DNT há refúgios particulares.<br />
<br />1. Nos refúgios self service (com guardião ou sem guardião) você pode utilizar a cozinha para preparar as refeições, comprar a comida disponível se não tiver a sua própria e dormir nos beliches em espaços compartilhados. Antes de sair deve deixar tudo em ordem (lavar, secar, arrumar tudo, varrer o chão) e preencher o formulário de despesas, depositando numa urna metálica. A tabela de preços da DNT está disponível em todos os refúgios. A conta será enviada para o seu e-mail tempos depois. Como regra, não aceitam pagamento em dinheiro ou cartão no momento da hospedagem/compra, mas há exceções. Visitas diurnas (day visit) para descansar, comer ou apenas se aquecer também devem ser pagas.<br />
<br />
A hospedagem para não-membros neste tipo de refúgio custa NOK 390 (US$ 47,14) e o day visit até 18h custa NOK 90 (US$ 10,88). Após 18h a visita deve ser paga como uma hospedagem. Sim, tudo na Noruega é muito caro! Para outros preços consulte <a href="http://english.dnt.no/routes-and-cabins">english.dnt.no/routes-and-cabins.</a><br />
<br />
Os refúgios self service podem ter guardião ou não na alta temporada. Eu conheci nove refúgios nesse trekking, apenas dois deles eram não-guardados. Nesses vale ainda mais a confiança de que o hóspede está pagando por tudo o que utilizou.<br />
<br />
A DNT tem uma chave (fornecida somente aos membros) que abre a porta dos refúgios não-guardados, mas nesse trekking eu não encontrei nenhum refúgio trancado.<br />
<br />2. Os refúgios staffed (com funcionários) são hotéis de montanha. Neles você tem café da manhã e jantar disponíveis e não é permitido usar a cozinha. De comida para vender costumam ter apenas lanches de trilha básicos, como chocolates. Segundo o site da DNT (<a href="http://english.dnt.no/about-the-cabins">english.dnt.no/about-the-cabins</a>) a maioria aceita cartão de débito e crédito.<br />
<br />
A hospedagem para não-membros neste tipo de refúgio custa NOK 286 (US$ 34,57) em dormitório. Consulte <a href="http://english.dnt.no/routes-and-cabins" target="_blank">english.dnt.no/routes-and-cabins</a> para outros preços.<br />
<br />
3. Os refúgios no-service são do mesmo estilo dos self service porém não têm comida. Não cheguei a conhecer nenhum refúgio desse tipo nos trekkings que fiz na Noruega.<br />
<br />
Os refúgios particulares são também hotéis de montanha e têm tabelas próprias de preços.<br />
<br />CAMPING SELVAGEM<br /><br />Para quem está com barraca, nos parques da Noruega vale mais ou menos a regra do "allemannsretten" ou direito de andar (ou direito de acesso), que diz que é permitido acampar em qualquer lugar a mais de 150m de uma casa, desde que não seja uma área cultivada ou haja uma placa de proibição. Digo 'mais ou menos' porque vi isso valer apenas nos refúgios self service; nos refúgios da DNT do tipo staffed eles pediam para acampar (gratuitamente) bem longe, fora da visão do refúgio. Acampar perto do refúgio DNT staffed custa NOK 100 (US$ 12,09) e dá direito de usar o banheiro e a sala de estar. Para mais informações sobre o "allemannsretten": <a href="http://www.visitnorway.com/plan-your-trip/travel-tips-a-z/right-of-access" target="_blank">www.visitnorway.com/plan-your-trip/travel-tips-a-z/right-of-access</a>.<br />
<br />
O uso do banheiro para quem está acampando (ou apenas de passagem) é livre nos refúgios self service e costuma ser cobrado nos refúgios DNT staffed e particulares (ou gratuito se consumir alguma coisa). Nos self service o banheiro é do tipo seco, uma casinha separada, com uma bancada e o assento sobre ela. Muitas vezes o assento e a tampa são de isopor e há uma outra tampa de madeira para colocar por cima. Costumam ter papel higiênico. Nos staffed é um banheiro normal e interno.<br />
<br />ÁGUA POTÁVEL<br /><br />Não há problema de escassez de água nesse percurso e nem todos os riachos e fontes estão descritos no texto pois são muitos.<br /><br />REABASTECIMENTO DE COMIDA<br /><br />Durante esse trekking há duas formas de se reabastecer de comida:<br /><br />1. os refúgios da DNT do tipo self service têm um mercadinho (parece mais uma despensa) onde se pode comprar comida a preços ainda mais exorbitantes do que o habitual da Noruega (dobro ou triplo do preço da cidade). Há enlatados diversos (carne, almôndegas, frutas em calda e até espaguete), arroz, macarrão, sopa de envelope, purê de batata, biscoitos, pão sueco (não há pão de forma ou outro tipo), patê de fígado, chá, café instantâneo, aveia, leite em pó, geléia. <br />Tanto nos refúgios com guardião quanto nos não-guardados deve-se preencher o formulário de despesas e depositar numa urna metálica. A conta será enviada para o seu e-mail tempos depois. Como regra, não aceitam pagamento em dinheiro ou cartão no momento da compra, mas há exceções.<br /><br />2. na cidade de Fossli/Liseth me informaram que há um mercadinho no Garen Camping, mas eu teria que desviar 4km (ida e volta) do meu percurso e não fui até lá conferir.<br /><br />Nas duas pontas do trekking:<br />1. Odda tem três supermercados (Rema 1000, Spar e Extra)<br />2. Finse não tem nenhum comércio. O supermercado mais próximo está na cidade de Ustaoset, a 38km, podendo ser alcançada de trem 4 vezes por dia no verão<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-CBRHUGCQSkM/Xb-VG-2fNiI/AAAAAAAA7g0/t7wO8yEzfSIKVdU1i91cZC3k7nJ91XRjQCK4BGAYYCw/s1600/20190724_095916.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-CBRHUGCQSkM/Xb-VG-2fNiI/AAAAAAAA7g0/t7wO8yEzfSIKVdU1i91cZC3k7nJ91XRjQCK4BGAYYCw/s640/20190724_095916.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Mosdalsvatnet</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>1º DIA - 23/07/19 - de Odda ao Refúgio Mosdalsbu</b><br />
<br />
Duração: 6h20 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1445m<br />
Menor altitude: 0m em Odda<br />
Resumo: esse foi o dia de maior desnível (subida) já que saí da margem do fiorde (0m) e alcancei o platô Hardangervidda, que tem altitudes por volta de 1200m a 1500m. Nesse dia já percebi a dificuldade do terreno, muito pedregoso.<br />
<br />
No dia 20/07 viajei de Oslo a Odda. Tomei às 9h40 na rodoviária Bussterminal de Oslo o ônibus da empresa Nor-Way. Saltei dele 1,8km antes do centro de Odda, às 16h45, para ir ao Odda Camping, único camping da cidade. Cheguei com chuva e choveu nos dois dias seguintes. A promessa de tempo melhor, apontada pelo site <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a>, me fez esperar todo esse tempo para começar a travessia.<br />
<br />
No dia 23/07 saí do camping e me dirigi ao centro de Odda. Pretendia descer a pé até o centro mas o ônibus estava parado no ponto e o motorista gentilmente abriu a porta ao me ver, então não resisti (a mochila estava pesada por causa da comida para muitos dias). Passei ainda no supermercado e dei início à caminhada às 12h43 no posto de informação turística da cidade. Altitude de 0m já que estava de frente para o fiorde. Dali caminhei para leste, cruzei a ponte sobre o Rio Opo, passei pelo posto Esso e continuei pela estrada à esquerda. Uns 360m depois da ponte, onde há um ponto de ônibus, entrei na rua à direita, que bifurca. Fui para a esquerda seguindo a placa de Freimsvegen. Não entro na primeira rua à direita, continuo subindo e faço o zigue-zague mais longo. Após três curvas a rua toma o rumo sudeste. Nessa subida observo os curiosos telhados de pedra das casas e os quintais com pés de maçã e cereja. Na trifurcação no alto vou à esquerda.<br />
<br />
Às 13h15 chego a um estacionamento com cerca de 10 carros e descubro que há um ônibus que chega até ali (linha 994 Ragde-Freim). Altitude de 92m. Dali em diante o caminho é uma estradinha estreita de terra, há mais um estacionamento, a estradinha vira trilha e às 13h25 alcanço uma bifurcação num local chamado Freim. Há um painel informativo com mapa topográfico e as trilhas desenhadas. Ali encontro o primeiro T vermelho pintado numa pedra, sinalização usada pela DNT e que seguirei durante todas as caminhadas na Noruega. Subo à esquerda e a vista para Odda e o fiorde Sørfjorden vai se ampliando. Às 13h52 uma seta vermelha indica um desvio do caminho para a esquerda. Às 14h05, na altitude de 299m, entro na mata de pinheiros e encontro uma casal lanchando. Ele eram dinamarqueses e estavam terminando uma travessia ainda mais longa que a minha. Contaram que pegaram tempo muito ruim no alto da serra nos últimos dois dias.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-h_01TTdfdNo/Xb-VXbg6k0I/AAAAAAAA7hA/qP38q7U8pFAIshARKKkewgKsYl-s2I30wCK4BGAYYCw/s1600/20190724_102918.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-h_01TTdfdNo/Xb-VXbg6k0I/AAAAAAAA7hA/qP38q7U8pFAIshARKKkewgKsYl-s2I30wCK4BGAYYCw/s640/20190724_102918.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Geleira Folgefonna ao fundo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Aos poucos a floresta de pinheiros vai dando lugar à mata nativa, mas às 15h41, na altitude de 882m, saio do limite das árvores. Na bifurcação vou à esquerda seguindo a placa de Møyfallsnuten. Uns 80m depois há uma trilha discreta subindo à esquerda com placa de Møyfallsnuten de novo e é para lá que devo seguir, mas antes paro no riacho próximo à direita (primeira água do dia), onde outros trilheiros descansam e fazem um lanche. Esse local se chama Freimsstølen e há algumas casas vazias. Altitude de 916m. A maior parte das pessoas que fazem o trajeto até aqui vai subir o Pico Rossnos, de 1407m, e para isso basta seguir à direita nessa última bifurcação, cruzar o riacho e subir no sentido sul-sudeste.<br />
<br />
Retomo a caminhada às 16h33 subindo para nordeste por campo aberto e com visão do Pico Rossnos à direita e da Geleira Folgefonna (a terceira maior da Noruega) à esquerda, entre nuvens. Às 17h03 cruzo um riacho pelas pedras. Surgem ovelhas pastando, então é melhor tomar cuidado com a água (tive algumas emergências intestinais nessa caminhada, talvez por isso).<br />
<br />
Na altitude de 1394m, às 18h24, já estou caminhando num terreno só de pedras e desvio de uma grande mancha de neve e depois de um lago. A neblina já engoliu toda a paisagem, não enxergo mais que 100m. Às 19h03 atingi o ponto máximo do dia, aos 1445m, e estava a poucos metros do Pico Møyfallsnuten, de 1466m, mas não vi seu enorme totem. À medida que a neblina vai se tornando mais densa surgem pequenas geleiras que, apesar de próximas, eu mal consigo enxergar, tudo cinzento (das pedras e da neblina) e branco (da neve). É uma paisagem fantasmagórica. Tive de cruzar uma das manchas de neve mas ela era fofa e não escorreguei. A bota impermeável é necessária para não molhar os pés nessas situações. Cruzei alguns riachos que brotavam das pequenas geleiras ao redor.<br />
<br />
Às 20h05 cheguei à beirada desse platô e consegui visualizar a paisagem abaixo. A neblina foi se dissipando e pude ver quão bonita era a paisagem para noroeste, com o profundo fiorde Sørfjorden e a grande geleira além. Imensas cachoeiras despencam dos paredões. Na direção que eu deveria caminhar (nordeste) também havia um vale profundo que era do Lago Ringedalsvatnet, no qual está o superfotografado Trolltunga.<br />
<br />
A descida por caminho só de pedras teve a sua dificuldade também. Mas felizmente abaixo encontrei uma trilha bem definida e sem pedras. Às 20h52 avistei um lago, mas ainda não era o local do meu acampamento.<br />
<br />
Às 21h05 encontro a primeira placa apontando o Refúgio Mosdalsbu. Uns 3 minutos depois já avisto bem abaixo o enorme lago encaixado entre as montanhas com o refúgio na outra margem. É o Lago Mosdalsvatnet. Desço até ele e o contorno pela esquerda. Chego ao refúgio da DNT às 21h40. Altitude de 1011m. Esse refúgio me surpreendeu por ser não-guardado, ou seja, não tem guardião cuidando. E tinha muita comida disponível. Tudo funciona na base da confiança e honestidade. Você preenche o formulário calculando todas as despesas de comida utilizada e hospedagem e deixa na urna metálica para receber a conta depois por e-mail.<br />
<br />
O telhado do refúgio é coberto de vegetação, como é comum na Noruega, para manter o isolamento térmico e a estabilidade da casa. Eu acampei perto do lago e havia mais três barracas nas partes mais altas. Nesses dias o sol estava se pondo por volta de 22h, mas às 23h ainda estava bem claro. A noite chega bem lentamente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-XY7Tw5sKido/Xb-V17SoMuI/AAAAAAAA7hM/0ZTfEdkTfnEOCTAZTqS9pjqPNl9h3JI2wCK4BGAYYCw/s1600/20190725_113202.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-XY7Tw5sKido/Xb-V17SoMuI/AAAAAAAA7hM/0ZTfEdkTfnEOCTAZTqS9pjqPNl9h3JI2wCK4BGAYYCw/s640/20190725_113202.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Trolltunga</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>2º DIA - 24/07/19 - do Refúgio Mosdalsbu a Trolltunga</b><br />
<br />
Duração: 9h20 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1355m<br />
Menor altitude: 1011m no Refúgio Mosdalsbu<br />
Resumo: nesse dia subi dos 1011m aos 1355m e daí foi uma sucessão de sobe-e-desce por um terreno repleto de pedras bem ruim de caminhar<br />
<br />
Finalmente amanheceu um dia lindo de sol e céu azul depois de muitos dias cinzentos e de chuva. Assim o Lago Mosdalsvatnet se mostrou muito mais bonito, pena que as torres de alta tensão estraguem um pouco a paisagem.<br />
<br />
Deixei o local de acampamento às 9h51 na direção leste e cruzei uma ponte suspensa sobre o escoadouro do lago. Na subida seguinte pude avistar a oeste o topo nevado das montanhas num cenário bem mais bonito do que no dia anterior, sem nuvens. As poucas árvores vão ficando para trás, restritas ao entorno do lago. Às 10h43 cruzei um riacho pelas pedras e subi mais. Lá do alto às 11h24 tenho a última visão para trás do Refúgio Mosdalsbu. Às 11h39 fui à direita numa bifurcação com placa que apontava a montanha Einseten à esquerda. O caminho, que já vinha se tornando mais pedregoso, agora é um verdadeiro campo de pedras, lugar bem ruim de andar.<br />
<br />
Subi mais por entre diversos lagos e às 12h24 atinjo o topo (1346m), podendo vislumbrar o outro lado, o que não anima muito pois, apesar de muito bonito, é um mar de pedras, uma pedreira só. Sigo descendo por esse terreno difícil sempre seguindo o T vermelho pintado nas pedras. Às 13h08 avisto à esquerda (norte) os paredões do Lago Ringedalsvatnet. Às 13h31 cruzo um riacho pelas pedras e paro para conversar com um casal norueguês fazendo o trajeto ao contrário. Continuando, passo por lindos lagos azuis, sorte que o dia está ensolarado para ver toda essa beleza.<br />
<br />
Descendo ainda pelas lajes e pedras, às 15h15 surge um grande desmoronamento e a descida está sinalizada por ali mesmo. Tive de descer com cuidado saltando de bloco em bloco. Abaixo, continuando por uma trilha mais plana, surge um imenso lago à direita, o Langavatnet. Numa bifurcação o caminho segue para a esquerda, mas vou à direita para me aproximar de um abrigo de emergência, uma casinha minúscula de pedras com cama, mesa e lareira. Telhado coberto de vegetação. Dali a vista para o lago bem abaixo é privilegiada porém o vento estava quase me derrubando lá de cima.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-75xoFTEVoxA/Xb-WERpYIDI/AAAAAAAA7hU/5SBs7JXUWxc-JAaDtFudNrmedxe1-KwZACK4BGAYYCw/s1600/20190724_122349.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-75xoFTEVoxA/Xb-WERpYIDI/AAAAAAAA7hU/5SBs7JXUWxc-JAaDtFudNrmedxe1-KwZACK4BGAYYCw/s640/20190724_122349.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lagos de montanha e muitas pedras pelo caminho</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Voltando à bifurcação, tomo a trilha da esquerda às 15h36 e logo avisto uma grande barragem e algumas casas do outro lado do lago. A descida até ela foi um pouco complicada, por uma parede quase vertical. Às 15h57 já estava cruzando a barragem por uma passarela. Me aproximo de uma das casas e vejo que há um T vermelho na parede: é um refúgio da DNT chamado Langavassbu. E é não-guardado também! Tinha uma quantidade maior de comida que o anterior e ninguém tomando conta. A regra é a mesma: pegou ou usou, pagou. É bem parecido com o Refúgio Mosdalsbu por dentro, porém mais espaçoso. O banheiro tinha papel higiênico. Há água corrente bem próximo.<br />
<br />
Deixei o refúgio às 16h44. Às 17h05 começo a avistar o magnífico Lago Ringedalsvatnet. E logo avisto também, no meio das grandes lajes e morros de pedra, uma outra barragem. A trilha aponta para lá. Às 17h37 me aproximei da barragem e vi por uma placa com mapinha que deveria desviar dela, não era permitido caminhar pela passarela como na anterior. Tive de descer por uma ladeira de pedra meio complicada a poucos metros do paredão da barragem, caminhar alguns metros por um canal e subir de novo pela encosta do outro lado. Parei para descansar nas lajes de pedra por 13 minutos. Depois subi mais por uma trilha não muito bem sinalizada, passei pelos postes de energia, desci um pouco, subi de novo e passei a caminhar por um platô onde o avanço ficou muito mais fácil e rápido por não haver tantas pedras. Às 19h41 tive de cruzar duas línguas de neve mas nada complicado. Como estou contornando o enorme Lago Ringedalsvatnet avisto à esquerda (sul) o Lago Langavatnet, o da primeira barragem.<br />
<br />
Às 21h05 segui a placa de Preikestolen à esquerda e me surpreendi com uma visão estonteante do Lago Ringedalsvatnet bem abaixo, espremido entre os paredões colossais, lindo como um fiorde. Em sua extremidade oriental despenca a imensa cachoeira Ringedalsfossen. Um cenário inacreditável!<br />
<br />
Voltei à trilha principal e dessa vez fui à direita (norte) na bifurcação para encontrar às 21h40 o Refúgio Reinaskorsbu, infelizmente em más condições, depredado e pichado, com parte do assoalho arrancado. O banheiro não tinha mais porta. Uma cena muito rara na Noruega (felizmente não vi mais nenhum refúgio nesse estado). O famoso e badalado Trolltunga estava a apenas 370m dali mas não fui até lá. Estava bem cansado e deixei essa visita para a manhã do dia seguinte. Por causa desse grande atrativo, que as pessoas adoram postar em Facebooks, Instagrams e outras redes, o local estava repleto de gente acampada. Contei cerca de 35 barracas mas devia haver mais escondidas entre as lajes de pedra. Montei a minha abrigada um pouco do vento e assisti a um belo pôr-do-sol às 21h45. Há pelo menos duas fontes de água corrente por perto. Altitude de 1191m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-2mNB4xbQE4A/Xb-WT8GRCpI/AAAAAAAA7hg/rHLIFUD9osMVsq9fIJmNIb50qz0aUiYigCK4BGAYYCw/s1600/20190725_100308%25280%2529.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-2mNB4xbQE4A/Xb-WT8GRCpI/AAAAAAAA7hg/rHLIFUD9osMVsq9fIJmNIb50qz0aUiYigCK4BGAYYCw/s640/20190725_100308%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Ringedalsvatnet</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>3º DIA - 25/07/19 - de Trolltunga a algum lugar entre Tyssevassbu e Torehytten</b><br />
<br />
Duração: 7h20 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1431m<br />
Menor altitude: 1174m<br />
Resumo: nesse dia não houve grandes desníveis, porém a dificuldade veio das travessias na neve e por caminhar a maior parte do dia ainda por pedras<br />
<br />
Tratei de ir logo cedo ver o Trolltunga pois sabia que as multidões iam começar a chegar. A maioria das pessoas faz um bate-e-volta de um dia até esse atrativo vindo por um caminho bem mais curto e com desnível menor do que o que enfrentei (por volta de 800m). Caminham cerca de 14km a partir da vila de Skjeggedal, onde chega um ônibus que sai de Odda (e do Odda Camping). Depois das fotos voltei ao mirante Preikestolen para fotografar o lugar com a luz da manhã.<br />
<br />
Desmontei acampamento e quando voltei ao Trolltunga, às 11h16, a fila para tirar fotos já era bem grande. Deixei esse frenesi para trás e às 12h05 segui a placa de Tyssevassbu (refúgio), indo para leste. Com 17 minutos cruzei um riacho pelas pedras e 8 minutos depois um canal de água. Caminho para nordeste e leste passando por vários bonitos lagos à minha esquerda. Às 13h12 cruzei uma mancha de neve, curta, de cerca de 20m, mas nesse dia ainda teria muita neve para atravessar. Às 13h26 alcanço um conjunto de lagos com uma bonita cachoeira. Desço e cruzo um riacho num salto para chegar mais perto dela. Parei para lanchar por 16 minutos.<br />
<br />
A trilha continua à direita da cachoeira. Subo, sigo o rio e às 14h09 tenho uma visão panorâmica de todo aquele lugar, como se tivesse atingido finalmente o grande platô Hardangervidda. Cruzo mais uma mancha de neve e tenho um enorme e recortado lago à esquerda. O que estraga novamente são as torres de alta tensão. Cruzo um riacho pelas pedras às 14h27 e 11 minutos depois chego a um canal de água um pouco complicado de ultrapassar já que corre entre paredes de pedra. Tentei onde o canal era mais estreito mas depois não consegui subir a parede do outro lado. Tive de percorrer o canal para a direita por 200m até encontrar um lugar onde fosse fácil cruzar a água e depois subir do outro lado. Quando voltei à trilha principal dois outros trilheiros estavam tentando cruzar onde eu tentei inicialmente e conseguiram, um ajudando o outro.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ugkWPqetF6o/Xb-WnsfgUkI/AAAAAAAA7hw/ePNYVYykE1kg8bWDRp23tRnrjFLoqv0HgCK4BGAYYCw/s1600/20190725_180810.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-ugkWPqetF6o/Xb-WnsfgUkI/AAAAAAAA7hw/ePNYVYykE1kg8bWDRp23tRnrjFLoqv0HgCK4BGAYYCw/s640/20190725_180810.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Platô Hardangervidda e grandes manchas de neve</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Às 15h25 cruzei outro canal de água mas esse tinha uma tábua que servia como ponte precária. Às 15h48 cheguei ao Refúgio Tyssevassbu, no topo de uma colina de pedra. Esse foi o refúgio mais bem equipado e bem arrumado até agora, com fogão de 4 bocas com forno (os dois primeiros tinham fogão portátil de 3 bocas), armários de cozinha, estante com livros e despensa lotada de comida. Mas nesse havia uma pessoa cuidando, uma guardiã. Questionei sobre a forma de pagamento das despesas nos refúgios, que ela afirmou ser apenas através de transferência bancária internacional e não cartão de crédito. Expliquei sobre as taxas que seriam cobradas por uma transação como essa, se não seria possível pagar em dinheiro diretamente ao guardião/à guardiã do refúgio. Ela disse que as regras eram essas e ficou mal humorada. Paciência...<br />
<br />
Aproveitei o sol gostoso que havia e fiz meu lanche do lado de fora do refúgio. Se fizesse o lanche dentro do refúgio teria de pagar um day visit de NOK 90 (US$ 10,88). Às 16h42 segui meu caminho para leste pela margem esquerda do lago seguindo a placa do Refúgio Litlos e começa uma sucessão de campos de neve para cruzar, de trechos curtos de 20m a longas travessias de mais de 200m. Numa travessia longa assim na neve fica até difícil saber para que direção caminhar já que os T vermelhos ficam muito distantes entre si. E quando não estava caminhando sobre a neve estava andando sobre pedras, ambos bastante cansativos. Desviar dos campos de neve dava muito trabalho também, era mais fácil caminhar pisando onde outros já haviam feito um caminho.<br />
<br />
Às 19h36 passei por uma singela plaquinha onde está escrito em norueguês: Parque Nacional - área protegida pela Lei de Conservação da Natureza, indicando timidamente que estou entrando nos limites do Parque Nacional Hardangervidda. Cruzei um riacho e às 19h37 observo no horizonte a nordeste um grande rochoso de formato quase retangular, lembrando a Pedra do Baú de São Bento do Sapucaí, porém de ângulos mais arredondados. Era o Pico Hårteigen, ao largo do qual eu passaria no dia seguinte. Cruzo mais neve, outro riacho e continuam os bonitos lagos à esquerda.<br />
<br />
Às 20h22 surge um rio que deu mais trabalho. Procurei um lugar mais abaixo onde pudesse saltar para a outra margem mas não achei lugar seguro para isso, então o jeito foi tirar as botas e entrar na água gelada onde a correnteza fosse mais fraca. Água pelos joelhos. Uns 230m depois fui à esquerda na bifurcação seguindo a placa Torehytten (refúgio), à direita se vai ao Refúgio Litlos. A trilha deixa a direção leste e aos poucos toma o rumo norte, agora bem mais fácil, uma trilha bem marcada pelo campo, não mais um caminho mal definido no mar de pedras. Cruzei mais uma mancha de neve, um riacho e parei para acampar num vale à esquerda do caminho às 22h (com plena luz do dia). Altitude de 1327m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-q9vZO5UHNXU/Xb-W5oh5CqI/AAAAAAAA7h8/Ij1QxX3Cutk2U3-xZoXrl7KhsOb6T6FQgCK4BGAYYCw/s1600/20190726_133451.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-q9vZO5UHNXU/Xb-W5oh5CqI/AAAAAAAA7h8/Ij1QxX3Cutk2U3-xZoXrl7KhsOb6T6FQgCK4BGAYYCw/s640/20190726_133451.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Mancha de neve que cruzei</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>4º DIA - 26/07/19 - de algum lugar entre Tyssevassbu e Torehytten ao vale do Rio Veig</b><br />
<br />
Duração: 8h15 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1473m<br />
Menor altitude: 995m<br />
Resumo: dia fácil pois, após uma subida inicial, o restante do dia foi quase todo de descida (com uma subida bem no final para o local de acampamento). A caminhada se tornou bem mais agradável e rápida pois em lugar dos campos de pedra agora há uma trilha bem marcada no capim.<br />
<br />
Deixei o local de acampamento às 9h56 já tendo de cruzar uma mancha de neve de mais de 40m. Subi no sentido nordeste. Cruzei um riacho às 10h29 e 10 minutos depois foi a vez de encarar a travessia de dois rios consecutivos. No primeiro foi possível atravessar pelas pedras mas no segundo tive de tirar as botas (água na altura da canela). Volto a subir. No alto parei por 34 minutos para conferir os caminhos no gps. Atinjo o ponto máximo do dia (1473m) às 12h31 e 4 minutos depois avisto ainda bem longe o Refúgio Torehytten à beira de um lago.<br />
<br />
Às 12h57 surge à direita o imponente pico Hårteigen, que eu avistara na tarde do dia anterior. Em 3 minutos encontro uma cachoeira que deságua num lago abaixo à esquerda. Desvio da mancha de neve acima do lago e tento continuar por uma trilha na encosta, mas ela vai sumindo e eu resolvo voltar à cachoeira e descer pela piramba de pedras soltas para tomar a trilha que segue abaixo, ao lado do lago. Às 13h22 cruzo um riacho pelas pedras com a espetacular vista do Pico Hårteigen refletido em suas águas. Uns 9 minutos depois atravesso uma mancha de neve de uns 30m com a dificuldade de ser inclinada para baixo, com maior risco de escorregar. Às 13h43 alcanço uma bifurcação e sigo para a esquerda após pegar água no riacho ao lado. À direita se vai ao Pico Hårteigen (e depois ao Refúgio Litlos), mas não planejei subi-lo durante essa travessia, quem sabe na próxima vez.<br />
<br />
Quando pensei que já estava chegando ao Refúgio Torehytten ainda tive de fazer um desvio à direita para contornar um canal que saía do lago. Desci ao canal, cruzei pelos blocos de pedra e subi a trilha íngreme do outro lado. Cheguei finalmente ao refúgio às 14h23. Fui recebido pela guardiã e seu ajudante, ambos muito simpáticos, que me informaram que em Fossli/Liseth, vilarejo que é meu destino no dia seguinte, não havia lugar para comprar comida. Isso me obrigava a comprar comida-reserva ali mesmo e a ela permitiu que eu pagasse em dinheiro (ao contrário da mal humorada do Refúgio Tyssevassbu). Anotamos tudo no formulário da DNT. Nesse local havia um trilheiro com queimaduras de sol pelo corpo todo, parece que eles não têm noção de como o sol pode ser perigoso. Nem boné eles usam. Esse refúgio é grande, ocupa duas casas, e tem uma despensa muito variada.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-G_T2znTI-5s/Xb-XHPLy4jI/AAAAAAAA7iE/p5EeRWLkTE0JL_ydCw_KpQ3bu7C1WaGzwCK4BGAYYCw/s1600/20190726_160243.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-G_T2znTI-5s/Xb-XHPLy4jI/AAAAAAAA7iE/p5EeRWLkTE0JL_ydCw_KpQ3bu7C1WaGzwCK4BGAYYCw/s640/20190726_160243.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Paisagens grandiosas</i></span></td></tr>
</tbody></table>
A partir do Refúgio Torehytten há dois caminhos importantes: a noroeste se vai a Kinsarvik, voltando à rodovia 13 que passa em Odda, e a nordeste se vai a Fossli/Liseth e à rodovia 7. Como eu ia para Fossli e depois continuar para o norte tomei a direção nordeste, subindo, às 15h18. Às 15h56 avisto um grande lago azulado e passo a caminhar pelo alto de sua encosta oeste. Após o lago, o rio que se origina dele faz algumas curvas e desaparece num cânion. Mais abaixo ele despenca numa grande cachoeira ocultada pelos paredões e depois se espalha por um extenso e verdejante vale cortado pela trilha. Todo esse conjunto de paisagem chama muito a atenção pela beleza e grandiosidade. Considero que foi um lugares mais bonitos de todo esse trekking.<br />
<br />
A trilha segue pelo campo bem verdinho e me aproximo da margem esquerda do rio. Às 17h43 a sinalização continua na outra margem e sou obrigado a tirar as botas novamente para atravessar (água abaixo das canelas). Às 18h14 sigo a placa de Hadlaskard (refúgio), indo para a frente (esquerda) pois à direita se vai também ao Refúgio Litlos. Me aproximo de algumas casas isoladas, mas nenhuma é refúgio da DNT. Cruzo o rio raso pelas pedras bem em frente às casas e desperto a atenção de um cachorro, que começa a latir.<br />
<br />
Continuo caminhando pelos campos de vegetação baixa e às 19h36 cruzo um riacho pelas pedras. Às 20h06 aparece um rio à direita (Rio Veig) e começam a aparecer árvores também, algo que eu não via desde o início do segundo dia. Logo surge o Refúgio Hadlaskard na outra margem do Rio Veig. Às 20h22 vou à direita na bifurcação em que a esquerda leva ao Refúgio Stavali. Cruzo a ponte sobre o largo rio e entro no refúgio para conhecer. Ali também foi possível comprar comida sem burocracia. Coloquei o dinheiro num envelope e depositei numa urna metálica de acordo com as instruções da guardiã do refúgio, que não conferiu nada. Mas não acampei ali, achei que tinha gente demais e eu queria sossego. Também queria adiantar o percurso a Fossli/Liseth e tinha bastante tempo para isso nesse dia.<br />
<br />
Deixei o Refúgio Hadlaskard às 20h45 e tomei um caminho largo diretamente para o norte, seguindo o Rio Veig pela margem direita. Às 21h10 cruzei uma ponte de tábuas (peguei água para a noite) e em 5 minutos atravessei um conjunto de casas de pedra com vegetação no telhado (devem ser casas de pastores). Dali em diante a trilha subiu bastante e retomou a direção norte. A visão para o vale do Rio Veig se alarga. Às 21h58 parei numa clareira que surgiu à direita e montei a barraca com vista para o Pico Hårteigen (3,5km após o Refúgio Hadlaskard). Altitude de 1153m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-wbgP49U4g7M/Xb-XXkuxMPI/AAAAAAAA7iU/D2lXJ7K5uqY0QGUAi1cGExuEGsn0PzldwCK4BGAYYCw/s1600/20190727_204829.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-wbgP49U4g7M/Xb-XXkuxMPI/AAAAAAAA7iU/D2lXJ7K5uqY0QGUAi1cGExuEGsn0PzldwCK4BGAYYCw/s640/20190727_204829.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeira Vøringsfossen</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>5º DIA - 27/07/19 - do vale do Rio Veig a Fossli/Liseth</b><br />
<br />
Duração: 8h25 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1188m<br />
Menor altitude: 670m na rodovia 7 em Fossli/Liseth<br />
Resumo: nesse dia desci ao Refúgio Hedlo e logo subi ao ponto mais alto do dia. Em seguida desci ao vale onde fica Hjølmo e subi a colina seguinte para descer ao ponto mais baixo do dia em Fossli/Liseth.<br />
<br />
Deixei o acampamento às 9h49 e continuei no caminho para o norte, inicialmente por extensas lajes de pedra, depois voltando a caminhar pelo campo bem verde. Às 10h19, numa bifurcação, a placa aponta para o Refúgio Dyranut à direita, mas sigo para o Refúgio Hedlo, em frente. Cruzei duas pontes consecutivas e em seguida passei por casas de pedra vazias. Me aproximo novamente do Rio Veig e ele forma um bonito lago com a água escorrendo sobre lajes. Continuo seguindo o rio e às 11h18 avisto o Refúgio Hedlo às suas margens. Numa bifurcação perto do rio uma placa aponta para o Refúgio Stavali à esquerda. Cheguei ao Refúgio Hedlo às 11h35 e ele é particular (não é da DNT) e staffed (com funcionário). É uma casa grande de dois andares ao lado de altas árvores. Numa demonstração da confiança que existe entre as pessoas na Noruega havia na sala uma mesa com guloseimas e refrigerantes e ao lado uma tigelinha onde se deixa o pagamento do que for consumido.<br />
<br />
Vi um grupo de noruegueses cinquentões (como eu) parar ali para descansar e, aproveitando a habitual simpatia norueguesa, fui conversar com eles e perguntar se eles sabiam de lugar para comprar comida na vila de Fossli. Também não conheciam. Eles estavam fazendo um circuito de trilhas a partir do Refúgio Vivelid.<br />
<br />
Deixei o Refúgio Hedlo às 12h41 continuando o caminho para o norte, seguindo as placas de Liseth (vila), Hjølmo (estacionamento) e Vivelid (refúgio). A trilha atravessa um pequeno bosque e tem muitas pedras. Às 13h16 avistei mais casas num vale mas a trilha não se aproxima delas, em vez disso as contorna pela esquerda e depois sobe a colina ao fundo, onde despenca uma bonita cachoeira. Nesse contorno pela esquerda cruzo uma ponte de tábuas às 13h40 e na bifurcação vou à direita (à esquerda se vai ao Refúgio Vivelid). Em seguida subo a colina e a visão do vale para trás vai ficando cada vez mais bonita. No alto (desnível de 169m) vou à direita na bifurcação às 14h20 seguindo a placa de Liseth (à esquerda se desce a Hjølmo). Uns 100m depois da placa parei por 18 minutos e escutei sinos de ovelhas por perto, portanto cuidado com a água! Subo mais e encontro sobre uma pedra um crânio de rena com uma grande galhada. Infelizmente essa foi a única rena que eu vi em todo esse trekking. Não há nenhuma sinalização indicando, mas consultando os mapas eu vi que estava saindo dos limites do Parque Nacional Hardangervidda.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ehRXLVyLL5M/Xb-Xn7oJxSI/AAAAAAAA7ig/AWJTY865cponHIRdEePfGQ7QS8wq5HOlQCK4BGAYYCw/s1600/20190727_112419.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-ehRXLVyLL5M/Xb-Xn7oJxSI/AAAAAAAA7ig/AWJTY865cponHIRdEePfGQ7QS8wq5HOlQCK4BGAYYCw/s640/20190727_112419.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Rio Veig e Refúgio Hedlo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Atinjo o ponto mais alto do dia (1188m) às 15h03 e para trás (sul) ainda vejo o Pico Hårteigen no horizonte. À esquerda (norte) enxergo bem longe também a ponta de um lago (Eidfjordvatnet) e de um fiorde (Eidfjorden). Começo a descer desse platô às 15h14 em direção a um vale (com algumas casas) e avisto montanhas nevadas ao fundo e Hjølmo à esquerda. Quase no final da descida passo por uma fonte de água e depois cruzo um riacho pelas pedras. Às 16h13 vou em frente na bifurcação com placa apontando Vivelid à esquerda e cruzo o rio principal do vale por uma ponte. Do outro lado não há placa e a trilha não é tão marcada, mas fui para a direita (leste), passei próximo das casas e a trilha vai fazendo uma curva para nordeste, subindo bastante pela encosta da margem direita verdadeira de um rio.<br />
<br />
Às 18h46 avisto a vila de Fossli/Liseth e pego uma trilha à esquerda bem marcada e até com estacas, mas não foi um bom caminho. Quando percebi que estava fora do trajeto gravado no gps já tinha descido bastante e achei que os dois fossem convergir, mas não aconteceu. Esse caminho tinha solo fofo (turfeira?) e foi ficando ruim de andar, mas continuei nele para ver onde ia parar. Desci bastante. Nas bifurcações que apareceram fui à esquerda (19h33), direita (180m depois) seguindo a placa Vøringsfossen e direita (15m depois). Me aproximei das primeiras casas e às 19h46 cheguei a uma estrada de cascalho, onde desci para a direita.<br />
<br />
Às 19h57 alcancei o asfalto da rodovia 7, chegando enfim a Fossli/Liseth. Fui para a direita por 800m, entrando na estrada de asfalto à esquerda. Subi e tomei a esquerda na bifurcação, chegando ao Fossli Hotel às 20h34. À esquerda (norte) do hotel começa uma trilha secundária para o Refúgio Rembesdalsseter, meu destino no dia seguinte. Mas antes de entrar na trilha fui visitar a maior atração do lugar, a linda cachoeira Vøringsfossen, que despenca 182m do platô Hardangervidda para dentro do Cânion Måbødalen, que corre em direção ao Eidfjorden (passando pelo Lago Eidfjordvatnet). O lugar é bem turístico, com passarelas e mirantes. Fica bem em frente ao hotel e o acesso é gratuito.<br />
<br />
No hotel fui informado de que os mercados mais próximos são: Coop em Eidfjord (18km a oeste pela rodovia 7) e no Garen Camping (2km a leste também pela rodovia 7). Como não quis fazer nenhum desvio da rota, teria que comprar comida no próximo refúgio. Entrei na trilha às 21h03 e subi. Coletei água num riacho onde havia mangueira de captação e subi mais. Procurei um lugar plano para montar a barraca e encontrei um bom local uns 160m antes de uma bifurcação que vem diretamente da Hospedaria Liseth. Essa é a trilha oficial da DNT, a que eu fiz nem sinalização tem. Altitude de 852m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-PQf8f7GFGw4/Xb-X5kHQKKI/AAAAAAAA7is/ivsmryG4eKsdzQ7vaY8tZF-iUxuz3nfRgCK4BGAYYCw/s1600/20190728_150207.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-PQf8f7GFGw4/Xb-X5kHQKKI/AAAAAAAA7is/ivsmryG4eKsdzQ7vaY8tZF-iUxuz3nfRgCK4BGAYYCw/s640/20190728_150207.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Fiorde Simadalsfjorden ao fundo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>6º DIA - 28/07/19 - de Fossli/Liseth a Rembesdalsseter</b><br />
<br />
Duração: 7h30 (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1198m<br />
Menor altitude: 843m<br />
Resumo: dia difícil, com muitos desníveis. Subi dos 852m aos 1198m para em seguida baixar aos 843m de novo, subir aos 1154m, descer aos 907m e subir aos 1023m<br />
<br />
Iniciei a caminhada do dia às 9h04, tomei a esquerda na bifurcação com placa de Liseth à direita e continuei subindo. Às 9h21 parei num riacho à esquerda e segui às 9h46. Às 10h13 passei à esquerda de uma casa e subi muito ainda. Parei para descansar por 25 minutos na altitude de 1104m. Às 11h23 alcancei um bonito lago e logo a subida teve fim, aos 1198m de altitude (a maior do dia). Comecei a descer à esquerda de um canal de água e passei por uma placa apontando a montanha Store Ishaug, de 1485m, à esquerda. Às 11h37 avisto o Lago Rembesdalsvatnet, onde está o Refúgio Rembesdalsseter, mas o caminho até ele seria tão difícil que só conseguiria chegar no final do dia. A trilha desce suavemente por lajes e trechos de pedras e às 11h56 parei próximo a um riacho. Às 12h34 já avisto o primeiro obstáculo que tenho pela frente: descer a um platô bem abaixo e depois subir de novo por uma crista para me aproximar do Lago Rembesdalsvatnet. A descida exigiu atenção por ser bastante inclinada e no meio dela encontrei um norueguês que estava subindo desde uma estrada lá no fundo do vale, muito abaixo do platô. Ele estava fazendo uma caminhada de um dia e não tinha nem mochila.<br />
<br />
Às 13h23 a descida teve fim nas placas apontando Rembesdalsseter à direita e Tveit à esquerda, de onde veio o norueguês. Fui para a direita (leste) e às 13h50 cruzei uma ponte estreita de tábuas sobre o escoadouro de um lago à direita (ali a menor altitude do dia, 843m). Fiz uma pausa para descansar e às 14h17 encarei a subida pela crista, mas parei muitas vezes para admirar e fotografar a beleza impressionante desse lugar. Os paredões a oeste despencam para um vale verdejante com a ponta de um fiorde (Simadalsfjorden) bem distante. Atinjo o topo às 15h13 e tenho visão para o outro lado, um imenso vale a leste. E volto a ter vista para oeste de novo, onde visualizo melhor o fiorde ao fundo. Numa bifurcação fui à direita me afastando da beirada do precipício.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-CLPn2RPMu5o/Xb-YISBIp1I/AAAAAAAA7i0/0QsU9he0-ic2U3v4PAZ7dmQBwhI5ffIoQCK4BGAYYCw/s1600/20190728_124856.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-CLPn2RPMu5o/Xb-YISBIp1I/AAAAAAAA7i0/0QsU9he0-ic2U3v4PAZ7dmQBwhI5ffIoQCK4BGAYYCw/s640/20190728_124856.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago Rembesdalsvatnet bem distante ainda</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Às 15h58 vejo novamente o Lago Rembesdalsvatnet, mas a casa que está ao lado da barragem não é o refúgio ainda. Ele fica no lado oposto do lago. Numa bifurcação lanchei por 37 minutos e desci às 16h50 à esquerda seguindo a placa de Rembesdalsseter (à direita se vai ao Refúgio Kjeldebu). Depois de um pequeno desce-e-sobe pela encosta (onde cruzei um riacho) avistei finalmente o refúgio às 17h25, ainda muito distante, com o enorme lago no meio. Comecei a descer em direção à barragem e era uma piramba difícil, muito íngreme. Encontrei com dois noruegueses subindo e estavam reclamando daquela trilha ruim em lugar de um caminho melhor que há, porém impossibilitado pela queda de uma ponte.<br />
<br />
Às 17h53 alcancei a barragem e a cruzei. Dali tive uma bonita visão do grande Lago Rembesdalsvatnet com uma geleira no alto da montanha ao fundo. Esse é um braço da imensa Geleira Hardangerjøkulen, a sexta maior da Noruega. Ventava muito. No outro lado tomei um caminho duplo para a esquerda que logo virou um caminho simples e fez algumas curvas. Mais acima tenho visão de frente para a barragem com o lago e a geleira no alto. Às 18h44 cruzei a extremidade de um lago por uma pequena barragem (ruim para quem tem fobia de altura). Às 18h51 cruzei um riacho pelas pedras e às 19h22 fui à direita numa bifurcação com placas em que à esquerda se vai a Hallingskeid (refúgio e estação ferroviária). Às 19h36 cruzo uma porteira (!?) e em seguida uma ponte de tábuas. Às 19h43 vou à direita numa bifurcação com placas em que a esquerda leva a Finse (meu destino no dia seguinte). Às 19h56 chego enfim ao Refúgio Rembesdalsseter, a 965m de altitude. É um refúgio self service guardado. A guardiã me recebeu com um certo mau humor e quando falei do problema do pagamento por transferência internacional ela foi um pouco grossa na resposta. Quando eu entrei sem querer no refúgio com as botas ela me mandou tirá-las imediatamente. Não sei como colocam uma pessoa tão estúpida num lugar onde se atende tanta gente todos os dias. E vi ela ser impaciente com os outros também.<br />
<br />
Como ventava muito na encosta onde estava o refúgio procurei um lugar do outro lado da colina, por onde havia chegado. Acabei montando a barraca numa parte mais baixa, perto de um outro lago, onde ventava menos. À noite começou uma chuva muito forte, com trovões, mas felizmente os raios estavam caindo bem longe dali. Porém esse foi o prenúncio da mudança de tempo que viria no dia seguinte. Altitude de 985m.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ZEbLWE6ttAY/Xb-YWSElUiI/AAAAAAAA7jA/nHUrCU6iEaUkAbTSk-65a06hmgH_UWrwgCK4BGAYYCw/s1600/20190729_093058.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-ZEbLWE6ttAY/Xb-YWSElUiI/AAAAAAAA7jA/nHUrCU6iEaUkAbTSk-65a06hmgH_UWrwgCK4BGAYYCw/s640/20190729_093058.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago próximo ao Refúgio Rembesdalsseter</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<b>7º DIA - 29/07/19 - de Rembesdalsseter a Finse</b><br />
<br />
Duração: 8h (descontadas as paradas e erros)<br />
Maior altitude: 1508m<br />
Menor altitude: 981m<br />
Resumo: dia fácil com pouco desnível, apenas uma subida mais forte na primeira hora e uma longa descida no final do dia<br />
<br />
O dia amanheceu bonito depois da tempestade da noite anterior e felizmente não tive de desmontar a barraca na chuva. Comecei a caminhar às 10h56 voltando à última bifurcação com placas do dia anterior e seguindo para a direita, direção de Finse. Subi por uma trilha íngreme e alcancei um pequeno platô rochoso com lagos. Cruzei um riacho às 12h11, outro daí a 20 minutos e depois deles a vegetação praticamente desapareceu. Às 13h36 tive de cruzar um rio com um certo risco. No primeiro lance havia uma tábua, mas no segundo o salto tinha que ser certeiro, sem escorregar para não cair na correnteza. Na sequência havia uma grande ponte pois era um escoadouro bem largo de um lago à direita.<br />
<br />
Continuo caminhando passando por diversos lagos, alguns muito bonitos, de cor esverdeada. Num deles despenca uma bonita cachoeira que vem diretamente da geleira acima. Às 15h28 avisto um outro ângulo da enorme Geleira Hardangerjøkulen. O céu começa a acumular nuvens bem carregadas. A visão da geleira é magnífica, aquela vastidão de gelo se desprendendo em blocos e despencando num grande lago. Porém admirei essa beleza toda já embaixo de chuva, junto com o vento frio que vinha da geleira. Choveu mais de uma hora. Às 16h51 começam a aparecer as manchas de neve para atravessar, das mais curtas de cerca de 30m à mais extensa, por volta de 100m.<br />
<br />
Às 17h43 cruzo um riacho pelas pedras, mas às 18h03 tive de tirar as botas e pegar duas varas deixadas ali para atravessar um rio mais largo. Em seguida já tenho visão mais ampla e consigo enxergar a estrada de ferro Oslo-Bergen, da qual Finse é uma estação. Mas ainda tinha mais neve para cruzar, a última desse trekking, e era inclinada, então desci quase esquiando (sem esquis!). A descida continua na pura pedra, bem cansativa. Às 18h28 já visualizo o enorme Lago Finsevatnet com casas espalhadas entre ele e a linha férrea.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Qlf45LGYpX0/Xb-YjlAvmGI/AAAAAAAA7jM/WRDznB0PiSIaL6L2XWzUQ6vdmRiXdn0eQCK4BGAYYCw/s1600/20190729_121700.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-Qlf45LGYpX0/Xb-YjlAvmGI/AAAAAAAA7jM/WRDznB0PiSIaL6L2XWzUQ6vdmRiXdn0eQCK4BGAYYCw/s640/20190729_121700.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago a caminho de Finse</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Cruzei uma ponte suspensa às 19h10 e outra 9 minutos depois. Uns 5 minutos depois cruzo um riacho largo pelas pedras. Às 19h36 passo ao lado das primeiras casas, por isso já havia visto gente acampada antes, para manter a exigida distância das casas (mínimo de 150m, mas quanto mais fora da visão melhor). Subi até a linha do trem e a cruzei às 19h54. Subi mais 20m e tomei a estradinha de cascalho para a direita. Às 20h08 parei por 8 minutos no túnel sob a linha férrea para me abrigar da chuva fraca. Às 20h34 cruzei uma porteira de ferro, uma ponte e cheguei a Finse às 20h43. Finse é a estação mais alta da estrada de ferro Oslo-Bergen, com altitude de 1228m.<br />
<br />
Com a mudança de tempo e chegada da chuva, eu precisava verificar a previsão para os próximos três dias de caminhada no Parque Nacional Hallingskarvet e Cânion Aurlandsdalen. Aproveitei o wifi aberto do Hotel Finse 1222 e consultei o <a href="http://yr.no/" target="_blank">yr.no</a>. Esse hotel fica exatamente ao lado da estação de trem, onde também havia wifi aberto. Não era nada animadora a previsão. Além disso eu precisava comprar mais comida e Finse não tem nem um mercadinho sequer. Mas, mesmo postergando a caminhada, tinha de achar um lugar para acampar essa noite.<br />
<br />
Fui até o Refúgio Finsehytta da DNT, que parece mais um hotel, porém no acesso a ele uma plaquinha já alerta para a proibição de acampar em Finse, sendo permitido apenas na margem sul do Lago Finsevatnet (cerca de 1km dali) ou no caminho para Geiteryggen. O uso do banheiro no refúgio é gratuito (banho é pago). Resolvi acampar no caminho para Geiteryggen, que seria o início do trekking do dia seguinte. Voltei à estação do trem, cruzei a estrada de ferro às 21h53 e segui a placa de Geiteryggen após o portão de madeira. Subi pela rua principal de cascalho e segui a sinalização do T vermelho entrando numa trilha à direita, cerca de 300m depois da linha férrea. Subi até me distanciar de todas as casas, praticamente no final da ladeira, onde encontrei um lugar plano para a barraca. Água fui buscar num riacho 370m à frente. Altitude de 1338m.<br />
<br />
O dia seguinte (30/07) amanheceu apenas cinzento e até pensei que daria para continuar se tivesse comida para mais três dias, mas logo veio uma forte neblina que não permitia enxergar mais que 30m. Desci de volta à estação e peguei o próximo trem para a cidade de Geilo, onde me hospedei no hostel HI à espera de tempo melhor para continuar a caminhada no Parque Nacional Hallingskarvet e Cânion Aurlandsdalen, que descrevo nesse <a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/11/travessia-do-parque-nacional_3.html" target="_blank">relato</a>.<br />
<br />
<b>Informações adicionais:</b><br />
<br />
. para saber os preços de hospedagem e refeições nos refúgios da DNT consulte os valores atualizados em <a href="http://english.dnt.no/routes-and-cabins" target="_blank">english.dnt.no/routes-and-cabins</a>. Para se tornar membro da DNT e ter descontos o valor da anuidade é NOK 695 (US$ 84), valor de 2019 para adultos entre 27 e 66 anos.<br />
<br />
. Odda Camping: NOK 160 (US$ 19,34) para uma barraca com uma pessoa, NOK 200 (US$ 24,17) para uma barraca com duas pessoas. A ducha quente custa NOK 20 (US$ 2,42) a cada 5 minutos (funciona com moeda). Site: <a href="http://oddacamping.no/en" target="_blank">oddacamping.no/en</a><br />
<br />
. mapa do parque com as trilhas e refúgios: <a href="http://ut.no/kart" target="_blank">ut.no/kart</a><br />
<br />
. a temperatura mínima durante a noite fora da barraca ficou entre 10ºC e 13,9ºC<br />
<br />
. para planejar qualquer viagem de ônibus, trem ou barco na Noruega: <a href="http://en-tur.no/" target="_blank">en-tur.no</a> (clique em Meny e selecione English)<br />
<br />
. ônibus Oslo-Odda: <a href="http://www.nor-way.no/en" target="_blank">www.nor-way.no/en</a><br />
<br />
. ônibus Odda Camping(Toppen)-centro de Odda: <a href="http://www.skyss.no/en" target="_blank">www.skyss.no/en</a><br />
<br />
. ônibus Fossli-Bergen: <a href="http://www.skyss.no/en" target="_blank">www.skyss.no/en</a><br />
<br />
. trens na Noruega: <a href="http://www.vy.no/en" target="_blank">www.vy.no/en</a><br />
<br />
. roteiro adaptado a partir das informações do guia Walking in Norway, de Connie Roos, Editora Cicerone<br />
<br />
Rafael Santiago<br />
julho/2019Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-71169086878840635772019-11-03T18:22:00.003-08:002021-09-11T09:56:08.256-07:00Travessia da Serra de Gredos (Espanha) - jun-jul/19<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-HlvNHqh-ocE/Xb-DZ-HVB7I/AAAAAAAA7dE/uWqaxrFrhPct3NyuBtRbryrwVIRG32b-ACK4BGAYYCw/s1600/20190703_100355.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-HlvNHqh-ocE/Xb-DZ-HVB7I/AAAAAAAA7dE/uWqaxrFrhPct3NyuBtRbryrwVIRG32b-ACK4BGAYYCw/s640/20190703_100355.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><i><span>Laguna de los Caballeros</span></i></span></span></td></tr>
</tbody></table><p>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Início: Cuevas del Valle</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Final: Tornavacas</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Duração: 11 dias</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Maior altitude: 2394m em Pico La Covacha</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Menor altitude: 611m em Jarandilla de la Vera</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Há grandes subidas e descidas quase todos os dias, com desníveis positivos (subidas) que chegam a 995m.</span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><br /></span>
</span><span style="font-size: small;">A Serra de Gredos se situa na porção central da cordilheira chamada
Sistema Central da Península Ibérica e se estende no sentido leste-oeste
por cerca de 120km. Fica 150km a oeste de Madri e está inserida nas
comunidades autônomas de Castela e Leão e Extremadura (comunidades
autônomas na Espanha são mais ou menos como estados no Brasil). Ela está
dividida em Maciço Oriental, Maciço Central e Maciço Ocidental. Nesse
trekking eu percorri de ponta a ponta o Maciço Central, que vai de
Puerto del Pico a Tornavacas. Do 1º ao 9º dia eu caminhei dentro dos
limites do Parque Regional de la Sierra de Gredos.<br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><br /></span>
<span>QUANDO IR</span></span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><br /></span>
<span>O único problema dessa minha caminhada foi a época escolhida. Em final de junho e início de julho o calor chega próximo dos 40ºC, o que é bastante desgastante e inapropriado para o trekking. No início de junho há o risco de ainda haver bastante neve nos picos mais altos. Creio que a melhor época seja o outono (setembro a início de outubro), antes das neves do final de outubro.</span></span><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><br /></span>
<span>CAMPING SELVAGEM</span></span><span style="font-size: small;"> <br /></span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">O camping selvagem é proibido em toda a Espanha. Ou permitido com muitas
restrições em algumas comunidades e parques. Vamos detalhar isso um
pouco.
