Em Santa Maria Madalena (RJ), depois de caminhar pelo Parque Estadual do Desengano (http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br/2012/11/parque-estadual-do-desengano-santa.html), explorei três trilhas catalogadas no guia "Trilhas - Parque Estadual do Desengano", o qual pode ser adquirido pela internet ou baixado do site www.inea.rj.gov.br/publicacoes/publicacoes.asp.
TRILHA DA PEDRA DUBOIS
Pedra Dubois
Mal pisei na praça da igreja matriz de Santa Maria Madalena vindo do Parque do Desengano e já tomei a direção da Pedra Dubois (lê-se diboá), montanha bem próxima à cidade, com intenção de acampar no seu cume. Eram 15h e a altitude na praça é 598m. Peguei a Av Francisco Fajardo Rodrigues, que passa em frente ao Horto, e depois dele entrei na primeira rua à direita, Rua Dr Manoel Verbicário, passando pela Pousada Itaporanga. Subi a ladeira até o fim do bairro tendo visão da pedra e na curva que a rua fez à direita o asfalto terminou e já entrei na zona rural. Bastou seguir em frente que a estrada terminou no grande portão da Fazenda Diboá às 15h34. Não cruzei o portão, em vez disso entrei por uma passagem estreita à esquerda dele e comecei a caminhar pelo pasto por uma trilha bem marcada. Atravessei uma cerca por um colchete e depois dela não há uma trilha certa, ora há diversas trilhas variantes ora não há trilha nenhuma, mas o sentido é óbvio, basta acompanhar a cerca que sobe diretamente para a mata em frente. Eu precisava de água mas subi esse pasto por caminhos que me desviaram de um riachinho que só encontrei na volta. Segui a cerca de perto e cruzei-a às 15h56 num ponto em que havia uma abertura nos arames e do outro lado uma trilha que atravessava o pasto e subia para sudeste na direção da mata que recobre a crista de acesso à pedra. Entrei nessa mata e encontrei a trilha bem marcada que sobe pela crista para a esquerda (norte/nordeste). Às 16h50 uma rampa de pedra bem íngreme e escorregadia foi o único ponto de atenção nessa subida.
Quando atingi os 1138m de altitude achei que já estava quase no cume e estranhei a trilha começar a descer. A explicação veio quando a mata se abriu um pouco e à minha frente surgiu o enorme rochoso do cume. Ainda faltava subir muito e a parede parecia ser íngreme demais e arriscada. Desci até ficar frente a frente com a parede e vi que não era tão perigoso. Deixei a cargueira ali e comecei a subir por canaletas que davam segurança no caso de queda. Depois vieram rampas de pedra mas sem risco também, era só ficar atento onde pisar. E assim cheguei aos 1227m do cume da Pedra Dubois às 17h32. A visão é de 360º, espetacular, com a cidade a sudoeste e o Parque do Desengano no lado oposto, a nordeste. Todos os picos do parque estavam sob uma espessa e escura nuvem. Lá embaixo a sede da Fazenda Diboá. Havia ótimo espaço para a barraca, mas era impossível acampar ali por causa do vento. Desci rapidamente de volta pois o dia já findava, peguei a mochila e voltei até um ponto mais plano da trilha, onde montei a casa.
O dia seguinte amanheceu com sol e céu bem limpo. Desarmei acampamento bem cedo e às 7h30 já estava subindo de novo o cume para uma visão ainda mais bonita da paisagem. O parque estava ensolarado também, porém uma grande nuvem cobria o topo da Pedra do Desengano. Às 7h55 comecei a descer pelo mesmo caminho da subida. Atravessei a mata, o pasto, cruzei a cerca e resolvi tomar uma trilha mais à direita, me afastando um pouco da cerca, e foi aí que encontrei água. Às 9h44 passei pelo colchete e vi a pedra ser quase toda tomada pela neblina, provando mais uma vez a inconstância do tempo por aqui.
Caminhada de 10,4km, ida e volta, a partir da praça da matriz. Desnível de 629m.
TRILHA DO MORRO DO CRUZEIRO
Santa Maria Madalena vista do Cruzeiro
Nesse mesmo dia, deixei a mochila na pousada e fui explorar a trilha do Morro do Cruzeiro, roteiro nº 3 do guia "Trilhas - Parque Estadual do Desengano". Às 12h10 tomei novamente a rua que leva ao Horto, Av Francisco Fajardo Rodrigues, e depois da curva para a direita subi a primeira rua à direita, entrando num bairro mais pobre. Contornei o campo de futebol e subi até as antenas de telefonia, bem visíveis. À direita delas, peguei um atalho para chegar à rua de cima e subi mais 130m para entrar numa trilha meio escondida do lado direito da cerca de uma casa, exatamente onde a rua quebra para a esquerda. Acompanhei essa cerca por 120m e entrei numa trilha que penetrou a mata que estava à minha direita. Nas bifurcações tomei sempre a direita até que encontrei a cerca-limite entre a mata e o pasto. Dali há uma bonita vista para a Pedra Dubois. A trilha desaparecia na mata, mas continuava do outro lado, no pasto. Cruzei a cerca por baixo e subi bem junto a ela por 140m, quando há uma bifurcação. O ramo da esquerda continua pelo pasto até desaparecer, mas o certo é ir para a direita nessa bifurcação, passando por baixo da cerca novamente e reentrando na mata. Mais 70m e chega-se ao Cruzeiro, com bonita vista do centro da cidade e da praça da matriz (835m de altitude). Eram 13h39. Mas o roteiro continua, teoricamente até sair num outro pasto e voltar à praça central, fechando um circuito. Após algumas fotos, continuei caminhando, porém à medida que desço a trilha vai se tornando mais fechada e logo tive de improvisar um cajado para bater a grande quantidade de capim-navalha e abrir caminho. Desviei de árvores caídas e fui insistindo naquela trilha fechada até que num ponto da descida estava bem difícil arranjar até um lugar para pisar e vencer o mato todo cerrado. Resolvi parar ali e tentar uma bifurcação que parecia sair para a direita mas também ficou impossível devido à grande quantidade de vegetação emaranhada. Abortei ali e voltei pelo mesmo caminho, passando pelo Cruzeiro às 14h56. Voltei ao bairro, desci às antenas pelo atalho e logo em seguida peguei outro atalho à esquerda. E assim por atalhos que ligavam as curvas das ruas cheguei a uma passarela de acesso ao bairro que desemboca na Av Francisco Fajardo Rodrigues às 15h39 (não dei toda aquela volta pelo campo de futebol).