</span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
Primeiro é preciso falar da pequena confusão que existe na Europa entre
os termos "camping selvagem" e "bivaque". No Brasil entendemos ambos os
termos como pernoitar em um local não estruturado, não destinado a esse
fim, escolhido ao acaso. A diferença para nós é que o "camping selvagem"
pressupõe montar uma barraca ou alguma cobertura, e o "bivaque" é
simplesmente dormir a céu aberto, com um saco de dormir ou saco de
bivaque apenas.
</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
Na Europa nem sempre o entendimento é dessa forma. No caso da Espanha,
segundo os sites consultados, os conceitos são os seguintes:<br />
. acampada libre: montar a barraca e permanecer vários dias com ela montada num local não estruturado<br />
. acampada nocturna ou pernocta con tienda: montar a barraca ao
anoitecer e desmontar ao amanhecer, típico de uma caminhada de longa
duração<br />
. vivac: dormir sem barraca ou outra cobertura montada
</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
Já em outros países, como a França, os dois conceitos acima de "acampada
nocturna" e "vivac" são chamados de "bivouac", ou seja, para os
franceses bivacar é passar uma noite num local não estruturado, com ou
sem barraca. Já a "acampada libre", a ideia de permancer vários dias com
a barraca montada, na França se chama "camping sauvage".
</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
Como estamos tratando da Espanha nesse relato, vamos colocar esses termos tal como os espanhóis os entendem.
</span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
A "acampada libre" (pernoite com barraca montada por vários dias) é
proibida em toda a Espanha, inclusive em todos os parques nacionais e
regionais. Algumas comunidades autônomas a permitem, mas com muitas
restrições (ver abaixo). Já a "acampada nocturna" é permitida em três
dos dez parques nacionais da Espanha continental (Ordesa y Monte
Perdido, Picos de Europa e Sierra Nevada), com restrição de horário para
montar e desmontar a barraca e somente acima de determinada altitude. O
"vivac" (pernoite sem barraca) é permitido apenas nos três parques
citados e no Parque Nacional de la Sierra de Guadarrama. A questão fica
nebulosa quando a normativa do parque proíbe explicitamente a "acampada
libre" mas não fala nada sobre a "acampada nocturna" e o "vivac".<br /></span></span></p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-CPpNeWxo0Fc/Xxz16Q0k1lI/AAAAAAAA870/gxaRy7pM1DAkLbBW6JFAJRhLSWdiJm8ygCK4BGAYYCw/s1600/20190703_112843.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-CPpNeWxo0Fc/Xxz16Q0k1lI/AAAAAAAA870/gxaRy7pM1DAkLbBW6JFAJRhLSWdiJm8ygCK4BGAYYCw/s640/20190703_112843.jpg" width="640" /></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><i><span style="background-color: #fffefa; color: #353c41;">Pico La Covacha (2394m), ponto mais alto do trekking</span></i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
Quando o trekking é feito fora das unidades de conservação o que vale é a
legislação do município e da comunidade autônoma. Fontes de consulta
sobre as normas das comunidades autônomas são <a href="https://ani4x4.com/es/viaje/es-legal-acampar-en-la-naturaleza/" rel="external nofollow noopener" target="_blank">este site</a> e <a href="http://www.jurides.com/al-aire-libre/acampada-libre" rel="external nofollow noopener" target="_blank">este site</a>.
Neles vemos que a maior parte das 17 comunidades autônomas proíbe a
"acampada libre" e a "acampada nocturna", ou as permite com muitas
restrições como: distância mínima de cidades e estradas, número reduzido
de barracas e pessoas, tempo máximo de permanência, exigência de
permissão das autoridades locais. Mas a legislação do município é
superior à da comunidade autônoma, o que torna ainda mais difícil saber
se o acampamento (com ou sem barraca) é permitido em determinado local.
</span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Este trekking atravessa duas unidades de conservação: o Parque Regional
de la Sierra de Gredos e a Reserva Natural Garganta de los Infiernos. No
primeiro a "acampada libre" é proibida, sem fazer menção à "acampada
nocturna" e ao "vivac"; no segundo as três formas de pernoite são
proibidas (veja <a href="https://patrimonionatural.org/documentos/descarga/folletos/sierra-de-gredos-455" rel="external nofollow noopener" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://extremambiente.juntaex.es/pdf/UsoyGestionGargantaInfiernos.pdf" rel="external nofollow noopener" target="_blank">aqui</a>).
Nos arredores desses parques vale a legislação das comunidades
autônomas de Castela e Leão e Extremadura. Ambas também proíbem a
"acampada libre" (veja <a href="https://noticias.juridicas.com/base_datos/CCAA/508514-orden-fym-510-2013-de-25-jun-ca-castilla-y-leon-regulacion-del-uso-del.html" rel="external nofollow noopener" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://noticias.juridicas.com/base_datos/CCAA/ex-d170-1999.tp.html" rel="external nofollow noopener" target="_blank">aqui</a>), sem referência nos textos oficiais à "acampada nocturna" e ao "vivac".
</span></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">O que fazer durante uma longa travessia então?<br />
Se você for adepto do bivaque (dormir apenas com saco de dormir, sem
barraca) não deverá ter problema algum. Se quiser montar a barraca,
escolha um local bem discreto e afastado, fora do caminho e bem longe de
estradas e casas. Monte a barraca ao anoitecer e desmonte ao nascer do
sol. Deixe o local exatamente como o encontrou, as regras de mínimo
impacto devem ser sempre seguidas (veja <a href="http://caminhodamataatlantica.org.br/minimo-impacto" rel="external nofollow noopener" target="_blank">aqui</a>). Para quem gosta de fazer fogueira, é melhor esquecer.
</span></span></div><div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">REABASTECIMENTO DE COMIDA</span></span></div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">O único mercado ao longo de todo esse trekking está na cidade de Jarandilla de la Vera, por onde passei no 10º dia. O Refúgio Elola (3º dia) serve refeições. A cidade de Bohoyo (7º dia) tem um restaurante e dois bares. O Camping La Guilera (8º dia) tem restaurante. Algumas pequenas cidades do caminho têm mercearia ou padaria mas é melhor não contar pois fecham para a siesta por várias horas durante o dia.</span></span></div>
</div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Nas duas pontas desse trekking:</span></span></div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">1. Cuevas del Valle tem restaurante e mercearia</span></span></div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">2. Tornavacas tem mercearia</span></span></div>
<div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">Como esse pequeno comércio pode estar fechado, é recomendável trazer a comida de uma cidade maior, como Madri.</span></span></div>
</div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><div>
<span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-dYuJgayj3Uk/Xb-EAiFwvoI/AAAAAAAA7dQ/JEzEMJOq6FUiGwBFBh9s650DSANwXVmpQCK4BGAYYCw/s1600/20190625_212746.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-dYuJgayj3Uk/Xb-EAiFwvoI/AAAAAAAA7dQ/JEzEMJOq6FUiGwBFBh9s650DSANwXVmpQCK4BGAYYCw/s640/20190625_212746.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Serra de Gredos</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>1º DIA - 25/06/19 - de Cuevas del Valle à crista da Serra de Gredos</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 4h (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 1839m na crista da Serra de Gredos</span><br />
<span>Menor altitude: 844m em Cuevas del Valle</span><br />
<span>Resumo: nesse dia encarei a subida inicial da Serra de Gredos a partir da cidade de Cuevas del Valle, com desnível de 995m desde essa cidade à crista da serra</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Na Estacion Sur em Madri tomei o ônibus da empresa Samar às 11h para a cidade de Cuevas Del Valle. Desci do ônibus às 13h52 e aproveitei que havia um restaurante a poucos metros para uma última refeição decente antes de entrar na trilha. Altitude de 844m. Iniciei a caminhada às 15h05 cruzando o asfalto da N-502 e depois a cidadezinha de Cuevas del Valle no sentido norte. Como era hora da siesta, o lugar estava completamente deserto. O calor ajudava a manter as pessoas dentro de casa, longe daquele sol forte. Há uma bica de água fresca num largo logo à entrada da cidade para abastecer os cantis já que não haverá muitas fontes nesse dia. Passei à direita da Capela de Nossa Senhora das Angústias e na bifurcação seguinte tomei a direita, subindo e seguindo a sinalização da GR 293 em direção a Puerto del Pico (para mais informações sobre as trilhas GR: <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Sendero_de_Gran_Recorrido" target="_blank">es.wikipedia.org/wiki/Sendero_de_Gran_Recorrido</a>). Esse caminho é chamado de Calzada Romana.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Mas logo tive de fazer a primeira parada na sombra, por 30 minutos, pois o sol estava fritando. Continuando a subida, fui à direita na bifurcação e encontrei um cocho com água corrente, mas cheio de lama ao redor. Às 16h08 cruzei a N-502 e continuei subindo pelo calçamento de pedras da Calzada Romana. Parei mais três vezes na sombra. Às 17h34 cruzei mais uma vez a N-502 e 17 minutos depois parei na última água do dia para completar todos os cantis. O caminho faz um zigue-zague e já se avista Cuevas del Valle bem abaixo. Passo pelas ruínas do Portazgo (posto de pedágio do século 13) às 18h07 e 10 minutos depois termina a Calzada Romana junto à rodovia (altitude de 1371m). Esse lugar se chama Puerto del Pico (puerto em espanhol significa passo entre montanhas) e aqui entro nos limites do Parque Regional de la Sierra de Gredos. Puerto del Pico é o limite natural entre os maciços central e oriental da Serra de Gredos.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Continuo por caminho paralelo à N-502 com a extremidade oriental do Maciço Central da Serra de Gredos à minha esquerda esperando para ser "escalada". Entrei no primeiro asfalto à esquerda e caminhei apenas 70m até um portão de ferro com mata-burro ao lado. Não cruzei o portão, entrei na trilha à esquerda antes dele às 18h25. Uns 170m depois entroncou uma outra trilha vindo da esquerda e a segui até encontrar uma cerca. Acompanhei a cerca subindo para a esquerda e ao final dela a trilha desapareceu por alguns metros. Segui os totens e a reencontrei. Já estava subindo a encosta da Serra de Gredos. Do outro lado de Puerto del Pico, a leste, avisto bem marcada a trilha de ascensão ao Pico Torozo, este pertencente ao Maciço Oriental da Serra de Gredos.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>A subida pareceu ter fim aos 1622m, às 19h28, mas continuou. Procurei me manter à direita para chegar logo à crista. Novamente a subida pareceu ter fim aos 1749m, às 20h19, porém só atingi mesmo a crista da Serra de Gredos às 20h43, aos 1839m. Logo surgiu um aceiro vindo da direita e o tomei para a esquerda. Em 200m cheguei a uma estrada de terra bem no alto da serra (!?) e resolvi parar às 21h17 num lugar plano, abrigado do vento e sem tantas pedrinhas para montar a barraca. A primeira impressão da Serra de Gredos foi empolgante, com ampla visão em 360º. Há muitas formações rochosas de formatos curiosos, com grandes pedras equilibradas umas sobre as outras. Dali do alto também pude contemplar um belo pôr-do-sol às 21h45. Altitude de 1814m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-NF7hqXo10hQ/Xb-EYqZeO2I/AAAAAAAA7dc/7w6WMF99tiMkH1Nf0NzxdDXx2Ep6opDUgCK4BGAYYCw/s1600/20190626_115311.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-NF7hqXo10hQ/Xb-EYqZeO2I/AAAAAAAA7dc/7w6WMF99tiMkH1Nf0NzxdDXx2Ep6opDUgCK4BGAYYCw/s640/20190626_115311.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Serra de Gredos</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>2º DIA - 26/06/19 - pela crista da Serra de Gredos até o Pico Peña del Mediodía</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 6h35 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2221m em Peña del Mediodía</span><br />
<span>Menor altitude: 1810m</span><br />
<span>Resumo: caminhada para oeste pela crista da Serra de Gredos, porém quase não há trilha definida. Procurar o caminho (ou abrir caminho) entre as moitas de piorno foi cansativo.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Do local onde acampei na crista podia avistar toda a paisagem dos vales ao norte da Serra de Gredos e a continuação da serra para oeste, meu destino nos próximos dias.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Deixei o acampamento às 10h42 e voltei a caminhar pela estrada no sentido oeste, mas quando ela fez uma curva para a direita (norte) subi à esquerda sem trilha seguindo totens para me manter na crista da serra. Às 11h39 um amontoado de rochas com uma coluna no topo me chamou a atenção e subi para conferir o que havia ali. Trata-se do cume La Fría, onde foi instalado um vértice geodésico. A visão para oeste se amplia bastante.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Na continuação, me deparei com um grupo de cabras montesas que imediatamente fugiu, porém um filhote ficou para trás, no alto de uma pedra, apavorado com a minha presença. Ele saiu bem na foto, rs. A encosta norte da serra nesse ponto tem várias estradas de terra e há mais em construção, o que tira todo o "clima" de montanha do lugar.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h25 cruzei uma fileira de mourões sem cerca (ainda) e 32 minutos depois encontrei uma bica de água quase seca, apenas um fio escorria, mas consegui coletar mais abaixo e bebi o máximo que pude pois as fontes são muito raras nessa serra (essa foi a única água desse dia). Um marco de madeira fincado tem uma plaquinha "Senda Puerto del Arenal". Continuei às 13h55 e 190m depois cheguei a uma placa em que se lê: Puerto del Arenal - Ruta Navarredonda-Puerto del Arenal PR-AV 45 (mais informações sobre as trilhas PR em <a href="http://es.wikipedia.org/wiki/Peque%C3%B1o_Recorrido" target="_blank">es.wikipedia.org/wiki/Peque%C3%B1o_Recorrido</a>). Nesse ponto chega uma trilha que vem da localidade de El Arenal pela vertente sul da Serra de Gredos e que serve como rota de fuga ou início alternativo a esse trekking. Já vinha avistando El Arenal lá embaixo no vale desde o Pico La Fría.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 16h11 outra placa: Puerto de La Cabrilla - PR-AV 44, que é outro caminho de El Arenal a Navarredonda de Gredos. A partir daqui a serra começa a se mostrar mais florida pois surgem os grandes campos de piorno, que dá flores amarelas em abundância. A dificuldade era abrir caminho entre os piornos já que não encontrava trilha definida e contínua.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 20h05 alcanço a maior altitude do dia no Pico Peña del Mediodía, de 2221m, também com uma coluna e um vértice geodésico. A partir desse pico aparece uma trilha ininterrupta, antes só pedaços de trilhas. Continuando para oeste, 400m depois do pico desvio alguns metros à direita até um marco de granito para fotos. A partir do marco a trilha inicia uma longa descida a um outro "puerto". Desconfiei que seria difícil encontrar um lugar plano para a barraca, então procurei nas imediações do marco, onde o terreno era plano e as moitas de piorno me davam alguma proteção contra o vento. Altitude de 2211m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-dR737NEEBAE/Xb-Ese3tVeI/AAAAAAAA7do/RpK2xa78rv0I_7y7o2N1pYeGOTucreTWgCK4BGAYYCw/s1600/20190627_132415.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-dR737NEEBAE/Xb-Ese3tVeI/AAAAAAAA7do/RpK2xa78rv0I_7y7o2N1pYeGOTucreTWgCK4BGAYYCw/s640/20190627_132415.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cabra montesa e ao fundo os picos Almanzor e La Galana</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>3º DIA - 27/06/19 - do Pico Peña del Mediodía ao Refúgio Elola</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 8h30 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2262m</span><br />
<span>Menor altitude: 1948m na Laguna Grande</span><br />
<span>Resumo: continuação pela crista da Serra de Gredos passando por dois refúgios em ruínas e descida ao Circo de Gredos, com a Laguna Grande e o Refúgio Elola</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Iniciei a caminhada do dia às 9h10, passei pelo marco de granito e comecei a descer ao Puerto del Peón. A decisão de acampar lá no alto se mostrou muito acertada pois encontrei um grupo enorme de jovens bivacando cerca de 300m antes do puerto. Como é proibido montar barraca eu teria no dia anterior que caminhar bem mais e me afastar deles para poder acampar. Às 9h42 passei pela placa que indica o Puerto del Peón, local que marca uma travessia no sentido sudeste-noroeste da Serra de Gredos e que provavelmente era o roteiro daquele grupo pois não os vi mais.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Na continuação para sudoeste, a trilha cai por algum tempo para a vertente norte da serra e depois obriga a subir à crista outra vez. Cruzo mais campos de piornos floridos mas em seguida chego a uma região mais árida da serra, um local praticamente só de pedras, e ali, às 11h14, me deparo com as ruínas do Refúgio Los Pelaos, todo de pedras. Há bons espaços para pernoitar protegido do vento desde que você não se impressione com as paredes prestes a desabar. O local também é rota de uma travessia no sentido norte-sul da Serra de Gredos. Uma caminhada alternativa seria subir ao Pico La Mira, de 2343m (desnível de apenas 91m desde as ruínas), mas não encarei. O mais importante: tem água.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h33 prossegui na trilha para oeste e 190m após as ruínas atinjo a maior altitude do dia, 2262m (alcançarei outra altitude igual ainda nesse dia). No horizonte a oeste já avisto uma cordilheira com os picos Almanzor, La Galana e o passo Portilla del Rey, pelo qual passarei entre a Laguna Grande e as 5 Lagunas. A trilha volta a cruzar o tapete amarelo de flores e a crista continua o seu sobe-e-desce. Caminho por alguns trechos com calçamento de pedras. Às 15h05 fui à esquerda (sudoeste) numa bifurcação seguindo os totens, sem trilha definida (à direita teria descido a um estacionamento chamado La Plataforma).</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-nPNeMPuQRj8/Xb-FGhtZU0I/AAAAAAAA7d0/AtEtX4SdvnEYY7T3Zvck-YGg3qhjuIVugCK4BGAYYCw/s1600/20190627_105717.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-nPNeMPuQRj8/Xb-FGhtZU0I/AAAAAAAA7d0/AtEtX4SdvnEYY7T3Zvck-YGg3qhjuIVugCK4BGAYYCw/s640/20190627_105717.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Campos de piorno</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Às 15h21 avistei a oeste o Refúgio del Rey, ainda bem distante. Desci e ao subir ao topo da colina seguinte visualizei a trilha à frente e abaixo. Desci novamente e a encontrei às 16h29. Com mais 8 minutos cheguei ao Puerto de Candeleda (com placas indicando ser a PR-AV 46), outra rota que cruza a serra de norte a sul. Parei para descansar e comer, e para meu espanto apareceu um outro louco solitário fazendo a travessia da serra com um enorme mochilão com não-sei-quantos litros de água. Conversamos um pouco e ele seguiu na frente. Às 17h22 continuei na direção oeste numa longa subida, percorrendo depois uma crista para o norte. Às 18h06 fui à direita numa bifurcação para ver de perto as ruínas do Refúgio del Rey. Ao lado fizeram um cercado com as pedras desabadas que serve como abrigo do vento para um bivaque. Perto do refúgio encontrei água quase parada mas 80m à frente (norte) havia uma ótima bica. Continuei para o norte por uma trilha larga às 18h55.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 19h17 cheguei a uma cabeceira de vale com capim bem verde e bastante água, ao contrário da secura que vinha enfrentando até aqui. Seguindo os totens cruzei o riacho e subi por um caminho construído com pedras, passando por pequenas lagoas. Às 19h52 uma bonita visão para a esquerda (oeste) das montanhas pontiagudas próximas à Laguna Grande, meu destino nesse dia. Porém a laguna estava bem longe ainda e a descida direta para oeste não se mostrou animadora pela inclinação e ausência de trilha. O jeito foi continuar para o norte, dando uma volta bem grande, mas por trilha bem marcada e segura. Aqui atinjo também a maior altitude do dia, 2262m. Fui à esquerda na bifurcação e comecei a descer. Às 20h33 cheguei a uma bifurcação em T e continuei descendo para a esquerda. À direita se vai à Plataforma e esse é um caminho bastante usado para chegar ao Refúgio Elola em cerca de 5h. Passei por uma fonte de água e continuei no rumo sudoeste até as margens da Laguna Grande. Contornei toda sua margem leste e sul para enfim chegar ao Refúgio Elola às 21h36, quase no pôr do sol. Esse local é conhecido como Circo de Gredos.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Este refúgio foi o único que encontrei guardado, ou seja, com guardiões, que aliás estavam jantando e por sorte sobrou alguma janta para mim também. Dentro do refúgio deve-se usar apenas chinelos ou crocs, disponíveis em prateleiras na entrada. Há armários com chave. Os quartos são coletivos e têm beliches bem largas onde dormem muitas pessoas uma ao lado da outra, por sorte havia pouca gente e não precisei dormir espremido. A reserva costuma ser obrigatória mas pelo número pequeno de hóspedes não houve problema em não tê-la feito. O banheiro não tem vaso sanitário e sim uma peça de metal com buraco no chão, como no Nepal. Altitude de 1958m.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Talvez o principal destino dos montanhistas que procuram esse refúgio seja o Pico Almanzor, o mais alto da Serra de Gredos, com 2591m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-k8yM7BcE9zM/Xb-FlKJvC_I/AAAAAAAA7eA/Z6Yssdr7a6AoXmU7eS8a0yP482UKy25BwCK4BGAYYCw/s1600/20190628_165707.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-k8yM7BcE9zM/Xb-FlKJvC_I/AAAAAAAA7eA/Z6Yssdr7a6AoXmU7eS8a0yP482UKy25BwCK4BGAYYCw/s640/20190628_165707.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna Bajera, uma das 5 Lagunas</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>4º DIA - 28/06/19 - do Refúgio Elola às imediações de 5 Lagunas</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 5h10 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2367m em Portilla del Rey</span><br />
<span>Menor altitude: 1896m</span><br />
<span>Resumo: caminhada de Laguna Grande a 5 Lagunas através do passo Portilla del Rey. Quis evitar a subida direta de 5 Lagunas a Portilla de las 5 Lagunas para chegar à Garganta de Bohoyo, então tive de procurar um caminho alternativo (o que me tomou mais dois dias - sim, exagerei nas paradas por causa do calor)</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Saí do refúgio às 9h58 na direção norte pela margem oeste da Laguna Grande. Na sua extremidade norte fui à esquerda na bifurcação e comecei a subir a encosta pedregosa da montanha em zigue-zagues. Subi até os 2066m e logo iniciei a descida, às 11h07. A descida dessa encosta terminou às 11h28, cruzei um riacho pelas pedras no meio de um campo chamado Pradera del Gargantón e voltei a subir em zigue-zagues. Às 13h31 cheguei a Portilla del Rey, um passo de montanha que foi o ponto mais alto do dia (2367m), e o lance final foi uma escalaminhada por um canchal (em espanhol) ou scree (em inglês), uma ladeira de pedras desmoronadas. Mas não gostei do que vi lá do alto. Gostei sim da visão espetacular do Circo de 5 Lagunas e da verdíssima Laguna Cimera bem abaixo, porém a continuação do meu caminho em direção à Garganta de Bohoyo seria por uma ladeira de pedras enorme e bem íngreme a sudoeste da Laguna Cimera. Ladeira que atinge a chamada Portilla de las 5 Lagunas, de altitude semelhante à de Portilla del Rey, onde eu estava. Aquele caminho me pareceu arriscado. Havia alcançado um grupo que avistara pela primeira vez na Laguna Grande e conversei com o líder para confirmar se seria aquele mesmo o meu caminho. Ele disse que seria um pouco arriscado ir por ali e que deveria haver um outro caminho mais abaixo nas 5 Lagunas.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Deixei o grupo todo sair primeiro pois aquela descida inclinada à Laguna Cimera, por pedras soltas e sem um caminho marcado, eu preferi fazer devagar e com cuidado. Saí de Portilla del Rey às 14h13 e cheguei próximo da Laguna Cimera às 14h56. Não desci até a margem, girei à direita (norte) e me dirigi à segunda lagoa, a Laguna Galana. O grupo parou nessa lagoa e eu continuei descendo, passando pelas lagunas Mediana, Brincalobitos e Bajera. Uma plaquinha me diz que estou na PR-AV 35. O caminho de pedras que desce dessas lagunas não é fácil, levei 1h30 para chegar ao final da ladeira desde a Laguna Cimera. Continuei descendo para o norte, mas parei nesse nível abaixo das lagunas (cerca de 850m após a Laguna Bajera) para explorar alguns caminhos que eu tinha gravado no gps e que poderiam ser alternativas àquela ladeira que eu evitei. Porém não encontrei nenhum deles e resolvi acampar no lugar mais discreto que havia (embora fosse um campo aberto) para resolver o que fazer no dia seguinte. Altitude de 1907m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-2R8YedFpLsA/Xb-GF9XrRvI/AAAAAAAA7eM/bu5XBEqfVYEaJjMlzZRkX7hlE_NEikXhgCK4BGAYYCw/s1600/20190629_094016.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-2R8YedFpLsA/Xb-GF9XrRvI/AAAAAAAA7eM/bu5XBEqfVYEaJjMlzZRkX7hlE_NEikXhgCK4BGAYYCw/s640/20190629_094016.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna de Majalaescoba</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>5º DIA - 29/06/19 - das imediações de 5 Lagunas a Las Lagunillas</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 4h40 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 1950m em Las Lagunillas</span><br />
<span>Menor altitude: 1525m na Garganta del Pinar</span><br />
<span>Resumo: continuação da procura por um caminho para chegar à Garganta de Bohoyo, uma alternativa à subida direta de 5 Lagunas a Portilla de las 5 Lagunas</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Comecei a caminhar às 9h17 ainda com a idéia de que encontraria uma trilha alternativa. Continuei descendo para o norte (como se fosse para a cidade de Navalperal de Tormes) pela margem direita da Garganta (rio) del Pinar, que se origina das 5 Lagunas, e passei pela Laguna de Majalaescoba. Por ser um sábado comecei a encontrar gente subindo para as 5 Lagunas e resolvi perguntar. As respostas contradiziam o que o líder do grupo havia me falado no dia anterior: o caminho era mesmo por aquela ladeira enorme de pedras, não era tão ruim quanto parecia e não havia outro caminho conhecido. Essas informações me deixaram numa sinuca pois eu já havia descido muito desde a Laguna Cimera e o caminho a partir dela também foi bastante difícil. Para completar, o calor estava de rachar. Continuei descendo.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h14, 2,3km depois do abrigo Chozo de la Barranca, parei numa sombra à margem do rio (Garganta del Pinar) pois não estava aguentando o calor. Resolvi explorar uma trilha que aparecia no gps e estava do outro lado do rio. Realmente ela existia e poderia ser a alternativa que eu procurava. Porém só consegui ter coragem para voltar a caminhar depois das 16h, quando o calor já não era tão forte. Continuei então para o norte, agora pela margem esquerda da Garganta del Pinar por 1,1km e comecei a subir a colina. Encontrei uma fonte de água na subida. Às 16h40 cruzei uma porteira de arame num muro de pedras. Alcancei uma clareira onde deveria haver uma trilha voltando para o sul, mas apesar dos totens não a encontrava. Depois de muita procura (e outra pausa na sombra) finalmente a achei às 18h34. Segui por ela para o sul e sudoeste e encontrei às 19h54 o Refugio de Los Barquillos, refúgio livre (não guardado) com banco-cama e lareira, construído em pedra e coberto com telhas. Nele chegava uma outra trilha vindo do norte. A vista para o Circo de 5 Lagunas era privilegiada.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 20h13, continuei para sudoeste e na bifurcação 220m depois do refúgio fui à direita pois a esquerda desce a encosta. Às 20h44 alcancei uma grande clareira forrada de capim que cruzei para a direita para tomar a trilha que subia para oeste entre moitas de piorno. Mas na primeira bifurcação, 110m depois, fui à esquerda (sul). Ao chegar a uma amplo circo glacial (com uma lagoa) às 21h08 a trilha pareceu sumir, mas mantendo a direção sudoeste ela reapareceu. Desci até um riacho seco, cruzei-o e encontrei um bom lugar para acampar às 21h35. Esse local é referenciado nos mapas com o nome genérico de Las Lagunillas. Altitude de 1940m. Água corrente havia a 300m dali, além da lagoa, mas era pouca.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Estava num caminho muito promissor, mas ainda pairava a dúvida se conseguiria chegar por ele à Garganta de Bohoyo.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Tu8Sb2qwEEI/Xb-GhpdThwI/AAAAAAAA7eY/m2-rWCIw4QklZPp-z9s_CpV2bvgjfEqBACK4BGAYYCw/s1600/20190630_103433.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-Tu8Sb2qwEEI/Xb-GhpdThwI/AAAAAAAA7eY/m2-rWCIw4QklZPp-z9s_CpV2bvgjfEqBACK4BGAYYCw/s640/20190630_103433.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Las Lagunillas</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>6º DIA - 30/06/19 - de Las Lagunillas ao Refugio El Lanchón</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 5h15 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2390m próximo ao Pico Meapoco</span><br />
<span>Menor altitude: 1726m em Refugio El Lanchón</span><br />
<span>Resumo: nesse dia encontrei finalmente um caminho alternativo para chegar à Garganta de Bohoyo. Subi 450m e desci 664m.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Desmontado o acampamento, saí às 9h47 para explorar a trilha marcada no gps que subiria as encostas rochosas do circo glacial e quem sabe me levaria à Garganta de Bohoyo. Porém ela não existia - mais um balde de água fria...</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Fui pegar água perto da lagoa e já estava tomando o caminho de volta à Garganta del Pinar às 11h33 quando olhei para o fundo do vale e vi um totem. Uma esperança! Segui-o e encontrei finalmente uma trilha para o fundo que, após cruzar grandes blocos de pedra, continuou e subiu a encosta de pedras até o alto! Agora estava bem mais fácil atingir o meu objetivo.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>No alto às 13h32 encontrei vários caminhos para o sul e para oeste. Cruzei um muro de pedras que corria de norte a sul e parei para estudar qual seria o melhor caminho. Avistei uma casa 280m a noroeste, no meio das moitas de piorno, e fui até lá para ver. Era o Refúgio de Regajo Largo, livre também (como todos os seguintes), com bancos-camas e lareira, construído em pedra e coberto com telhas. Mas estava cheio de vespas. E o percurso de ida e volta até ele foi meio varação de mato pois não havia um caminho aberto no meio do piorno.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Cruzei às 15h22 o muro de pedras de volta e 60m a leste dele entrei numa trilha que apontava para o sul com totens. A trilha foi girando para sudeste e logo sumiu entre as moitas floridas de piorno. Continuei para sudeste, mas logo quebrei para a direita (sul) seguindo os totens nas lajes de pedra e depois na subida de pedras soltas. Às 16h19 alcancei outro muro de pedras que corria na direção noroeste-sudeste, cruzei-o e fui para a esquerda (sudeste). Esse muro terminou numa encosta rochosa íngreme que subi às 17h por indicação de um grande totem no alto. Cruzei um chapadão (maior altitude do dia, 2390m) nas proximidades do Pico Meapoco e desci na direção sul até outra encosta rochosa, mas desta vez quebrei para a direita (sudoeste) e comecei a descer às 17h37 em direção à tão esperada Garganta de Bohoyo. Objetivo alcançado!</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 19h29 passei pelo Refúgio El Belesar mas não fui até ele pois vi um sujeito entrar nele assim que me viu. Às 20h25 o Rio Bohoyo se estreita num cânion e logo abaixo cruzo o rio para a margem esquerda. Parte do caminho é por grandes lajes de pedra. Às 20h58 cruzei novamente o Rio Bohoyo exatamente onde há um poço à direita chamado Baños de las Sirenas (sereias). Às 21h43 cheguei ao meu objetivo do dia, o Refúgio El Lanchón, todo de pedras também. Poderia ter dormido dentro dele, na plataforma que serve como cama, mas estava muito sujo lá dentro, então dormi na barraca mesmo. Aliás foi um dos refúgios mais precários que conheci, melhor evitá-lo. O Rio Bohoyo corre a poucos metros e é fácil coletar água. Altitude de 1726m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-yVpVXJrl8VA/Xb-G9Av2GHI/AAAAAAAA7ek/AvUSM_1bjMkXgsEsJlBu891GjFa7y-_7QCK4BGAYYCw/s1600/20190701_095430.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-yVpVXJrl8VA/Xb-G9Av2GHI/AAAAAAAA7ek/AvUSM_1bjMkXgsEsJlBu891GjFa7y-_7QCK4BGAYYCw/s640/20190701_095430.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Garganta de Bohoyo</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>7º DIA - 01/07/19 - do Refugio El Lanchón à serra entre Bohoyo e Navalonguilla</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 7h20 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 1966m no alto da serra entre Bohoyo e Navalonguilla</span><br />
<span>Menor altitude: 1132m no restaurante El Vergel de Gredos, em Bohoyo</span><br />
<span>Resumo: o trajeto desse dia é uma ferradura que vai para o norte e volta para o sul, um grande arco, mas o único caminho viável entre a Garganta de Bohoyo e Navalonguilla. Desnível de 818m entre a cidade de Bohoyo e a serra entre Bohoyo e Navalonguilla</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Comecei a caminhar às 8h19 ainda pela margem direita da Garganta de Bohoyo. Às 9h31 fui à direita na bifurcação para conhecer o Refugio La Longuilla. Uma plaquinha com as faixas branca e amarela indica ser esta trilha a PR-AV 16. O refúgio é todo de pedras com telhas, tem bancos-camas e lareira. Estava cheio de vacas ao redor. Continuei para oeste por trilhas de vaca e cheguei a uma ladeira calçada, que desci e tomei a direita na bifurcação (com um X branco e amarelo à esquerda, sinalização PR).</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 10h32 cheguei ao Refugio La Redonda, também todo de pedras com telhas, bancos-camas e lareira. Uns 90m depois cruzei um portão de ferro. Às 10h56 outro refúgio nos mesmos moldes dos dois últimos: Refugio La Secá. As árvores vão reaparecendo e a trilha quebra de noroeste para norte. Às 11h37 entro na sombra rala da mata. O que incomoda mesmo são as moscas na cara. Às 11h51 a trilha é dupla e a floresta é de carvalhos (robles).</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h33 chego a um pasto com vacas e uma estrada de terra para a direita. Uma placa indica uma fonte 100m para a esquerda mas não fui até lá. Seguindo pela estrada cruzei uma porteira de ferro, segui em frente num cruzamento de caminhos e cheguei a um estacionamento às 13h05. Havia um painel informativo sobre a Senda de la Garganta de Bohoyo com mapa. Continuando pela estrada de cascalho para o norte passei pela entrada do Camping Los Chozos de Gredos e atingi às 13h22 o asfalto da rodovia AV-P-539. Fui para a esquerda e em 7 minutos cruzava a ponte sobre a Garganta de Bohoyo. Ao lado do rio está o restaurante El Vergel de Gredos. Era hora do almoço e o sol estava fritando, para variar. Parei para descansar, beber água gelada e comer. Menu do dia a 10 €.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Continuei às 14h27 pelo asfalto e uma placa me diz que estou na etapa 20 da GR 293 (a mesma da Calzada Romana e que é chamada de "A Vueltas con Gredos" por dar uma volta quase completa ao redor da serra). Cheguei às 14h37 à pequena cidade de Bohoyo e um painel agora me informa que a caminhada dali até a cidade de Navalonguilla será a etapa 21 da GR 293. Há uma fonte de água ao lado. Altitude de 1148m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-OezK7h3GpDo/Xb-HMzhvGzI/AAAAAAAA7ew/kIKfYasFg3ou7airfT2ogLt_miLp0P3cgCK4BGAYYCw/s1600/20190701_113105.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-OezK7h3GpDo/Xb-HMzhvGzI/AAAAAAAA7ew/kIKfYasFg3ou7airfT2ogLt_miLp0P3cgCK4BGAYYCw/s640/20190701_113105.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Garganta de Bohoyo</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Um outro painel, no outro lado da praça, mostra um mapa do Parque Regional de la Sierra de Gredos com todo o trajeto que fiz desde Cuevas del Valle. Dentro do meu percurso planejado, o limite do parque será no Pico Covacha, por onde passarei no 9º dia. O caminho para Navalonguilla estava diretamente para o sul a partir dali mas quis dar um giro pela cidade para conhecer, apesar do calor terrível. Essas pequenas cidades da Espanha são sempre uma linda surpresa, cheias de detalhes arquitetônicos e muita história. Há várias casas de pedra com sacadas de ferro fundido e algumas</span><br />