Caminhada até o Cruzeiro: 3,2km, ida e volta, a partir da praça da matriz. Desnível de 258m.
TRILHA DO MORRO DA TORRE
Santa Maria Madalena e Morro da Torre vistos do cume da Pedra Dubois
Esse roteiro, nº 2 do guia, foi o mais confuso e o mais frustrado, pois a trilha fechou também.
Saindo da praça da igreja matriz, peguei a rua principal de Santa Maria Madalena, Rua Barão de Madalena, na direção da entrada da cidade, passei pela biquinha e subi mais 290m até a primeira rua à direita, Rua Pedro Kelly, na qual entrei. Caminhei 130m e entrei no terreno à esquerda, pulando a porteira trancada (645m de altitude) e subindo pela rua de terra. Caminhei 80m e passei por baixo de uma cerca. A rua faz uma curva fechada para a direita e 140m depois, numa nova curva fechada para a esquerda, fui em frente e passei por baixo de outra cerca. Dali em diante ficou meio indefinido mesmo com o caminho desenhado no guia pois não há trilha, apenas alguns vestígios de trilha que não levam a lugar nenhum. O que tinha à minha frente era a encosta de um morro muito alto com capim baixo no começo e mata alta mais acima. Bati cabeça algum tempo, mas a dica é subir bem junto à última cerca atravessada por uns 100m ou mais e depois tomar a direção dos postes de energia elétrica. Só quando me aproximei dos postes é que encontrei a trilha e entrei na mata. Mas mesmo na mata alguns trechos estão mais fechados e podem gerar alguma dúvida. Samambaias altas e capim cerrado dificultam a passagem. Até que consegui alcançar uma laje de pedra e avistei a pontinha das torres, ainda um pouco distantes. Da laje tentei avançar por uma suposta trilha mas estava bem difícil, mato muito fechado. E ainda estava a 829m de altitude, as torres a 1039m, segundo o guia. Eu todo sujo e arranhado e uma distância de uns 550m de vara-mato ainda pela frente. Resolvi parar por ali e voltei pelo mesmo caminho. Em apenas 42 minutos desci tudo o que levei quase 2 horas para subir desde a porteira da Rua Pedro Kelly.
Até onde cheguei: caminhada de 3,9km, ida e volta, a partir da praça da matriz. Desnível de 223m.
Informações adicionais:
Horários de ônibus:
empresa 1001 (www.autoviacao1001.com.br)
. do Rio para Santa Maria Madalena:
diariamente: 8h10 e 15h10 (sextas também 20h)
. de Nova Friburgo (rodoviária sul) para Santa Maria Madalena:
diariamente: 11h10 e 18h20 (sextas também 23h10)
. de Nova Friburgo (rodoviária norte) para Santa Maria Madalena:
diariamente: 11h40 e 18h50 (sextas também 23h40)
. de Santa Maria Madalena para Nova Friburgo e Rio:
diariamente: 5h30 e 14h15 (domingos também 23h40)
empresa Macabu (www.transportadoramacabu.com.br)
. de Macaé para Santa Maria Madalena:
diariamente: 8h45 e 18h10
. de Santa Maria Madalena para Macaé:
diariamente: 6h30 e 16h
Hospedagem mais em conta em Santa Maria Madalena:
1. Pousada Colônia de Férias da ASPERJ (hospedagem muito simples)
Rua Gwyer de Azevedo, 5 - centro - (22)2561-1871 (a 100m da igreja matriz)
R$30 por pessoa o quarto com café e WC no corredor
2. Pousada Kentinha (www.pousadakentinha.com.br)
Rua Cel. Manoel Portugal, 1 - centro - (22)2561-1148 (ao lado da igreja matriz)
R$40 por pessoa o quarto com café e WC no corredor
R$55 com WC privativo
Há opções de pousadas mais confortáveis na cidade e também nos arredores, em ambiente rural, com trilhas, cachoeiras e observação de pássaros.
Cartas topográficas:
Renascença: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... C-IV-3.jpg
Santa Maria Madalena: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... D-VI-4.jpg
Rafael Santiago
setembro/2012
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