<span>fontes de pedra também. Cegonhas sem nenhum pudor fazem enormes ninhos nas cumeeiras e até na torre do sino da igreja. Um bar parecia estar aberto, embora fosse hora da siesta.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Feito o reconhecimento, tomei a direção sul pela Calle de las Escuelas e saí da cidade às 15h14. Um outro painel informa que a Ruta Bohoyo-Navalonguilla é também a PR-AV 57 - Senda Camino del Piesnillo (além de ser a GR 293). Subi por um caminho concretado, passei por uma quadra de esporte e às 15h28 subi à esquerda pois a direita levava a um galpão, mas 35m depois fui à esquerda de novo pois à direita havia um sinal de X (caminho errado). Bohoyo vai ficando lá embaixo à esquerda. Mas tive de parar numa sombra por 37 minutos pois não aguentava mais o calor. Às 16h27 cruzei uma porteira de ferro e a estradinha de terra vira trilha. Em 4 minutos já avisto a Garganta de Bohoyo, onde passei esta noite.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 17h02 cruzo um muro de pedras e paro numa grande sombra, mas a trilha quase desaparece e gastei um tempo procurando-a (após o muro de pedras deve-se subir um pouco à direita, mesmo sem trilha no início, e tomar a direção sul). Às 17h51 alcanço uma estradinha de terra que tomo para a esquerda (X à direita). À frente (sul) já avisto a colina que devo subir, com a trilha bem marcada. Em 7 minutos tomo a direita na bifurcação (X à esquerda) e subo a um portão com pasto e vacas logo depois. Ali há uma fonte de água mas com pouca vazão. Melhor caminhar mais 150m para encontrar uma boa fonte acima do pasto e do muro de pedras (mesmo assim filtrei com o filtro Sawyer Squeeze). Essa é a última água do dia.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Voltei a caminhar às 18h48 e aí o bicho pega. Só subida. Às 18h58 fui à direita numa bifurcação. E dá-lhe ladeira em zigue-zague! A vista para a Garganta de Bohoyo é cada vez mais ampla. Às 20h26 avisto o chapadão no alto e com mais 12 minutos vou à esquerda numa bifurcação em T. Às 20h53, antes de um refúgio no meio do campo de piornos, cruzo o longo muro de pedras que aparece à direita (com placa apontando Navalonguilla). A partir dali a trilha começa a descer, então procurei um lugar plano perto do muro (abrigo do vento) para montar a barraca. Esse é o ponto mais alto do dia, 1966m, com desnível de 818m desde a cidade de Bohoyo.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-B21arrkUh1g/Xb-Hgd-WDNI/AAAAAAAA7e8/afkyq-bF8BUzNOGwSraT4lOKMHHbb-vAgCK4BGAYYCw/s1600/20190702_173933.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-B21arrkUh1g/Xb-Hgd-WDNI/AAAAAAAA7e8/afkyq-bF8BUzNOGwSraT4lOKMHHbb-vAgCK4BGAYYCw/s640/20190702_173933.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Garganta de los Caballeros</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>8º DIA - 02/07/19 - da serra entre Bohoyo e Navalonguilla à Laguna de los Caballeros</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 9h (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2021m em Laguna de los Caballeros</span><br />
<span>Menor altitude: 1134m em Camping Restaurante La Guilera</span><br />
<span>Resumo: nesse dia passei pela cidade de Navalonguilla e a vila de Navalguijo para em seguida me distanciar de tudo novamente ao percorrer a Garganta de los Caballeros e subir à laguna de mesmo nome, num desnível de 887m desde o Camping Restaurante La Guilera</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Comecei a caminhar às 8h52 descendo na direção oeste. Às 9h14 passei por uma fonte quase seca na descida. Às 9h33 chego a um amplo espaço bom para acampar e bivacar protegido pelas grandes pedras. Dali já é possível avistar a cidade de Navalonguilla. Encontrei um portão de ferro todo amarrado, foi mais fácil pular o muro de pedras. A descida continua em zigue-zagues por uma crista. Às 10h27 cheguei a um cocho com água corrente e parei para me refrescar por 30 minutos. Às 11h04 cruzo uma porteira de ferro e a trilha vai virando uma estrada precária. Passo por mais um cocho, porém este está seco. Cruzo outra porteira de ferro e a estrada passa a ser concretada. Onde entronca um outro caminho vindo da esquerda há um painel informativo sobre a Ruta Navalonguilla-Bohoyo semelhante ao da saída de Bohoyo. Às 11h41 alcanço a Ermita de Nuestra Señora de los Leones com uma fonte de pedra com água corrente em frente. Com mais 15 minutos pelo asfalto chego à igreja de pedra de Navalonguilla. Altitude de 1199m.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Passeei pelas ruas estreitas da pequena cidade e vi pela primeira vez a fachada das casas recobertas por telhas. Fui até o Museo de la Transhumancia, mas funciona só de sábado, domingo e feriado. Transumância é o deslocamento de rebanhos para locais que oferecem melhores condições de clima durante certa época do ano. Como sempre, era hora da siesta e até o Bar Pedro estava fechado. A única fonte de água que encontrei na cidade (em frente à igreja) estava seca. Segui a placa de Navalguijo, meu próximo destino, e às 12h16 deixei Navalonguilla tomando a rodovia AV-P-537.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Uma placa me informa que o percurso dali até a cidade de Nava del Barco é a etapa 22 da GR 293, mas na ponte da Garganta de los Caballeros irei à esquerda, deixando essa GR. Às 12h36 passei em frente ao Camping Restaurante La Guilera, que espantosamente estava aberto e funcionando, mas não parei. Menu do dia por 9 €. Ali também fica o Hostal Rural Los Alisos.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h48 cruzei a ponte sobre o verdíssimo e transparente rio Garganta de los Caballeros e parei para descansar e me refugiar do sol forte. Algumas pessoas nadavam no rio. Fiz meu almoço nas mesinhas de piquenique sob as árvores. Às 13h13 encarei a subida de asfalto onde dava pra fazer ovos mexidos de tão quente. Compensava a bonita vista à esquerda para o selado onde acampei esta noite. Passei pela Ermita de San Miguel e às 13h31 alcancei a minúscula Navalguijo, completamente deserta, uma vila-fantasma. Numa bifurcação com casa de pedras e fonte de água não havia placa - fui à esquerda. Há fachadas recobertas por telhas aqui também, além de lindas casas de pedras. Às 13h39, numa outra bifurcação com fonte, a placa indica Laguna de los Caballeros a 5h de caminhada pela PR-AV 40, à esquerda. A civilização fica para trás de novo.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-aKQV78soIV0/Xb-H0iNxzRI/AAAAAAAA7fI/sHe4pDl8hAcJ31nn0vl7zSAPl7EyLrw8gCK4BGAYYCw/s1600/20190702_185241.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-aKQV78soIV0/Xb-H0iNxzRI/AAAAAAAA7fI/sHe4pDl8hAcJ31nn0vl7zSAPl7EyLrw8gCK4BGAYYCw/s640/20190702_185241.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Poço na Garganta de los Caballeros</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Às 13h47 vou à direita numa bifurcação sem placa e cruzo a Puente de Arguijo. Mais 4 minutos e paro para ler o painel informativo sobre a Laguna de los Caballeros. Fim da estrada concretada, agora estradinha de terra. Vou à esquerda na bifurcação e às 14h09 cruzo um riacho e uma porteira de ferro verde. A estradinha vira trilha.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 14h22 a visão se abre à esquerda para o amplo vale da Garganta de los Caballeros e montanhas ao fundo. Cruzo um riacho pelas pedras e aparece um calçamento na trilha. Olhando para trás identifico ainda o selado onde dormi esta noite. Às 15h13 chego à cachoeira Chorrera del Lanchón, um dos principais atrativos dessa trilha. Ela despenca numa fenda do paredão rochoso e estava com bem pouca água. Tentei me aproximar mas não cheguei à queda pois a vegetação dificultava bastante. Me escondi do sol forte por um bom tempo e só saí às 16h43.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Subindo, cruzei uma tronqueira, um riacho e caminhei por uma ladeira com calçamento e lindas lagoas verdes transparentes ao longo do rio à esquerda. Às 17h50 passei pelo Refugio de las Llanaíllas, mas ficava fora da trilha principal e não procurei caminho até ele. Parei 8 minutos depois num pequeno abrigo de pedra coberto de palha e com banco-cama. Continuei às 18h14 e às 18h42 cheguei à Antigua Mina de Blenda, que se resume hoje a ruínas de casas de pedra e peças de ferro espalhadas pelo chão.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 18h54 cruzei pelas pedras a Garganta (rio) de los Caballeros para a margem direita verdadeira e encontrei a Fuente de Majá Baera com água corrente. Às 19h20 cheguei ao Refugio de Malacantones, de pedras e telhas com bancos-camas e lareira. Às 19h58 cruzo novamente a Garganta de los Caballeros. O lugar é bastante distante e isolado e começo a ter a impressão de que poderia encontrar ou avistar algum animal selvagem, mas em vez disso me deparo com vacas pastando (por enquanto...). Depois de cruzar moitas de piornos, às 21h06 chego enfim à Laguna de los Caballeros e seu circo glacial. Procuro um lugar abrigado do vento e monto a barraca num espaço pequeno entre moitas de piorno. Altitude de 2021m.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Pego as garrafas para coletar água da laguna e quando olho para a encosta da montanha ao norte vejo um animal grande passando. Era um javali! E tinha um filhote o seguindo. Como não sei sobre a reação desses animais, e por ela (devia ser uma fêmea) ter uma cria, tratei rapidamente de me enfiar na barraca e fazer o mínimo de sinal de vida. Fiquei de ouvidos alertas e num momento ouvi o ronco do bicho próximo da barraca. Mas depois não ouvi mais nada e pude relaxar e dormir.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ximHLpP5WF4/Xb-IKUVP0DI/AAAAAAAA7fU/CtbdzHNvFx89hkcOSVu0htMisS4DSdoqACK4BGAYYCw/s1600/20190703_132519.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-ximHLpP5WF4/Xb-IKUVP0DI/AAAAAAAA7fU/CtbdzHNvFx89hkcOSVu0htMisS4DSdoqACK4BGAYYCw/s640/20190703_132519.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pico Las Azagayas</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>9º DIA - 03/07/19 - de Laguna de los Caballeros a Jarandilla de la Vera</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 9h10 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 2394m em Pico La Covacha</span><br />
<span>Menor altitude: 611m em Jarandilla de la Vera</span><br />
<span>Resumo: um dia longo e difícil percorrendo inicialmente alguns dos cumes mais altos da Serra de Gredos para em seguida descer 1783m até a cidade de Jarandilla de la Vera</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Quando comecei a caminhar nesse dia não tinha idéia de quão extenuante ele seria. A travessia da crista rochosa dos picos La Covacha e Las Azagayas foi o trecho mais exigente de todo esse trekking.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Deixei o acampamento da Laguna de los Caballeros às 9h44 felizmente sem sinal do javali e seu filhote. Em vez disso eram as vacas que visitavam a laguna nessa hora. Contornei a lagoa pela margem esquerda (sul) e tomei a trilha de subida da encosta. É uma subida por canchal (ladeira de pedras desmoronadas) também mas a trilha está definida e sinalizada por totens. Às 10h20 atingi a crista e pude visualizar o outro lado (sul) mas estava mesmo é num selado, ou seja, tinha de subir bastante ainda. Às 10h38 fui para a direita (noroeste) na crista e subi por caminho praticamente só de pedras. Escalaminhei uma parede, subi por lajes e segui os totens. Às 11h31 atinjo o cume do Pico La Covacha (2394m), ponto mais alto de todo esse trekking, com coluna de concreto e vértice geodésico. A visão é de 360º. A longa crista que se estende para oeste é o limite entre as comunidades autônomas de Castela e Leão (ao norte, província de Ávila) e Extremadura (ao sul, província de Cáceres). Dali observo que a face esquerda (sul) dessa crista é recoberta de piornos, enquanto a cumeeira e a face direita (norte) são de pura pedra. Continuando às 11h56, avisto dois lagos bem distantes ao norte e um deles tem uma barragem (a maior com barragem é a Laguna del Barco ou Laguna de Galin Gómez e a menor é a Laguna Cuadrada).</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>O caminho pela crista é um sobe-e-desce por pedras e a dificuldade vai aumentando. Às 12h17, junto ao marco de granito do Pico El Poyo, fui alcançado por um casal (que surpresa!) que subiu de uma cidade próxima só para percorrer essa crista. Dali já avisto uma outra crista para o sul que descerei após terminar essa de cumes em que estou. Porém dali em diante a dificuldade foi ainda maior, as ladeiras de pedras se tornaram bastante íngremes. O trecho próximo ao Pico Las Azagayas (2367m), aonde cheguei às 12h47, foi o mais difícil.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Continuo mais 240m para oeste de Azagayas e finalmente termina essa crista rochosa. Ufa! Alcanço assim às 13h24 a outra crista que avistei e ali há caminhos para a direita (noroeste) e esquerda (sul), dependendo do roteiro que se quer fazer. O meu destino era para o sul. Uma placa ali aponta para os picos Covacha e Azagayas e diz "Ruta Travesía de la Alta Extremadura". Nesse local estou saindo do Parque Regional de la Sierra de Gredos e estou nos limites da Reserva Natural Garganta de los Infiernos, mas não entro nela nesse dia (só no dia seguinte). Também estou deixando a comunidade autônoma de Castela e Leão e entrando na de Extremadura. Isso corresponde (mais ou menos) a sair de um estado e entrar em outro no Brasil.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-qD7q4d5aEmU/Xb-IgqjsKAI/AAAAAAAA7fg/ibi2eN-gtdQLD1anLZqX2-Ed-6xqTnabgCK4BGAYYCw/s1600/20190703_094602.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-qD7q4d5aEmU/Xb-IgqjsKAI/AAAAAAAA7fg/ibi2eN-gtdQLD1anLZqX2-Ed-6xqTnabgCK4BGAYYCw/s640/20190703_094602.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Laguna de los Caballeros</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Às 13h58 inicio a descida da crista entre piornos floridos, porém na parte mais baixa dela (selado) um impasse: à minha frente (sudoeste) ela sobe para uma sucessão de cumes rochosos (Cerro Estecillo) que eu temia que fossem tão difíceis quanto os anteriores. O próprio nome não é animador: Cuerda Mala. E eu precisava descer e não subir mais. Que alternativas tenho? À minha direita (oeste) se abriu um amplo vale e tento descer a ele, mas a trilha e os totens vão sumindo e resolvo voltar à crista para tentar o outro lado (leste) às 14h43. Inicialmente há uma trilha descendo mas ela desaparece e continuo na direção de totens, porém num caminho complicado entre pedras e moitas duras de piorno. Às 15h55 cruzo uma riacho pelas pedras (primeira água desde a Laguna de los Caballeros) e o acompanho na sua descida pela encosta pois avisto trilha abaixo na direção que eu preciso (sul). Uma vez na trilha bem marcada às 16h24, passo por campos de piorno, mais pontos de água e por vacas pastando. Às 17h44 cruzo um muro de pedras por um portão de ferro caído e encontro caminhos para o norte, sul e oeste, com muitos totens. O caminho que chega do norte vem do Cerro Estecillo e é a alternativa que rejeitei lá no alto 3 horas antes, mas deve ser a trilha mais usada. Se é pior ou melhor do que a opção que fiz só saberei quando um dia repetir essa travessia.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Avisto dali uma grande clareira na crista a sudoeste com a Capela-Refúgio de Nuestra Señora de las Nieves e é para lá que devo seguir. Às 18h05 desço para oeste mas a trilha vai girando para o sul. Passo por uma choupana redonda de pedras, coberta de palha e quase desabando. Bem abaixo cruzo às 18h48 um riacho pelas pedras e paro por 17 minutos. Na encosta oposta passo a seguir um canal de água e depois uma trilha. Às 19h34 chego à Capela-Refúgio de Nuestra Señora de las Nieves e de lá avisto a pequena cidade de Guijo de Santa Bárbara. Na descida para a cidade há um trecho inclinado com pedras soltas meio complicado. Tomo a direita numa bifurcação, cruzo uma pequena ponte de madeira e atravesso uma mata de carvalhos (robles). No cruzamento de caminhos com painel sobre a fauna sigo em frente. Saio numa estrada às 20h29 e vou para a esquerda. Após uma longa curva para a esquerda essa estrada desemboca em outra e vou para a direita. Na bifurcação seguinte desço à esquerda na direção da cidade, mas estava errado, a rua termina numa casa. Voltei e tomei a direita.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Algumas curvas depois já estou entrando na cidade de Guijo de Santa Bárbara, às 21h06. Numa bifurcação em que há um painel da Reserva Natural Garganta de los Infiernos vou para a esquerda seguindo a placa de Jarandilla (se tivesse tomado a direita teria conhecido o centro e suas casas mais antigas). Às 21h20 saio da cidade e a placa na estrada indica Jarandilla de la Vera a 3,5km (o gps mediu 4,5km). Mesmo tarde resolvi ir para Jarandilla porque lá há um camping e porque esse trecho de asfalto seria melhor fazer nesse horário mais fresco, sem o forte calor que começa logo cedo. Há um caminho mais curto entre as duas cidades, mas naquele momento não tinha essa informação como certa. Cheguei ao centro de Jarandilla de la Vera às 22h18, já de noite, e me surpreendi com a agitação da pequena cidade. A rua principal tem bares e restaurantes com mesas na calçada e o movimento era grande.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Procurei pelo Hostal Marbella mas ele fechou já há alguns anos. A partir do centro caminhei mais 1,3km para o norte (parte pela rodovia, no escuro) até o Camping Jaranda, aonde cheguei às 22h42, a tempo ainda de jantar. Altitude de 616m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-TACLWFhNcX8/Xb-I7LmW9sI/AAAAAAAA7fs/ovWOhB7sww08GorCdxE3IApB7l7SDUUPwCK4BGAYYCw/s1600/20190704_160827.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-TACLWFhNcX8/Xb-I7LmW9sI/AAAAAAAA7fs/ovWOhB7sww08GorCdxE3IApB7l7SDUUPwCK4BGAYYCw/s640/20190704_160827.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Poço na Garganta del Yedrón</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>10º DIA - 04/07/19 - de Jarandilla de la Vera à Garganta de los 3 Cerros (ou quase)</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 6h15 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 1476m em Collado de las Yeguas</span><br />
<span>Menor altitude: 611m em Jarandilla de la Vera</span><br />
<span>Resumo: primeiro dia da Ruta de Carlos V com início em Jarandilla de la Vera, subida de 865m e descida de 435m até o local de acampamento</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Jarandilla de la Vera é a primeira cidade desse trekking que tem supermercado (Carrefour Express, Dia e Coviran).</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Saí do Camping Jaranda às 10h45 e fui ao centro para duas coisas: comprar mais comida e pegar informações sobre a Ruta de Carlos V (PR-1 ou PR CC 1), que liga Jarandilla de la Vera a Tornavacas. Porém no posto de informação turística o sujeito não quis nem me dizer onde iniciava essa trilha, alegando que ela não estava em boas condições e que eu iria me perder. Aquela conversa mole de sempre.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Saindo do posto de informação às 11h52 tomei a direção do Camping Jaranda (norte) e logo após o Hotel Rural Robles entrei à direita na rua com marco de madeira com plaquinha PR-CC 1 (e faixas branca e amarela de PR). Depois novamente na primeira rua à direita, com placa "GR 111 - A Guijo de Santa Bárbara 1 hora" e as faixas branca e vermelha de GR. Após uma curva para a esquerda uma bifurcação: tomei a esquerda e o calçamento dá lugar a uma rua de terra (a direita sobe a Guijo de Santa Bárbara em 2,5km). Uma placa informa que estou na Ruta de los Puentes, sinalizada com faixas branca e verde de trilha local. A rua termina no portão de uma cerca à esquerda e ali nasce a trilha, às 12h13. Tomo o rumo norte por dentro da mata e 120m depois vejo o Camping Jaranda entre as árvores à esquerda.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h30 cruzo a Puente de Palo (de madeira e pilares de pedras) sobre a Garganta de Jaranda e encontro a primeira placa da Ruta de Carlos V para confirmar que estou no caminho certo. Cerca de 110m depois chego a uma estrada de terra e vou para a esquerda por 160m, onde tomo a estradinha à direita numa curva bem fechada. Cruzo um pomar com cerejas maduras e aproveito para me deliciar. Subindo ainda por estradinha chego a uma rodovia (que vem de Guijo de Santa Bárbara, à direita). Vou para a esquerda por 110m e entro na trilha à direita para dentro da mata com sinalização de PR-CC 1. Às 13h04 chego a uma bifurcação em T e vou à direita, mas por apenas 20m, entrando numa trilha que sobe à esquerda com sinalização PR. Às 13h14 vou à esquerda em nova bifurcação e 4 minutos depois, antes de sair da sombra da mata, paro por causa do calor. Continuo às 13h35. Na subida avisto a cidade de Jarandilla ficando para trás, bem como Guijo de Santa Bárbara e a Capela-Refúgio de Nuestra Señora de las Nieves.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-F5byWYAd8sY/Xb-JOYXL25I/AAAAAAAA7f4/Dv79KOpUdLQONsin38f1z1XoJsePBALKwCK4BGAYYCw/s1600/20190704_181623.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://2.bp.blogspot.com/-F5byWYAd8sY/Xb-JOYXL25I/AAAAAAAA7f4/Dv79KOpUdLQONsin38f1z1XoJsePBALKwCK4BGAYYCw/s640/20190704_181623.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Vista do Collado de las Yeguas</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Às 13h54 encontro uma estrada de terra onde devo ir para a esquerda (oeste), mas antes vou conferir a tal Fuente de los Pilones que a placa indica. O que encontro é um cocho de concreto com água parada e cheio de abelhas. Mesmo sem pegar água paro na sombra de um carvalho centenário para um lanche. Voltando à estrada de terra às 14h31 vou à esquerda (oeste) e em 250m ela termina numa bifurcação de trilhas - vou para a direita reentrando na mata. Segui a sinalização PR e ao sair da mata há uma casa de pedra no alto à direita. Mais 160m e alcanço às 15h uma casa de pedras abandonada com placa de Senda de las Culatas, o início de uma trilha que desce à cidade de Aldeanueva de la Vera, que avistaria daí a alguns minutos. Numa bifurcação 60m depois da casa abandonada vou à direita e cruzo uma cerca aberta.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>A partir daí já visualizo a crista de serra que terei de transpor em meu caminho para Tornavacas e logo entro no grande vale da Garganta (rio) del Yedrón. Cruzo uma ponte de madeira sobre esse rio às 16h10, após um lanche junto a um lindo poço de águas transparentes e fundo de pedras (essa foi a primeira água do dia). Agora pela margem direita verdadeira do rio a subida se dá em zigue-zague. Às 17h08 alcanço uma bifurcação em T e subo para a direita; à esquerda desce a Senda de los Arrieros, outro caminho para Aldeanueva de la Vera. Com mais 140m, às 17h12, chego ao Collado de las Yeguas, ponto mais alto da Ruta de Carlos V (1476m). Aqui entro na Reserva Natural Garganta de los Infiernos, aquela que apenas "toquei" nas proximidades de Cuerda Mala no dia anterior. Uma placa me informa que tenho mais 4h30 até Tornavacas. A quantidade de lixo na trilha foi a maior até agora em toda essa travessia. Isso ajuda a explicar a proibição do camping selvagem nos parques da Espanha.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Parei para descansar e retomei a caminhada apenas às 18h24, descendo no sentido norte-noroeste com todo visual da reserva natural à minha frente. Logo estou caminhando na encosta da margem esquerda da Garganta del Hornillo, rio ao qual desço para cruzar por uma ponte. Ali descanso por 24 minutos. Na clareira 110m depois da ponte vou à esquerda às 19h19 seguindo as placas. Dez minutos depois vou à esquerda na bifurcação e aparece um calçamento de pedras na trilha. Às 19h38 cruzo a ponte sobre o Arroyo de Colmenillas, que se junta à Garganta del Hornillo formando a Garganta del Collado de las Yeguas, a qual mais abaixo se afunila num profundo cânion. Às 19h56 entro na floresta de carvalhos e logo passo pelos Escalerones, uma clareira à esquerda com degraus de pedra que dão vista para o cânion. Às 20h22 passo por uma fonte de água (Fuente Peñalozana, a última do dia). A partir do Collado (selado) de la Encinilla, às 20h52, inicia uma descida em zigue-zague pela mata. Comecei a procurar algum lugar onde pudesse montar a barraca pois já avistava casas à frente e ouvia latidos ao longe. Na descida estava difícil encontrar um lugar plano, então tratei de parar num que achei às 21h13 mesmo sendo um pouco cedo ainda. Altitude de 1041m.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-kBxSSIKlU7Y/Xb-Jh2oeXeI/AAAAAAAA7gE/7RGiGkkBi7Qhk5n3f_OmL3R1LiAToPYjwCK4BGAYYCw/s1600/20190705_100709.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-kBxSSIKlU7Y/Xb-Jh2oeXeI/AAAAAAAA7gE/7RGiGkkBi7Qhk5n3f_OmL3R1LiAToPYjwCK4BGAYYCw/s640/20190705_100709.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Garganta de los 3 Cerros e a Ponte Nova</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<b><span>11º DIA - 05/07/19 - da Garganta de los 3 Cerros a Tornavacas</span></b><br />
<span><span><br /></span>
<span>Duração: 3h45 (descontadas as paradas e erros)</span></span><br />
<span>Maior altitude: 1041m no local de acampamento</span><br />
<span>Menor altitude: 716m</span><br />
<span>Resumo: segundo dia da Ruta de Carlos V com descida de 325m e chegada a Tornavacas. Nesse dia pretendia ainda subir o Pico Calvitero para encerrar a caminhada na cidade de Candelário, porém o calor terrível que fazia diariamente alterou os meus planos.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Deixei o local de acampamento às 9h33 e continuei descendo. Em 5 minutos cheguei a uma bifurcação em T com a trilha mais marcada e placas informando as distâncias a Jarandilla (17,5km) e Tornavacas (9,5km). Desci à direita e uns 80m depois vi que a fonte de Robledo Hermoso secou completamente. Aos poucos a visão vai se ampliando para os vales dos rios Garganta de los 3 Cerros e Garganta de los Infiernos. Depois avisto a Ponte Nova, para onde devo descer. Às 10h18 nova bifurcação com placas. Uma delas aponta Pilones 1 hora para a esquerda, este um dos mais bonitos atrativos da Reserva Natural Garganta de los Infiernos, porém não estava no meu roteiro. Continuei para a direita e em 4 minutos cheguei à Ponte Nova (ou Ponte de Carlos V), que de nova não tem nada pois tem origem medieval. Ela cruza a Garganta de los 3 Cerros, que mais abaixo se junta à Garganta del Collado de las Yeguas para formar a Garganta de los Infiernos. Essa foi a única água da trilha desse dia (a próxima só em Tornavacas).</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Subindo, às 11h02 entrei na floresta de carvalhos e 240m depois cheguei a uma estradinha de terra, onde aproveitei a sombra para descansar. Fui para a esquerda. Às 11h37 entroncou uma outra estradinha vindo da esquerda e eu saio da mata para a direita. Às 11h45 chego ao Collado de las Losas, um cruzamento de muitos caminhos (com placas): primeiro vou à direita numa estrada de terra, mas 25m depois entro à esquerda numa trilha com placa de Ruta de Carlos V. Desço pela sombra da mata de novo e assim passo para a outra vertente dessa pequena serra, entrando no vale de Jerte. Uns 130m abaixo vou em frente num cruzamento em que à esquerda se desce à cidade de Jerte, visível lá embaixo no vale.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Às 12h16 aparece a primeira plantação de cerejas e eu não resisto a roubar algumas. Às 12h24 a trilha termina numa estrada de terra e vou para a direita. À esquerda da estrada outra plantação enorme de cerejas. Dali já visualizo a Serra de Candelário, meu suposto destino nesse dia. Nas duas bifurcações seguintes vou à esquerda e na trifurcação às 12h40 sigo pelo caminho do meio. Às 12h52 vou à direita numa bifurcação em T e 4 minutos depois vou à esquerda, descendo e quase voltando. Às 13h01 chego a uma estrada e vou para a esquerda. Quatro minutos depois vou à direita e saio da Reserva Natural Garganta de los Infiernos. A partir daqui a Ruta de Carlos V coincide com uma etapa da famosa e longa trilha GR 10, que vai de Valência a Lisboa.</span></span><br />
<span>
</span>
<br />
</span></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-nv-gTlwzUu4/Xb-J5WGIuqI/AAAAAAAA7gQ/WuZ9I3TdN7Q9bBaSKKbeqJOAQgfKrDWOwCK4BGAYYCw/s1600/20190705_100014.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span><img border="0" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-nv-gTlwzUu4/Xb-J5WGIuqI/AAAAAAAA7gQ/WuZ9I3TdN7Q9bBaSKKbeqJOAQgfKrDWOwCK4BGAYYCw/s640/20190705_100014.jpg" width="640" /></span></a></span></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Garganta de los 3 Cerros e Garganta de los Infiernos</i></span></span></td></tr>
</tbody></table><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;">
<span>Os pés de cereja são milhares, o Vale de Jerte é um dos maiores produtores dessa fruta na Espanha, e eu não resisto a comer punhados delas, mesmo quentes do sol (as consequências disso viriam rapidinho...). A estradinha se torna concretada e às 13h58 tomo o caminho à esquerda, de terra, entrando na trilha à direita 30m depois. Ela parece terminar num portão de ferro mas continua à direita dele. Às 14h17 a Ruta de Carlos V continua pelo asfalto. Uns 190m depois vou à esquerda na bifurcação e cruzo a ponte sobre o Rio Jerte. A GR 10 continua à direita em direção a Puerto de Tornavacas. Subo 200m e tomo à direita a rua principal da cidade de Tornavacas. A caminho do centro parei para descansar junto a uma fonte de água potável com banco às 14h33.</span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Ali decidi abortar a continuação da travessia em direção à cidade de Candelário porque o calor estava realmente insuportável (além do ar seco) e eu teria um desnível de 1498m a enfrentar até o Pico Calvitero ainda nesse dia. A escassez de fontes de água era um grande problema nesse calor todo. Dei por encerrada a caminhada e esperei o próximo ônibus para Salamanca, que só passou às 19h16 (ônibus para Plasencia para no dia seguinte tomar outro para Salamanca). Em Salamanca vi um termômetro de rua marcar 37ºC.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Altitude em Tornavacas: 902m (no ponto de ônibus da rodovia)</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<b><span>Informações adicionais:</span></b></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. Folheto do Parque Regional de la Sierra de Gredos com mapa: <a href="https://patrimonionatural.org/documentos/descarga/folletos/sierra-de-gredos-455">patrimonionatural.org/documentos/descarga/folletos/sierra-de-gredos-455</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. Refúgio Elola: pernoite 10 €, almoço ou jantar com menu do dia 12,50 €, café da manhã 5 €, meia pensão 25,50 €, pensão completa 31 €. Reserva obrigatória pelo site <a href="http://www.refugiolagunagrandegredos.es/" target="_blank">www.refugiolagunagrandegredos.es</a>.</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. Camping Jaranda: barraca 10 € (para 1 pessoa), jantar a la carte com preços em torno de 10 €. Wifi grátis. Site: <a href="http://campingjaranda.es/" target="_blank">campingjaranda.es</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. ônibus Madri-Cuevas del Valle: <a href="http://samar.es/" target="_blank">samar.es</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. ônibus Madri-Bohoyo: <a href="http://www.cevesa.es/" target="_blank">www.cevesa.es</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. ônibus Madri-Jarandilla de la Vera: <a href="http://samar.es/" target="_blank">samar.es</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. ônibus Madri-Tornavacas: <a href="http://www.cevesa.es/" target="_blank">www.cevesa.es</a></span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>. roteiro adaptado a partir das informações do guia Lonely Planet Walking in Spain, 3ª edição, 2003</span></span><br />
<span><span><br /></span>
<span>Rafael Santiago</span></span><br />
<span>junho-julho/2019 <br /></span></span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span></span></span></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-9C8wcJ7rogo/YTzeygitUXI/AAAAAAAA9Rg/owi53JKszeIME2O1eAT0g2vEooaTaFiTACLcBGAsYHQ/s1280/Gredos%2BCaltopo%2Bsat%25C3%25A9lite.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-9C8wcJ7rogo/YTzeygitUXI/AAAAAAAA9Rg/owi53JKszeIME2O1eAT0g2vEooaTaFiTACLcBGAsYHQ/w640-h360/Gredos%2BCaltopo%2Bsat%25C3%25A9lite.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Percurso completo da travessia na imagem do satélite</i></span></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span></span></span></span></div><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span></span></span></span></p><p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small;"><span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-WniLec_VrHY/YTzeyvSSUvI/AAAAAAAA9Rc/Tnbp5fDVrQgwmNHDbHcDqLqpvMEObOwOwCLcBGAsYHQ/s1280/Gredos%2BCaltopo%2BTF%2BOutdoors.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-WniLec_VrHY/YTzeyvSSUvI/AAAAAAAA9Rc/Tnbp5fDVrQgwmNHDbHcDqLqpvMEObOwOwCLcBGAsYHQ/w640-h360/Gredos%2BCaltopo%2BTF%2BOutdoors.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Percurso completo da travessia na imagem topográfica </i></span></span></td></tr></tbody></table></span></span></span></p><p></p>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-82313953173692977952019-10-06T20:31:00.013-07:002021-09-11T12:24:23.328-07:00Circuito no Parque Nacional Sierra de Guadarrama (Espanha) - jun/19<div><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-x48ShTxc230/XZqtQs9IEEI/AAAAAAAA7L4/a4juC-k6d4woFHNKsQX5vS1Ay1op9QRZwCK4BGAYYCw/s640/20190621_140049.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Siete Picos </i><br /></div><div> <br /> Início: Cercedilla<br /> Final: Cercedilla<br /> Duração: 5 dias<br /> Maior altitude: 2427m no Pico Peñalara <br /> Menor altitude: 1027m na ponte sobre o Rio Manzanares<br /> Dificuldade: média para quem está acostumado a trilhar com mochila cargueira. Há muita subida e muita descida todos os dias, com desníveis positivos (subidas) que chegam a 1227m (4º dia) e 1435m (1º dia).<br /> <br /> A Serra de Guadarrama se localiza a cerca de 70km a norte-noroeste de Madri e é avistada tanto dessa cidade quanto da cidade de Segóvia. Para proteger seus recursos naturais foi criado o Parque Nacional de la Sierra de Guadarrama.<br /> <br /> Esse parque nacional é bastante novo, criado em junho de 2013, mas ele veio para ocupar áreas já pertencentes a dois outros parques: o Parque Natural de la Cumbre, Circo y Lagunas de Peñalara, de 1990, e o Parque Regional de la Cuenca Alta del Manzanares, de 1985.<br /> <br /> Há vários roteiros possíveis de caminhada pelo parque nacional, com duração de um ou vários dias. Eu escolhi fazer um trajeto de forma circular a partir da cidade de Cercedilla que percorresse seis dos cumes mais altos da serra: Peñalara (2427m), Cabeza de Hierro Mayor (2376m), Bola del Mundo ou Alto de las Guarramillas (2254m), La Maliciosa (2219m), Siete Picos (2117m) e Peña Águila (2011m). Essas altitudes parecem bastante modestas, inclusive se comparadas às montanhas mais altas do Brasil, porém todos esses picos ficam cobertos de neve no inverno, o que obriga ao uso de equipamentos apropriados.<br /> <br /> A maior parte desse meu trajeto acontece dentro da área do parque nacional, com uma pequena parte dentro da área atual do Parque Regional de la Cuenca Alta del Manzanares, porém não há nenhuma sinalização nas trilhas indicando os limites desses parques. Por não ter essa informação exata, prefiro não mencionar no texto onde possivelmente entro e saio deles.<br /> <br /> QUANDO IR<br /> <br /> Para trekking o verão, para esqui o inverno. Como nos meses de férias de verão há muita procura por essa região, o guia Lonely Planet recomenda o trekking nos meses de junho e setembro. <br /> <br />CAMPING SELVAGEM <br /> <br />O camping selvagem é proibido em toda a Espanha. Ou permitido com muitas restrições em algumas comunidades e parques. Vamos detalhar isso um pouco. </div><div> </div><div>Primeiro é preciso falar da pequena confusão que existe na Europa entre os termos "camping selvagem" e "bivaque". No Brasil entendemos ambos os termos como pernoitar em um local não estruturado, não destinado a esse fim, escolhido ao acaso. A diferença para nós é que o "camping selvagem" pressupõe montar uma barraca ou alguma cobertura, e o "bivaque" é simplesmente dormir a céu aberto, com um saco de dormir ou saco de bivaque apenas. <br /><br /> Na Europa nem sempre o entendimento é dessa forma. No caso da Espanha, segundo os sites consultados, os conceitos são os seguintes:<br /> . acampada libre: montar a barraca e permanecer vários dias com ela montada num local não estruturado<br /> . acampada nocturna ou pernocta con tienda: montar a barraca ao anoitecer e desmontar ao amanhecer, típico de uma caminhada de longa duração<br /> . vivac: dormir sem barraca ou outra cobertura montada <br /><br /> Já em outros países, como a França, os dois conceitos acima de "acampada nocturna" e "vivac" são chamados de "bivouac", ou seja, para os franceses bivacar é passar uma noite num local não estruturado, com ou sem barraca. Já a "acampada libre", a ideia de permancer vários dias com a barraca montada, na França se chama "camping sauvage". <br /><br /> Como estamos tratando da Espanha nesse relato, vamos colocar esses termos tal como os espanhóis os entendem. <br /><br /> A "acampada libre" (pernoite com barraca montada por vários dias) é proibida em toda a Espanha, inclusive em todos os parques nacionais e regionais. Algumas comunidades autônomas a permitem, mas com muitas restrições (ver abaixo). Já a "acampada nocturna" é permitida em três dos dez parques nacionais da Espanha continental (Ordesa y Monte Perdido, Picos de Europa e Sierra Nevada), com restrição de horário para montar e desmontar a barraca e somente acima de determinada altitude. O "vivac" (pernoite sem barraca) é permitido apenas nos três parques citados e aqui no Parque Nacional de la Sierra de Guadarrama. A questão fica nebulosa quando a normativa do parque proíbe explicitamente a "acampada libre" mas não fala nada sobre a "acampada nocturna" e o "vivac". <br /><br /> Quando o trekking é feito fora das unidades de conservação o que vale é a legislação do município e da comunidade autônoma. Fontes de consulta sobre as normas das comunidades autônomas são <a href="https://ani4x4.com/es/viaje/es-legal-acampar-en-la-naturaleza/" target="_blank">este site</a> e <a href="http://www.jurides.com/al-aire-libre/acampada-libre" target="_blank">este site</a>. Neles vemos que a maior parte das 17 comunidades autônomas proíbe a "acampada libre" e a "acampada nocturna", ou as permite com muitas restrições como: distância mínima de cidades e estradas, número reduzido de barracas e pessoas, tempo máximo de permanência, exigência de permissão das autoridades locais. Mas a legislação do município é superior à da comunidade autônoma, o que torna ainda mais difícil saber se o acampamento (com ou sem barraca) é permitido em determinado local. <br /><br /> Este trekking atravessa duas unidades de conservação: o Parque Regional de la Cuenca Alta del Manzanares e o Parque Nacional de la Sierra de Guadarrama. Em ambos a "acampada libre" é proibida (veja <a href="https://www.comunidad.madrid/transparencia/sites/default/files/plan/document/601_821_mgr_cit_13710_prcam_prug_0.pdf" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://www.parquenacionalsierraguadarrama.es/es/visita/info-act/90-normas" target="_blank">aqui</a>). Como mencionei, o "vivac" (dormir sem barraca montada) é permitido no Guadarrama, mas somente no núcleo Peñalara e acima de 2100m de altitude (veja <a href="http://www.parquenacionalsierraguadarrama.es/es/visita/contacto-cv/cv-penalara" target="_blank">aqui</a>). Nos arredores desses parques vale a legislação das comunidades autônomas de Madri e Castela e Leão. Ambas também proíbem a "acampada libre" (veja <a href="http://www.madrid.org/wleg_pub/secure/normativas/contenidoNormativa.jsf?opcion=VerHtml&nmnorma=516" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://noticias.juridicas.com/base_datos/CCAA/508514-orden-fym-510-2013-de-25-jun-ca-castilla-y-leon-regulacion-del-uso-del.html" target="_blank">aqui</a>), sem referência nos textos oficiais à "acampada nocturna" e ao "vivac". <br /><br /> O que fazer durante uma longa travessia então?<br /> Se você for adepto do bivaque (dormir apenas com saco de dormir, sem barraca) não deverá ter problema algum. Se quiser montar a barraca, escolha um local bem discreto e afastado, fora do caminho e bem longe de estradas e casas. Monte a barraca ao anoitecer e desmonte ao nascer do sol. Deixe o local exatamente como o encontrou, as regras de mínimo impacto devem ser sempre seguidas (veja <a href="http://caminhodamataatlantica.org.br/minimo-impacto" target="_blank">aqui</a>). Para quem gosta de fazer fogueira, é melhor esquecer. <br /><br />REABASTECIMENTO DE COMIDA</div><div><br /> Há mercados em Cercedilla (1º e último dias) e Manzanares El Real (onde pretendia ficar no Camping El Ortigal no 3º dia). Puerto de Cotos (1º e 2º dias) tem o bar-restaurante Venta Marcelino, além do restaurante do Refugio de Cotos. Puerto de Navacerrada (4º dia) tem restaurantes e um pequeno comércio, mas encontrei tudo fechado. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-QC4GdR2gWjw/XZqtjdfxy7I/AAAAAAAA7ME/p1X2US41CLMoT6hf_29Nzw04mFsSdY0sgCK4BGAYYCw/s640/20190617_131334.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Vista do Pico Peña Águila </i><br /></div><div> <br /> 1º DIA - 17/06/19 - de Cercedilla a Puerto de Cotos com subida do Pico Peña Águila <br /> <br /> Duração: 8h05 (descontadas as paradas e erros)<br /> Maior altitude: 2011m no Pico Peña Águila<br /> Menor altitude: 1140m na ponte do Rio de la Venta, em Cercedilla<br /> Resumo: nesse dia encarei as primeiras subidas da caminhada com desníveis de 871m desde Cercedilla ao Pico Peña Águila, depois 149m até Puerto de la Fuenfría e 415m da rodovia CL-601 até Puerto de Cotos<br /> <br />Na estação Chamartín, em Madri, tomei às 8h10 o trem Renfe com destino à pequena cidade de Cercedilla, aonde cheguei às 9h20. Demorei algum tempo para encontrar o início da trilha para o Pico Peña Águila pois não havia indicação e o caminho não era nada óbvio. O trajeto é o seguinte: saindo da estação do trem deve-se descer a rua à esquerda (sudoeste) por 100m até sua guinada para a esquerda (sudeste), onde ela passa por baixo da linha férrea através de um túnel - não é pelo túnel o caminho. Exatamente nessa guinada deve-se cruzar a ponte (Rio de la Venta) e o estacionamento em frente (ainda sentido sudoeste) para encontrar sob as árvores uma trilha com placas de Sendero Ródenas (toda pichada) e Camino Puricelli (com mapa). Outra alternativa é caminhar a partir da plataforma da estação ao longo da linha férrea para sudoeste e encontrar a mesma trilha num ponto acima das citadas placas. </div><div> </div><div>A partir das placas a trilha sobe em zigue-zague até uma rua de terra que deve ser tomada para a direita, subindo em direção norte (a trilha que sai à direita antes de alcançar a rua não serve). O casarão bem nesse encontro da trilha com a rua de terra funcionava como Albergue El Colladito, mas agora é uma escola infantil (o que não deixa nenhuma opção barata de hospedagem na cidade). Dali já avistei os Siete Picos, o Pico Bola del Mundo (Alto de las Guarramillas é o nome verdadeiro) e Pico La Maliciosa, meus objetivos para os próximos dias nesse trekking, todos a nordeste. Eram 10h20. <br /><br /> Caminhei 640m por essa rua de terra (ignorando um caminho que sai para a direita logo no início dela) e às 10h32 entrei numa trilha à direita (norte) onde há uma placa de Parque Regional de la Cuenca Alta del Manzanares. É um atalho que me levou a caminhar entre muros de pedra e subir a uma clareira alta com a primeira visão ampla para as serras, com destaque para os Siete Picos. Caminhando na direção de uma casa vazia à esquerda (oeste) reencontrei a estrada de terra e segui nela para a direita (norte), mas por apenas 200m pois entrei na trilha à esquerda (noroeste), subindo entre pinheiros. Ali há um cocho de pedra com água corrente. Nas árvores há marcações de PR (Pequeño Recorrido = Percurso Pequeno; <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Peque%C3%B1o_Recorrido" target="_blank">es.wikipedia.org/wiki/Pequeño_Recorrido</a>), que são duas faixas horizontais, uma branca acima e outra amarela abaixo.</div><div> </div><div>Às 11h55 cruzei uma estrada de terra (com círculos vermelhos pintados nas árvores) e continuei subindo pela trilha. Alcancei enfim às 12h09 a crista da serra e nela uma bifurcação em T, onde fui para a direita (norte). Nesse ponto estou entrando na famosa e longa trilha GR 10, que vai de Valência a Lisboa (as marcações em tinta branca e vermelha vão aparecer mais acima). Para mais informações sobre as trilhas GR: <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Sendero_de_Gran_Recorrido" target="_blank">es.wikipedia.org/wiki/Sendero_de_Gran_Recorrido</a>. Não cruzo o muro de pedra da crista por enquanto. Deixo para trás a floresta de pinheiros e continuo paralelamente ao extenso muro de pedras. Já avisto o cume do Pico Peña Águila, com as encostadas tomadas pelo tapete amarelo das flores piorno. A trilha cruza finalmente o muro de pedras apenas 140m antes do cume, aonde cheguei às 13h17. Visão espetacular num dia de céu limpíssimo: La Pinareja e Montón de Trigo ao norte (cumes da Serra Mujer Muerta); Peñalara a nordeste; Siete Picos, Cabeza de Hierro Mayor, Cabeza de Hierro Menor, Bola del Mundo (esses três em Cuerda Larga) e La Maliciosa a leste. Altitude de 2011m e desnível de 871m desde Cercedilla. O vento estava forte e bem frio e usei o muro de pedra como proteção para tomar meu lanche. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/--VJI3a7zWT8/XZquKPfXMRI/AAAAAAAA7MQ/Qvuh91u5GRIm6jdw47W9a8fIE3XpBn6dQCK4BGAYYCw/s640/20190617_131200.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Pico Peña Águila com piornos floridos </i><br /></div><div> <br /> Às 14h iniciei a descida no sentido oposto ao que cheguei (nordeste) e em 12 minutos caí numa estradinha de terra muito chata. Caminhei por ela até um portão de ferro que cruzei às 14h42 e fechei com atenção seguindo a recomendação da placa (para o gado não fugir). Ali passava uma estrada tediosa de terra, mas procurei por trilha e encontrei uma no sentido nordeste, não muito óbvia no começo. A ela entroncou uma outra vindo da direita chamada Camino Viejo de Segovia. Atravessei uma ponte de madeira (água boa), outra ponte (quase sem água) e à direita surgiu a trilha conhecida como Calzada Romana. A Calzada Romana faz uma curva para a direita e eu preferi me manter no Camino Viejo de Segovia por ser mais direto, por isso segui à esquerda. Porém 190m depois fui à direita e passei a caminhar pela larga Calzada Romana, mas por menos de 100m pois alcancei uma estrada de terra às 16h06. Esse é um importante cruzamento de caminhos, inclusive de uma das rotas do Caminho de Santiago: Puerto de la Fuenfría.<br /> <br /> Observação: se tivesse caminhado à esquerda na estrada tediosa teria continuado na GR 10 e chegado a esse mesmo lugar. A partir dali a GR 10 toma a direção sul.<br /> <br /> Um dos significados da palavra puerto em espanhol é "paso entre montañas" ou "collado de montaña", portanto os puertos costumam ser lugares altos que dão passagem de uma vertente a outra da serra/montanha. Após a subida até esse puerto iniciaria uma suave descida.<br /> <br /> Há diversas placas nesse local indicando e explicando os muitos caminhos que por ali passam. Tantas placas que levei algum tempo para encontrar qual seria a continuação do meu caminho em direção a Puerto de Cotos. Mas era só continuar no meu sentido nordeste por uma estradinha de terra entre pinheiros. Um cocho de pedra tinha água corrente. Na primeira bifurcação fui à direita e na segunda, à esquerda. Às 16h44 a estradinha vira trilha e passo a caminhar pelo Carril del Gallo (sem placa mostrando essa informação). Às 17h41 cheguei a uma grande clareira usada como pasto e parei para descansar por 17 minutos com uma vista bastante ampla e bonita. <br /> <br />Continuei no sentido sul (e depois leste) e reentrei na mata de pinheiros. Cruzei uma ponte de troncos e 130m depois alcancei uma estrada de terra, que tomei para a esquerda (norte) (aqui fui explorar uma alternativa à estrada mas não deu em nada, a trilha fechou; gastei 40min nisso). Desprezando as trilhas que nasciam dessa estradinha, às 19h11 cheguei ao asfalto da CL-601, exatamente num local chamado Las 7 Revueltas. Cruzei a cancela e desci à esquerda (nordeste) pela rodovia por 730m até uma cancela igual (à direita), onde entrei numa estradinha de asfalto entre pinheiros. Altitude de 1409m. Parei para descansar por 22 minutos. Nas bifurcações continuei no asfalto até encontrar às 20h35 uma estradinha de terra à direita (leste) com placa de Puerto de Cotos a 3,2km. Passei por quatro riachos e alcancei as casas de Puerto de Cotos às 21h33, ainda com luz do dia (o sol estava se pondo às 21h45). Altitude de 1824m (desnível de 415m desde o asfalto da CL-601). <br /> <br /> Puerto de Cotos não chega nem a ser uma vila, o lugar se resume a uma estação de trem onde funciona um refúgio de montanha (El Refugio de Cotos), o Centro de Visitantes do Parque Nacional Sierra de Guadarrama e um bar-restaurante (Venta Marcelino). Como é proibido acampar de forma livre e não há camping pago busquei hospedagem no refúgio, onde fui o único hóspede da noite já que era uma segunda-feira (no final de semana estava lotado). Lá fui atendido pelo Carlos, que me preparou um saboroso jantar. O único problema ali foi o banho pois a água não esquentava de jeito nenhum. <br /> <br /> Além do trem há ônibus ligando Puerto de Cotos a Madri (veja nas informações adicionais). <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-rMzybuDs1XU/XZquaaH3QdI/AAAAAAAA7Mc/rceGeWLBzdUi-ToqbjF591QhbbORe3yUQCK4BGAYYCw/s640/20190618_164618.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Laguna de los Pájaros </i><br /></div><div> <br /> 2º DIA - 18/06/19 - Pico Peñalara <br /> <br /> Duração: 5h20 (descontadas as paradas e erros)<br /> Maior altitude: 2427m no Pico Peñalara <br /> Menor altitude: 1816m na estação de trem de Puerto de Cotos<br /> Resumo: circuito passando pelo cume do Pico Peñalara a partir de Puerto de Cotos num desnível de 611m<br /> <br /> Após o café da manhã no Refugio de Cotos e uma boa enrolação saí às 11h36 para subir o Pico Peñalara com mochila de ataque apenas. Meu plano era subir pela crista do lado sul-sudoeste e descer pelo lado norte-nordeste, retornando pela face leste do pico. Passei pelo Centro de Visitantes Peñalara do Parque Nacional Sierra de Guadarrama para pegar informações e continuei no sentido nordeste por 370m. Logo após a curva do Mirador de la Gitana continuei pela trilha principal, a RV2, à esquerda (voltaria pela trilha da direita, a RV8). Após vencer um desnível de 611m desde o refúgio, com trechos em zigue-zague e grandes manchas de neve próximas ao caminho, alcancei o cume do Pico Peñalara às 13h34. Ele é o ponto mais alto da Serra de Guadarrama e das províncias de Madri e Segóvia. Dali se avistam Cabeza de Hierro Mayor, Cabeza de Hierro Menor, La Maliciosa e Bola del Mundo ao sul; Siete Picos, Peña Águila, Montón de Trigo e La Pinareja a sudoeste; Segóvia a noroeste.<br /> <br /> Iniciei o retorno às 14h46 seguindo a crista no sentido norte-nordeste. Cerca de 540m depois, num trecho com grandes blocos de pedra, desci pela face direita da crista, mas estava errado, o caminho foi sumindo e a descida se complicando. Voltei e desci pelo lado oposto, à esquerda da crista, onde havia uma trilha mais fácil. Observei depois que algumas pessoas continuavam pelo alto da crista, mas pelo que vi é preciso saltar grandes blocos de pedra bastante expostos. <br /> <br /> Desci por trilha bem marcada e alcancei às 16h45 a Laguna de los Pájaros, onde uma placa alerta para a proibição de banho e a permanência a menos de 3m da margem para evitar a mortalidade de anfíbios, entre outros motivos (porém poucos minutos depois encontrei vacas pastando livremente às margens de outras lagoas). Ali tomei a trilha da direita (sul) e efetivamente iniciei o retorno a Cotos. Cruzei com um grupo grande com mochilas cargueiras que pretendia bivacar no Peñalara sem nenhum medo do vento frio da noite. Às 18h13 parei para fotos no Mirador de Javier e tomei o atalho que sai à direita dele para alcançar em 12 minutos a Laguna Grande de Peñalara, que é cercada com um cabo de aço para evitar a aproximação.<br /> <br /> Saindo da Laguna Grande às 18h54 desci por uma passarela de madeira e depois trilha até a casinha de vigilância e continuei na trilha em frente (ignorando as trilhas da direita e da esquerda). Reentrei na mata, passei por uma bica e reencontrei a trilha da ida (RV2) às 19h38. Passei pelo Centro de Visitantes, pela Venta Marcelino (fechada) e estava de volta ao refúgio às 20h10. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-bI7_Uk6cf3E/XZquvUhu7-I/AAAAAAAA7Mo/Qm61w9DycnQxql2CSiR1rFg9scy1ukvdACK4BGAYYCw/s640/20190619_202237.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>La Pedriza </i><br /></div><div> <br /> 3º DIA - 19/06/19 - de Puerto de Cotos a La Pedriza <br /> <br /> Duração: 7h50 (descontadas as paradas e erros)<br /> Maior altitude: 2376m no Pico Cabeza de Hierro Mayor<br /> Menor altitude: 1478m no acampamento em La Pedriza<br /> Resumo: subida de Puerto de Cotos ao cordão montanhoso Cuerda Larga num desnível de 560m e descida ao "parque" rochoso de La Pedriza num desnível de 898m<br /> <br /> Há dois caminhos possíveis para subir à crista de Cuerda Larga a partir de Puerto de Cotos. Um deles sai diretamente para o sul e passa próximo ao Albergue El Pingarron, o outro sai para leste e é 1,3km mais longo, porém foi o que escolhi (talvez tenha menos sobe-e-desce).<br /> <br /> Saí do refúgio às 10h53 no sentido leste e atravessei todo o estacionamento que fica ao longo da rodovia M-604. No final do estacionamento desci uma escada de madeira e encontrei na mata a trilha que me levaria a Cuerda Larga. Porém ao sair da mata, apenas 170m depois, a trilha sumiu. Cruzando o campo na direção sudeste, entrei em outra mata e reencontrei a trilha junto a uma pequena ponte de tábuas. Uma outra trilha entroncou nessa vindo da rodovia também. Um círculo amarelo pintado nas árvores confirma o caminho. Tomo o rumo sul e depois sudeste, direções que manterei por algum tempo. Cruzo um riacho pelas pedras e desemboco numa estrada, na qual vou para a esquerda, descendo. Atravesso a ponte sobre o Arroyo de las Cerradillas. Encontro outra estrada às 12h01 e desta vez vou para a direita, subindo por um vale com o Arroyo de las Cerradillas à direita. Surgem caminhos à esquerda que exploro tentando evitar a monotonia da estrada, mas foi só perda de tempo (apesar dos sinais vermelhos pintados nas árvores). Felizmente logo a estrada vira trilha (na bifurcação vou à direita), cruzo três pontes, a trilha dá uma guinada para o norte e chego a uma bifurcação com placas às 14h34. Da direita vem a trilha do Albergue El Pingarron, o outro caminho de Cotos. Eu sigo para a esquerda retomando o rumo sul.<br /> <br /> Cruzo quatro riachos em sequência, formadores do Arroyo de las Cerradillas. Alcanço o limite das árvores (1825m) e passo a subir por entre moitas de piornos floridos. Depois vem a parte mais inclinada da encosta da serra com a dificuldade de caminhar por um terreno chamado de canchal (em espanhol) ou scree (em inglês), uma ladeira de pedras desmoronadas. Cruzo um riacho para a direita às 15h26 e essa será a última água até descer para a outra vertente no final do dia. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-u7QXP2O3vLg/XZqu7BHGZ4I/AAAAAAAA7Mw/57FX-0lwEBMCC30hvlTpZVeymk9n735WwCK4BGAYYCw/s640/20190619_203114.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>La Pedriza </i><br /></div><div> <br /> Às 16h40 alcanço enfim a crista de serra conhecida como Cuerda Larga. Desnível de 505m desde as placas. Dali avisto as formações rochosas de La Pedriza, a cidade de Manzanares El Real, meu objetivo deste dia, e bem distante no horizonte a capital Madri. Sigo para a esquerda (nordeste) na bifurcação em T às 17h02. O Pico Cabeza de Hierro Menor (2374m segundo a Wikipedia), segundo mais alto de Cuerda Larga, fica apenas 300m à direita dessa bifurcação, mas não fui até ele.<br /> <br /> Seguindo pela crista (PR-M 11), um desvio de apenas 40m à esquerda me leva ao cume mais alto de Cuerda Larga, o Pico Cabeza de Hierro Mayor, com 2376m de altitude pelo meu gps. Ele é o segundo em altitude da Serra de Guadarrama, perdendo apenas para o Peñalara. Avisto lá do alto o estacionamento de Puerto de Cotos onde iniciei a caminhada desse dia e também as montanhas: Peñalara ao norte; La Pinareja, Montón de Trigo, Siete Picos, Peña Águila e Bola del Mundo a oeste; La Maliciosa a sudoeste; La Pedriza e Manzanares El Real a sudeste; e ao sul-sudeste os prédios de Madri. Desnível de 560m desde o refúgio em Puerto de Cotos. <br /> <br /> Continuando pelo sobe-e-desce da crista no sentido leste passo pelos outros cumes de Cuerda Larga: às 18h08 pela Loma de Pandasco (2247m, segundo a Wikipedia, não fui medir cada um), às 19h06 por Navahondilla (2234m) e às 19h15 por Asómate de Hoyos (2242m). Nesse trajeto tive o primeiro contato com as cabras montesas e estavam em grande número, mas são mansas e ariscas. Cerca de 310m após o último cume sigo os totens e faixas pintadas à direita e abandono a crista de Cuerda Larga, que segue para nordeste, em favor de uma crista secundária a sudeste que me leva ao "parque" rochoso de La Pedriza. O lugar é incrível, com formações fantásticas de granito, algumas lembrando o nosso Parque Nacional de Itatiaia. Há inúmeros caminhos em La Pedriza, muitos deles usados por escaladores para acesso às pedras e suas vias. Vários outros levam ao vale do Rio Manzanares, o qual eu deveria percorrer para alcançar o Camping El Ortigal, a caminho da cidade de Manzanares El Real.<br /> <br /> Dos muitos caminhos ao Rio Manzanares optei pelo mais direto, passando pelo Refugio Giner de los Rios (PR-M 2). Após descer 330m (de altura) desde a crista de Cuerda Larga pela PR-M 2, às 21h02 chego a uma bifurcação em T em Collado del Miradero e vou para a esquerda (ainda PR-M 2), reentrando no bosque de pinheiros cerca de 100m depois. Voltam a aparecer as fontes de água e com elas os locais propícios para o bivaque para quem se aventura escalando as muitas pedras do entorno. Já estava começando a anoitecer (quase 22h) e o camping ainda estava muito longe, então parei no primeiro local plano que encontrei, na altitude de 1478m, para pernoitar. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-2UjnQQJ8Da4/XZqvKMhLSAI/AAAAAAAA7M8/Rkd32AMtIkUHvwLOqj4-kTiRFF9D2YQhQCK4BGAYYCw/s640/20190620_170829.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Sierra de los Porrones </i><br /></div><div> <br /> 4º DIA - 20/06/19 - de La Pedriza a Puerto de Navacerrada <br /> <br /> Duração: 8h10 (descontadas as paradas)<br /> Maior altitude: 2254m no Pico Bola del Mundo<br /> Menor altitude: 1027m na ponte sobre o Rio Manzanares<br /> Resumo: descida de La Pedriza ao Rio Manzanares, em seguida subida aos picos La Maliciosa e Bola del Mundo e descida a Puerto de Navacerrada. Diferença de 1227m entre os pontos mais alto e mais baixo do dia.<br /> <br /> Esse dia e o dia seguinte são de escassez de água. É preciso reabastecer os cantis nas poucas fontes encontradas no começo desse dia para durarem até a tarde do dia seguinte (a menos que se consiga água em Puerto de Navacerrada, que não foi o meu caso). <br /> <br /> De manhã fui explorar o entorno do local onde acampei e encontrei um lajedo com pedras de diversos formatos e tamanhos, uma miniatura do Lajedo do Pai Mateus de Cabaceiras(PB). É bom lembrar que o acampamento selvagem é proibido em quase todos os parques nacionais da Espanha, inclusive neste, mas eu montei a barraca já à noite, desmontei logo cedo e não deixei nenhum vestígio do meu pernoite no local.<br /> <br /> Comecei a caminhar às 8h18 ainda descendo. Apenas 340m depois do local de pernoite, aos 1433m de altitude, encontrei um cruzamento de trilhas mas fui em frente pois era o caminho mais rápido ao Refugio Giner de los Rios e depois ao Rio Manzanares. Continuo na PR-M 2. Aos 1256m encontrei a primeira água do dia. Às 9h28, na altitude de 1179m, uma placa aponta para o refúgio à esquerda, num desvio de 150m da trilha principal. Cruzei uma pequena ponte e depois uma clareira para subir ao refúgio, que encontrei em bom estado porém trancado. A bica ao lado estava quase seca. A clareira tem espaço de sobra para acampar porém logo cedo já começam a passar os trilheiros e escaladores uma vez que há um estacionamento a 2km dali. Voltei à trilha principal às 10h08.<br /> <br /> Às 10h39 cheguei ao Punto de Información Canto Cochino, mas estava fechado (só abre de sábado, domingo e feriado das 9h às 17h). Esse é o ponto de convergência de pelo menos quatro trilhas que descem de La Pedriza e as placas indicam esses caminhos. Foi também o local onde vi mais gente. Dali tomei a direção sul por um calçamento e cruzei às 10h58 a ponte sobre o Rio Manzanares, encontrando do outro lado uma estrada e um pequeno estacionamento. Essa ponte é o ponto de menor altitude do dia e de todo o trekking (1027m) e a última água do dia.<br /> <br /> A estrada quebra para a direita e ao fazer uma curva para a esquerda encontro dois grandes estacionamentos e um ou dois bares (se fosse ao Camping El Ortigal teria que tomar a direção sul aqui). Ao final dos estacionamentos cruzo o asfalto e entro na trilha em frente (oeste). Na bifurcação uns 35m depois vou à esquerda (pois a direita morre no asfalto mais à frente). Cerca de 1,1km depois da bifurcação chego às 11h31 a um cruzamento de trilhas, onde vou para a esquerda, quase voltando. Meu objetivo é subir à crista da Sierra de los Porrones e descer à cidade de Puerto de Navacerrada para pernoite. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-lKO1a3OM51M/XZqvWV5Y1GI/AAAAAAAA7NI/WbO5mBOk58IB_dnkYCTUN8Oy7rntVeO3wCK4BGAYYCw/s640/20190620_173932.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Sierra de los Porrones </i><br /></div><div> <br /> Não percebi uma trilha saindo para a direita e subi até um muro de pedras que fui contornando para a direita até reencontrar a trilha no sentido oeste novamente. Às 12h21 cruzei uma estrada de terra e parei para descansar e me refrescar do forte calor. Os insetos também estavam incomodando um bocado. Nesse ponto há algumas placas e uma delas apontava para o Pico La Maliciosa, meu destino. Faixas amarelas e brancas pintadas indicam ser uma rota de Pequeño Recorrido, nesse caso a PR-M 16. Havia um cocho de pedras mas as bicas estavam secas. Às 13h05 retomei a caminhada agora subindo bastante. Nessa subida pela encosta norte da Sierra de los Porrones tive de fazer mais algumas paradas longas porque o calor estava me tirando a energia. Às 15h53 atingi a crista da serra e fui à direita na bifurcação, subindo, pois a trilha da esquerda desce pela vertente sul da serra. Às 17h22 avistei uma grande formação rochosa à frente e uma nítida trilha subindo ao seu cume: era o Pico La Maliciosa, uma dura subida ainda a enfrentar. As árvores desaparecem.<br /> <br /> Alcancei o cume de La Maliciosa às 18h57 e havia mais duas ou três pessoas. Conversei com um rapaz de Madri que veio fazer um bate-e-volta desde a capital até esse pico e já ia retornar! La Maliciosa é o pico mais alto da Sierra de los Porrones, com 2219m, e dali se avistam: Bola del Mundo e Pico Peñalara ao norte; Cabeza de Hierro Mayor e Cabeza de Hierro Menor a nordeste; La Pedriza a leste; Manzanares El Real e o reservatório Embalse de Santillana a sudeste; Madri ao sul-sudeste; Navacerrada a sudoeste (não é Puerto de Navacerrada, que fica mais acima e não se vê dali); Peña Águila e Siete Picos a oeste.<br /> <br /> Retomei a caminhada às 19h18 em direção a Bola del Mundo e suas horríveis antenas parecendo três foguetes prestes a ser lançados. Continuei pela crista da serra por mais 520m no sentido noroeste e tomei a direita (norte) na bifurcação onde a esquerda desce a vertente sul em direção à cidade de Navacerrada. Desci por um caminho de pedras com bifurcações mantendo a direita e cruzei na parte mais baixa uma outra trilha que corria no sentido leste-oeste. Subi a encosta oposta por caminho largo e cheguei a Bola del Mundo, ou Alto de las Guarramillas, às 20h32. Aqui retorno ao cordão montanhoso Cuerda Larga já que esse pico é o mais ocidental dele, com altitude de 2254m. Mas aquelas antenas causam tanto incômodo que não parei, segui para oeste, agora por estradinha concretada (350m a leste de Bola del Mundo se situa o Ventisquero de la Condesa, local onde nasce o Rio Manzanares, mas não fui até lá para conferir se seria fácil coletar água abaixo do nevado). <br /> <br /> Desci 850m pela estradinha e cheguei a um bar-restaurante que deve funcionar somente no inverno, quando a pista de esqui da face oeste da montanha entra em atividade. Ao lado do bar-restaurante fica a chegada do teleférico que parte de Puerto de Navacerrada, mas a inclinação e o terreno de pedras soltas dificultam a descida direta por ali. Tive de descer pela estradinha de concreto mesmo, com todas as suas curvas e zigue-zagues. Às 21h35 cruzei a cancela ao lado do ponto de partida do teleférico e com mais 5 minutos cheguei a Puerto de Navacerrada, cortada pela rodovia M-601. Altitude de 1862m. Procurei hospedagem no Albergue Peñalara, mas estava fechado. O único lugar aberto e funcionando era o Hotel Residência Navacerrada, porém a mulher fez uma cara de assustada quando me viu entrar de mochila cargueira nas costas e foi logo dizendo que o hotel estava lotado. Já era noite. A única saída era acampar. Procurei o início da trilha do dia seguinte, desviei para dentro da mata com lanterna e encontrei um lugar plano, espaçoso e muito discreto para montar a barraca a menos de 300m da rodovia. <br /> <br /> Há trem e ônibus ligando Puerto de Navacerrada a Madri (veja nas informações adicionais). <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-QhSDu0ReuBo/XZqvmNJRcpI/AAAAAAAA7NU/X5VfenPl9vEBtt7K1f18s_XuocPWjrfagCK4BGAYYCw/s640/20190621_162923.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Siete Picos </i><br /></div><div> <br /> 5º DIA - 21/06/19 - de Puerto de Navacerrada a Cercedilla <br /> <br /> Duração: 6h05 (descontadas as paradas)<br /> Maior altitude: 2117m no Pico Somontano, em Siete Picos<br /> Menor altitude: 1149m na ponte do Rio de la Venta, em Cercedilla<br /> Resumo: subida de Puerto de Navacerrada aos Siete Picos num desnível de 255m e descida a Cercedilla num desnível de 968m<br /> <br /> Desmontei acampamento e voltei à rodovia para ver se havia algum lugar aberto para tomar um café da manhã, mas continuava tudo fechado. Iniciei a caminhada do dia às 8h45 entrando na trilha sinalizada como "Sendero Arias" e "Estacion Ferrocarril" localizada entre o Hotel Residência Navacerrada e o estacionamento dos restaurantes/cafeterias mais acima. Após uma plataforma de teleférico à esquerda o caminho trifurca e fui para a direita. Cruzei uma cancela de ferro e subi à direita e depois esquerda na bifurcação. Cheguei a uma cerca de troncos finos que delimita uma pista de esqui pequena (talvez para iniciantes) e parei para tomar meu desjejum. Às 9h41 continuei subindo pela floresta de pinheiros e alcancei uma grande clareira com outro teleférico. À frente (oeste) já avisto toda a extensão dos Siete Picos. <br /> <br /> Percorro no sentido sudoeste por 230m um caminho largo que vem do teleférico mas o abandono para tomar um outro um pouco mais estreito à esquerda que me leva à formação rochosa com a pequena estátua da Virgen de las Nieves. Dali se avistam o Pico Peñalara, Bola del Mundo, Puerto de Navacerrada e La Maliciosa. A trilha continua a partir dali e corre paralela ao caminho largo que abandonei. Às 10h48 chego a uma grande clareira gramada onde caberiam muitas barracas, ainda com um lindo mirante uns 100m depois (porém não há água). Retomo às 11h07 o caminho largo que havia abandonado e ele começa a se estreitar ao cruzar uma outra trilha - continuo em frente (noroeste) e tomo a esquerda na bifurcação 45m depois. Começo a subir em direção aos cumes de Siete Picos. Nos 2109m de altitude vou à esquerda numa bifurcação em T e 165m depois já estou no ponto mais alto, o pico conhecido como Somontano, de 2117m, às 11h44. Desnível de 255m desde Puerto de Navacerrada. Porém uma forte neblina havia tomado conta do lugar, mal me deixando ver a formação rochosa do pico, o mais oriental do conjunto. <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-EYnVqkmUVbU/XZqvylf9DTI/AAAAAAAA7Nc/Bt2VcT-sjiIq9czkc36qGOv_FCNcecwXgCK4BGAYYCw/s640/20190621_173819%25280%2529.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Piornos floridos </i><br /></div><div> <br /> Às 12h12 continuo pela trilha da crista, que se divide em várias, mas tento sempre me manter na mais alta. Passo por mais um dos cumes, ainda com muita neblina, e às 12h38 surge uma bifurcação em que se deve continuar à esquerda pois a direita desce a vertente norte da montanha. Na bifurcação seguinte vou para a esquerda e passo por mais um dos cumes. A neblina começa a se dissipar e o dia volta a ficar perfeito para fotos. Paro por 46 minutos para almoçar e curtir o visual. Antes de descer a encosta sul da montanha faço um desvio de uns 50m para alcançar mais um dos cumes às 14h37.<br /> <br /> A partir desse ponto inicio a descida e aos poucos reentro na mata de pinheiros. Na altitude de 1906m saio da trilha principal para subir (escalaminhar) o Pico de Majalasna (1935m), o mais ocidental dos cumes de Siete Picos e um tanto afastado dos outros que se encontram na crista. Do seu alto, às 15h36, avisto La Maliciosa e Peña Águila (as nuvens não me deixam ver mais que isso). Só retomo a caminhada às 16h33. Continuando a descida passo por duas fontes de água mas com muito pouca vazão. Essas fontes são a primeira água que encontro desde o Rio Manzanares, na manhã do dia anterior. Às 17h46 cruzei uma estrada de terra com diversas placas e seguindo 120m para oeste encontrei uma bica com mais água sob um abrigo de pedras (Refúgio del Aurrulaque). Parei para descansar e beber bastante água. Ao cruzar essa estrada de terra estou cruzando novamente a GR 10.<br /> <br /> A partir do abrigo tomei às 18h35 a Vereda Alta: desci no rumo noroeste, cruzei outra estrada de terra e na bifurcação abaixo fui à direita (à esquerda um X pintado numa árvore). Às 18h59 parei em mais uma fonte de água. Surgem trilhas vindo da direita e sigo por 115m um muro de pedras, mas ele continua à direita numa bifurcação em que vou para a esquerda. Às 19h41 chego a uma clareira com muitos caminhos para todos os lados. Fica até difícil descrever em detalhe o que fiz, para resumir tomei a direção sudoeste e alcancei o Caminho del Agua, uma trilha bem larga em que há um cano semi-enterrado. Às 20h13 vou à direita numa bifurcação e já começo a marcar algum lugar discreto para acampar em caso de necessidade, porém logo encontro um portão de ferro e depois algumas casas. Às 20h30 chego à periferia de Cercedilla. Primeiro cruzo uma rua e continuo na trilha em frente. Mais abaixo a trilha termina no asfalto da M-966, onde vou para a esquerda. Com mais 290m, às 20h47, estou na estação ferroviária de Cercedilla, onde tudo começou cinco dias atrás. <br /> <br /> Ainda havia trens e ônibus para Madri mas eu não tinha reservado nenhum hostel lá e ia chegar muito tarde (o trem sairia 21h33 e deveria chegar a Madri às 22h37). Procurei hospedagem em Cercedilla mas só encontrei lugar caro. O jeito foi me meter na floresta de novo e encontrar um lugar afastado para montar a barraca. No dia seguinte peguei o trem das 8h30 e cheguei às 9h35 à estação de Chamartín, em Madri. Há opções de ônibus também (veja nas informações adicionais). <br /> <br /><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-Pv_IdJ7f7U4/XZqwAjchVGI/AAAAAAAA7No/npRphD9uvrMAcd2XPtYh8tZL1KwUcEqmgCK4BGAYYCw/s640/20190621_140913.jpg" /></a> <br /></div><div style="text-align: center;"><i>Siete Picos </i><br /></div><div> <br /> Informações adicionais: </div><div> </div><div>. site oficial do Parque Nacional de la Sierra de Guadarrama: <a href="http://www.parquenacionalsierraguadarrama.es/es" target="_blank">www.parquenacionalsierraguadarrama.es/es<span style="background-color: white; color: #282c2e; font-size: 16px;"></span></a><br /><span style="background-color: white; color: #282c2e; font-size: 16px;"></span>
</div><div>
<p>
. mais informações em:<br />
<a href="http://www.comunidad.madrid/servicios/urbanismo-medio-ambiente/parque-nacional-sierra-guadarrama" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.comunidad.madrid/servicios/urbanismo-medio-ambiente/parque-nacional-sierra-guadarrama</a><br />
e <br />
<a href="http://www.miteco.gob.es/es/red-parques-nacionales/nuestros-parques/guadarrama/" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.miteco.gob.es/es/red-parques-nacionales/nuestros-parques/guadarrama</a>
</p>
<p>
. parques nacionais da Espanha: <a href="http://www.miteco.gob.es/es/red-parques-nacionales/nuestros-parques" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.miteco.gob.es/es/red-parques-nacionales/nuestros-parques</a>
</p>
<p>
. trens na Espanha: <a href="http://www.renfe.com" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.renfe.com</a>
</p>
<p>
. ônibus 680 - Madri-Cercedilla-Madri: <br />
<a href="http://www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__680___.aspx" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__680___.aspx</a>
</p>
<p>
. ônibus 684 - Madri-Cercedilla-Madri: <a href="http://www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__684___.aspx?origen=2" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__684___.aspx?origen=2</a>
</p>
<p>
. ônibus 691 - Madri a Puerto de Navacerrada e Puerto de Cotos<br />
<a href="http://www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__691___.aspx" rel="external nofollow noopener" target="_blank">www.crtm.es/tu-transporte-publico/autobuses-interurbanos/lineas/8__691___.aspx</a>
</p>
<p>
. Refúgio em Puerto de Cotos: 32 € o quarto coletivo com café da manhã e jantar, banheiro no corredor. Mais preços no site <a href="https://elrefugiodecotos.com/" rel="external nofollow noopener" target="_blank">elrefugiodecotos.com</a>.
</p>
<p>
. roteiro adaptado a partir das informações do guia Lonely Planet Walking in Spain, 3ª edição, 2003
</p></div><div>Rafael Santiago <br /> junho/2019 <br /><br /><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FsA5HMHqxXo/YTzmXJsZ_xI/AAAAAAAA9Rs/1y0U6K-swIEBoUufUHrk54Hcx_WS6BtQgCLcBGAsYHQ/s1280/Guadarrama%2Bcompleto%2Bno%2BCaltopo%2Bdesktop.JPG"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-FsA5HMHqxXo/YTzmXJsZ_xI/AAAAAAAA9Rs/1y0U6K-swIEBoUufUHrk54Hcx_WS6BtQgCLcBGAsYHQ/w640-h360/Guadarrama%2Bcompleto%2Bno%2BCaltopo%2Bdesktop.JPG" /></a><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Percurso completo da travessia na imagem do satélite<br /></i></div>Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-26723282304044889692019-03-02T18:23:00.000-08:002019-12-28T19:44:11.967-08:00Trekking do Campo Base do Annapurna e Poon Hill (Nepal) - dez/18<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-UNL7lfkYHME/XHs1aAyBEPI/AAAAAAAA6Wc/QVDx_8srS2EH6J_pZ_rlall2ArjTWQzdwCLcBGAs/s1600/20181129_063649.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-UNL7lfkYHME/XHs1aAyBEPI/AAAAAAAA6Wc/QVDx_8srS2EH6J_pZ_rlall2ArjTWQzdwCLcBGAs/s640/20181129_063649.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pico Moditse visto do Campo Base do Annapurna ao amanhecer</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Início: Kande<br />
Final: Nayapul<br />
Duração: 12 dias<br />
Maior altitude: 4121m no Campo Base do Annapurna<br />
Menor altitude: 1004m entre Birethanti e Nayapul junto ao Rio Modi<br />
Dificuldade: alta. Muita subida e muita descida todos os dias, com desníveis de 340m a 1680m diários, ultrapassando os 3000m, o que exige cuidado com a aclimatação<br />
Permissões: permissão ACAP (Rs 3000 = US$ 26,04) e TIMS card (Rs 2000 = US$17,36), ambos obtidos no Tourist Service Center em Kathmandu<br />
<br />
Obs.: antes de ler este relato sugiro a leitura do meu "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>" para ter as informações básicas para as caminhadas naquele país.<br />
<br />
Este trekking foi uma combinação de dois roteiros a partir da cidade de Pokhara, a noroeste de Kathmandu: Campo Base do Annapurna e Poon Hill. Os dois roteiros são extremamente populares e lotam completamente na alta temporada de outubro e novembro, por isso deixei para fazê-los na virada de novembro para dezembro.<br />
<br />
O trekking do Campo Base do Annapurna (ABC, na sigla em inglês), ou Santuário Annapurna, sai de uma altitude de 1710m em Kande e percorre florestas de rododendros e muitos vilarejos antigos com suas plantações em terraços para somente no 5º dia entrar numa paisagem de alta montanha onde se encontram os campos base das montanhas Machapuchare e Annapurna, numa altitude máxima de 4121m. Este trekking percorre altitudes bem mais modestas que o trekking do Campo Base do Everest e por isso é uma boa opção para o início de dezembro, quando as temperaturas já caíram bastante em relação a outubro e novembro. Outro fator que me levou a fazer esse trekking em dezembro, como disse, foi fugir da lotação da alta temporada. Algumas vilas do caminho têm uma oferta bem pequena de hospedagem e mesmo em dezembro tive que dividir o quarto com outras pessoas pois alguns lodges estavam lotados.<br />
<br />
O trekking Poon Hill sai de uma altitude de 1022m em Nayapul e percorre também muitos vilarejos e infinitas escadarias de pedras para alcançar a vila de Ghorepani (2874m) e sua famosa atração, a colina Poon Hill, de onde se tem uma das vistas mais espetaculares de toda a região do Annapurna e do Himalaia. Há uma conexão por trilhas entre esses dois bonitos trekkings, Campo Base do Annapurna (ABC) e Poon Hill, e nessa conexão eu fiz o trekking Poon Hill ao contrário do descrito acima (de Ghorepani a Nayapul). Para quem dispõe de tempo para combinar os dois roteiros e não quer se arriscar caminhando muitos dias numa altitude acima dos 4000m no Everest essa é uma excelente opção. Toda a região abrangida por esses dois trekkings é uma área de proteção e está sob a administração do ACAP (Annapurna Conservation Area Project).<br />
<br />
Ao longo do relato colocarei o nome das vilas com as variações de escrita mais frequentes e também pelos diferentes nomes que constam nos mapas e nas placas.<br />
<br />
No percurso desse trekking há muitas fontes de água, como riachos no meio da trilha e torneiras ou bicas nas vilas. Não cito todas no relato porque são muitas. A água deve sempre ser tratada, conforme explico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>".<br />
<br />
As operadoras de celular que funcionam em alguns dos povoados ao longo deste trekking são:<br />
. Australian Camp: NCell<br />
. New Bridge: NCell<br />
. Chomrong: NCell só na parte alta da vila<br />
. Sinuwa: NCell<br />
. Bamboo: NCell<br />
. Dovan: Sky Cdma<br />
. Himalaya: Sky Cdma<br />
. Deurali: Sky Cdma<br />
. Campo Base do Machapuchare: Sky Cdma<br />
. Campo Base do Annapurna: Sky Cdma<br />
. Ghandruk: NCell (internet muito lenta)<br />
. Tikhedhunga: NCell<br />
<br />
Todos os preços abaixo estão na moeda do Nepal (rupia nepalesa) e convertidos para dólar pela média dos câmbios que encontrei em Kathmandu entre outubro e dezembro de 2018 (US$ 1 = Rs 115,20).<br />
<br />
Para mostrar a variação de preço das refeições em cada povoado ao longo do trekking coloco ao final de cada dia o preço do dal bhat e do veg chowmein, dois pratos bastante pedidos. Como referência esses pratos em Kathmandu custam por volta de Rs 250 (US$2,17) e Rs 160 (US$1,39), respectivamente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-b81VJhHjxDs/XHs1vhxliiI/AAAAAAAA6Wk/RgTNrfTEIAo9PkAxjbMUW-le6FjX3jLzwCLcBGAs/s1600/20181129_150210.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-b81VJhHjxDs/XHs1vhxliiI/AAAAAAAA6Wk/RgTNrfTEIAo9PkAxjbMUW-le6FjX3jLzwCLcBGAs/s640/20181129_150210.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cânion do Rio Modi</i></span></td></tr>
</tbody></table>
23/11/18 - ônibus de Kathmandu a Pokhara<br />
<br />
No dia anterior (22/11) eu havia comprado a passagem de ônibus para Pokhara numa agência da IME Travels, na Avenida Kantipath, bem perto do bairro do Thamel onde eu estava hospedado, com a doce ilusão de que o ônibus sairia dali mesmo (saíam até julho de 2018). Mas depois a atendente me falou que ali agora era só um escritório, os ônibus saem mesmo de um lugar chamado Sorhakhutte. Felizmente não é longe do Thamel também, dá para ir a pé em cerca de 15 minutos (a partir do Hotel Discovery Inn onde eu estava). Ela me vendeu uma passagem da empresa Reed Travels & Tours. Esse é um ônibus "turístico", não é um ônibus local. O ônibus local não me foi recomendado pois trafega em alta velocidade pelas estradas e os motoristas são muito imprudentes. Ele é mais barato, mas a diferença de preço é pequena e não compensa o risco.<br />
<br />
Nesse dia 23/11 cheguei ao Sorhakhutte e me deparei com uma fila enorme de ônibus estacionados na calçada da Rua Swayambhu Marg. São muitas empresas diferentes fazendo esse trajeto a Pokhara. Tive que perguntar para várias pessoas e o ônibus da empresa Reed era um dos últimos. Foi o primeiro ônibus grande em que viajei no Nepal (por ser um ônibus "turístico"). Todos partiram às 7h. Felizmente o percurso é todo em asfalto, sem aquele terror de ficar pulando e chacoalhando dentro de um ônibus minúsculo, como foi no Langtang e em Shivalaya.<br />
<br />
A passagem que comprei de Rs700 (US$6,08) era num ônibus sem banheiro, mas há ônibus com banheiro também. São feitas duas paradas no caminho, com banheiros e fartura de comida para quem quiser almoçar. Esse que peguei oferecia uma garrafa de água mineral aos passageiros.<br />
<br />
Chegamos a Pokhara às 15h, no terminal Tourist Bus Park. Como Pokhara é uma cidade grande (a segunda maior do Nepal), pesquisei antes pela internet alguma hospedagem para ir direto e não ficar procurando hotel com a cargueira nas costas. Optei pelo Harry Guest House. O quarto com banheiro privativo saía por apenas Rs700 (US$6,08). Seguindo o gps caminhei do terminal até o Harry em 27 minutos (1,9km). A localização é muito boa, numa avenida central do bairro Nareshwor com várias opções de restaurante e bastante comércio. O centro de Lakeside Norte, o bairro mais turístico, com restaurantes, cafés, livrarias e mercadinhos fica a 550m do hotel. O Harry dá toda a informação necessária sobre trilhas na região do Annapurna e passeios na cidade. Ele me sugeriu que iniciasse o trekking do Campo Base do Annapurna por Kande e não por Phedi pois teria um visual muito bonito das montanhas em Australian Camp.<br />
<br />
Pokhara, mesmo sendo a segunda mais populosa do Nepal, é uma cidade bem mais simpática e tranquila que a caótica e poluída Kathmandu. O Lago Phewa dá um clima mais gostoso à cidade, que é frequentada por muitas "tribos" diferentes.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-5p640yB1GCg/XHs2BgaLRTI/AAAAAAAA6Ws/APlWUSgVpMk2rEhFc4h0YIvWogC4BrDFACLcBGAs/s1600/20181125_071314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-5p640yB1GCg/XHs2BgaLRTI/AAAAAAAA6Ws/APlWUSgVpMk2rEhFc4h0YIvWogC4BrDFACLcBGAs/s640/20181125_071314.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Algumas das montanhas vistas a partir de Australian Camp: Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Moditse, Hiunchuli, Tarke Kang (Glacier Dome), Asapurna II e Asapurna</i></span></td></tr>
</tbody></table>
1º DIA - 24/11/18 - de Kande a Australian Camp<br />
<br />
Duração: 1h10 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2046m<br />
Menor altitude: 1706m<br />
Resumo: nesse dia encarei a primeira subida da caminhada, mas num desnível de apenas 340m pois parei na vila Australian Camp para ter pela manhã a bonita vista das montanhas Annapurna e Machapuchare. À tarde as nuvens já não deixavam ver nada.<br />
<br />
Saí do Harry Guest House às 8h10 na direção leste pela Avenida Phewa Marg. Caminhei 21 minutos até um local chamado Zero Kilometer. Ali esperei o ônibus para Kande (eles pronunciam káre) na calçada da esquerda (lembrando que no Nepal a mão é inglesa) da Avenida Pokhara-Baglung. Como os ônibus têm as placas escritas somente em nepalês pedi ajuda a alguns homens que estavam ali conversando. Esperei 24 minutos e às 8h55 eles pararam o ônibus certo para mim, que já veio lotado, mas depois foi esvaziando e pude sentar.<br />
<br />
O ônibus, após deixar a cidade, sobe bastante por estradas ruins de asfalto. Saltei em Kande às 10h33 e era o ponto final desse ônibus (há outros que continuam para outros vilarejos à frente). Logo fui abordado por algumas mulheres dizendo serem refugiadas tibetanas, contando histórias, para depois oferecerem (e insistirem para comprar) o artesanato que faziam.<br />
<br />
Aproveitei para comer alguma coisa ali mesmo pois há alguns restaurantes e a comida dali para a frente na trilha só iria aumentar de preço.<br />
<br />
De Kande já é possível avistar no alto de uma serra ao norte-nordeste um dos lodges e algumas barracas de Australian Camp. Coloquei o pé na trilha às 11h10. O início, no meio dos casebres da estrada, está sinalizado com uma placa do ACAP. Altitude de 1710m. Segui na direção norte e noroeste por trilha que aos poucos foi se transformando numa estradinha de terra. Na primeira bifurcação havia placa apontando para a esquerda, mas na segunda não havia placa apontando para a trilha à direita da estrada, que é um atalho. Na subida pela trilha quem eu encontro? O casal húngaro Zita e Daniel, que conheci em Bhandar e reencontrei várias vezes no trekking do Everest. Eles não haviam pago as permissões para o trekking do Annapurna pois não tinham intenção de fazê-lo completo, foram apenas até Pothana, onde está o primeiro check post do ACAP. Ao final dessa trilha-atalho entronca à esquerda a estrada que abandonei alguns minutos antes. Uns 150m acima a estrada vira trilha.<br />
<br />
Esse trekking será repleto de escadarias de pedra e elas começaram a aparecer já nesse primeiro dia. Apareceu também pintada nas árvores uma sinalização de duas faixas horizontais em branco e vermelho, como nas trilhas GR da França, mas ela seria bastante esporádica nesse trekking. Às 12h31 fui à esquerda numa bifurcação com placa e cheguei a Australian Camp às 12h47. Apesar de muito cedo, resolvi parar para dormir ali pois diziam que o visual das montanhas era incrível e naquele horário as nuvens já não deixavam ver nada.<br />
<br />
Percorri os quatro lodges do vilarejo e só o Machapuchare Lodge tinha vaga. Era um sábado e dezenas de adolescentes nepaleses lotavam os lodges. Algumas pessoas estavam acampadas também. Como estava tudo cheio não tive muita margem de negociação no preço do quarto, que saiu por Rs250 (US$2,17). O banheiro ficava numa varanda nos fundos, exposto ao frio à noite. Tinha ducha a gás, vaso sanitário com descarga acoplada e lavatório sem torneira.<br />
<br />
Nessa noite comecei a minha rotina noturna diária de filtrar pelo menos 1,5 litro de água com o filtro Sawyer e depois ferver com o meu fogareiro para beber no dia seguinte.<br />
<br />
Altitude em Australian Camp: 2046m<br />
Preço do dal bhat: Rs 500 (o dobro do preço de Pokhara já no primeiro vilarejo)<br />
Preço do veg chowmein: Rs 350<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-lphqTZ4DMJ8/XHs2W7lwE9I/AAAAAAAA6W4/S6NG9wRWtRM-gARAJkdj8aAW5XEyYSCogCLcBGAs/s1600/20181125_071659.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-lphqTZ4DMJ8/XHs2W7lwE9I/AAAAAAAA6W4/S6NG9wRWtRM-gARAJkdj8aAW5XEyYSCogCLcBGAs/s640/20181125_071659.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pico Machapuchare (Fish Tail) visto de Australian Camp</i></span></td></tr>
</tbody></table>
2º DIA - 25/11/18 - de Australian Camp a New Bridge<br />
<br />
Duração: 5h40 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2150m<br />
Menor altitude: 1378m<br />
Resumo: nesse dia subi por bosques até a vila de Pitam Deurali (desnível de 104m) e desci por trilhas e estradas de terra toda a encosta da margem esquerda do Rio Modi até cruzá-lo (desnível de 772m)<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 10,1ºC. Às 7h50 da manhã estava 11,8ºC.<br />
<br />
De manhã vi que valeu a pena ter parado em Australian Camp. O visual dos grandes picos do Himalaia é realmente fantástico. De norte para nordeste: Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Moditse, Hiunchuli, Tarke Kang (Glacier Dome), Asapurna II, Asapurna,<br />
Gangapurna, Machapuchare (Fish Tail), Annapurna IV, Annapurna II (16º mais alto do mundo) e Lamjung Himal.<br />
<br />
Saí do lodge às 9h27 na direção norte e às 9h40 fui à esquerda na bifurcação, subindo. Apenas 4 minutos depois entroncou à direita a trilha que vem de Dhampus e Phedi, rota que eu originalmente ia fazer. Ali apareceu a sinalização do ACAP em forma de um poste metálico com placas dando as boas-vindas ao vilarejo e apontando os seguintes com o tempo de percurso. Às 9h54 cheguei à vila de Pothana, com lodges também, e fui parado no check post do ACAP para mostrar as permissões obtidas em Kathmandu (permissão ACAP e TIMS card). Um cartaz ali informa todos os tempos de caminhada entre os vilarejos e isso foi bastante útil para eu planejar a caminhada de cada dia. Há painéis sobre a trilha da montanha Mardi Himal também. Na saída de Pothana uma linda vista das montanhas, muito parecida com a de Australian Camp mas agora um pouco obstruída pela vegetação.<br />
<br />
Às 10h21 fui à direita numa bifurcação com placa apontando Pitam Deurali e desci, cruzando uma estrada de terra. Subi um pouco por uma mata e uma segunda placa causou alguma dúvida pois apontava Landruk tanto em frente quanto à esquerda. Fui em frente (parece que à esquerda se chega a Landruk por estrada). Tangenciei uma estrada duas vezes, passei pelo ponto mais alto do dia (2150m) e cheguei a Pitam Deurali às 11h05, parando para muitas fotos pois o vilarejo fica numa crista com linda vista para Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Moditse, Hiunchuli, Asapurna II, Asapurna, Gangapurna e Machapuchare (de norte para nordeste). Avistei pela primeira vez também o pico Dhaulagiri, 7º mais alto do mundo, que só voltaria a ver em Poon Hill, nos últimos dias desse trekking. E tive a primeira visão do vale do Rio Modi, bastante profundo, com o rio correndo cerca de 900m abaixo desse vilarejo.<br />
<br />
De Pitam Deurali sai a trilha para o campo base da montanha Mardi Himal, mas é preciso aclimatar ou já estar aclimatado pois ele está a 4500m de altitude. Num dos lodges vi pela primeira vez um dos painéis pintados a mão com um croqui da região e o tempo de percurso entre um vilarejo e outro. Esse tipo de painel de orientação aos trilheiros se tornaria muito comum dali em diante. A verdade é que não são muito precisos e os tempos variam de um para o outro.<br />
<br />
Seguiu-se uma longa e íngreme descida por escadarias de pedra que terminou às 12h05 numa estrada de terra, onde fui para a direita seguindo a placa de Tolka e Landruk. Passei pela minúscula Bherikharka, desci até uma ponte suspensa com piso de tábuas e subi à vila de Tolka, onde parei num dos primeiros lodges às 12h28 para almoçar um veg egg fried noodles no Popular Tourist Guest House com uma bonita vista do vale do Rio Modi.<br />
<br />
Retomei a caminhada às 13h10 pela estrada ainda (logo passou um jipe) e passei por mais casas e lodges do vilarejo. Às 13h24 fui à direita na bifurcação da estrada e 5 minutos depois subi numa trilha à direita com placa apontando Landruk. Passei pelo Ram Lodge e desemboquei na estrada de novo, indo para a direita e passando por mais um núcleo de casas da vila de Tolka. Cerca de 160m após essas casas desci uma escadaria à esquerda na direção do Lodge Sanctuary, abandonando por ora a estrada e tomando um atalho. Na descida em direção a um rio passei por uma sequência de lodges e fui à esquerda na bifurcação em T para evitar caminhar pela estrada. Cruzei a ponte suspensa com piso de tábuas às 14h06 e subi à esquerda até a estrada, onde fui para a esquerda. Passei por uma cachoeira à direita e depois por várias casas espalhadas pela estrada, com muitas plantações em terraços na encosta da margem esquerda (verdadeira) do Rio Modi.<br />
<br />
Às 14h41 desprezei uma placa apontando Chomrong e ABC à esquerda e continuei na estrada, mas 8 minutos depois subi uma escadaria de pedra à direita com placa "way to Landruk ABC", que me levou a uma ponte de concreto e uma trilha acima da estrada. Cheguei a Landruk às 14h55. Há muitos lodges ali e todos os donos/donas oferecem hospedagem, mas eu passei direto pois queria caminhar até o fim do dia. Cruzei o final da estrada por onde vinha caminhando e vi ali alguns jipes estacionados que devem ser jipes compartilhados com destino a Pokhara. A vila se espalha pela encosta da montanha e desci bastante por escadarias de pedra entre lodges.<br />
<br />
Às 15h10 fui à direita numa bifurcação com placa onde à esquerda se vai a Ghandruk (Ghandrung). Em 6 minutos desci a uma ponte suspensa de tábuas, mas ali tive uma emergência intestinal. Não sei se pela água estranha desse lugar, pelo óleo usado para cozinhar ou se comi algo estragado, mas a diarréia veio com tudo e tive que correr para o mato - felizmente havia mato... A água nesse trekking tem uma camada de óleo quando colocada na caneca para ferver, algo bem suspeito. Refeito da correria parei no riacho para comer alguma coisa. Continuei descendo às 15h39 e fui à direita numa bifurcação sem placa, passando por baixo de uma tubulação e entrando na mata ciliar do Rio Modi. Às 16h07 cruzei uma ponte suspensa mas antes desviei alguns metros à direita para fotografar uma bonita cachoeira no meio da mata.<br />
<br />
Descendo mais me aproximei da margem esquerda do Rio Modi, cujo vale era muito profundo quando o avistei pela primeira vez em Pitam Deurali. Ele é um importante rio da região e o seguirei até próximo de suas nascentes nos glaciares do maciço do Annapurna (Annapurna Himal). Ali a menor altitude do dia, 1378m. Atravessei sua mata ciliar, cada vez mais exuberante. Às 16h36 passei pela pequena vila de Himal Pani (com uma cachoeira) e cruzei a grande ponte suspensa sobre o Rio Modi, passando definitivamente para sua margem direita. Fui à direita ao final da ponte e à direita na bifurcação seguinte onde à esquerda se vai a Sewai, segundo a placa caída. Passei rapidamente por um deslizamento na encosta íngreme e cheguei à vila de New Bridge às 16h58.<br />
<br />
Perguntei nos três lodges que há ali e o melhor preço que consegui foi Rs100 (US$0,87) pelo quarto, no New Bridge Guest House. O banheiro ficava fora da casa e era no estilo oriental: uma peça de louça no chão com um buraco no meio e lugares para colocar os pés nas laterais. Um tambor com água e uma caneca servem para dar a descarga e para a higiene dos nepaleses já que eles não usam papel higiênico. A ducha a gás custava Rs100 (US$0,87). Para escovar os dentes havia torneiras na frente e nos fundos do lodge. Havia tomada no quarto, algo que eu só iria encontrar de novo em Ghandruk, no 8º dia da caminhada.<br />
<br />
Altitude em New Bridge: 1465m<br />
Preço do dal bhat: Rs 480<br />
Preço do veg chowmein: Rs 350<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-u1ezEpt6Nes/XHs2rG5vBEI/AAAAAAAA6XA/p90C5rwzsa4Sk13WsmXzOZrsT3TzprxZQCLcBGAs/s1600/20181126_095624.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-u1ezEpt6Nes/XHs2rG5vBEI/AAAAAAAA6XA/p90C5rwzsa4Sk13WsmXzOZrsT3TzprxZQCLcBGAs/s640/20181126_095624.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>A mais longa ponte suspensa que cruzei numa trilha no Nepal (em Samrung, entre New Bridge e Jhinu)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
3º DIA - 26/11/18 - de New Bridge a Sinuwa Alta<br />
<br />
Duração: 4h45 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2328m<br />
Menor altitude: 1465m<br />
Resumo: nesse dia comecei a percorrer a encosta da margem direita do Rio Modi, como faria nos quatro dias seguintes. Subi até a vila de Chomrong (desnível de 763m), desci ao Rio Chomrong (desnível de 346m) e subi de novo a Sinuwa Alta (desnível de 446m)<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 12,3ºC. Às 7h50 da manhã estava 12,9ºC.<br />
<br />
De manhã com o céu limpo, da frente do lodge podia avistar as montanhas Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Moditse e Hiunchuli ao norte.<br />
<br />
Saí do lodge às 8h56 subindo na direção noroeste. Aos poucos fui passando (apenas temporariamente) do vale do Rio Modi para o do Rio Kimrong, afluente da margem direita do Rio Modi. Às 9h23 avistei uma ponte suspensa enorme, a mais longa de todas que já tinha visto no Nepal. Era tão alta que torci para não ter que cruzá-la. Em 3 minutos cheguei à minúscula vila de Samrung, com poucas casas, nenhum lodge e muitas plantações em terraço.<br />
<br />
Ao passar por baixo da longa ponte vi uma placa apontando Jhinu, meu próximo destino, na direção da cabeceira do vale do Rio Kimrong e fiquei aliviado. Mas quis confirmar o trajeto com um rapaz carregador que estava ali perto e ele apontou Jhinu do outro lado da ponte, aquela placa indicava um caminho antigo. Não teve jeito, tive que enfrentar o medo de altura e cruzar a tal ponte, que devia ter mais de 250m de comprimento, com o Rio Kimrong láááá embaixo. Do outro lado subi à vila de Jhinu, aonde cheguei às 10h12. Há seis lodges. Não me interessei em descer até as águas termais porque seria uma penosa subida de volta. Na saída da vila passei por uma placa de "safe drinking water", que é um programa do ACAP de disponibilizar água tratada para os trilheiros e diminuir assim a poluição ambiental com garrafas plásticas, porém o preço do litro não é um grande incentivo (entre Rs100 e Rs130 = US$0,87 e US$1,13).<br />
<br />
De Jhinu a Chomrong as escadarias de pedra vieram com tudo e para quebrar os joelhos mesmo. De tantos relatos que eu li antes dessa viagem nenhum enfatizava isso: as escadarias de pedra são de matar! Um ou dois bastões são imprescindíveis para distribuir o peso e não arrebentar os joelhos.<br />
<br />
Cheguei às primeiras casas de Chomrong às 11h26 e parei para descansar por meia hora. Dali se avistava a nordeste o Hiunchuli, Annapurna III (42º mais alto do mundo), Gandharwa Chuli, Machapuchare e Mardi Himal. Nesse local há uma bifurcação, onde fui para a direita nesse dia (para Sinuwa); na volta eu tomaria a direção de Ghandruk, que é a trilha da esquerda nesse momento. Retomando a caminhada, subi mais escadarias e a visão se abriu também para o pico Annapurna Dakshin (Annapurna Sul) ao norte.<br />
<br />
Atravessei mais um grupo de lodges, depois uma pequena mata e cheguei à parte mais alta de Chomrong. A partir daí é uma descida beeem longa passando por muitos lodges e com uma paisagem estonteante do vale e das montanhas mencionadas. Chomrong tem um total de 14 lodges! Parei às 12h33 para almoçar no Lucky Guest House e o veg egg fried noodles estava salgado demais. Voltei à caminhada às 13h13 e continuei descendo. Passei direto pelo check post do ACAP porque não estava com paciência de tirar as permissões de dentro da mochila.<br />
<br />
Às 13h37 passei por uma vendinha que se autointitula trekkers wholesale store e existe desde 1981, mas com preços caros como qualquer outra da região. Por ali deu para notar a grande extensão dos campos cultivados em terraços desse vilarejo. Às 13h44 fui à direita numa bifurcação e 2 minutos depois à esquerda em outra bifurcação, ambas com placa "ABC". As últimas casas de Chomrong foram ficando para trás e às 14h02 a descida terminou na ponte suspensa sobre o Rio Chomrong, outro afluente da margem direita do Rio Modi. A má notícia é que agora começava uma outra escadaria sem fim, desta vez para cima.<br />
<br />
Subi feito um pagador de promessa, passei pela minúscula Tilche com suas plantações em terraços e parei às 14h40 na frente de um lodge em Sinuwa Baixa (Bhanuwa) para descansar por 12 minutos. Continuei a subida e a escadaria só terminou em Sinuwa Alta às 15h38. A vila de Bamboo ainda estava 1h30 à frente e resolvi parar ali mesmo. Há apenas três lodges em Sinuwa Alta. Perguntei no Sinuwa Lodge e a dona me fez o quarto de graça desde que eu fizesse as refeições ali. O banheiro era no estilo oriental e fora da casa, exposto ao frio. Havia uma torneira na frente do banheiro para escovar os dentes e se lavar. A ducha a gás custava Rs200 (US$1,74) e a carga de baterias Rs100 (US$0,87). Para meu espanto havia ao lado do banheiro uma lavadora de roupa LG - como aquilo foi carregado até aquela lonjura?<br />
<br />
Num dos outros lodges de Sinuwa Alta vi pela primeira vez um dos purificadores de água de osmose reversa doados por uma empresa do Texas, também na tentativa de diminuir o lixo plástico nas trilhas e povoados. O litro custava Rs100 (US$0,87).<br />
<br />
Na hora do jantar conheci dois holandeses que estavam caminhando com uma espanhola e também um casal chinês. Todos eu iria reencontrar nos lodges dali em diante. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi a quantidade de coreanos na trilha. Muitos lodges têm inclusive pratos coreanos no cardápio, ou seja, eles devem ser habitués mesmo nesse trekking.<br />
<br />
Altitude em Sinuwa Alta: 2328m<br />
Preço do dal bhat: Rs 540<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-plkqdePu5Ms/XHs29UyXZWI/AAAAAAAA6XI/KO0BRLWkHYcTFg7qQPWYpZdBmy-0UAPHACLcBGAs/s1600/20181127_132322%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://1.bp.blogspot.com/-plkqdePu5Ms/XHs29UyXZWI/AAAAAAAA6XI/KO0BRLWkHYcTFg7qQPWYpZdBmy-0UAPHACLcBGAs/s640/20181127_132322%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Macaco langur na trilha</i></span></td></tr>
</tbody></table>
4º DIA - 27/11/18 - de Sinuwa Alta a Deurali<br />
<br />
Duração: 5h40 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 3195m<br />
Menor altitude: 2281m<br />
Resumo: nesse dia continuei a subir pela encosta da margem direita do Rio Modi, porém agora por agradáveis bosques. Na vila de Deurali, acima dos 3000m de altitude, começou a aparecer a neve.<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 12,4ºC. Às 6h45 da manhã estava 13,5ºC.<br />
<br />
De manhã com o céu limpo, da frente do lodge podia avistar as montanhas Annapurna III (42º mais alto do mundo), Gandharwa Chuli e Machapuchare a nordeste.<br />
<br />
Saí do lodge às 8h35 na direção nordeste ainda pela encosta da margem direita (verdadeira) do Rio Modi. As plantações em terraço de agora em diante dão lugar à mata nativa e a caminhada se torna bastante prazerosa, com algumas fontes de água pelo caminho (que deve sempre ser tratada, conforme explico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>"). Despontam no meio do bosque os rododendros, porém sua bonita floração só acontece em março e abril. O rododendro é a flor nacional do Nepal e aparece até como marca-d'água das cédulas de rupia. Mas para desespero geral as longuíssimas escadarias de pedra voltam à cena, neste momento descendo (e já penso como será a volta...).<br />
<br />
Pouco antes da vila de Bamboo há um pequeno templo de pedra com bandeirinhas de oração budistas e lenços cerimoniais. Um fato curioso: ali duas grandes placas advertem para que os caminhantes não carreguem carne nessa área de Sinuwa a ABC por ser um lugar sagrado, chamado por isso de Santuário Annapurna (mais curioso é que carne de bode e de carneiro pode...). Caso contrário calamidades naturais e acidentes pessoais podem ocorrer! Nessas placas a menor altitude do dia, 2281m. Passei por Bamboo às 10h, com cinco lodges.<br />
<br />
A trilha percorre a sombra da mata novamente. Cruzei uma ponte de troncos e na segunda ponte de troncos, às 10h27, parei por meia hora para descansar e comer alguma coisa. O trecho seguinte tem mais fontes de água. Cheguei a Dovan às 11h35 e a primeira vista da vila com o cume nevado do Machapuchare ao fundo lembrava uma bela paisagem dos Alpes. Passei pelos três lodges de Dovan e após cruzar mais alguns riachos parei em Dovan Alto às 11h58 para almoçar um egg veg fried noodles. Continuei pela mata às 12h41. Vários riachos depois parei para fotografar um grupo de macacos langur que estava bem à vontade mesmo com a presença de um grande grupo de trilheiros que parou para observá-los. Exatamente no local onde eles estavam ficava outro pequeno templo de pedra repleto de lenços cerimoniais bem no meio da floresta. A placa na entrada da vila de Dovan alertava para não cuspir ou deixar lixo próximo a esse templo.<br />
<br />
Cerca de 170m após o templo a trilha bifurca e tanto faz o lado que se tome pois se encontram mais à frente, porém o lado da esquerda é uma escadaria que se pode evitar. Aliás a última das intermináveis escadarias! Ao sair da mata se tem uma bonita vista do Rio Modi com a vila de Himalaya pendurada na encosta à sua esquerda. Cheguei a Himalaya às 13h54 e há apenas dois lodges ali. Descansei por 15 minutos e continuei, agora por uma mata menos densa que permite ver enormes cachoeiras despencando do paredão na outra margem do Rio Modi.<br />
<br />
Numa bifurcação às 14h27 subi à esquerda pois a direita leva a uma casa logo abaixo. A mata vai ficando cada vez mais rala nesta altitude já passando dos 2900m e a vegetação passa a ser predominantemente de bambus. Às 15h15 cheguei à Gruta Hinku, na verdade apenas um abrigo rochoso, de onde se avista a vila de Deurali. No caminho adiante duas grandes cachoeiras despencam do paredão à esquerda. A primeira enche de lama um deslizamento de pedras, a segunda forma um rio que se cruza através de alguns bambus que servem como ponte, mas com muito cuidado pois logo à direita há uma queda-d'água.<br />
<br />
Após uma bonita cachoeira em degraus à esquerda da trilha, cheguei a Deurali às 16h, porém continuei até a parte mais alta da vila, onde está o Deurali Guest House, o último dos quatro lodges. Busco sempre os últimos lodges do vilarejo pois costumam ser mais vazios, a maioria dos trilheiros chegam cansados e param no primeiro lodge onde encontram vaga. No Deurali Guest House negociei o quarto de graça, mas o dono me avisou que eu talvez tivesse que dividir com alguém que chegasse mais tarde. O banheiro ficava fora e era no estilo oriental. Para escovar os dentes havia uma mangueira na frente do lodge, onde todo mundo passa. A ducha quente custava Rs250 (US$2,17) e a carga de baterias Rs200 (US$1,74). Um rolo de papel higiênico custava "só" Rs300 (US$2,60).<br />
<br />
Estavam hospedados ali também o casal holandês e a espanhola que conheci na noite anterior. Quando já caía a noite apareceu o chinês, mas estava sem a namorada. O dono do lodge mandou-o para o quarto onde eu estava. Ele se chamava Fei. Sua namorada voltou de Sinuwa para Bamboo pois as intermináveis escadarias fizeram estrago em seu joelho e ela não quis ir adiante. Foi a primeira vez que dividi o quarto com um total desconhecido durante as caminhadas no Nepal, mas isso iria se repetir nas noites seguintes. Imagino que durante a alta temporada (outubro) muita gente deve dormir no refeitório por falta de quarto. Nesse dia fiquei na expectativa de que o dono do lodge me procurasse no quarto a qualquer momento e não fervi o meu 1,5 litro de água para o dia seguinte (eles proíbem o uso de fogareiro no quarto porque tudo é de madeira, inclusive paredes e teto). Tive de usar o Micropur, que deixa gosto muito ruim na água.<br />
<br />
Nesse trekking do Annapurna e Poon Hill não me hospedei em nenhum lodge que tivesse o aquecedor a lenha ou esterco de iaque no centro do refeitório como nos trekkings do Everest e Langtang. O uso de lenha é proibido acima de Chomrong e iaques não há (eu não vi, pelo menos). O que se usa é um aquecedor a querosene embaixo da mesa comprida do refeitório, mas que só é aceso no inverno (a um custo de Rs200 = US$1,74 este de Deurali), ou seja, muito frio na hora do nosso jantar.<br />
<br />
Em Deurali havia bastante neve acumulada em alguns pontos, e até um pouco antes na trilha já havia manchas de neve também. Era possível ver também uma enorme área de neve na encosta deste lado do rio na direção do ABC e já fiquei pensando como seria atravessá-la no dia seguinte.<br />
<br />
Altitude em Deurali: 3195m<br />
Preço do dal bhat: Rs 620<br />
Preço do veg chowmein: Rs 480<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-wmcfffGAZTY/XHs3Tb5FRII/AAAAAAAA6XU/Wv0GDMJnwvYvMpuNXcXF_1xsiA4OhrCJgCLcBGAs/s1600/20181129_095230.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-wmcfffGAZTY/XHs3Tb5FRII/AAAAAAAA6XU/Wv0GDMJnwvYvMpuNXcXF_1xsiA4OhrCJgCLcBGAs/s640/20181129_095230.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Campo Base do Annapurna e as montanhas Annapurna III (42º mais alto do mundo) e Gandharwa Chuli</i></span></td></tr>
</tbody></table>
5º DIA - 28/11/18 - de Deurali ao Campo Base do Annapurna (ABC)<br />
<br />
Duração: 4h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4121m<br />
Menor altitude: 3179m<br />
Resumo: nesse dia o vale do Rio Modi afunila bastante e com isso passo a caminhar mais próximo dele, subindo (um desnível de 942m) entre altos paredões com risco de avalanche. No Campo Base do Machapuchare a trilha dá uma guinada de norte para oeste e já se entra numa paisagem de alta montanha, acima dos 4000m de altitude.<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 7,2ºC. Às 6h55 da manhã estava 8,7ºC.<br />
<br />
Fei saiu bem cedo pois pretendia ir ao ABC e voltar a Bamboo, onde estava sua namorada, no mesmo dia. Calculou mal as distâncias e não conseguiu fazer tudo isso num dia só. Encontrei-o no meio do caminho para o Campo Base do Machapuchare (MBC, na sigla em inglês) já voltando, não chegou até o ABC.<br />
<br />
Saí do lodge às 8h40 na direção nordeste e desci até próximo da margem direita do Rio Modi. Aqui a trilha se aproxima do rio pois os altos paredões estão cada vez mais próximos e mais verticais, formando quase um cânion. Uma placa logo no início alerta para o risco de avalanches. O perigo é real, alguns trilheiros e guias já morreram vitimados pela neve que desceu da montanha Hiunchuli, invisível deste ponto profundo do vale. O risco é maior após nevascas e fortes chuvas. Ali a menor altitude do dia, 3179m. Havia várias manchas de neve ao lado da trilha e logo cheguei àquela grande área de neve que avistava do lodge (talvez restos de alguma avalanche). Apesar de haver um caminho bem marcado na neve algumas pessoas estavam passando com dificuldade, mas não achei tão complicado. O bastão ajuda a manter o equilíbrio pois pode-se escorregar na neve ou nas pedras molhadas embaixo dela.<br />
<br />
A primeira grande faixa de neve tinha cerca de 55m de comprimento, logo em seguida vinha outra de 30m, depois uma curtinha de 10m e mais à frente mais uma de 30m. Nesse trecho se avista o cume do Machapuchare à direita, numa fresta dos paredões, e é o ponto onde o trekking mais se aproxima dele. Na cabeceira do vale se destaca o Pico Asapurna.<br />
<br />
Às 9h53 cruzei mais uma faixa de neve, mas logo depois alcancei uma área ensolarada e tive de tirar todas as roupas quentes que vestia. Seguiu-se uma longa ladeira onde as poucas árvores que ainda havia desaparecem de vez pela altitude acima dos 3600m. No alto avistei o primeiro lodge do Campo Base do Machapuchare (MBC) com os picos Asapurna e Gangapurna à direita. Às 10h57 passei pela escadaria que dá acesso a esse lodge, Gangapurna Guest House, mas em vez de subi-la continuei pela trilha à esquerda. Esse lodge fica separado dos outros quatro desse vilarejo, que se encontram mais acima, numa altitude de 3697m. Passei por eles 12 minutos depois a caminho do ABC. A quantidade de neve acumulada aqui já é bem grande e na horta nem os repolhos resistiram ao frio. Nas montanhas ao fundo (nordeste) dos lodges do MBC ainda se avista o Gangapurna e agora já se vê à sua direita o Pico Annapurna III (42º mais alto do mundo). A sudeste começa a se destacar o Machapuchare. À frente já se veem Hiunchuli (sudoeste), Moditse (oeste) e Annapurna Fang (Bharha Chuli)(noroeste).<br />
<br />
Todo o ambiente ao redor agora é de alta montanha, com vegetação rasteira e nenhuma árvore. A altitude de 3697m do MBC e a elevação de mais 424m até o ABC levam muita gente a optar por passar a noite no MBC e ir ao ABC na manhã seguinte bem cedo, evitando assim eventuais problemas com a altitude. Eu já vinha de outros trekkings de maior altitude por isso não me preocupei tanto com a aclimatação neste. Para saber mais sobre a importância da aclimatação e os riscos de não fazê-la sugiro ler este tópico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>".<br />
<br />
O nome Campo Base do Machapuchare faz crer que há expedições de ascensão a essa montanha, porém ela foi escalada apenas uma vez em 1957 e os escaladores não chegaram a pisar no cume. Depois disso ela foi fechada pois é considerada sagrada para os hindus, associada com o deus Shiva.<br />
<br />
A subida em direção ao ABC continuou pela moraina lateral do Glaciar Annapurna Sul, um dos formadores do Rio Modi. Entre o Annapurna III e o Machapuchare foi aparecendo o Pico Gandharwa Chuli a leste-nordeste. O Annapurna I começou a ficar visível a noroeste à medida que eu subia mas com o cume um pouco encoberto pelas nuvens. Ele é o 10º mais alto do mundo e estatisticamente a montanha mais perigosa que existe, mas continua sendo escalado.<br />
<br />
Às 12h39 alcancei finalmente as três placas que saúdam e parabenizam pela chegada ao Campo Base do Annapurna! Dali foi subir mais 5 minutos para chegar aos 4 lodges do ABC. Altitude de 4121m. Havia muita neve já endurecida acumulada aos redor dos lodges. Iacof, um dos holandeses, já estava hospedado no Snow Land Lodge e dividi o quarto com ele. O quarto saiu a Rs100 (US$0,87) para cada um. Os banheiros ficavam no fim da varanda aberta ao frio, estilo oriental os dois. Não havia uma torneira fora para escovar os dentes. Ducha a gás ou banho quente de balde por Rs350 (US$3,04). Embaixo da mesa comprida do refeitório também havia um aquecedor a querosene, mas usado só no inverno (taxa de Rs250=US$2,17).<br />
<br />
Almocei um dal bhat e à tarde fui ao mirante a 130m do lodge de onde se avista bem abaixo o enorme Glaciar Annapurna Sul, todo coberto de pedras, e onde há diversos memoriais a escaladores mortos naquelas montanhas, sendo talvez o mais famoso o do russo Anatoli Boukreev, falecido em 1997.<br />
<br />
Iacof não se importou que eu usasse o fogareiro dentro do quarto para ferver a minha água do dia seguinte. Pelo contrário, ele aceitou a minha oferta e encheu suas garrafinhas também. Afinal água quente naquele frio todo não era algo para se recusar.<br />
<br />
Às 17h30 estava 1,9ºC fora do lodge.<br />
<br />
Altitude no Campo Base do Annapurna: 4121m<br />
Preço do dal bhat: Rs 670<br />
Preço do veg chowmein: Rs 580<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-gBOsl8scoho/XHs3mvAONPI/AAAAAAAA6Xc/cUlTMbGnhEwutQ7GnoDLK4MxG0bzet1yACLcBGAs/s1600/20181129_133503.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-gBOsl8scoho/XHs3mvAONPI/AAAAAAAA6Xc/cUlTMbGnhEwutQ7GnoDLK4MxG0bzet1yACLcBGAs/s640/20181129_133503.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Picos Gandharwa Chuli e Machapuchare com o pequeno Campo Base do Machapuchare abaixo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
6º DIA - 29/11/18 - do Campo Base do Annapurna a Himalaya<br />
<br />
Duração: 4h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4121m<br />
Menor altitude: 2847m<br />
Resumo: nesse dia iniciei a descida de volta a Chomrong para dali seguir para Ghandruk. De ABC a Himalaya o desnível foi de 1274m.<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 1,9ºC. Às 7h da manhã estava 3,7ºC. Às 7h15 fora do quarto estava 1,1ºC.<br />
<br />
O meu problema de insônia acima dos 4000m de altitude voltou e passei horas acordado esta noite. Esse é o único sintoma que tenho do Mal de Altitude (AMS, em inglês).<br />
<br />
Todos que estavam hospedados no Campo Base do Annapurna esperavam por esse momento: o amanhecer. Todo mundo saiu no frio de quase 0ºC às 6h30 da manhã para fotografar e admirar os primeiros raios do sol iluminando os picos do maciço do Annapurna (Annapurna Himal). O dia amanheceu com céu limpo e o espetáculo foi incrível, a recompensa depois de 5 dias de caminhada subindo e descendo escadarias sem fim.<br />
<br />
Mesmo com o céu quase todo limpo o cume do Annapurna I (10º mais alto do mundo) não deu as caras essa manhã, escondido atrás de nuvens que não dissipavam. O panorama a partir do ABC era: Hiunchuli a sudoeste, Moditse a oeste, Annapurna Fang (Bharha Chuli) e Annapurna I a noroeste, Kangshar Kang (Roc Noir), Singu Chuli (Fluted Peak), Tarke Kang (Glacier Dome) e Tharpu Chuli (Tent Peak) ao norte, Annapurna III (42º mais alto do mundo) e Gandharwa Chuli a nordeste e Machapuchare (Fish Tail) a sudeste.<br />
<br />
O profundo Glaciar Annapurna Sul parecia uma grande cicatriz interligando essas imensas montanhas. Além dos memoriais visitados no dia anterior, nesse dia encontrei um outro em homenagem a três coreanos mortos numa expedição em 2011. Depois me disseram que esse era o motivo de haver tantos coreanos percorrendo essa trilha. Talvez... Por volta de 10h começou o festival de helicópteros pousando na vila para os passageiros endinheirados fotografarem aquelas montanhas sem ter que dar nem um passo. E adivinha de onde era a maioria?<br />
<br />
Às 12h26 peguei minha mochila no lodge e iniciei a caminhada de volta a Chomrong e de lá rumo a Ghandruk, aonde chegaria dois dias depois. Desci pela moraina lateral do Glaciar Annapurna Sul parando muitas vezes para fotos, passei por MBC às 14h02, voltei ao cânion do Rio Modi, passei novamente por aquelas cinco línguas de neve e alcancei Deurali às 15h53. A neblina chegou. Passei pela Gruta Hinku às 16h25, reentrei na mata de bambus e cheguei à vila de Himalaya às 17h. Dovan Alto ainda estava a 1h dali e tive de parar pois não daria tempo de chegar com luz do dia.<br />
<br />
O problema é que Himalaya tem apenas dois lodges e estavam quase lotados. Consegui um quarto sozinho por Rs200 (US$1,74) no Himalaya Guest House mas logo chegou um casal (ela francesa e ele italiano) e tive que dividir o minúsculo espaço pela terceira noite seguida. Mas eles não se importaram de eu acender o fogareiro no quarto para ferver a água do dia seguinte. O banheiro ficava fora do lodge, no estilo oriental e com ducha a gás por Rs200 (US$1,74). Não havia torneira no quintal para escovar os dentes. A carga de baterias custava Rs100 (US$0,87) e o wifi Rs300 (US$2,60), mas o italiano disse que não funcionou nem à noite nem de manhã. Ali se dorme ouvindo o barulho forte do Rio Modi logo abaixo. O outro lodge se chama Himalaya Hotel, nomes bem criativos e diferentes (sqn).<br />
<br />
Altitude em Himalaya: 2847m<br />
Preço do dal bhat: Rs 620<br />
Preço do veg chowmein: Rs 480<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-t8zBVb8z_cQ/XHs33zbatjI/AAAAAAAA6Xk/aWayNnajgrkHoEKGFmQ5hA6FYUtuXQFTACLcBGAs/s1600/20181130_110858.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-t8zBVb8z_cQ/XHs33zbatjI/AAAAAAAA6Xk/aWayNnajgrkHoEKGFmQ5hA6FYUtuXQFTACLcBGAs/s640/20181130_110858.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Vila de Dovan com o Pico Machapuchare ao fundo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
7º DIA - 30/11/18 - de Himalaya a Chomrong<br />
<br />
Duração: 5h40 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2847m<br />
Menor altitude: 1888m<br />
Resumo: nesse dia continuei o retorno descendo pela margem direita do Rio Modi até o Rio Chomrong e subindo até a vila homônima<br />
<br />
Às 7h45 da manhã estava 10,5ºC dentro do quarto.<br />
<br />
Apesar de já ter baixado 1274m desde o ABC, não dormi bem de novo. Passei horas acordado esta noite também.<br />
<br />
Saí do lodge às 9h16 na direção sudoeste ainda refazendo meus passos pela margem direita do Rio Modi. Reentrei na mata e reencontrei as escadarias. Passei por Dovan Alto às 10h23, por Dovan às 10h55 (com bonita vista do Machapuchare para trás) e parei às 11h56 nos primeiros lodges de Bamboo pois ali há sinal da NCell e eu precisava mandar mensagens para a família de que estava vivo. Por 44 minutos descansei e comi as bolachas que tinha na mochila (meu intestino ainda não estava bom, então não almocei). Continuei às 12h40. Após Bamboo vêm as piores escadarias. Na primeira, logo depois da vila, se sobe tanto que o Rio Modi acaba ficando bem distante, muito abaixo.<br />
<br />
Saí definitivamente da mata ao chegar a Sinuwa Alta às 14h28. Descansei por 8 minutos para enfrentar a interminável escadaria até o Rio Chomrong. Passei por Sinuwa Baixa (Bhanuwa) às 15h05 e às 15h31 a longa escadaria terminou na ponte suspensa do Rio Chomrong. Ali a menor altitude do dia, 1888m. Agora vinha a enorme subida para a vila de Chomrong, minha parada nesse dia. A vantagem de dormir ali é a farta quantidade de lodges, são 14. Cruzei com uma tropa de mulas pela primeira vez nesse trekking (no trekking Shivalaya-Namche elas eram um terror na trilha), mas iaque não vi nenhum.<br />
<br />
Subi bastante e ia passar direto pelo check post do ACAP às 16h14, mas um guia me chamou insistentemente para fazer o checkout. O guardinha não conferiu no livro se eu havia me registrado na ida. De tantos lodges quase vazios em Chomrong escolhi o Chhomrong Cottage, 3 minutos após o check post, e quem eu encontro hospedado lá? Fei, o chinês, agora com a namorada. Porém estava bem mal, com febre e diarréia líquida. Dei-lhe um Imosec e sais de reidratação oral que tinha na minha farmacinha, ele ficou muito agradecido.<br />
<br />
Negociei com a simpática dona do lodge o quarto por Rs100 (US$0,87) e ela ofereceu de graça a ducha quente, da qual eu necessitava muito. O banheiro era no estilo oriental no térreo e com vaso sanitário no primeiro andar, onde eu fiquei. Porém ambos no corredor aberto ao frio. Junto a eles um lavatório para escovar os dentes, coisa rara. A carga de baterias custava Rs100 (US$0,87) e o wifi Rs200 (US$1,74).<br />
<br />
Altitude em Chomrong: 2159m<br />
Preço do dal bhat: Rs 520<br />
Preço do veg chowmein: Rs 400<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-vIr8Lj_r_rU/XHs4GLGLw7I/AAAAAAAA6Xo/S0kcg0a59j8YQgycjNhPE5NaU4T4Qo3uACLcBGAs/s1600/20181201_065340.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-vIr8Lj_r_rU/XHs4GLGLw7I/AAAAAAAA6Xo/S0kcg0a59j8YQgycjNhPE5NaU4T4Qo3uACLcBGAs/s640/20181201_065340.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Picos Annapurna Dakshin (Annapurna Sul) e Hiunchuli ao amanhecer em Chomrong</i></span></td></tr>
</tbody></table>
8º DIA - 01/12/18 - de Chomrong a Ghandruk<br />
<br />
Duração: 4h20 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2261m<br />
Menor altitude: 1791m<br />
Resumo: nesse dia abandonei o trekking ABC e iniciei uma conexão por trilhas para o trekking Poon Hill. Essa conexão durou três dias e nesse primeiro dia fiz um desvio para o sul para conhecer a vila de Ghandruk. De Chomrong desci ao Rio Kimrong (desnível de 470m), subi até a vila de Komrong Danda (desnível de 430m) e desci novamente até Ghandruk (desnível de 224m)<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 10,9ºC. Às 7h10 da manhã estava 11ºC.<br />
<br />
Às 6h50 os primeiros raios de sol iluminavam os picos Annapurna Dakshin (Annapurna Sul) e Hiunchuli, num lindo espetáculo. Me despedi do Fei e sua namorada pois iam até a vila de Matkyu tomar o ônibus para Pokhara. Saí do lodge às 9h28 na direção sul, subindo o restante das escadarias até a parte mais alta de Chomrong, onde consegui sinal da NCell para poder trocar mensagens. Desci em seguida passando pelos outros lodges da vila e cheguei às 9h50 à bifurcação para Ghurjung, Kimrong Khola (Kimrung Khola), Tadapani e Ghandruk à direita, com Jhinu à esquerda (de onde vim no 3º dia). Parei para tirar a roupa mais quente e segui à direita nessa bifurcação (rumo noroeste) cruzando muitos campos cultivados em forma de terraço. Uma outra alternativa para ir a Ghandruk seria tomar a esquerda na bifurcação, descer àquela ponte enorme do 3º dia, cruzá-la e tomar a trilha que sobe em frente e à esquerda, mas desconfio que esse caminho tem estradas (e eu odeio andar em estrada!)<br />
<br />
Num suave sobe-e-desce para oeste passei por duas fontes de água e às 10h54 subi uma escadaria (de novo não...) que terminou na frente de um lodge, iniciando logo a longa descida ao Rio Kimrong. Ali a maior altitude do dia, 2261m. Às 11h04 me deparei com uma bifurcação sem placa e fui para a direita, evitando a escadaria de pedras que descia à esquerda. Uns 50m depois outra trilha descendo à esquerda. Pensei em continuar à direita mas esperei um grupo que vinha na direção contrária chegar para perguntar. Me disseram que aquele caminho à direita ia para Ghurjung e depois Tadapani. Mas eu queria ir para Ghandruk primeiro, então deveria descer a escadaria da primeira bifurcação ou a trilha da segunda. Optei pela escadaria e voltei até ela, tomando-a para a direita. Mas logo os degraus acabaram e a trilha a seguir era de terra fina solta, uma poeira só! E claro que nessa hora surgiu do nada uma tropa de mulas para me atazanar. Não podia deixá-las passar pois iam me fazer comer muita poeira, então tive de acelerar a descida.<br />
<br />
Numa bifurcação mais abaixo fui à esquerda mas tanto faz pois logo se fundem os dois caminhos de novo. Avistei lá embaixo no Rio Kimrong a ponte suspensa que teria de cruzar para subir a Komrong Danda e depois descer a Ghandruk. A descida continuou por escadarias e as mulas atrás. Às 11h43 apareceu uma outra escadaria à esquerda, mas era estreita e não estava sinalizada, então continuei descendo pela trilha principal mesmo. Mas depois de 200m vi que estava me distanciando da ponte e a trilha não dava sinais de que ia quebrar para a esquerda na sua direção. Resolvi voltar. Deixei as mulas passarem e subi um pouco de volta, tomei a estreita e íngreme escadaria (à direita agora) e desci rapidamente à vila de Kimrung Khola, com suas plantações em terraços. Parei ali às 12h04 para almoçar um veg egg fried noodles na Kimrung Guest House. O cozinheiro era muito atencioso e conversamos sobre a bonita horta que ele tinha nos fundos do lodge.<br />
<br />
Saí às 12h50 e terminei de descer até a ponte suspensa com piso de tábuas sobre o Rio Kimrong. Ali a menor altitude do dia, 1791m. Ao final dela fui para a esquerda e logo começou uma longuíssima subida até a vila de Komrong Danda, inicialmente por uma escadaria mas depois felizmente por trilha mesmo. Às 13h13 cruzei uma porteira de varas (coisa muito rara hoje no Brasil) com uma placa "way to Ghandruk" torta, depois atravessei um riacho por troncos. Na bifurcação às 13h38 uma placa apontava Ghandruk para a direita. E dá-lhe subida! Alcancei Komrong Danda às 14h24 e avistei Ghandruk pela primeira vez. Há 4 lodges nessa vila e a altitude é de 2221m.<br />
<br />
Logo iniciei a longa descida em direção a Ghandruk, em parte por escadarias de pedras até com corrimão. Às 15h06 entrei numa mata e 5 minutos depois cruzei uma ponte suspensa (com a antiga ponte de troncos ao lado). A trilha dá uma guinada para a esquerda (leste) e às 15h23 notei uma longuíssima escadaria subindo à direita ao lado de uma pequena stupa. A trilha dali em diante estava interrompida por uma obra então subi pelo desvio à direita. Logo apareceu uma escadaria à direita e subi por ela, chegando aos primeiros lodges de Ghandruk às 15h29. Parei no Bishow Guest House pois achei um lugar bem tranquilo e não me arrependi. Depois descobri que a grande maioria dos lodges se concentrava no centro da vila, que fica mais ao sul, mas talvez por ser um sábado havia muitos grupos de adolescentes fazendo festas por ali, e eu queria sossego. Alguém me disse que havia cerca de 40 lodges em Ghandruk.<br />
<br />
O Bishow Guest House fica perto da parte mais antiga do vilarejo, onde as casas têm uma linda arquitetura muito característica, com varandas na frente, janelas trabalhadas e telhados de pedra. A visão desse conjunto de casas de cima lembra uma cidade medieval, muito bonito, uma das melhores surpresas dessa caminhada. Valeu muito a pena o grande desvio que fiz para conhecer Ghandruk. Pena que a neblina não me deixava ver as montanhas, mas dali se avistam (de norte para nordeste) Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Moditse, Hiunchuli, Gangapurna, Annapurna III (42º mais alto do mundo) e Machapuchare.<br />
<br />
Esse lodge já era praticamente um hotel, dispondo de quartos com banheiro privativo. Eu negociei o preço do quarto de graça fazendo as refeições ali e o rapaz me ofereceu um quarto com banheiro compartilhado. Eu era o único hóspede. O banheiro tinha vaso sanitário com descarga acoplada (mas não funcionava), lavatório com espelho e ducha a gás grátis. Tomada no quarto e wifi por Rs100 (US$0,87).<br />
<br />
Dei um giro pelo centrinho do lugar e visitei o Museu Old Gurung (Rs75 = US$0,65), bem pequeno mas interessante, com utensílios, instrumentos musicais e roupas do grupo étnico que habita essas montanhas, os gurungs. Ghandruk é o segundo maior povoado gurung no Nepal.<br />
<br />
Ao ferver a água que peguei da torneira do banheiro apareceu uma sujeira estranha, pedacinhos brancos esquisitos por cima da água. Não quis filtrar aquilo. Pedi a água da cozinha, fervi e estava um pouco melhor, mas continuava turva e tive de filtrar depois.<br />
<br />
Altitude em Ghandruk: 1997m<br />
Preço do dal bhat: Rs 450<br />
Preço do veg chowmein: Rs 400<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CdxoVzim35I/XHs4bdCSKDI/AAAAAAAA6X0/bPGXcbZcAd4rBxTtKl26qh_umfF-16H_ACLcBGAs/s1600/20181202_082546.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-CdxoVzim35I/XHs4bdCSKDI/AAAAAAAA6X0/bPGXcbZcAd4rBxTtKl26qh_umfF-16H_ACLcBGAs/s640/20181202_082546.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>A incrível vila de Ghandruk</i></span></td></tr>
</tbody></table>
9º DIA - 02/12/18 - de Ghandruk a Tadapani<br />
<br />
Duração: 3h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 2684m<br />
Menor altitude: 1967m<br />
Resumo: nesse dia continuei a conexão entre os trekkings ABC e Poon Hill encarando uma subida longa e constante por florestas de rododendros até Tadapani, num desnível de 717m<br />
<br />
Às 7h25 da manhã estava 11,9ºC.<br />
<br />
De manhã a neblina continuava e nada de montanhas. Dei mais uma passeada pelo centro de Ghandruk antes de iniciar a caminhada do dia. Fui conhecer o Centro de Artesanato, onde uma simpática moça me mostrou seus bonitos trabalhos no tear - roupas e tecidos confeccionados na mais pura tradição gurung. No caminho passei por uma bifurcação com placa em que à direita se vai a Tadapani, meu destino nesse dia. Depois fui ao German Bakery tomar um café e beliscar alguma coisa, mas tudo o que eu pedi estava ruim: café aguado, rolinho de canela seco e torta de maçã com gosto esquisito. Depois pensei em ir ao Templo Meshram Barah, mas quando vi a enorme escadaria que teria de subir questionei se valia a pena (mais tarde descobri que há três templos com esse nome no vilarejo). Em vez disso fui ao Museu Gurung and Old Gurung Culture (Rs75 = US$0,65 de entrada também), menos interessante que o Museu Old Gurung que havia visitado no dia anterior.<br />
<br />
Já estava voltando ao lodge quando vi alguns ônibus estacionados num descampado logo abaixo da vila e enfim descobri onde era o ponto final deles. Havia perguntado a duas pessoas onde era, mas eles são extremamente confusos para explicar e me disseram que eu teria que andar muito... Fui até lá perguntar os horários (só por curiosidade) e vi que no caminho eles passam por Birethanti e Nayapul, onde eu vou terminar esse trekking. Depois saí procurando o Centro de Visitantes do ACAP e descobri onde era. O mais interessante ali é o filme que eles projetam três vezes ao dia (11h, 13h e 15h) de domingo a sexta-feira, mas eu não pude esperar porque tive receio de não dar tempo de chegar a Tadapani (teria dado). Em frente há um posto de saúde, informação importante para quem possa estar com algum problema de saúde, embora Pokhara esteja há poucas horas de ônibus dali e tenha bons hospitais e clínicas. Na volta ao lodge ainda caminhei pelas ruelas da parte antiga da cidade, aquela que parece medieval, e realmente é um lugar muito especial.<br />
<br />
Voltei ao lodge para pegar a mochila e o rapaz me disse que eu poderia tomar outro caminho a Tadapani, voltando por onde cheguei no dia anterior e subindo a longuíssima escadaria ao lado da pequena stupa, e foi o que fiz. Saí do lodge às 12h13 na direção noroeste. Passei pelo desvio da trilha interrompida e cheguei à escadaria. Ali a menor altitude do dia, 1967m. Respirei fundo porque seriam centenas de degraus morro acima. Cruzei uma bonita plantação de chá e às 12h50 cheguei ao topo, onde está um dos três templos Meshram Barah e uma torneira com água. O caminho continuava à esquerda e voltava a sinalização de duas faixas horizontais branca e vermelha. A escadaria termina ali e a subida continua por uma trilha. Às 13h09 cheguei a uma bifurcação em frente ao Jungle Paradise Guest House, um lodge isolado: à esquerda se volta à vila de Ghandruk, exatamente naquela bifurcação com placa que vi de manhã, à direita se vai a Tadapani, minha meta desse dia.<br />
<br />
A trilha nivela. Cruzei uma ponte de madeira, passei pelo lodge Lonely Planet (também isolado) e a vegetação vai ficando mais densa. Às 14h14 cruzei uma ponte de concreto e subi uma escadaria de pedra com corrimão. Passei por uma cachoeira à esquerda da trilha e subi uma longa escadaria com outra cachoeira à direita. Às 14h56 passei pelo minúsculo vilarejo de Bhaisi Kharka, com dois lodges. A subida continua e entro numa extensa floresta de rododendros, a primeira mata só de rododendros desse trekking. Esse lugar deve ficar incrivelmente bonito na floração dessa árvore em março e abril. Avisto alguns macacos no alto.<br />
<br />
Às 15h34 entronca uma trilha que sobe da direita vindo de Komrong Danda, segundo a plaquinha amassada com um croqui. Essa outra trilha tem uma sinalização pintada nos troncos de duas faixas também, porém branca e azul. Subi mais um pouco e às 15h51 alcancei o vilarejo de Tadapani, com 10 lodges. Ia passando direto pelo primeiro lodge, Himalaya Tourist Guest House, mas a garota me chamou. Perguntei-lhe se faria o quarto de graça se eu fizesse as refeições ali e ela aceitou (mas depois sua mãe veio me pedir para não comentar isso com ninguém, como eles sempre fazem). Os banheiros ficavam no corredor aberto ao frio: um com vaso sanitário com descarga acoplada e outro no estilo oriental. Lavatório no corredor. Ducha quente por Rs200 (US$1,74), wifi por Rs200 (US$1,74) e carga de baterias por Rs100 (US$0,87) (mas deixaram de graça).<br />
<br />
Dei uma passeio pela vila para ver os outros lodges. Há uma estação de água potável e muito artesanato à venda, mas quase ninguém para comprar...<br />
<br />
Altitude em Tadapani: 2684m<br />
Preço do dal bhat: Rs 600<br />
Preço do veg chowmein: Rs 400<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-9Rs9fdSQKkY/XHs40jFkczI/AAAAAAAA6X8/2BqNo_19w8I31F0Yxx0Lyw53gJptGLRbQCLcBGAs/s1600/20181204_072803.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://4.bp.blogspot.com/-9Rs9fdSQKkY/XHs40jFkczI/AAAAAAAA6X8/2BqNo_19w8I31F0Yxx0Lyw53gJptGLRbQCLcBGAs/s640/20181204_072803.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Vista do mirante Poon Hill ao amanhecer: Gurja Peak, Dhaulagiri VI, Dhaulagiri IV, Dhaulagiri V, Dhaulagiri III, Dhaulagiri II, Dhaulagiri I (7º mais alto do mundo) e Tukuche</i></span></td></tr>
</tbody></table>
10º DIA - 03/12/18 - de Tadapani a Ghorepani<br />
<br />
Duração: 4h20 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 3201m<br />
Menor altitude: 2504m<br />
Resumo: nesse dia alcancei a vila de Ghorepani e concluí a conexão entre os trekkings ABC e Poon Hill. Saindo de Tadapani desci a um rio e encarei mais uma longa subida até Deurali (desnível de 697m) pela mata junto a outro rio. Após Deurali percorri uma crista com neblina (perdi o visual) e desci a Ghorepani (desnível de 397m)<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 5,5ºC. Às 8h da manhã estava 7ºC.<br />
<br />
De manhã, com muitas nuvens, da frente do lodge se avistava com dificuldade o Annapurna III (42º mais alto do mundo), Gandharwa Chuli e Machapuchare a nordeste.<br />
<br />
Saí do lodge às 9h23 na direção oeste, seguindo a placa de Ghorepani e descendo por uma trilha calçada. Parei para colocar mais roupas porque dentro da floresta de rododendros estava muito frio. A descida se transformou numa escadaria e às 9h50 cruzei uma ponte de concreto. Logo depois dela a menor altitude do dia, 2504m, e em seguida a escadaria de pedras que inicia a exaustiva subida para Deurali. Às 10h16 alcancei o primeiro lodge da vila de Banthanti, que é dividida em três núcleos. Parei por 9 minutos para descansar da subida. Cerca de 280m adiante passei pelo segundo núcleo, cruzei uma ponte de concreto sobre um riacho e depois uma de madeira no terceiro núcleo de Banthanti. No total são 6 lodges nessa vila. A trilha sobe pela margem esquerda (verdadeira) desse riacho, mas após outra ponte de concreto às 11h06 volto à sua margem direita. Nesse trecho começou a aparecer muita gente no sentido contrário e resolvi parar por 13 minutos para um lanche.<br />
<br />
Às 11h54 subi uma longa escadaria com corrimão, desci um pouco, cruzei uma ponte de madeira e subi por outra longa escadaria. Passei pelo primeiro lodge de Deurali às 12h20 (essa é a terceira vila com esse nome nesse trekking) e resolvi parar no próximo, 10 minutos depois, para almoçar um veg fried noodle no Deurali Yak Hotel. Enquanto esperava tive uma surpresa. Vi um casal chegando no lodge ao lado e, conversando com a dona, disseram que eram do Brasil! O terceiro casal brasileiro que encontrei no Nepal em dois meses! Moravam no Acre e estavam indo de Ghorepani para Ghandruk nesse dia.<br />
<br />
A pequena Deurali tem também várias bancas de artesanato e da frente do Yak Hotel sai a trilha que sobe para Gurung Hill, mas naquele horário as nuvens já não permitiam apreciar o visual desse mirante. Voltei à trilha às 13h30. Em 20 minutos caminhando pela mata de rododendros atinjo uma crista. Mais 10 minutos e passei pelo ponto de maior altitude do dia, 3201m. Às 14h15 alcancei o mirante Thapla (Thabala), que dizem ter uma vista similar à de Poon Hill, mas sem as multidões e de graça, porém a neblina já havia chegado e não pude fazer essa comparação. Há ali um bar rústico e uma chautara (descanso dos carregadores) com bandeirinhas de oração budistas. Comecei a descer e logo cruzei outra mata de rododendros.<br />
<br />
Às 14h44 cheguei a uma bifurcação com outra chautara. Havia uma sinalização branca e vermelha apontando para a escadaria que desce à direita, mas eu decidi seguir pela trilha calçada em frente, que desceu muito. Ao chegar a Ghorepani às 15h18 é que entendi que havia a vila baixa (onde chegam os trilheiros que vêm de Nayapul e onde eu cheguei) e a vila alta com muito mais opções de hospedagem. Decidi ir à vila alta e percebi que naquela bifurcação da sinalização branca e vermelha devia ter ido para a direita pois é um caminho mais direto à vila alta. Dali onde eu cheguei virei à direita e subi pela escadaria principal. Apenas 100m acima, numa bifurcação em que segui à direita, fui parado num checkpoint da polícia turística para mostrar as permissões. Nessa bifurcação, à esquerda se vai ao mirante Poon Hill.<br />
<br />
Continuei subindo à direita e cheguei a Ghorepani Alta (também chamada de Ghorepani Deurali... mais uma Deurali!) às 15h34, com muitos lodges mais. Apesar da baixa temporada havia muita gente ali, inclusive muitos nepaleses a passeio. Queria ficar num lodge bem tranquilo e fiz a escolha certa: Poon Hill Guest House. Negociei o quarto de graça e fui o único hóspede nessa noite. Atendimento muito simpático e comida deliciosa, fiz questão de elogiar o cozinheiro. O banheiro era dentro do lodge e tinha vaso sanitário com descarga acoplada. Lavatório no corredor e ducha quente por Rs100 (US$0,87). Tomada no quarto e wifi por Rs100 (US$0,87).<br />
<br />
Altitude em Ghorepani Alta: 2874m<br />
Preço do dal bhat: Rs 600<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-Y63LUFeRQlI/XHs5IN0-0zI/AAAAAAAA6YE/CwpWnP9VTqU1O3m8DlfbDt6BwVvel-f2gCLcBGAs/s1600/20181204_084216.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://3.bp.blogspot.com/-Y63LUFeRQlI/XHs5IN0-0zI/AAAAAAAA6YE/CwpWnP9VTqU1O3m8DlfbDt6BwVvel-f2gCLcBGAs/s640/20181204_084216.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Vista do mirante Poon Hill ao amanhecer: Nilgiri, Annapurna Fang (Bharha Chuli), Annapurna I (10º mais alto do mundo) e Annapurna Dakshin (Annapurna Sul)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
11º DIA - 04/12/18 - de Ghorepani a Tikhedhunga<br />
<br />
Duração: 30 minutos (subida de Ghorepani a Poon Hill) e 4h (de Ghorepani a Tikhedhunga, descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 3185m em Poon Hill<br />
Menor altitude: 1503m<br />
Resumo: nesse dia desci de Ghorepani a Banthanti (desnível de 607m) pelo vale de um rio por dentro de bosques, depois baixei até Tikhedhunga pela encosta da margem direita do Rio Bhurungdi (desnível de 764m)<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 3,0ºC. Às 5h da manhã estava 3,6ºC.<br />
<br />
O melhor espetáculo no mirante Poon Hill seria o nascer do sol, então enfrentei novamente o frio de quase 0ºC e saí às 6h06 do lodge com lanterna para não perder o show. Subi até o Hotel Hill Top e de lá tomei a trilha dentro da mata. Cheguei à portaria do mirante e paguei a taxa de Rs100 (US$0,87) no guichê. Continuei subindo por longuíssimas escadarias de pedras entre rododendros e alcancei o mirante às 6h35, a tempo de assistir ao nascer do sol junto com a multidão que já estava lá e o povo que ainda estava subindo. Os primeiros raios de sol vieram às 6h43.<br />
<br />
Dos 3185m de altitude de Poon Hill a visão do Himalaia realmente é de tirar o fôlego, a melhor de todo esse trekking. A lista de montanhas é extensa e pode ser dividida em dois grandes blocos. De noroeste para norte: Gurja Peak, Dhaulagiri VI, Dhaulagiri IV, Dhaulagiri V, Dhaulagiri III, Dhaulagiri II, Dhaulagiri I (7º mais alto do mundo), Tukuche e Dhampus. De norte para nordeste: Nilgiri, Annapurna Fang (Bharha Chuli), Annapurna I (10º mais alto do mundo), Annapurna Dakshin (Annapurna Sul), Hiunchuli, Annapurna III (42º mais alto do mundo), Gandharwa Chuli, Machapuchare e Annapurna II (16º mais alto do mundo). Há uma torre para tirar fotos ainda melhores de uma posição mais alta, banheiros e uma casinha onde se vendem café e chá a preços ainda mais caros que em Ghorepani. Poon Hill tem esse nome porque foi criada e divulgada como ponto turístico pelo major Tek Bahadur Pun, um apaixonado pelo lugar e pela vista que se tem dali.<br />
<br />
Iniciei a descida às 8h50, quando o mirante já estava praticamente vazio, e parei muitas vezes para tirar mais fotos. Ao passar pelo guichê (já fechado) notei à direita o caminho que desce para Ghorepani Baixa, mas eu tinha de passar pelo lodge primeiro. Cheguei ao Poon Hill Guest House às 10h21, tomei o café da manhã, arrumei a mochila e saí às 12h na direção sul. Desci até Ghorepani Baixa, passei pelo portal do vilarejo e tomei a trilha larga pela floresta descendo para a reta final desse trekking.<br />
<br />
Queria muito saber quanto de estrada eu teria de andar dali até Nayapul e se haveria algum caminho alternativo por trilha, mas novamente as informações do pessoal local foram muito confusas e até erradas. Me disseram que em Ulleri eu cairia numa estrada e não haveria alternativa por trilha, mas não foi nada disso.<br />
<br />
Passei pelos primeiros lodges de Nangethanti às 12h56, cruzei uma ponte de concreto e depois mais alguns lodges dessa vila. Reentrei na mata e às 13h22 cruzei para a direita outra ponte de concreto sobre um pequeno cânion e um rio de água transparente muito bonito. Esse rio forma logo abaixo uma bela cachoeira. Depois de mais duas pontes de concreto parei 16 minutos para comer alguma coisa que trazia na mochila. Logo a floresta daria lugar à vegetação mais baixa.<br />
<br />
Passei às 14h23 pela vila de Banthanti Alta (o mesmo nome de uma vila do dia anterior) e 7 minutos depois por Banthanti Baixa, com lodges. Reaparecem os campos cultivados em forma de terraço. Continuei descendo e às 15h05 cheguei à vila de Ulleri, onde há jipes para Pokhara pela bagatela de Rs6000 (US$52) para 5 pessoas. O ônibus de Nayapul estava bem longe ainda porém custava só Rs200 (US$1,74). Nessa vila inicia uma famosa escadaria que dizem ter mais de 3300 degraus (segundo o guia Lonely Planet) e lá fui eu, dando graças por ser descida e por não ter que caminhar na estrada de terra, como haviam me informado em Ghorepani. Odeio andar em estrada!<br />
<br />
Cruzei toda a vila de Ulleri descendo pela escadaria. Cruzei também com muita gente subindo e vários perguntavam se faltava muito para Ghorepani - muito! E eu lhes perguntava se teria que andar por estradas mais à frente pois já avistava muitas estradas de terra abaixo. Às 16h11 teve fim essa escadaria terrível e cruzei uma ponte suspensa com o Rio Bhurungdi (Baraudi) formando duas lindas cachoeiras, uma acima e outra abaixo da ponte. Ali a menor altitude do dia: 1503m. Ao final da ponte fui à direita e na bifurcação a seguir à esquerda seguindo as setas apontando Pokhara. Já estava chegando à vila de Tikhedhunga e seus primeiros lodges. Subi e cruzei outra ponte suspensa com outra bela cachoeira acima. Fui à direita e parei às 16h31 num dos primeiros lodges, Laxmi Guest House. A dona me fez o quarto de graça, só pagando as refeições. O banheiro ficava no fim do corredor aberto ao frio, com vaso sanitário com descarga acoplada (mas não funcionava). Para escovar os dentes havia uma pia na frente do lodge. O atendimento não foi dos melhores mas a localização era muito bonita, com muita vegetação ao redor. Só os primeiros lodges da vila têm essa vista para a mata e barulho do rio próximo.<br />
<br />
Altitude em Tikhedhunga: 1519m<br />
Preço do dal bhat: Rs 450<br />
Preço do veg chowmein: Rs 350<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-8ybI8_ZJbEU/XHs5eFXcSMI/AAAAAAAA6YM/XzdCNNgM5zkFQ_SLOTP5u4_9049WjTgCgCLcBGAs/s1600/IMG_6566.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-8ybI8_ZJbEU/XHs5eFXcSMI/AAAAAAAA6YM/XzdCNNgM5zkFQ_SLOTP5u4_9049WjTgCgCLcBGAs/s640/IMG_6566.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cachoeira no Rio Bhurungdi em Tikhedhunga</i></span></td></tr>
</tbody></table>
12º DIA - 05/12/18 - de Tikhedhunga a Nayapul<br />
<br />
Duração: 2h30 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 1519m<br />
Menor altitude: 1004m<br />
Resumo: nesse dia percorri o vale do Rio Bhurungdi (Baraudi) por sua margem esquerda por trilhas e estradas até o ponto do ônibus em Nayapul<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 9,9ºC. Às 6h35 da manhã estava 10,8ºC.<br />
<br />
Saí do lodge às 8h06 na direção sudoeste ainda pela margem esquerda do Rio Bhurungdi (Baraudi). Passei pelos outros lodges do vilarejo e continuei descendo. Às 8h20 cheguei aos primeiros lodges de Hille, atravessei todo o povoado e 10 minutos depois lá estava ela, a estrada de terra. Fui para a direita descendo e por enquanto não havia alternativa por trilha. Às 8h50 passei pela vila de Sudame. Ali, numa curva fechada para a direita peguei um curto atalho à esquerda e continuei descendo pela estrada. Às 9h15 passei por Ramghai (Lamdawali).<br />
<br />
Às 9h38 entrei num atalho à direita com placa "way to Birethati" e a sinalização de faixas branca e vermelha de novo. Cruzei a vila de Matathanti com casas bem antigas, atravessei uma ponte suspensa e voltei à estrada de terra às 9h50, seguindo para a direita. Numa bifurcação 4 minutos depois continuei à direita pela estrada. Às 10h07 entrei em outro atalho à direita com placa e logo comecei a cruzar o casario da extensa vila de Birethanti, onde o Rio Bhurungdi (Baraudi) deságua no Rio Modi.<br />
<br />
Às 10h16 cheguei a uma estrada e uma ponte de ferro sobre o Rio Modi. Ao lado há um check post do ACAP, mas passei direto. Me recomendaram caminhar até Nayapul pois lá os ônibus são mais frequentes, então cruzei a ponte de ferro e continuei pela estrada na margem esquerda do Rio Modi. Passei por um check post do TIMS card 80m após a ponte mas não parei e nem fui parado para fazer checkout. Nesse trecho registrei a menor altitude de todo o trekking: 1004m. Subi um pouco e nas primeiras casas de Nayapul entrei num caminho à direita da estrada, às 10h32. Não há nenhuma sinalização mas para chegar à parada dos ônibus para Pokhara tem que entrar mesmo nesse caminho. Na bifurcação 300m depois desci à direita, cruzei a ponte suspensa e na subida seguinte cheguei às 10h42 à estrada e ao centro de Nayapul, com bastante comércio. Altitude de 1022m.<br />
<br />
Consegui alcançar um ônibus que seguia bem devagar, confirmei se ia para Pokhara e entrei. Ele foi até o fim da rua e tomou a estrada de terra para a esquerda, perto de onde fica a parada de todos os ônibus. A estrada é parte asfalto e parte terra batida, mas não pula muito. Essa estrada é a mesma que me levou a Kande, no início do trekking, e passamos por essa vila às 11h40. Desci do ônibus em Pokhara às 12h48, porém em frente a um terminal chamado Baglung Bus Park, muito distante de Nareshwor ou Lakeside. Perguntei para algumas pessoas se havia ônibus para esses bairros mas não souberam dizer, então resolvi ir a pé mesmo. Levei 1 hora até o Harry Guest House, mas poderia ter tomado um ônibus para Zero Kilometer, o que teria me poupado 2,2km de caminhada.<br />
<br />
<b>Informações adicionais:</b><br />
<br />
Eu sempre faço o possível para conseguir as informações mais precisas sobre horários, preços, etc, porém no Nepal isso é bastante complicado pelo problema da comunicação e da falta de organização geral das coisas. Assim, coloco aqui as informações obtidas mas com essa ressalva.<br />
<br />
. ônibus turístico Kathmandu-Pokhara: 7h (8h de viagem)<br />
Em Kathmandu os ônibus saem de um local chamado Sorhakhutte, 500m ao norte do Kathmandu Guest House, no Thamel<br />
Preço: Rs700 (US$6,08) o ônibus sem banheiro<br />
<br />
. ônibus turístico Pokhara-Kathmandu: de manhã entre 7h e 8h e mais 3 horários à noite (8h de viagem)<br />
Em Pokhara os ônibus saem do terminal Tourist Bus Park, a 2,5km do centro de Lakeside Norte, mas pode-se comprar a passagem no hotel e tomar o ônibus em Lakeside<br />
Preço: Rs700 (US$6,08) o ônibus sem banheiro<br />
<br />
. ônibus Pokhara-Kande: a cada 20 minutos segundo me disseram (esperei 24 minutos) (1h40 de viagem)<br />
Em Pokhara pode-se tomar o ônibus em Zero Kilometer ou no Baglung Bus Park<br />
Preço: Rs100 (US$0,87)<br />
<br />
. ônibus Ghandruk-Pokhara: de 8h30 a 14h, de hora em hora<br />
Preço: Rs500 (US$4,34)<br />
<br />
. ônibus Nayapul-Pokhara: a cada 15 minutos até 18h30 (2h de viagem)<br />
Preço: Rs200 (US$1,74)<br />
<br />
. Melhor mapa: Around Annapurna 70k, 1:70.000, editora Himalayan MapHouse/Nepa Maps, código NA524, encontrado facilmente nas livrarias de Kathmandu (Rs550 = US$4,77). Site: <a href="http://himalayan-maphouse.com/" target="_blank">himalayan-maphouse.com</a>.<br />
<br />
<br />
Rafael Santiago<br />
dezembro/2018Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-32318547190474683912019-03-02T17:46:00.000-08:002020-06-06T00:13:22.590-07:00Campo Base do Everest - etapa 3/3 - de Pheriche a Lukla (Nepal) - nov/18<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-9RCEHI5hFAs/XHsubPn8t2I/AAAAAAAA6VE/JsJalXErzhobrbpsx0INsXPnBRV-EluZgCLcBGAs/s1600/20181112_121514.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-9RCEHI5hFAs/XHsubPn8t2I/AAAAAAAA6VE/JsJalXErzhobrbpsx0INsXPnBRV-EluZgCLcBGAs/s640/20181112_121514.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Gokyo e o o terceiro lago, Gokyo Tso</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Início: Pheriche<br />
Final: Lukla<br />
Duração: 7 dias<br />
Maior altitude: 5409m no Passo Renjo La<br />
Menor altitude: 2545m em Thadokoshi<br />
Dificuldade: alta. Muita subida e muita descida todos os dias, com desníveis de 380m a 1030m diários, sempre acima dos 3300m, o que exige aclimatação. O Passo Renjo La, de 5409m, impõe uma dificuldade a mais.<br />
Permissões: entrada do Parque Nacional Sagarmatha (Rs 3000 = US$ 26,04) e permissão local que substituiu o TIMS card para a região do Everest (Rs 2000 = US$ 17,36).<br />
<br />
Obs.: antes de ler este relato sugiro a leitura do meu "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>" para ter as informações básicas para as caminhadas naquele país.<br />
<br />
O trekking Pheriche-Lukla é a terceira parte de uma caminhada de 23 dias que foi de Shivalaya até o Campo Base e percorreu dois dos três passos de montanha que levam a Gokyo. A primeira parte está descrita <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/03/ponte-larja-e-o-lindo-rio-dudh-koshi.html" target="_blank">aqui</a> e a segunda parte <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/03/trekking-namche-bazar-campo-base-do.html" target="_blank">aqui</a>. Como esta etapa do trekking ocorre acima dos 3000m de altitude, foi preciso fazer previamente um processo de aclimatação. Para saber mais sobre a importância da aclimatação e os riscos de não fazê-la sugiro ler este tópico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>".<br />
<br />
Ao longo do relato colocarei o nome das vilas com as variações de escrita mais frequentes e também pelos diferentes nomes que constam nos mapas e nas placas.<br />
<br />
No percurso desse trekking há muitas fontes de água, como riachos no meio da trilha e torneiras ou bicas nas vilas. Não cito todas no relato porque são muitas. A água deve sempre ser tratada, conforme explico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>".<br />
<br />
As operadoras de celular que funcionam em alguns dos povoados ao longo deste trekking são:<br />
. Pheriche: só Everest Link<br />
. Pangboche: NCell (somente em alguns lugares da vila)<br />
. Phortse: NCell<br />
. Gokyo: só Everest Link<br />
. Namche Bazar: NCell<br />
. Lukla: NCell<br />
<br />
O cartão pré-pago de wifi Everest Link promete funcionar em toda a região do Everest desde Lukla até o Campo Base. Não o testei porque não sabia da existência e já havia comprado o chip da operadora NCell em Kathmandu. Mais informações no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>".<br />
<br />
Todos os preços abaixo estão na moeda do Nepal (rupia nepalesa) e convertidos para dólar pela média dos câmbios que encontrei em Kathmandu entre outubro e dezembro de 2018 (US$ 1 = Rs 115,20).<br />
<br />
Para mostrar a variação de preços das refeições em cada povoado ao longo dos trekkings vou colocar ao final de cada dia o preço do dal bhat e do veg chowmein, dois pratos bastante pedidos. Como referência esses pratos em Kathmandu custam por volta de Rs 250 (US$2,17) e Rs 160 (US$1,39), respectivamente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-McifKNAoChA/XHsuue6u-pI/AAAAAAAA6VM/ldZmY8Ysd_sMjkwH7PBBXuzlD_OQWfTWgCLcBGAs/s1600/20181109_142040.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-McifKNAoChA/XHsuue6u-pI/AAAAAAAA6VM/ldZmY8Ysd_sMjkwH7PBBXuzlD_OQWfTWgCLcBGAs/s640/20181109_142040.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pangboche com o Ama Dablam ao fundo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
17º DIA - 09/11/18 - de Pheriche a Phortse<br />
<br />
Duração: 4h30 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4293m<br />
Menor altitude: 3795m<br />
Resumo: nesse dia percorri os vales dos rios Khumbu (ou Lobuche) e depois Imja até a confluência deste com o Rio Dudh Koshi e a vila de Phortse<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto em Pheriche foi -3,4ºC. Às 7h30 da manhã estava -1,4ºC.<br />
<br />
Por causa da insônia que me deixou quatro noites seguidas sem dormir (efeito do Mal da Montanha, AMS em inglês), em Gorak Shep tomei a decisão de abortar o Passo Cho La e baixar de altitude para poder dormir e me recuperar. Por outro lado, não poderia deixar de conhecer os belos lagos sagrados de Gokyo, então faria um contorno bem grande descendo para o sul para em seguida subir até Gokyo, aonde chegaria no 19º dia de caminhada.<br />
<br />
De manhã com o céu limpo, da frente do lodge Thamserku podia avistar as montanhas na cabeceira do vale do Rio Khumbu (ou Lobuche) e também o Taboche e o Cholatse a noroeste. A sudeste o Ama Dablam e ao sul estavam Kangtega e Thamserku.<br />
<br />
Saí do lodge às 10h08 na direção sul ainda pela margem esquerda do Rio Khumbu (ou Rio Lobuche). Cerca de 600m após as últimas casas de Pheriche passei para a outra margem desse rio atravessando uma ponte de ferro e seguindo para a esquerda. Subi até um memorial a escaladores às 10h55 (4293m, maior altitude do dia) e logo desci até aquela bifurcação sem placa do 10º dia. Naquele dia fui para a direita (que agora é esquerda) na direção de Dingboche, hoje vou para a direita, voltando a percorrer o vale do Rio Imja. Desse ponto até Pangboche refaço o caminho da ida ao contrário, na direção sul, e volto a caminhar abaixo do limite das árvores. Passei por Somare às 11h51 e parei em Pangboche às 12h42 para almoçar no Himalayan Lodge, onde me hospedei no 9º dia. Ali conheci um polonês que estava bem perdido, dei umas informações pra ele e ele me deu boas dicas sobre as montanhas Tatras, na fronteira do seu país com a República Tcheca.<br />
<br />
Voltei a caminhar às 14h13 e subi à direita na bifurcação bem ao lado do lodge, na direção do monastério (gomba). Duas coisas me detiveram por algum tempo para fotos nessa subida: a linda vista de Pangboche com o Ama Dablam ao fundo e o longo muro de pedras mani na trilha. Cheguei ao monastério às 14h40 e o visitei só por fora (entrada de Rs250 = US$2,17). Ele é do século 17 e é o mais antigo monastério do Khumbu. Continuei pela trilha na direção sudoeste, fui à direita na primeira bifurcação (com placa indicando um posto de saúde à esquerda) e à esquerda na trifurcação (sem placa) logo a seguir. Nesse ponto um cachorro estressado não parava de me perseguir e ameaçava me morder, mesmo atirando pedras na sua direção. Por fim me livrei dele. Passei por mais um longo muro de pedras mani na saída da vila. Deixei para trás o vilarejo de Pangboche Alto e continuei pela trilha na encosta da margem direita do Rio Imja. Passei por três bicas de água e subi até os 4084m, onde, às 15h48, avistei a vila de Tengboche e seu grande monastério. Depois de várias subidas e descidas, até com escadarias de pedra, cheguei a Phortse às 16h58 com neblina.<br />
<br />
Nessa vila não há o esquema de cobrança de preço único do quarto, como já vigora de Tengboche a Gorak Shep, então volta o método anterior de negociar o quarto desde que se façam as refeições ali mesmo. Perguntei em alguns lodges e fiquei no Namaste Lodge, onde o dono me fez o quarto de graça. O banheiro foi o mais esquisito de todos: uma casinha com um buraco no piso de madeira (sem a peça de louça) e uma montanha de folhas ao lado para jogar um pouco no buraco depois de fazer o número dois. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor dentro da casa. Havia tomada no quarto mas a recarga de baterias era paga. Barganhei o máximo que pude e chegamos a Rs500 (US$4,34) para recarregar todas as baterias durante a noite inteira. Pedi um cobertor pois não havia no quarto (não foi cobrado), mas não era tão grosso e achei melhor usar o meu saco de dormir (Marmot Helium, temperatura limite -9ºC). Nesta noite nesse lodge havia apenas um grupo de alemães, mas era um grupo tão grande que lotava o refeitório.<br />
<br />
Continuo na minha rotina noturna diária de filtrar pelo menos 1,5 litro de água com o filtro Sawyer e depois ferver com o meu fogareiro para beber no dia seguinte.<br />
<br />
Altitude em Phortse: 3795m<br />
Preço do dal bhat: Rs 500<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-2CXRD3p5WqM/XHsvEMpzrHI/AAAAAAAA6VU/joft5GPrvTwO-JDqZogKYfBrpWc0A1Y3ACLcBGAs/s1600/20181111_091820%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-2CXRD3p5WqM/XHsvEMpzrHI/AAAAAAAA6VU/joft5GPrvTwO-JDqZogKYfBrpWc0A1Y3ACLcBGAs/s640/20181111_091820%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Vila de Machermo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
18º DIA - 10/11/18 - de Phortse a Machermo<br />
<br />
Duração: 4h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4446m<br />
Menor altitude: 3603m<br />
Resumo: nesse dia saio do vale do Rio Imja e volto ao vale do Rio Dudh Koshi iniciando a longa subida (de dois dias) a Gokyo pela margem direita verdadeira deste rio<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 5,2ºC, não tão frio quanto eu esperava. Como na noite anterior, meu sono foi bom, conseguindo me refazer do cansaço dos dias anteriores quando fiquei quatro noites seguidas sem dormir por causa da altitude.<br />
<br />
A partir de Phortse os mapas indicam dois caminhos a Gokyo, um pela margem direita do Rio Dudh Koshi e outro pela margem esquerda. O guia Lonely Planet sugere ir a Gokyo pela margem direita e voltar pela margem esquerda. Porém conversei com várias pessoas nos últimos dias e todos desaconselhavam tomar o caminho da margem esquerda pois nele há deslizamentos e pedras que caem. O caminho da margem direita é mais seguro e muito mais usado pelos trilheiros.<br />
<br />
O Rio Dudh Koshi é um dos principais rios da região. Acompanhei seu curso do 5º dia de caminhada, em Chhirdi, até o 9º dia em Phunki Thenga e agora vou segui-lo até Gokyo, onde estão suas nascentes.<br />
<br />
Saí do lodge às 9h22 descendo as escadarias da vila na direção sudoeste e quebrando à direita na direção do Everest Lodge. Ao lado desse lodge uma grande stupa com placa indica o caminho para Dole descendo a trilha para o norte, na direção do Rio Dudh Koshi. Cruzei uma matinha e desci bastante, atravessando a ponte metálica sobre o azulado Rio Dudh Koshi às 9h56 (3603m, menor altitude do dia). Seguiu-se uma subida por um bosque com a trilha bem mais estreita até que alcancei a principal mais acima, onde fui para a direita (noroeste). Daqui até próximo de Gokyo vou caminhar pelas encostas da margem direita verdadeira do Rio Dudh Koshi.<br />
<br />
Às 10h21 fui parado num checkpoint para mostrar as permissões pagas em Monjo no 7º dia (permissão local e entrada do Parque Nacional Sagarmatha) e a surpresa foi encontrar o casal húngaro Zita e Daniel, ele visivelmente mais magro. Eles já estavam descendo de volta a Namche, não tiveram problema com a altitude, passaram pelos passos Kongma La e Cho La mas não quiseram encarar o terceiro passo, o Renjo La.<br />
<br />
Continuei subindo e às 10h29 cruzei uma ponte de ferro com uma cachoeira congelada à esquerda. Mas essa foi só a primeira delas pois em seguida cruzei mais três pontes com cachoeiras congeladas ao lado. Esse foi o primeiro dia cinzento do trekking desde Shivalaya, sem nenhum sinal de sol, o que fazia o dia ficar muito frio. Essas águas congeladas só aumentavam a sensação de frio. As nuvens estavam bem baixas e caíram cristais de neve quase o dia todo.<br />
<br />
Às 11h51, depois de subir 445m desde a ponte do Rio Dudh Koshi, alcancei a vila de Dole e parei para almoçar um dal bhat no Namaste Lodge. Dole está a 4049m e as árvores já começam a desaparecer acima dessa altitude. Às 12h56 continuei na direção oeste e logo desci para cruzar o Rio Phule por uma ponte de troncos precária. Subi novamente e passei por um lodge em Lhafarma às 13h44. As nuvens baixaram de vez e a neblina tirava a visão do caminho. Às 14h27 cruzei um riacho e passei por um lodge no vilarejo de Luza. Na bifurcação 90m depois do lodge fui à direita, cruzei outro riacho e atravessei alguns cercados de pedra.<br />
<br />
Subi até os 4446m (maior altitude do dia) e desci à vila de Machermo, aonde cheguei às 15h com neblina. Me hospedei no Himalayan Lodge, um lodge menor e mais modesto que os outros. O primeiro em que perguntei, o Tashi Dele, estava lotado, apesar de bem grande, ao passo que o Himalayan Lodge só tinha carregadores, apenas eu de estrangeiro. Pude novamente negociar o preço do quarto e o dono fez de graça, só cobrando as refeições. O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental. Para escovar os dentes tinha que ser no quintal com uma caneca. A energia era solar e não havia luz nos quartos, banheiro e corredores, necessitando usar a lanterna.<br />
<br />
Altitude em Machermo: 4393m<br />
Preço do dal bhat: Rs 500<br />
Preço do veg chowmein: Rs 400<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-obA8nvHt48s/XHsvVRkQJOI/AAAAAAAA6Vg/lzAaDeAs0YYFcwcJ8GSdZ1ZatQZ0ssnjACLcBGAs/s1600/20181111_111036.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-obA8nvHt48s/XHsvVRkQJOI/AAAAAAAA6Vg/lzAaDeAs0YYFcwcJ8GSdZ1ZatQZ0ssnjACLcBGAs/s640/20181111_111036.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Longpunga Tso, primeiro lago de Gokyo</i></span></td></tr>
</tbody></table>
19º DIA - 11/11/18 - de Machermo a Gokyo<br />
<br />
Duração: 3h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4754m<br />
Menor altitude: 4377m<br />
Resumo: nesse dia continuei a subida pela margem direita do Rio Dudh Koshi até a vila de Gokyo e seus incríveis lagos sagrados<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi -4,1ºC. Às 6h30 da manhã estava -3ºC. A minha água amanheceu congelada dentro da garrafa.<br />
<br />
Como não costumam acender o aquecedor do refeitório de manhã para economizar esterco de iaque, o dono do lodge foi muito gentil e serviu o meu café numa mesa do lado de fora, onde já batia o sol da manhã (mas ainda fazia muito frio).<br />
<br />
A vila de Machermo se espalha ao longo do vale do Rio Machermo, afluente da margem direita do Rio Dudh Koshi.<br />
<br />
Saí do lodge às 9h na direção noroeste e logo cruzei uma ponte de ferro sobre o Rio Machermo (4377m, menor altitude do dia). A partir dela há duas trilhas mais ou menos paralelas em direção a Gokyo: a da direita sobe menos, a da esquerda sobe mais e depois desce para encontrar a primeira. A da esquerda deve até ter uma vista mais panorâmica mas eu optei pela da direita. Ela sobe pela encosta, faz uma curva de mais de 90º para a esquerda e toma a direção noroeste, junto ao Rio Dudh Koshi, até se fundir com a outra trilha, que percorre até ali um nível mais alto na encosta. O Cho Oyu, 6ª montanha mais alta do mundo, já fica visível na cabeceira do vale.<br />
<br />
Ao me aproximar do povoado de Phanga tomei as trilhas da esquerda mas pode-se ir pela direita também. Cruzei essa vila às 9h53 e é muito bonita a visão das casas e muros de pedra com os picos Cholatse e Taboche ao fundo (leste). Após Phanga me aproximei um pouco mais do Rio Dudh Koshi e parei para fotos. Já podia avistar dali a longa subida que teria de encarar em seguida.<br />
<br />
Às 10h57 venci essa subida (cheia de gente) e cruzei a ponte de ferro sobre o rio que verte do primeiro dos lagos sagrados de Gokyo. Ufa, parece que estava quase no fim essa subida interminável desde o dia anterior, com desnível de mais de 1000m desde a ponte do Rio Dudh Koshi até aqui. Daqui até Gokyo à minha direita tenho a moraina lateral do Glaciar Ngozumba, que vem das montanhas Cho Oyu, Ngozumba Kang e Gyachung Kang. Parei no primeiro lago, Longpunga Tso, às 11h03 para fotos com o Cho Oyu ao fundo e segui com o riacho que faz a ligação entre os lagos à minha esquerda. Cerca de 970m depois parei no segundo lago, Taujung Tso, muito maior que o primeiro, para descansar e comer o lanche que tinha na mochila. Continuei às 12h e em 45 minutos (com paradas) alcancei o terceiro lago, Gokyo Tso, ainda maior e mais bonito. Tirei algumas fotos e segui, chegando a Gokyo às 13h10. O lugar é tão bonito que parece uma pintura! O vilarejo ao lado do lago de águas esverdeadas brilhantes e cercado de montanhas e picos nevados - nem parece real! Ao fundo, ao norte, está o Pico Cho Oyu, 6º mais alto do mundo.<br />
<br />
Os lagos de Gokyo são sagrados para budistas e hindus. Durante o festival Janai Purnima, em agosto, centenas de nepaleses vão em peregrinação a Gokyo para banhar-se em suas águas geladas. Os lagos também contribuem na formação do importante Rio Dudh Koshi, que conheci no 5º dia de caminhada, em Chhirdi.<br />
<br />
Percorri alguns lodges e optei pelo Ngawang Friendship. Negociei o quarto e ficou de graça novamente, mas se o lodge lotasse eu teria que dividir o quarto com outra pessoa pois me deram (na primeira noite apenas) um quarto com duas camas. Os banheiros ficavam dentro da casa e era um no estilo oriental e outro com vaso sanitário, descarga com caneca. Como em Machermo, a energia era solar e não havia luz nos quartos, banheiros e corredores. Perguntei por curiosidade o preço da água mineral de 1 litro e custava a bagatela de Rs450 (US$3,90)!<br />
<br />
Almocei no lodge e o passeio da tarde foi abortado pois as nuvens tomaram conta do lugar. A visão das nuvens sobre o lago era bonita também, mas a minha intenção de subir até os lagos mais acima (4º e 5º) foi adiada.<br />
<br />
Altitude em Gokyo: 4754m<br />
Preço do dal bhat: Rs 700<br />
Preço do veg chowmein: Rs 700<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-RTdsNPFHl3k/XHsvk4uzFpI/AAAAAAAA6Vk/5cj4AhXmu2QBUKU7sGM-8NcjjXoHBMfcgCLcBGAs/s1600/20181112_093146%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-RTdsNPFHl3k/XHsvk4uzFpI/AAAAAAAA6Vk/5cj4AhXmu2QBUKU7sGM-8NcjjXoHBMfcgCLcBGAs/s640/20181112_093146%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Everest visto da montanha Gokyo Ri</i></span></td></tr>
</tbody></table>
20º DIA - 12/11/18 - de Gokyo a Gokyo Ri<br />
<br />
Duração (descontadas as paradas): 1h25 (subida ao Gokyo Ri), 1h05 (descida do Gokyo Ri), 48 min (de Gokyo ao 4º lago)<br />
Maior altitude: 5356m<br />
Menor altitude: 4754m<br />
Resumo: nesse dia subi a montanha Gokyo Ri num desnível de 600m desde a vila de Gokyo e visitei o Thonak Tso, o 4º lago<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,9ºC. Às 6h30 da manhã estava 0,3ºC. Meu sono foi bem ruim de novo. Por causa da altitude passei a maior parte da noite acordado.<br />
<br />
Saí do lodge às 7h42 na direção noroeste, cruzei pela "ponte" de pedras o riacho que se abre antes de desaguar no Lago Gokyo Tso e comecei a subir o Gokyo Ri por trilha bem marcada e muito pisada. Alcancei o cume de 5356m às 9h12 e a paisagem é espetacular. Dali se avistam Cho Oyu (6º mais alto do mundo), Ngozumba Kang e Gyachung Kang ao norte; Chumbu, Pumori e Changtse a nordeste; Everest, Nuptse (20º mais alto), Lhotse (4º mais alto) e Makalu (5º mais alto) a leste; Cholatse e Taboche a sudeste; Kangtega, Kyashar, Thamserku e Kusumkangaru (Kusum Kanguru) a sul-sudeste; Khumbila ao sul; Passo Renjo La a sudoeste. A visão de Gokyo com os lagos sagrados é uma das paisagens mais bonitas de todo esse trekking - realmente vale todo o esforço para chegar a esse lugar!<br />
<br />
Às 11h18 iniciei a descida e estava de volta à vila às 12h32. Saí 20 minutos depois para conhecer os lagos mais acima antes que as nuvens tomassem conta de tudo novamente. Caminhei pela trilha bem marcada até o 4º lago, Thonak Tso, aonde cheguei em 48 minutos, mas parei por ali pois o 5º lago estava 3,7km à frente por um caminho de pedras e se fosse "comum" como o 4º lago eu ia me arrepender de ter caminhado tanto. Se o 5º lago era bonito? Até hoje não sei. Talvez dependa da posição do sol para eles ficarem mais bonitos. Ali a altitude era de 4876m e eu tinha uma visão incrível do Cho Oyu, Ngozumba Kang e Gyachung Kang ao norte, na cabeceira do vale. Continuando ainda além do 5º lago estariam o 6º lago e o campo base do Cho Oyu. Voltei tomando uma trilha na crista da moraina do Glaciar Ngozumba, que passa bem ao lado da vila de Gokyo e é o último obstáculo para quem vem de Lobuche pelo Passo Cho La. O "mar" de pedras do glaciar é impressionante e quem já passou por um sabe a dificuldade que é.<br />
<br />
Descobri onde ficava o posto de saúde e fui lá pegar alguma informação mais confiável sobre como resolver o problema da minha insônia na altitude. Conversei com a médica sem ter que pagar a consulta e ela me disse que o Diamox é indicado para quem acorda no meio da noite com falta de ar. Não sei bem se era o meu caso, acordava espontaneamente, não necessariamente com falta de ar. Continua a dúvida se o Diamox me teria feito dormir.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-otGIJPT3DQs/XHsv4tkX-OI/AAAAAAAA6Vw/aYtsIRxNhS0B4xHfxIeCIYddZU7mOFf7gCLcBGAs/s1600/20181113_112237.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-otGIJPT3DQs/XHsv4tkX-OI/AAAAAAAA6Vw/aYtsIRxNhS0B4xHfxIeCIYddZU7mOFf7gCLcBGAs/s640/20181113_112237.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Passo Renjo La (5409m de altitude)</i></span></td></tr>
</tbody></table>
21º DIA - 13/11/18 - de Gokyo a Lungden<br />
<br />
Duração: 6h (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 5409m<br />
Menor altitude: 4378m<br />
Resumo: nesse dia encarei o terceiro passo (para mim foi o segundo), o Renjo La, com 5409m de altitude e desnível de 655m desde a vila de Gokyo, para descer em seguida ao vilarejo de Lungden<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi -0,5ºC. Às 6h10 da manhã estava 3,6ºC. Tive uma noite razoável de sono, não fiquei tantas horas acordado e consegui descansar para enfrentar esse dia bem puxado.<br />
<br />
Saí do lodge às 7h56 e tomei o mesmo caminho do dia anterior (noroeste), porém aos pés do Gokyo Ri peguei a trilha da esquerda (com placa apontando Renjo Pass), subindo suavemente a encosta e percorrendo a margem norte do Lago Gokyo Tso. Às 8h16 fui à direita numa bifurcação (a trilha da esquerda aparentemente vai até o final do lago). Às 9h cruzei um riacho e a subida se tornou bastante íngreme, em zigue-zague, com muitas pedras. Nessa ladeira havia pequenas quedas-d'água congeladas.<br />
<br />
Às 9h48 atingi um grande platô e olhando para trás vi que a neblina estava chegando bem mais cedo nesse dia. Numa bifurcação a 5261m fui à direita. Subi mais e alcancei o Passo Renjo La às 10h56, com muitas bandeirinhas de oração budistas e lenços cerimoniais. A altitude ali é 5409m e pode-se avistar as montanhas: Gyachung Kang a norte-nordeste; Chumbu, Pumori e Changtse a nordeste; vila de Gokyo, Everest, Nuptse, Lhotse e Makalu a leste; Cholatse e Taboche a sudeste.<br />
<br />
A neblina não foi tão forte quanto eu imaginava. Aos poucos foram chegando mais e mais trilheiros e reencontrei o russo que conheci em Pangboche. É muito legal reencontrar as pessoas depois de vários dias de caminhada e ver que continuamos "juntos", no mesmo ritmo. Comi alguma coisa (importante levar lanche e água por causa da distância entre as vilas - há uma pequena padaria em Gokyo) e às 13h38, quando quase todos já haviam saído, iniciei a descida para a vertente oeste do passo, em direção a Lungden.<br />
<br />
A trilha de descida do passo tem muitas pedras soltas e até escadas de pedra. Às 14h21 passei pelo Lago Angladumba Tso que já avistava desde o passo. A partir daí a neblina veio forte e começou a tirar a visão do caminho. Continuei descendo e às 14h57 passei à direita do Lago Relama Tso. Às 15h13 cometi um erro. Numa bifurcação sem placa e em meio à neblina olhei no gps e ele indicou o caminho da direita. A trilha era bem marcada e eu, acreditando que estava no caminho certo, não olhei mais o gps. Atrás de mim vinha um casal russo (Marina e Andrei). Eles confiaram na minha burrada e tomaram a direita também. Depois de descer muito por trilha marcada, começamos a ver que havia alguma coisa errada pois ela estava ficando indefinida, embora houvesse muitos totens (só para nos confundir). Vimos que o erro estava lá atrás e não quisemos subir tudo de novo. A neblina não deixava visualizar se aquele caminho também levaria a Lungden, talvez sim mas por um trajeto muito mais longo e difícil. Eles decidiram sair dessa trilha para a esquerda e caminhar pelas encostas sem trilha até reencontrar o trajeto correto. Dessa vez eu é que fui atrás deles para ver no que ia dar. O caminho foi bem ruim por deslizamentos cheios de pedras soltas e descidas muito íngremes. Conseguimos voltar à rota certa cerca de 800m antes da vila de Lungden, aonde chegamos às 16h51.<br />
<br />
Marina era quem espiava os lodges e conversava com os donos para decidir em qual ficar. Eles resolveram ficar no Lungden View Lodge e eu também pois o quarto não seria cobrado. Os banheiros desse lodge ficavam dentro da casa e era um no estilo oriental e outro com vaso sanitário. Descarga em ambos com caneca. Havia um grupo de franceses sem guia também e conversamos bastante no refeitório esperando pela janta. Perguntei a eles e ao dono do lodge sobre uma trilha alternativa a Lukla que sai de Thame e não passa em Namche Bazar, mas não recomendaram fazê-la porque há bem pouca hospedagem pelo caminho e um dos lodges é muito caro, sem outra opção próxima, segundo disseram.<br />
<br />
Marina também tinha pego a maldita tosse do Khumbu, como eu. Nós dois fazíamos uma sinfonia de tosses, principalmente à noite com o frio apertando.<br />
<br />
Altitude em Lungden: 4378m<br />
Preço do dal bhat: Rs 550<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
Às 18h15 a temperatura fora do lodge era -3ºC.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-RiVDtpICnn4/XHswLcT8mcI/AAAAAAAA6V4/BED_MSB0IjIyDz5Cd9Blu_vUTfu20gW0gCLcBGAs/s1600/20181114_112115.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-RiVDtpICnn4/XHswLcT8mcI/AAAAAAAA6V4/BED_MSB0IjIyDz5Cd9Blu_vUTfu20gW0gCLcBGAs/s640/20181114_112115.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Stupa e roda mani na entrada da vila de Thameteng</i></span></td></tr>
</tbody></table>
22º DIA - 14/11/18 - de Lungden a Namche Bazar<br />
<br />
Duração: 6h20 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4378m<br />
Menor altitude: 3415m<br />
Resumo: nesse dia percorri o vale do Rio Bhote Koshi baixando 948m de altitude de Lungden a Namche Bazar<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi -0,3ºC. Às 7h50 da manhã estava 0,4ºC.<br />
<br />
Em Lungden tive meu primeiro contato maior com o Rio Bhote Koshi já que a vila fica em seu vale, na margem esquerda. Saí do lodge às 8h28 na direção sul percorrendo o restante do vilarejo. Cruzei um riacho congelado pelas pedras e às 9h11 passei pela vila de Maralung. Às 9h22 cruzei uma ponte metálica sobre o Rio Bhote Koshi, passando para sua margem direita. Fui à esquerda na bifurcação ao final da ponte. Ali fui alcançado por Marina e Andrei, que saíram depois de mim. A vila de Maralung continua depois da ponte e a trilha passa a percorrer a encosta da margem direita do Rio Bhote Koshi. Às 10h02 passei pelo povoado de Tarnga e seus inúmeros cercados de pedra. Cruzei às 10h29 a ponte de ferro sobre o Rio Langmuche. Às 10h53 fui à esquerda na bifurcação e logo cruzei um riacho pelas pedras. Cruzei mais dois riachos pelas pedras e no quarto riacho saía uma trilha à esquerda para o povoado de Yila Jung (essa bifurcação, apesar da placa, pode causar dúvida a quem está fazendo o percurso ao contrário). Às 11h20 passei por uma stupa com uma roda mani na entrada da vila de Thameteng. Ao final dessa vila há uma grande stupa à direita e uma infinidade de pedras mani à esquerda.<br />
<br />
Às 11h45 eu, Marina e Andrei chegamos a um mirante no alto da vila de Thame e resolvemos parar para almoçar. Descemos para procurar um lugar mas o vilarejo parecia fantasma, quase tudo fechado e deserto. Conseguimos almoço num lodge às 12h05. O banheiro desse lodge era diferente, era no estilo oriental mas com descarga.<br />
<br />
Nesse povoado de Thame, a 3792m, começam a reaparecer timidamente as árvores, mas elas voltam a ser mais frequentes mesmo só abaixo dos 3500m.<br />
<br />
Ao final do almoço o sol já havia sumido, encoberto pelas nuvens baixas. Saímos às 12h59 na direção sudeste pela encosta da margem esquerda do Rio Thame e descemos até uma ponte de ferro sobre um cânion formado pelo estreitamento do Rio Bhote Koshi. Após a ponte, no paredão rochoso há imagens pintadas de Tara Verde, Guru Rinpoche e Thangtong Gyalpo. Após essa ponte voltamos a caminhar pela encosta da margem esquerda do Rio Bhote Koshi e às 13h46 passamos pela vila de Samde. Na bifurcação ao final da vila fomos à direita, descendo. Às 14h11 alcançamos o monastério de Thamo, com o vilarejo logo abaixo. Bancas de artesanato demonstram que estamos voltando à zona mais "turística" do trekking.<br />
<br />
Passamos pelo povoado de Theso às 14h43 e cruzamos uma ponte de ferro sobre o Rio Thesebu (3415m, menor altitude do dia). Às 15h passamos pelo vilarejo de Samsing onde há uma imagem do Guru Rinpoche pintada numa grande rocha. A seguir cruzamos um bosque. Às 15h10 passamos pela vila de Phurte e paramos para descanso na stupa logo acima. Entramos na mata de pinheiros e às 15h36 fomos à direita numa bifurcação com placa indicando Khumjung e Khunde à esquerda. Cruzamos a mata e na descida já avistamos Namche Bazar e seu formato de anfiteatro mais abaixo. Passamos pelo monastério e chegamos a Namche às 16h10.<br />
<br />
Segui o casal russo de novo e fomos para o Family Lodge, que eles já conheciam. Na negociação, o quarto saiu por Rs100 (US$0,87). O banheiro ficava dentro da casa e tinha vaso sanitário com descarga acoplada e lavatório com espelho - muito luxo! O russo de Pangboche estava hospedado ali também com seus amigos.<br />
<br />
Eu precisava trocar mensagens com o dono da agência que me vendeu a passagem aérea Lukla-Kathmandu para adiantar a data do voo, mas a NCell não estava funcionando. Tive de ir a uma padaria consumir alguma coisa e usar o wifi gratuito. Consegui trocar a data para dia 16, às 9h, um pouco tarde (por causa das nuvens que costumam fechar o aeroporto) mas não havia horário vago mais cedo.<br />
<br />
Altitude em Namche Bazar: 3430m<br />
Preço do dal bhat: Rs 500<br />
Preço do veg chowmein: Rs 500<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-dAbeXYPi9sI/XHswgFrZ6SI/AAAAAAAA6WA/bGBbE-QV8rMfI_vzf5UqjCd0MAFlafLjwCLcBGAs/s1600/20181115_102250.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-dAbeXYPi9sI/XHswgFrZ6SI/AAAAAAAA6WA/bGBbE-QV8rMfI_vzf5UqjCd0MAFlafLjwCLcBGAs/s640/20181115_102250.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Ponte Larja, a mais fotografada</i></span></td></tr>
</tbody></table>
23º DIA - 15/11/18 - de Namche Bazar a Lukla<br />
<br />
Duração: 6h25 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 3430m<br />
Menor altitude: 2545m<br />
Resumo: nesse dia refiz ao contrário o percurso do 7º dia, percorrendo no sentido sul o vale do Rio Dudh Koshi e baixando 586m de altitude de Namche Bazar a Lukla, encerrando assim essa caminhada de 23 dias<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 2,2ºC. Às 7h30 da manhã estava 2,7ºC.<br />
<br />
Marina e Andrei resolveram ficar mais um dia em Namche. Saí do lodge às 8h50 na direção sul e parei na entrada de Namche para fotos da bonita stupa. Passei (sem parar) pelo checkpoint às 9h18 e 100m adiante entrei numa trilha à esquerda da principal. Essa trilha corre paralela à principal mas é bem mais estreita e mais vazia. Às 9h34 as duas se fundiram de novo e 240m depois passei pelos banheiros que há ao lado desse caminho. Às 9h58 cheguei à Ponte Larja, sobre o Rio Dudh Koshi. Parei um bom tempo para fotos. Continuei às 10h23 e tomei a direita na primeira bifurcação, descendo por uma trilha mais estreita com escadarias (o caminho em frente também serve mas aparentemente sobe para depois descer tudo de novo). Descendo na trilha à direita cheguei à margem do Rio Dudh Koshi e parei para mais fotos da Ponte Larja.<br />
<br />
Continuei descendo pela margem esquerda do Rio Dudh Koshi, cruzei a ponte suspensa Tawa sobre ele e passei por Jorsale às 11h19. Já era bem visível como a trilha estava mais vazia em relação ao dia em que passei na ida. Cruzei outra ponte suspensa voltando para a margem esquerda do Rio Dudh Koshi. Subi bastante e às 11h38 passei pela entrada do Parque Nacional Sagarmatha, onde tive de mostrar as permissões para registro da minha saída. Cruzando a vila de Monjo resolvi parar às 11h51 para almoçar no Mountain View Lodge. Atendimento muito simpático. Retomei a caminhada às 12h18 e parei no checkpoint da permissão local para carimbar a saída. Esses dois checkpoints estavam completamente vazios, ao contrário do dia em que passei na ida.<br />
<br />
Descendo cruzei a ponte de ferro sobre o transparente Rio Monjo e passei às 12h30 pela vila de Chumoa. Às 12h43 cruzei outra ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi e passei pela vila de Benkar. Cruzei a ponte de concreto com a cachoeira dupla à direita. Às 13h22 passei pela cachoeira tripla e 230m à frente cruzei a vila de Toktok. Atravessei uma ponte de concreto sobre o Rio Ghatte (ou Rio Nagbuwa) e passei por Zamphute às 13h37. Cheguei à vila de Phakding e aqui é fácil errar se não estiver atento: deve-se tomar o caminho que sai em 90º à esquerda passando no meio dos lodges, e não seguir em frente (como fizeram Marina e Andrei). Indo à esquerda se cruza mais uma ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi para em seguida passar pelo "centro" de Phakding. Uns 3 minutos após as últimas casas, deve-se desprezar uma nova ponte suspensa que vai para a direita e seguir em frente.<br />
<br />
Às 14h24 passei pela vila de Chhuthawa e 290m depois pelo povoado de Ghat (Yulning) com um bonito monastério de paredes vermelhas. Às 14h51 passei por Thadokoshi e cruzei a ponte metálica sobre o Rio Thado Koshi (2545m, menor altitude do dia). Estava difícil ultrapassar um grupo de iaques e aproveitei para parar e descansar um pouco. Às 15h15 passei por uma ponte suspensa sobre um deslizamento enorme. Às 15h46 cruzei uma ponte de concreto e passei pela vila de Cheplung, onde dormi na 6ª noite. Em seguida veio a longa e dura subida até Lukla, aonde cheguei às 16h36 com chuva fina. Cruzei toda a vila e fui diretamente ao aeroporto tentar adiantar o horário do voo do dia seguinte, mas os balcões estavam todos fechados (pura ingenuidade minha, mal sabia eu o caos que enfrentaria no dia seguinte).<br />
<br />
Voltei ao centro de Lukla e comecei a procurar hospedagem - todos os lodges estavam lotados por causa do mau tempo que obrigava muita gente a esperar o dia seguinte para embarcar. Finalmente consegui um quarto no Monte K2 Lodge por Rs200 (US$1,74). O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental, e não era um primor de limpeza.<br />
<br />
Altitude em Lukla: 2844m<br />
Preço do dal bhat: Rs 650<br />
Preço do veg chowmein: Rs 400<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 7,5ºC. Às 7h15 da manhã estava 7,8ºC.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-BKV-MvzqM54/XHswwDXCFEI/AAAAAAAA6WE/oPaVdHxH2ZAwF6SfYtibIT0tDXKkWxUCgCLcBGAs/s1600/20181117_082240.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-BKV-MvzqM54/XHswwDXCFEI/AAAAAAAA6WE/oPaVdHxH2ZAwF6SfYtibIT0tDXKkWxUCgCLcBGAs/s640/20181117_082240.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pista curtinha do aeroporto de Lukla</i></span></td></tr>
</tbody></table>
16/11/18 - tentativa de embarque no voo Lukla-Kathmandu<br />
<br />
Meu voo estava marcado para 9h. Tomei o café da manhã e cheguei ao aeroporto às 7h50. O saguão do check in parecia o fim do mundo. A multidão se acumulava na frente dos pequenos guichês das companhias aéreas, que são Nepal Airlines, Tara Air (a minha), Sita Air e Summit Air. Porém os guichês não têm funcionário o tempo todo como nos outros aeroportos, eles só vêm quando vai ser aberto o check in do próximo voo, e nessa hora a confusão é total, com a multidão estendendo papéis e celulares mostrando a reserva, na esperança de embarcar no próximo voo pois todos já estão atrasados. O funcionário pega só algumas das reservas dos passageiros desesperados, confere numa listagem (não há computador), manda pesar a bagagem e em seguida desaparece. Mais meia hora ou uma hora ele reaparece e começa toda a balbúrdia de novo. Um espanhol com quem conversei no meio desse caos tinha passagem com a Tara Air também às 9h, como eu. Ele foi chamado, embarcou e eu fiquei. No entanto, duas garotas estavam nesse sufoco de não conseguir embarcar desde o dia anterior às 7h da manhã. Eles não seguem a ordem cronológica das reservas, é tudo aleatório. A cada vinda do funcionário para o guichê o tumulto e a correria se instalavam, isso em todos os guichês pois nas outras companhias era a mesma coisa. Conclusão: não fui chamado para os voos seguintes e por volta de 13h os funcionários não voltaram mais ao guichê, nem para avisar se haveria outros voos ou não naquele dia. Total falta de respeito! A essa altura já tinha feito amizade com algumas outras pessoas na mesma situação que eu. Concluímos que os voos haviam sido cancelados por causa da mudança do tempo. Descobrimos onde era o escritório da Tara Air (dentro do aeroporto mesmo, no corredor à esquerda de quem entra) e fomos confirmar isso e remarcar o voo para o dia seguinte. Voltei ao mesmo lodge, almocei um dal bhat e enrolei a tarde toda.<br />
<br />
A mínima durante a noite dentro do quarto foi 6,9ºC. Às 7h20 da manhã estava 7,4ºC.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-qQAcNzxDuxE/XHsxCzpqXbI/AAAAAAAA6WQ/_kSj-jrkQMANdIEac8094WKRqR0N-f3YQCLcBGAs/s1600/20181117_131932%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-qQAcNzxDuxE/XHsxCzpqXbI/AAAAAAAA6WQ/_kSj-jrkQMANdIEac8094WKRqR0N-f3YQCLcBGAs/s640/20181117_131932%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Himalaia visto do avião entre Lukla e Kathmandu</i></span></td></tr>
</tbody></table>
17/11/18 - finalmente sucesso no embarque no voo Lukla-Kathmandu<br />
<br />
Meu voo estava marcado para 9h. Cheguei ao aeroporto às 8h30. Mas nesse dia foi diferente pois na confusão do dia anterior eu e os parceiros na mesma situação aprendemos algumas coisas que vão como dica importante aqui para não passar por tanto sufoco. Pelo menos para a Tara Air isso é válido. Ao chegar ao aeroporto é importante ir ao escritório da companhia e pedir (ou mesmo exigir) que eles informem o número do voo em que está previsto o seu embarque. Não é o número do voo dado na hora da reserva, é um número sequencial que eles criam no dia do embarque. Sim, a coisa é pra lá de confusa! Com esse número na mão não é preciso correr para o guichê e se matar junto com os outros passageiros toda vez que o funcionário aparecer para fazer um check in. Basta perguntar a ele: qual é o número desse voo? Se for o seu, basta entregar a reserva e o passaporte, se não for espere a próxima aparição dele. Isso aprendemos a duras penas! E sempre torcer para as nuvens não chegarem e os voos serem todos cancelados.<br />
<br />
Nesse dia fiz o check in às 10h e consegui decolar de Lukla às 13h, chegando ao aeroporto de Kathmandu às 13h29. Algumas pessoas no avião estavam passando mal de tão nervosas mas o voo foi ótimo, sem nenhuma turbulência. O que assusta é o tamanho da aeronave, um Dornier 228 de apenas 12 lugares, e a pista curta e inclinada de Lukla que termina num precipício.<br />
<br />
Um alerta a quem pensa em comprar a passagem Lukla-Kathmandu com a empresa Summit Air: muitos voos dessa empresa não chegam a Kathmandu, embora os passageiros paguem o mesmo valor (ou mais) que os outros que desembarcam em Kathmandu. O avião pousa em algum aeroporto menor no caminho e o restante da viagem é feito de ônibus. Como as estradas no Nepal são péssimas soube de viagens que estavam levando de 4h a 7h!!! Quer dizer, você paga US$179 por uma passagem aérea para viajar 15 minutos num avião e depois 7h num ônibus!<br />
<br />
<b>Informações adicionais:</b><br />
<br />
. O posto de saúde de Gokyo tem palestras diárias e gratuitas sobre aclimatação e Mal da Montanha às 15h<br />
<br />
. Melhor mapa: Jiri to Everest Base Camp, 1:50.000, editora Himalayan MapHouse/Nepa Maps, código NE521, encontrado facilmente nas livrarias de Kathmandu (Rs500 = US$4,34). Site: <a href="http://himalayan-maphouse.com/" target="_blank">himalayan-maphouse.com</a>.<br />
<br />
<br />
Rafael Santiago<br />
novembro/2018Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5237092555470337685.post-17294563523566275082019-03-02T17:22:00.000-08:002020-06-06T00:12:51.990-07:00Campo Base do Everest - etapa 2/3 - de Namche Bazar ao Campo Base do Everest e Pheriche (Nepal) - nov/18<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-czkmOEV_dBs/XHsn_4FT5kI/AAAAAAAA6Tk/W6HSHeU1voooI4iOmKMp-EmI2hbZeFKbQCLcBGAs/s1600/20181107_120806.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-czkmOEV_dBs/XHsn_4FT5kI/AAAAAAAA6Tk/W6HSHeU1voooI4iOmKMp-EmI2hbZeFKbQCLcBGAs/s640/20181107_120806.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Everest e Nuptse vistos do Kala Pattar</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Início: Namche Bazar<br />
Final: Pheriche<br />
Duração: 9 dias<br />
Maior altitude: 5643m no cume do Kala Pattar<br />
Menor altitude: 3313m na vila de Phunki Thenga<br />
Dificuldade: alta. Muita subida e muita descida quase todos os dias, com desníveis de 600m a 800m diários, sempre acima dos 3300m, o que exige aclimatação. O Passo Kongma La, de 5530m, impõe uma dificuldade a mais.<br />
Permissões: entrada do Parque Nacional Sagarmatha (Rs 3000 = US$ 26,04) e permissão local que substituiu o TIMS card para a região do Everest (Rs 2000 = US$17,36).<br />
<br />
Obs.: antes de ler este relato sugiro a leitura do meu "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>" para ter as informações básicas para as caminhadas naquele país.<br />
<br />
O trekking Namche Bazar-Campo Base do Everest é a segunda parte de uma caminhada de 23 dias que foi de Shivalaya até o Campo Base e percorreu dois dos três passos de montanha que levam a Gokyo. A primeira parte está descrita <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/03/ponte-larja-e-o-lindo-rio-dudh-koshi.html" target="_blank">aqui</a> e a terceira parte está descrita <a href="https://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/03/trekking-pheriche-lukla-nepal-nov18.html" target="_blank">aqui</a>. Como esta etapa do trekking ocorre acima dos 3000m de altitude, foi preciso dedicar alguns dias às caminhadas de aclimatação. Para saber mais sobre a importância da aclimatação e os riscos de não fazê-la sugiro ler este tópico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>".<br />
<br />
Ao longo do relato colocarei o nome das vilas com as variações de escrita mais frequentes e também pelos diferentes nomes que constam nos mapas e nas placas.<br />
<br />
No percurso desse trekking há muitas fontes de água, como riachos no meio da trilha e torneiras ou bicas nas vilas. Não cito todas no relato porque são muitas. A água deve sempre ser tratada, conforme explico no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia de trekking independente no Nepal</a>".<br />
<br />
As operadoras de celular que funcionam em alguns dos povoados ao longo deste trekking são:<br />
. Namche Bazar: NCell<br />
. Pangboche: NCell (somente em alguns lugares da vila)<br />
. Dingboche: só Everest Link<br />
. Chukhung: só Everest Link<br />
. Pheriche: só Everest Link<br />
. Lobuche: só Everest Link<br />
. Gorak Shep: Everest Link, NCell muito instável<br />
<br />
O cartão pré-pago de wifi Everest Link promete funcionar em toda a região do Everest desde Lukla até o Campo Base. Não o testei porque não sabia da existência e já havia comprado o chip da operadora NCell em Kathmandu. Mais informações no "Pequeno guia".<br />
<br />
Todos os preços abaixo estão na moeda do Nepal (rupia nepalesa) e convertidos para dólar pela média dos câmbios que encontrei em Kathmandu entre outubro e dezembro de 2018 (US$ 1 = Rs 115,20).<br />
<br />
Para mostrar a variação de preços das refeições em cada povoado ao longo dos trekkings vou colocar ao final de cada dia o preço do dal bhat e do veg chowmein, dois pratos bastante pedidos. Como referência esses pratos em Kathmandu custam por volta de Rs 250 (US$2,17) e Rs 160 (US$1,39), respectivamente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-9y_mCFUkH44/XHsodpeYCxI/AAAAAAAA6Ts/g_LICvVPRmwF-SJTzCca0DBSvtSWMM3fgCLcBGAs/s1600/20181031_091708.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-9y_mCFUkH44/XHsodpeYCxI/AAAAAAAA6Ts/g_LICvVPRmwF-SJTzCca0DBSvtSWMM3fgCLcBGAs/s640/20181031_091708.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Mirante próximo ao Hotel Everest View (da esq para a dir): Cholatse, Taboche, Nuptse (20º mais alto do mundo), Everest, Lhotse (4º mais alto do mundo), Lhotse Shar e o magnífico Ama Dablam</i></span></td></tr>
</tbody></table>
8º DIA - 31/10/18 - de Namche Bazar a Khumjung e Khunde (aclimatação)<br />
<br />
Duração: 5h30 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 4050m<br />
Menor altitude: 3430m<br />
Resumo: como havia ultrapassado os 3000m de altitude, segui a recomendação de fazer caminhadas de aclimatação a partir de Namche Bazar. Nesse dia subi até o Hotel Everest View para fotos do Everest e outras montanhas em 360º, depois percorri as vilas de Khumjung e Khunde, e ainda subi ao mirante Gong Ri View Point (ou Hillary Memorial View Point). Voltei para dormir novamente em Namche.<br />
<br />
Saí do lodge às 7h03 e subi pela escadaria central da vila, passando à direita do Khumbu Resort. Mais acima a escada de pedra termina, o caminho quebra para a direita e se transforma numa ladeira com degraus espaçados. Na bifurcação sem placa fui à esquerda subindo. Mais acima fui à esquerda numa bifurcação com placa apontando Tyangbuche à esquerda e hotéis (e um museu) à direita. Cerca de 90m acima fui à esquerda na placa apontando Khumjung Khunde à esquerda e Tengboche Gokyo à direita (meu destino no dia seguinte). A subida continua por trilha estreita e em zigue-zague. Segui pela trilha principal até um hotel no alto, o Everest Sherpa Resort. Contornei-o pela direita e subi a um morrote às 7h59. Ali está a primeira visão do Everest para quem inicia a caminhada em Lukla (para mim a primeira visão do Everest foi em Phurtyang, no 4º dia de caminhada). Desse mirante se avistam muitas outras montanhas. Na sequência da esquerda para a direita a nordeste estão: Cholatse, Taboche, Nuptse (20º mais alto do mundo), Everest, Lhotse (4º mais alto do mundo), Lhotse Shar e o magnífico Ama Dablam. A leste estão o Kangtega e o Thamserku, a sudeste o Kusumkangaru (Kusum Kanguru) e ao norte o Khumbila.<br />
<br />
Dali poderia seguir pela trilha mais batida mas o Christopher (o austríaco) me sugeriu subir um pouco mais e caminhar por uma crista que dava visão para o outro lado, para a vila de Khumjung aos pés do Pico Khumbila. E foi o que fiz, saindo às 8h27. A trilha é estreita e pouco usada, mas se funde à principal ao descer da crista. Com mais 300m já estava no Hotel Everest View, às 9h05. Não se deve entrar no hotel pela escadaria (como eu fiz) para tentar acessar a frente dele e ter a melhor visão das montanhas, mas sim subir à sua direita até algumas antenas, onde a panorâmica de 360º é bastante parecida com a do mirante anterior. Porém a vista na direção do Everest é mais desimpedida e pode-se enxergar a vila de Phortse, por onde eu passaria no 17º dia, e a vila de Tengboche na crista de uma serrinha a 4,5km dali, com o caminho subindo até ela (passaria por ela no dia seguinte). Desse mirante das antenas, a 3886m de altitude, se avista também a Ponte Larja, a ponte dupla por onde havia passado no dia anterior. Parei para contemplar a paisagem mas quando começou a encher muito e ficar muito ruidoso o lugar, saí em direção a Khumjung, às 10h33. Os pousos e decolagens de helicópteros de voos panorâmicos ali são constantes (ou serão hóspedes vip chegando e saindo do hotel?).<br />
<br />
Caminhei de volta ao hotel, desci a escadaria por onde cheguei e entrei na trilha sinalizada com "way to Khumjung" à direita. A trilha atravessa uma pequena mata e na descida para Khumjung desviei à direita até uma stupa para mais fotos. Essa stupa tem uma placa de dedicatória a sir Edmund Hillary, primeiro homem (junto com Tenzing Norgay) a atingir o cume do Everest, em 1953, e que dedicou sua vida a ajudar o povo sherpa através da organização Himalayan Trust, que ele fundou em 1960. Retomei a trilha principal mais abaixo e desci à vila de Khumjung. Atravessei-a toda e ao chegar a uma praça central com mais stupas entrei à direita seguindo a placa "Khumjung Gomba". Segui pelos caminhos cercados por muros de pedras e alcancei a gomba (monastério) Samten Choling às 11h46. Tirei fotos externas apenas pois havia uma taxa para entrar e eu já havia entrado em vários monastérios budistas. Havia duas rodas mani enormes ao lado. Sentei por ali para comer alguma coisa que trazia de lanche e às 12h02 me encaminhei à vila de Khunde. Voltei apenas 70m pelo mesmo caminho e na primeira bifurcação entrei à direita seguindo a placa. Esse é um caminho secundário de ligação entre as duas vilas, o caminho principal sai da praça central das stupas.<br />
<br />
Alcancei a vila de Khunde às 12h23 e passei perto do Hospital Hillary, o único hospital do Khumbu (não espere um grande hospital, por fora parece mais um posto de saúde). Avistei o monastério de Khunde no alto, entre as árvores de uma colina, e fui na sua direção. Ao chegar ao pé da colina havia uma placa: Khunde Gomba (monastério) à direita e Gong Ri View Point à esquerda. Fui primeiro ao monastério e é linda a vista das duas vilas com seus telhados verdes e extensos muros de pedras contra as montanhas nevadas ao fundo. Desci de volta à placa e às 12h47 segui à direita para conhecer o Gong Ri View Point (ou Hillary Memorial View Point). Subi dos 3886m dessa placa até os 4050m do mirante em 24 minutos. Ao atingir a crista fui para a esquerda na bifurcação e cheguei a um mirante murado com vista para Namche Bazar bem abaixo, as vilas de Khunde e Khumjung a nordeste e o vale do Rio Bhote Koshi a oeste. As nuvens da tarde já estavam atrapalhando um pouco a visão das montanhas mais distantes, mas ainda estavam visíveis o Khumbila ao norte, o Ama Dablam a nordeste, o Kangtega e o Thamserku a leste, o Kusumkangaru (Kusum Kanguru) a sudeste. O Everest seria visível desse mirante também, não fossem as nuvens.<br />
<br />
Depois voltei à bifurcação e fui para o lado oposto, onde estão as três stupas brancas de pedra em homenagem a Sir Edmund Hillary, sua primeira esposa Louise e a filha do casal Belinda, ambas falecidas num acidente aéreo em Kathmandu em 1975. Ele faleceu em 2008 em Auckland, Nova Zelândia, sua cidade natal. O local para prestar essa homenagem a Edmund Hillary e família não poderia ser mais espetacular.<br />
<br />
Iniciei a descida de volta pelo mesmo caminho às 14h06 e em 17 minutos estava na placa próxima ao monastério. Dali voltei mais 130m pelo caminho da chegada e fui à direita na primeira bifurcação, depois caminhei na direção do portal da vila, ao sul. Na saída passei por uma grande stupa em reforma, atravessei o portal budista às 14h41, subi uma escadaria de pedras e iniciei a descida de volta a Namche Bazar. Às 15h06 entroncou à esquerda o caminho largo que vem da praça central de Khumjung. Passei pelo vilarejo de Syangboche (com uma pista de pouso de terra) e às 15h13 fui à esquerda numa bifurcação com placa apontando Thame e Thamo à direita.<br />
<br />
Às 15h28 tive uma bonita visão de Namche Bazar do alto, em forma de anfiteatro. Desci mais, passei pelo monastério (gompa) de Namche e às 15h49 estava de volta à vila. Tratei logo de encontrar outro lodge para ficar já que fui "expulso" do Shangri La esta manhã. Procurei algum outro em que o quarto saísse de graça também, mas não encontrei. Resolvi ficar no Valley View Lodge por Rs100 (US$0,87) o quarto. O banheiro ficava dentro do lodge e tinha vaso sanitário com descarga acoplada. Para escovar os dentes havia um lavatório no corredor.<br />
<br />
Saí para conhecer mais de Namche e comprar algumas coisas. Comprei por Rs1000 (US$8,68) um par de microspikes (pequenos crampons) para ter mais segurança na passagem pela geleira do Passo Cho La, no caminho entre o EBC (Campo Base do Everest) e Gokyo. Numa padaria tomei um chá de gengibre (Rs 150 = US$1,30) enquanto esperava recarregar o celular (de graça para quem consome alguma coisa).<br />
<br />
De volta ao lodge tomei um delicioso banho quente na ducha aquecida a gás por Rs300 (US$2,60). No refeitório fiz amizade com um francês e uma americana que falava um pouco de português por ter amigos no Brasil. Ambos muito simpáticos. Ao contrário do Lodge Shangri La, este tem mais trilheiros independentes e é mais fácil fazer amizade. A comida e o banho são mais baratos também.<br />
<br />
Continuo na minha rotina noturna diária de filtrar pelo menos 1,5 litro de água com o filtro Sawyer e depois ferver com o meu fogareiro para beber no dia seguinte.<br />
<br />
Altitude em Namche Bazar: 3430m<br />
Preço do dal bhat: Rs 490<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-WSe2f43NSzA/XHso_P9teLI/AAAAAAAA6T4/KJ5IFh6lTnYS6m_flf0icY-jg2XaawEpACLcBGAs/s1600/20181101_113859%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-WSe2f43NSzA/XHso_P9teLI/AAAAAAAA6T4/KJ5IFh6lTnYS6m_flf0icY-jg2XaawEpACLcBGAs/s640/20181101_113859%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Monastério de Tengboche</i></span></td></tr>
</tbody></table>
9º DIA - 01/11/18 - de Namche Bazar a Pangboche <br />
<br />
Duração: 5h30 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 3943m<br />
Menor altitude: 3313m<br />
Resumo: nesse dia percorri a vertente da margem oeste do Rio Dudh Koshi, cruzei esse rio para subir a Tengboche e em seguida passei a caminhar pelo vale do Rio Imja até a vila de Pangboche.<br />
<br />
Saí do lodge às 7h25 pelo mesmo caminho do dia anterior subindo a escadaria central e indo à esquerda na placa Tyangbuche, porém logo acima fui à direita na placa Tengboche Gokyo. Logo encontrei com grupos e mais grupos indo na mesma direção. O caminho pela encosta da margem oeste do Rio Dudh Koshi é bem largo para comportar tanta gente. O Rio Dudh Koshi é um dos principais rios da região. Venho acompanhando seu curso desde o 5º dia de caminhada, vou segui-lo nesse dia até o povoado de Phunki Thenga e depois no trajeto de Phortse a Gokyo, onde estão suas nascentes.<br />
<br />
Já era possível avistar a vila de Tengboche 4km à frente (em linha reta). Às 8h53 passei pelos lodges de Kyangjuma. Às 9h duas trilhas saem para a esquerda, mas em direções opostas. A da frente (nordeste) vai para Gokyo, subindo. A de trás (sudoeste) vai para Khumjung, também subindo. Eu fui em frente à direita, seguindo a placa de Tengboche. <br />
<br />
Às 9h04 passei pela vila de Sanasa e às 9h25 pelo povoado de Tashinga (Lawishasa, Laushasa). Às 9h50, ao cruzar a ponte suspensa após a vila de Phunki Thenga (Fungithang, Phungitanga), encontrei quem voltando? o Christopher, o austríaco ligeirinho. Porém não estava bem, seu joelho inchou e ele não podia seguir mais. Contratou um carregador para a sua mochila e ia voltar para casa. Uma pena... um amigo a menos para encontrar e reencontrar no caminho para o Everest. Atravessei a ponte (sobre o Rio Dudh Koshi) e tive uma surpresa não muito agradável: uma guarita ao lado da trilha onde se devia pagar a hospedagem nas próximas vilas (Tyangboche, Debuche e Pangboche) e no valor padrão de Rs500 (US$4,34). Ou seja, foi por água abaixo a negociação do quarto de graça se as refeições fossem feitas no próprio lodge, como tinha sido de Shivalaya até aqui (e foi no Langtang também).<br />
<br />
Após a ponte há mais lodges e restaurantes da vila de Phunki Thenga (Fungithang, Phungitanga). A altitude é a mais baixa do dia: 3313m. Parei ali na chautara (descanso dos carregadores) às 10h03 para comer alguma coisa que trazia na mochila. Ao sair sou logo parado no checkpoint na saída da vila para mostrar as permissões pagas em Monjo (permissão local e entrada do Parque Nacional Sagarmatha). Ali começa uma longa subida em direção a Tengboche, em parte à sombra da mata de rododendros e pinheiros. Às 10h23 desprezei uma trilha subindo à esquerda e continuei em frente, mas parece que as duas trilhas se encontram mais acima. Nos trechos fora da mata era possível ter uma bonita visão dos picos Kangtega e Thamserku a sudeste. Alcancei Tengboche às 11h35 depois de um desnível de 533m desde a ponte do Rio Dudh Koshi. Ali visitei o maior monastério do Khumbu, caprichosamente decorado desde seu belo portal. Da grande praça central de Tengboche se avistam Ama Dablam, Khumbila, Taboche, entre muitos outros picos nevados. Também seria possível ver o Everest se as nuvens já não o tivessem encoberto.<br />
<br />
Parei para almoçar um veg fried rice e às 12h51 prossegui descendo pela mata de pinheiros e rododendros. Passei pela vila de Debuche às 13h05 (não visitei o convento) e Milinggo às 13h25. Às 13h37 cruzei a ponte suspensa sobre o Rio Imja e continuei acompanhando esse rio subindo pela margem direita verdadeira. O Rio Imja será meu companheiro pelos próximos dias. Após um portal budista (kani), fui à direita na bifurcação descendo (a esquerda leva à parte alta de Pangboche, onde está o monastério). Alcancei Pangboche às 14h18 e me instalei no Himalayan Lodge. Entreguei uma via do recibo de pagamento do quarto. O banheiro ficava dentro da casa, tinha vaso sanitário mas a descarga era com balde. Havia uma pia no corredor para escovar os dentes e se lavar. Tentei sinal da NCell e consegui apenas um sinal fraco perto da Hermann Bakery. Mais tarde no refeitório conheci um casal muito simpático que seria minha companhia por muitos dias ainda: Lando e Rosanne, holandeses. Na chegada a Pangboche à tarde havia conhecido três amigos russos muito legais também (e com um deles eu cruzaria várias vezes ainda).<br />
<br />
Altitude em Pangboche: 3943m<br />
Preço do dal bhat: Rs 600<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-Y0NNicMzuvk/XHspVXJIQbI/AAAAAAAA6UA/RTBOTK9o8kEc9iJ8S7kJ-i9mG2CYo0MmQCLcBGAs/s1600/20181102_112002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-Y0NNicMzuvk/XHspVXJIQbI/AAAAAAAA6UA/RTBOTK9o8kEc9iJ8S7kJ-i9mG2CYo0MmQCLcBGAs/s640/20181102_112002.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Campo Base do Ama Dablam</i></span></td></tr>
</tbody></table>
10º DIA - 02/11/18 - de Pangboche a Dingboche<br />
<br />
Duração (descontadas as paradas): 2h (subida ao Campo Base do Ama Dablam), 1h20 (descida do Campo Base do Ama Dablam), 2h (de Pangboche a Dingboche)<br />
Maior altitude: 4596m no Campo Base do Ama Dablam<br />
Menor altitude: 3910m na ponte do Rio Imja<br />
Resumo: de manhã fiz uma espetacular caminhada de aclimatação até o Campo Base do Ama Dablam com um desnível de 680m de altitude e à tarde segui pelo vale do Rio Imja até Dingboche<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi 7,2ºC.<br />
<br />
Saí do lodge às 6h52 na direção nordeste, cruzei uma ponte metálica, subi as escadarias e na trifurcação seguinte desci em frente junto ao muro de pedra de um lodge. Cruzei a ponte de ferro sobre o Rio Imja às 7h16 e comecei a longa subida em direção ao Campo Base do Ama Dablam. O caminho é bem marcado e fácil de navegar, sempre subindo em direção às duas incríveis montanhas que formam o Ama Dablam. Parei muitas vezes para fotos e para curtir o incrível visual das montanhas ao redor (antes que as nuvens chegassem): Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche a noroeste; Khangri Shar e Pumori ao norte; Nuptse, Everest, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste. A nordeste também se viam a vila de Dingboche e a subida para o mirante Nangkartshang.<br />
<br />
Cheguei ao campo base às 9h33. Altitude de 4596m. No caminho o casal holandês (Lando e Rosanne) havia me alcançado e ficamos um bom tempo ali curtindo o lugar. Foi a primeira vez que pisei num campo base com as barracas das expedições ali montadas, é muito bonito de se ver. Escaladores esperando o melhor tempo para subir e outros já se preparando para ir embora. Uns brincando de boulder, outros simplesmente tomando sol. Entre tantos escaladores encontrei dois brasileiros, ele de Campinas e ela de São Paulo. Conversando com eles e com outros por ali me contaram que apesar do dia lindo e sem nuvens os ventos no alto da montanha estavam muito fortes para tentar uma escalada. Dali se destacam na paisagem, além do próprio Ama Dablam a leste, o Kangtega ao sul, o Khumbila a oeste e o Taboche a noroeste.<br />
<br />
Às 11h22 iniciei o retorno pelo mesmo caminho porém ao cruzar a ponte sobre o Rio Imja tomei a trilha à esquerda que subiu e terminou na escadaria de pedra próxima à ponte metálica. Na ida não percebi que havia uma trilha ali saindo à direita no meio da escadaria. Às 12h43 estava de volta ao lodge para almoçar e pegar minha mochila. As nuvens chegaram por volta de 13h e até o fim do dia a neblina tomaria conta de tudo. Nessa altitude é bastante comum isso, sol e céu limpo de manhã, muitas nuvens e até neblina à tarde. Por isso é bom sair para caminhar e fotografar as montanhas bem cedo.<br />
<br />
Às 13h19 saí do lodge em direção a Dingboche. O caminho é o mesmo pela ponte metálica e a escadaria na direção nordeste porém na trifurcação toma-se a esquerda para percorrer a trilha na encosta da margem oeste do Rio Imja. Subindo passei pela vila de Somare às 14h e ali já fui parado numa guarita para pagar a hospedagem da próxima vila. De novo foram Rs500 (US$4,34) e a impossibilidade de negociar o valor do quarto diretamente com o dono/dona do lodge. Acredito que em breve toda a região do Khumbu (de Namche Bazar para o norte) deverá estar usando esse sistema de pagamento.<br />
<br />
A partir desse povoado, a 4056m de altitude, as árvores desaparecem e fica só a vegetação rasteira. Com a ausência de lenha os moradores passam a recolher, secar e estocar esterco de iaque para usar nos aquecedores.<br />
<br />
Às 14h34 cheguei a uma bifurcação bastante importante porém sem nenhuma placa. É pra isso que a gente paga Rs 3000 (US$ 26,04) de ingresso... para caminhar num parque sem sinalização. À direita é o caminho que leva a Dingboche e Chukhung, mais utilizado pelos trilheiros que vão fazer o trekking dos 3 Passos; à esquerda o início da subida para Pheriche e Lobuche para quem vai diretamente ao EBC. Meu caminho seria para a direita. Ali eu estava a 4172m de altitude e havia já um trilheiro vomitando muito e outro andando feito um zumbi apesar da mochila pequena. Consequências da falta de aclimatação!<br />
<br />
Desci até a ponte de ferro sobre o Rio Khumbu (ou Rio Lobuche), afluente do Rio Imja, e a cruzei às 14h45. Dali encarei a subida final pela encosta da margem oeste do Rio Imja até Dingboche, aonde cheguei às 15h17 com neblina. Como já havia pago a hospedagem podia escolher o lodge que quisesse, somente prestando atenção aos preços do menu. Escolhi o Moon Light Lodge e o atendimento era razoável (podia ser bem melhor). Um aviso no quarto alertava para fazer as refeições ali mesmo, caso contrário o quarto custaria Rs1000 (US$8,68). O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental, uma peça de louça no chão com um buraco no meio e lugares para colocar os pés nas laterais. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor e sobre ela um tambor com torneira (e uma água bastante suspeita).<br />
<br />
Altitude em Dingboche: 4294m<br />
Preço do dal bhat: Rs 550<br />
Preço do veg chowmein: Rs 500<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-4VkVfma9ENc/XHspoJbA48I/AAAAAAAA6UI/qw4buEd0Oxsml1d7V_Ms9V2xW-AecrfmACLcBGAs/s1600/20181103_092220.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-4VkVfma9ENc/XHspoJbA48I/AAAAAAAA6UI/qw4buEd0Oxsml1d7V_Ms9V2xW-AecrfmACLcBGAs/s640/20181103_092220.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Pico Taboche (dir) visto da montanha Nangkartshang</i></span></td></tr>
</tbody></table>
11º DIA - 03/11/18 - de Dingboche a Chukhung<br />
<br />
Duração (descontadas as paradas): 2h (subida ao Nangkartshang), 1h25 (descida do Nangkartshang), 2h (de Dingboche a Chukhung)<br />
Maior altitude: 5076m no Nangkartshang<br />
Menor altitude: 4294m<br />
Resumo: de manhã fiz uma bonita caminhada de aclimatação subindo a montanha Nangkartshang com um desnível de 780m de altitude e à tarde subi à vila de Chukhung pelo vale do Rio Imja<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,2ºC. Às 5h50 da manhã estava 5,3ºC.<br />
<br />
De manhã com o céu limpo é que pude ver as montanhas ao redor de Dingboche: Lhotse, Lhotse Shar e Island Peak (Imja Tse) a nordeste, Ama Dablam a sudeste, Kangtega e Thamserku ao sul, Taboche e Cholatse a oeste.<br />
<br />
Depois de tomar o café servido com o maior mau humor por causa do horário (6h) saí do lodge às 6h42. Voltei 120m na direção da entrada da vila e peguei a trilha à direita que leva a uma stupa, logo iniciando a subida à montanha Nangkartshang. Inicialmente aparecem várias trilhas pois é possível começar essa subida pela outra extremidade da vila (ao norte), mas é só subir e subir que não há erro. Alcancei o cume, de 5076m, às 9h09 e só havia mais uma pessoa, um australiano. Logo começaram a chegar mais montanhistas e bem depois apareceram Lando e Rosanne, que haviam dormido esta noite em Pangboche. Do cume se avistam: Taboche e Cholatse e o Lago Chola Tsho (Cholatse Tsho) a oeste; Cho Oyu (6º mais alto do mundo) a noroeste; Island Peak e Makalu (5º mais alto) a leste; Ama Dablam a sudeste; Kyashar, Kangtega e Thamserku ao sul; Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste. Logo abaixo a sudoeste estão as vilas de Pheriche e Dingboche.<br />
<br />
Iniciei a descida às 11h09 e às 12h38 já estava de volta ao lodge para almoçar e pegar a mochila. Parti às 13h19 em direção a Chukhung ainda pela margem direita verdadeira do Rio Imja. Passei por 4 pontos de água limpa, mas que ainda assim deve ser tratada (mais detalhes no "<a href="http://trekkingnamontanha.blogspot.com/2019/01/pequeno-guia-de-trekking-independente.html" target="_blank">Pequeno guia</a>"). Parei nesse trecho por 19 minutos para um lanche. Por volta de 15h o Rio Imja se afasta para leste e eu passo a acompanhar um afluente seu que tem origem no Glaciar Lhotse.<br />
<br />
Após cruzar duas pontes, uma de troncos e outra de madeira com gelo nas laterais do rio, cheguei às 15h39 a Chukhung. Na entrada da vila passei por uma barraca de camping montada onde seria feito o pagamento do quarto, como nas duas vilas anteriores, mas estava com o zíper fechado e não havia ninguém. Percorri todos os 5 ou 6 lodges da vila e resolvi ficar num grande desta vez para ver como é. Escolhi o Chukhung Resort, o maior de todos. Os banheiros ficavam dentro do lodge, todos no estilo oriental. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada, mas eu preferia escovar os dentes com a água que eu pedia na cozinha.<br />
<br />
A cobrança das Rs500 (US$4,34) do quarto foi feita na hora da janta por uma pessoa da comunidade, não do lodge.<br />
<br />
Altitude em Chukhung: 4720m<br />
Preço do dal bhat: Rs 595<br />
Preço do veg chowmein: Rs 595<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CVQYC_TrtgI/XHsp8EEmrAI/AAAAAAAA6UU/l0J-I_-27EEOHwcsBbyycLPid773tY-_wCLcBGAs/s1600/20181104_130626.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://1.bp.blogspot.com/-CVQYC_TrtgI/XHsp8EEmrAI/AAAAAAAA6UU/l0J-I_-27EEOHwcsBbyycLPid773tY-_wCLcBGAs/s640/20181104_130626.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Campo Base do Island Peak</i></span></td></tr>
</tbody></table>
12º DIA - 04/11/18 - de Chukhung ao Campo Base do Island Peak (aclimatação)<br />
<br />
Duração: 2h40 na ida e 2h25 na volta (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 5105m<br />
Menor altitude: 4720m<br />
Resumo: nesse dia fiz uma caminhada de aclimatação subindo ao Campo Base do Island Peak (Imja Tse) com um desnível de 385m de altitude.<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,1ºC. Às 6h25 da manhã estava -0,4ºC.<br />
<br />
As montanhas que se vê da vila de Chukhung: Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche a oeste; Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste; Ama Dablam ao sul.<br />
<br />
Saí do lodge às 6h57 tomando uma trilha na direção sudeste que em 4 minutos me levou a cruzar um riacho por uma ponte de madeira. Subi e passei a caminhar pela crista da moraina lateral sul do Glaciar Lhotse, mas não uma geleira branquinha de gelo puro e sim um vale cinzento coberto de pedras. Mais à frente, já na direção leste, desço pela vertente da moraina e reencontro o vale do Rio Imja, que acompanho de perto até uma bifurcação com placa, às 9h13. À direita o Passo Amphu Laptsa e à esquerda o Island Peak, para onde segui. O Lhotse, 4ª montanha mais alta do mundo, me acompanha o tempo todo, à minha esquerda.<br />
<br />
Numa curva para a direita já avisto as barracas do campo base, 1,6km distante ainda. Agora à minha esquerda deixo de ter o Glaciar Lhotse e passo a ter a encosta do Island Peak (Imja Tse). Alcancei o primeiro acampamento às 10h30. Demorei assim porque parei muitas vezes para fotos. O segundo acampamento estava 340m à frente, com altitude de 5105m. Ainda caminhei mais 300m para fotos do incrível Lago Imja Tsho, formado pela fusão de vários glaciares e que dá origem ao Rio Imja. A água não é tão bonita por ser leitosa e não cristalina, mas o lugar todo é impressionante pela grandiosidade. A montanha que se ergue ao norte é o próprio Island Peak (Imja Tse), os campos base estão exatamente aos seus pés. Parei para comer alguma coisa e ver o movimento de escaladores e carregadores chegando e saindo. Iniciei o retorno às 13h18 pelo mesmo caminho. Como sempre as nuvens vieram à tarde e nesse dia se formou de novo uma forte neblina. Cheguei ao lodge às 16h07.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-w1b9M_uhFks/XHsqN-mDaCI/AAAAAAAA6Uc/kIqnYT9LLn8lhxVppwnu8AS1Kv9lqZ3SACLcBGAs/s1600/20181105_121111.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://3.bp.blogspot.com/-w1b9M_uhFks/XHsqN-mDaCI/AAAAAAAA6Uc/kIqnYT9LLn8lhxVppwnu8AS1Kv9lqZ3SACLcBGAs/s640/20181105_121111.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Cume do Chukhung Ri com o Cho Oyu (6º mais alto do mundo) à esquerda e Nuptse à direita</i></span></td></tr>
</tbody></table>
13º DIA - 05/11/18 - de Chukhung ao Pico Chukhung Ri (aclimatação)<br />
<br />
Duração: 2h20 para subir e 1h25 para descer (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 5558m<br />
Menor altitude: 4720m<br />
Resumo: nesse dia fiz uma caminhada de aclimatação subindo a montanha Chukhung Ri com um desnível de 840m de altitude.<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -3,4ºC. Às 7h10 da manhã estava -1,9ºC. Havia gelo no vidro da janela, coloquei o termômetro lá fora e estava -6,4ºC às 7h25, pouco antes de eu sair para a caminhada do dia.<br />
<br />
Não dormi quase nada essa noite... insônia é um dos sintomas do Mal da Montanha (AMS, em inglês). Saí do lodge às 7h44, atravessei toda a vila e continuei pela trilha na direção nordeste. Cruzei uma ponte de madeira e comecei a subir a vertente leste da montanha Chukhung Ri. O caminho é bem batido. Ao atingir um primeiro platô é magnífica a vista para o conjunto Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste. Às 9h48 atingi um falso cume com dezenas de totens a 5375m de altitude. Continuei subindo, agora pela crista, e aos 5433m a trilha virou um trepa-pedras um pouco chato. Cruzei com o russo que conheci em Pangboche e ele me recomendou caminhar pela crista dessa montanha de pedras e não cair para a direita pois o caminho iria piorar mais à frente. Assim cheguei às 10h42 ao cume de 5558m de altitude do Chukhung Ri e a panorâmica era de cair o queixo: Nuptse ao norte; Lhotse e Lhotse Shar a nordeste; Island Peak e Makalu a leste; Ama Dablam ao sul; Thamserku a sul-sudoeste; Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche, Cholatse e o Passo Kongma La a oeste; Kongma Tse (Mehra Peak), Cho Oyu, Chumbu, Khangri Shar e Pumori a noroeste.<br />
<br />
Havia só mais um trilheiro solitário quando cheguei mas logo apareceram outros. Novamente chegaram mais tarde Lando e Rosanne, acompanhados de um americano. Todos desceram e eu fiquei um pouco mais ainda. Estava difícil aguentar o vento gelado lá em cima mesmo com roupas impermeáveis (que servem como ótimo corta-vento), luvas, gorro, capuz e pescoceira de fleece cobrindo o nariz e a boca. Todo esse ar gelado teve consequências: à noite comecei a sentir a garganta estranha, depois veio a famosa Tosse do Khumbu (que durou até o final de dezembro!) e para piorar tive uma infecção na garganta que teve de ser tratada com antibiótico em Kathmandu.<br />
<br />
Iniciei a descida às 13h12 e parei por 20 minutos no falso cume para mais fotos. Às 15h04 estava de volta à vila de Chukhung. Mais tarde fui ao lodge Yak Land conversar com o casal holandês e combinamos de cruzar juntos o Passo Kongma La no dia seguinte.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-HVw4_lEXueo/XHsqgqKV_hI/AAAAAAAA6Uk/TpLCPmvjHkcpQKza_M_GoQae1C6zjyI2wCLcBGAs/s1600/20181106_122502%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://4.bp.blogspot.com/-HVw4_lEXueo/XHsqgqKV_hI/AAAAAAAA6Uk/TpLCPmvjHkcpQKza_M_GoQae1C6zjyI2wCLcBGAs/s640/20181106_122502%25280%2529.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Lago visto do Passo Kongma La com o pico Makalu (5º mais alto do mundo) à esquerda</i></span></td></tr>
</tbody></table>
14º DIA - 06/11/18 - de Chukhung a Lobuche pelo Passo Kongma La<br />
<br />
Duração: 6h50 (descontadas as paradas)<br />
Maior altitude: 5530m<br />
Menor altitude: 4720m<br />
Resumo: nesse dia encarei o primeiro dos 3 Passos, o Kongma La, com 5530m de altitude, para descer em seguida à vila de Lobuche cruzando o Glaciar Khumbu, uma geleira coberta de pedras um pouco complicada.<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,3ºC. Às 7h da manhã estava 0ºC dentro do quarto e -4ºC fora, pouco antes de sair do lodge.<br />
<br />
De novo não dormi quase nada essa noite... apesar das muitas caminhadas de aclimatação meu organismo ainda não se adaptou completamente à altitude.<br />
<br />
Logo cedo fui ao lodge Yak Land para encontrar Lando, Rosanne e o americano para irmos juntos para o Passo Kongma La. Saímos às 7h24 na direção norte e logo cruzamos uma ponte de madeira, tomando aos poucos a direção oeste. Havia sinalização. Deu logo para perceber que nossos ritmos eram bem diferentes, eu caminho mais devagar e paro muitas vezes para fotos e registros no gps. Eles andavam mais rápido e tinham que parar para me esperar. Tentei acompanhar o ritmo deles durante a subida e consegui por bastante tempo, mas isso me desgastou muito (principalmente por estar já há duas noites sem dormir) e às 10h50, aos 5429m, tive de parar para descansar por meia hora. Não adianta, cada um tem seu ritmo e não dá para acompanhar o ritmo do outro, seja para mais ou para menos.<br />
<br />
Retomei a caminhada e em apenas 60m me deparei com um maravilhoso lago de águas verdes... se soubesse teria parado um pouquinho mais acima. Contornei-o pela direita e veio a subida final até o Passo Kongma La, de 5530m, aonde cheguei às 12h04. Os três ainda estavam me esperando lá, mas desceram logo. O passo é uma crista bem extensa e repleta de pedras soltas, onde não faltam totens, bandeirinhas de oração budistas e lenços cerimoniais, como nas outras montanhas que subi. Dali se avistam Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste, Island Peak e Makalu a leste, Ama Dablam ao sul-sudeste, Taboche e Cholatse a oeste, Cho Oyu e Chumbu a noroeste.<br />
<br />
Comi alguma coisa (importante levar lanche e água por causa da distância entre as vilas), tirei ainda muitas fotos e iniciei a descida às 12h55 primeiro por um caminho de pedras soltas, mais abaixo é que volta a ser trilha. Passei por uma cachoeira congelada à direita e logo o gelo estava tomando conta da trilha também, mas havia lugares seguros para pisar fora dele. Já desde o passo podia avistar a vila de Lobuche e o Glaciar Khumbu, um mar de pedras que teria que cruzar para chegar lá, e isso parece que me causava mais cansaço ainda. Parei para descansar e comer alguma coisa.<br />
<br />
Terminei a descida do passo e subi em seguida a moraina lateral da geleira. Ao chegar ao topo da moraina às 15h22 e ver de perto o que teria de enfrentar sentei para descansar um pouco mais. Dali em diante segui pegadas, parei para estudar o caminho em alguns pontos e segui na direção de outros trilheiros que já estavam mais à frente para vencer o enorme glaciar. Foi um sobe-e-desce terrível por pedras soltas e sem um caminho marcado, com pegadas para vários lados. Lembrando que esse tipo de formação tem a aparência de um "mar" de pedras soltas mas embaixo de tudo aquilo é puro gelo, então é preciso ter cuidado onde pisa e para que lado ir. Pelo movimento e derretimento do gelo não é possível existir um caminho fixo e bem definido. O local é impressionante mas ao mesmo tempo aterrador. Às 15h58 tive de cruzar o rio principal que corre no meio da geleira e fiz isso exatamente onde duas pessoas já estavam fazendo. O lago formado abaixo do rio estava com a superfície congelada e era uma camada tão grossa que resistia a pedradas. Depois de mais sobe-e-desce consegui chegar a Lobuche às 16h44 mais morto que vivo.<br />
<br />
Felizmente meus três amigos estavam me esperando e não precisei procurar hospedagem, eles já haviam feito isso e estavam instalados no Sherpa Lodge. Dividi o quarto com o americano. Não havia cobertor no quarto, tive de pedir mas não foi cobrado. O valor do quarto, que aqui é de Rs700 (US$6,08), o mais caro de todo o trekking, novamente foi cobrado mais tarde por uma pessoa da comunidade e não do lodge. Os banheiros ficavam dentro da casa e era um no estilo oriental e outro com vaso sanitário. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada.<br />
<br />
Altitude em Lobuche: 4916m<br />
Preço do dal bhat: Rs 850<br />
Preço do veg chowmein: Rs 700<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-8EV_NPgTsxI/XHsq6e4GHhI/AAAAAAAA6Uw/KyH8Zr_wcisbVY75O7RsMGNg44magHPFgCLcBGAs/s1600/20181107_124937.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://1.bp.blogspot.com/-8EV_NPgTsxI/XHsq6e4GHhI/AAAAAAAA6Uw/KyH8Zr_wcisbVY75O7RsMGNg44magHPFgCLcBGAs/s640/20181107_124937.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Everest e Nuptse vistos do Kala Pattar</i></span></td></tr>
</tbody></table>
15º DIA - 07/11/18 - de Lobuche a Gorak Shep e Kala Pattar<br />
<br />
Duração (descontadas as paradas): 2h (de Lobuche a Gorak Shep), 1h10 (subida ao Kala Pattar), 1h05 (descida do Kala Pattar)<br />
Maior altitude: 5643m<br />
Menor altitude: 4916m<br />
Resumo: esse foi o grande e esperado dia de ver o Everest o mais próximo possível e em seu melhor ângulo, que é a partir da montanha Kala Pattar. De Lobuche a Gorak Shep o desnível foi de 245m e de Gorak Shep ao Kala Pattar de 480m. Dormi em Gorak Shep para ir ao Campo Base do Everest no dia seguinte.<br />
<br />
Às 7h da manhã a temperatura dentro do quarto era 3ºC.<br />
<br />
Não dormi quase nada pela terceira noite seguida, mas como não tinha nenhum outro sintoma de Mal da Montanha segui meu roteiro. Saí do lodge às 7h31 na direção nordeste e segui por trilha paralela ao Glaciar Khumbu. A visão dos picos Pumori, Lingtren, Khumbutse e Nuptse à frente é muito inspiradora e nos prepara para o grande momento que está chegando. Às 8h48 tive que cruzar o Glaciar Changri repleto de pedras também mas sem as dificuldades da geleira do dia anterior pois nessa pelo menos há um caminho bem marcado. Depois de algum sobe e desce por essa geleira alcancei Gorak Shep às 9h42 e de cara encontrei a guarita de cobrança do valor do quarto de Rs500 (US$4,34). Pago o quarto, fui percorrer os lodges da vila para escolher em qual ficar. Optei pelo Buddha Lodge. Fiz uma mochila de ataque rapidamente com roupa de frio e de chuva (nunca se sabe...) e saí para subir o Kala Pattar e ver o Everest de seu melhor mirante.<br />
<br />
Na saída encontrei Lando, Rosanne e o americano chegando. Eles continuavam hospedados em Lobuche e vieram somente para subir o Kala Pattar, não iam ao Campo Base. Precisavam abastecer as garrafas de água mas os lodges da vila não fornecem água da torneira por causa da escassez, é preciso coletar a água na base do Kala Pattar, que é o que eles fazem para abastecer o lodge. E foi o que nós fizemos, porém a água fica em poças, então tratá-la é primordial. Iniciei a subida na direção norte às 10h54 e não fiz nenhuma parada até o topo pois queria tirar fotos do Everest e seus vizinhos sem nenhuma nuvem, céu completamente azul. Alcancei o cume do Kala Pattar às 12h02 e tratei de tirar todas as fotos possíveis antes de as nuvens chegarem. A altitude é de 5643m, que passou a ser o meu recorde de altitude já atingida. O mirante Kala Pattar está numa crista que culmina no Pico Pumori. Dali se avista, entre outras montanhas: Ama Dablam, Kongma Tse (Mehra Peak), Kyashar, Kangtega e Thamserku ao sul; Taboche e Cholatse a sudoeste; Chumbu a noroeste; Khangri Shar e Pumori ao norte; Lingtren, Khumbutse, Changtse a nordeste; Everest e Nuptse a leste.<br />
<br />
Meus três amigos desceram primeiro pois não estavam aguentando o vento gelado mesmo se abrigando atrás das pedras. Eu ainda fiquei um tempo para ter uma boa conversa com as montanhas. Esse era o momento mais esperado da viagem de dois meses no Nepal e um dos momentos mais esperados de toda a minha vida. A emoção foi bastante grande.<br />
<br />
Iniciei a descida às 14h06 e via no rosto das pessoas que subiam o mesmo esforço e a mesma expectativa que eu tive minutos antes. Todos querem coroar sua longa jornada ao Himalaia com esse instante sublime de estar diante da maior montanha de todas. Às 15h14 estava de volta a Gorak Shep.<br />
<br />
No Buddha Lodge os banheiros ficavam dentro da casa e havia um no estilo oriental e outro com vaso sanitário, mas a descarga sempre com balde (com a água congelada de manhã). Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada. Nesse lodge havia quartos de solteiro, com apenas uma cama, porém claustrofóbicos de tão pequenos. Havia um só cobertor para cada hóspede e o extra custava Rs300 (US$2,60). Tive de usar o meu saco de dormir (Marmot Helium, temperatura limite -9ºC).<br />
<br />
Às 20h15 a temperatura dentro do quarto era 1,6ºC e fora era -8,6ºC.<br />
<br />
Altitude em Gorak Shep: 5160m<br />
Preço do dal bhat: Rs 850<br />
Preço do veg chowmein: Rs 700<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-l-8oWzqPoo0/XHsrV3EmhPI/AAAAAAAA6U4/2QV7US_6FFIg0l1gTcYJacTxOzMCgRfrQCLcBGAs/s1600/20181107_170902.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://2.bp.blogspot.com/-l-8oWzqPoo0/XHsrV3EmhPI/AAAAAAAA6U4/2QV7US_6FFIg0l1gTcYJacTxOzMCgRfrQCLcBGAs/s640/20181107_170902.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>Picos Changtse, Nuptse e no meio só a pontinha do Everest</i></span></td></tr>
</tbody></table>
16º DIA - 08/11/18 - de Gorak Shep ao Campo Base do Everest e descida a Pheriche<br />
<br />
Duração (descontadas as paradas): 1h10 (ida ao EBC), 1h15 (volta do EBC), 4h15 (de Gorak Shep a Pheriche)<br />
Maior altitude: 5264m a caminho do EBC<br />
Menor altitude: 4265m<br />
Resumo: de manhã subi até o Campo Base do Everest e à tarde desci o máximo que pude (até Pheriche) para poder dormir novamente e descansar, abortando com muita dor no coração o Passo Cho La.<br />
<br />
A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -8,6ºC, a mais baixa que registrei. Às 6h da manhã estava 0ºC.<br />
<br />
Não dormi quase nada pela quarta noite seguida e decidi baixar de altitude para poder dormir e me recuperar. Com isso estava tomando a difícil decisão de abortar o Passo Cho La, o segundo dos 3 Passos, pois seguir para ele significava ficar mais algumas noites sem dormir. Mas não poderia deixar de conhecer Gokyo e seus incríveis lagos sagrados, por isso iria fazer um contorno enorme pelo sul, descendo muito para depois subir tudo de novo até Gokyo. Pelo menos nas duas noites em altitude mais baixa durante esse contorno eu poderia dormir e descansar para enfrentar possíveis novas noites de insônia. Se eu tivesse Diamox teria tomado para ver se me ajudaria na aclimatação e eu voltaria a dormir. Eu tinha Dramin mas não é nada recomendável tomar remédio que induz ao sono nessa situação de insônia por altitude.<br />
<br />
Saí do lodge às 7h48 na direção nordeste e a caminhada foi com pouco desnível até o Campo Base do Everest, de 5257m de altitude, aonde cheguei às 9h. Esse lugar eu só visitei por seu valor simbólico mas é um "ponto turístico" meio fake. O verdadeiro campo base se estende por uma área bem maior e não é fixo, muda de lugar a cada ano em consequência da movimentação da geleira que vem da Cascata do Khumbu. Outra: dali praticamente não se vê o Everest, apenas uma pontinha dele, o que frustra muita gente. Não havia nenhuma barraca pois a temporada de escalada da maior montanha do mundo ocorre em abril/maio.<br />
<br />
Iniciei o retorno às 9h47 pelo mesmo caminho e às 11h estava de volta ao lodge. Às 11h41 comecei a descer na direção de Lobuche e além. Cruzei todo o Glaciar Changri, parei no final dele por 22 minutos para comer e tentar sinal da NCell - consegui mandar algumas mensagens. Passei por Lobuche às 13h56 e às 14h16, logo antes de uma ponte, fui à esquerda na bifurcação em que à direita se vai ao Passo Cho La. Subi e passei por um conjunto de stupas que são memoriais aos que morreram nas montanhas da região. Dali seguiu-se uma longa descida pela moraina terminal que limita ao sul o Glaciar Khumbu.<br />
<br />
Alcancei a minúscula vila de Thukla às 15h15 e tive de perguntar pelo caminho para Pheriche pois não era evidente. Desci uma rampa à esquerda e 35m adiante entrei numa trilha à direita, descendo. Ao chegar à margem do rio formado pelo Glaciar Khumbu tive de subir pelas pedras até uma ponte precária de madeira uns 140m rio acima. Cruzei-a às 15h27 e segui primeiro pela margem esquerda pedregosa, depois por uma trilha batida na encosta. Às 15h34 fui à direita numa bifurcação com placa em que a trilha da esquerda vai para Dingboche. Desci bastante em direção ao vale do Rio Khumbu (ou Rio Lobuche) e passei por três pontos de água.<br />
<br />
Às 16h35 alcancei a vila de Pheriche e arrisquei dar uma olhada no primeiro lodge, de nome Thamserku. Negociei o preço de Rs300 (US$2,60) com as refeições ali mesmo. Estava cansado (quatro noites sem dormir...) e com muito frio para ir a outros lodges procurar por melhor preço. O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental. Nesta noite os hóspedes desse lodge eram apenas eu e um grupo de alemães com guias e carregadores, dois dos carregadores com 15 e 16 anos.<br />
<br />
Altitude em Pheriche: 4265m<br />
Preço do dal bhat: Rs 700<br />
Preço do veg chowmein: Rs 450<br />
<br />
Às 20h35 a temperatura dentro do quarto era 2,2ºC. A mínima durante a noite dentro do quarto foi -3,4ºC. Às 7h30 da manhã estava -1,4ºC.<br />
<br />
<b>Informações adicionais:</b><br />
<br />
Melhor mapa: Jiri to Everest Base Camp, 1:50.000, editora Himalayan MapHouse/Nepa Maps, código NE521, encontrado facilmente nas livrarias de Kathmandu (Rs500 = US$4,34). Site: <a href="http://himalayan-maphouse.com/" target="_blank">himalayan-maphouse.com</a>.<br />
<br />
Rafael Santiago<br />
novembro/2018Rafael Santiagohttp://www.blogger.com/profile/15856496166168213917noreply@blogger.com0