segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Parque Natural Municipal do Itabira (Cachoeiro de Itapemirim-ES) - set/12

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/1165318991 ... rimESSet12.

O Parque Natural Municipal do Itabira foi criado em 1988 para "resguardar a beleza natural de seus monumentos rochosos, conservar a vegetação natural da Mata Atlântica e as nascentes dos córregos Itabira e Urtiga" e é mais um parque virtual. Não tem portaria, guarita ou qualquer tipo de placa que indique a sua existência. É administrado pela Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim-ES e possui cerca de 1,63 km2, com destaque para a Pedra do Itabira, de 715 metros de altitude.

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Pedra do Itabira

Estando em Cachoeiro de Itapemirim, pensei que conhecer a Pedra do Itabira fosse o passeio mais tranquilo que eu faria na cidade, mas não foi bem assim. Indicaram-me o ônibus "Itabira" da empresa Flecha Branca como sendo a única opção de chegar próximo à pedra, porém ninguém sabia ao certo os seus horários. Fui para o ponto de ônibus perto da antiga estação ferroviária antes das 9h e fiquei esperando. Uns me diziam que ele passaria lá pelas 9h30, depois um motorista me disse que seria por volta de 11h, e eu esperando num calor senegalês. O ônibus só apareceu depois do meio-dia... nem eu sei como tive paciência de esperar tanto! Entrei e logo perguntei ao cobrador se teria algum horário para eu voltar naquele dia e ele respondeu que só às 18h, já de noite. Num impulso desisti do passeio e desci do ônibus ainda no centro da cidade. Que droga, meu dia parecia perdido!

Comecei a andar por uma rua de comércio paralela ao Rio Itapemirim e numa ponte avistei a Pedra do Itabira, para aumentar a minha frustração. Mas ela parecia não estar muito longe e resolvi caminhar em sua direção, cruzando a ponte. O gps calculou uma distância de 7km até ela, porém caminhando pela rodovia, o que daria uma grande volta. Fui andando e perguntando até que me indicaram num posto de gasolina um caminho mais curto pelo bairro Gonzaga. Hoje, conhecendo o bairro e sua fama, acho que não pegaria esse atalho de novo, mas naquele momento foi ótimo, economizou uma longa pernada que eu ia dar pela rodovia. Subi as escadarias do bairro às 13h42, atravessei a praça central e tomei uma rua na direção norte. Logo deixei para trás as casas e passei ao lado de uma estação de energia elétrica, à direita. A rua virou uma estrada de terra sem movimento pela qual cruzei às 14h09 a rodovia onde eu desceria do ônibus (78m de altitude).

Continuei pela estradinha de terra e depois de passar pela entrada do Sindifiscal, entrei na primeira rua à direita, que subia na direção da pedra. Passei por algumas casas e mais acima cruzei um pasto com curral à esquerda, às 14h52. Observei uma outra estradinha, mais precária, que subia o pasto à direita a partir de um alto bambuzal, mas ignorei-a e segui em frente (esse foi meu erro). Passei por diversos outros sítios com plantações de café, banana e coco e subi mesmo tendo quase certeza de que estava no caminho errado pois estava me afastando da pedra. Insisti até o fim da estradinha, que virou uma trilha e terminou de repente às 15h24 num mirante, que valeu pelo visual do vale e de Cachoeiro com as serras ao fundo (304m de altitude nesse mirante). 

Voltei pelo mesmo caminho até o bambuzal, aquele da estradinha precária que desprezei inicialmente, e subi tomando a direção direta da pedra. Cruzei duas porteiras de ferro, a primeira com cadeado, e às 15h57 alcancei o pasto que se esparrama bem embaixo da enorme e pontuda pedra. Abandonei a estradinha e subi por esse pasto à direita diretamente na direção da crista, não exatamente na direção da pedra, pois imaginava encontrar uma trilha na crista que me levasse à base da pedra. Não foi bem assim. 

Na crista florestada não encontrei uma trilha, apenas uma passagem entre a vegetação, que não era tão cerrada. Assim fui abrindo caminho de olho na grande rocha a minha frente e às 16h16 enfim pude tocar a parede da Pedra do Itabira (374m de altitude). Andei um pouco para a direita e o caminho terminou num belo mirante para a cidade de Cachoeiro ao longe; além desse ponto era a parede vertical. Voltei e fui acompanhando a parede do outro lado mas a trilhazinha apagada foi sumindo, não encontrei nenhuma outra que contornasse a pedra ou descesse à estradinha por um caminho melhor e resolvi voltar por onde vim. Já havia colocado as mãos na pedra, então, como não-escalador, já estava satisfeito. Voltei então ao pasto, à estradinha, ao bambuzal, às casas e acelerei um pouco para não perder o ônibus, mas por sorte um morador (para quem eu havia pedido informação na ida) me ofereceu carona e me deixou quase no centro de Cachoeiro de Itapemirim.

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Pedra do Itabira

A distância da rodovia (ponto do ônibus) à Pedra do Itabira é de 3,6km. Desnível de 296m.
A distância do centro de Cachoeiro à Pedra do Itabira é de 8km pelo bairro Gonzaga e de 10,3 pela rodovia ES-488. Depois descobri pelos mapas um caminho mais curto pela própria rodovia ES-488, com total de 8,6km.

Informações adicionais:

Horários de ônibus:
empresa Flecha Branca - fones (28) 2101-1877/3526-5200 (www.flechabranca.com.br):
centro-Itabira - 5h30, 12h, 17h
Itabira-centro - 6h, 12h30, 17h30
(obtive estes horários por telefone e não são exatamente iguais aos informados no site)

Hospedagem mais barata em Cachoeiro de Itapemirim:
Hotel Alvorada - Praça Pedro Cuevas Junior, 21 - centro - (28) 3522-0448
R$35 com café e WC no corredor, mas tem também apartamentos

Carta topográfica de Cachoeiro de Itapemirim (http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... -A-V-4.jpg).

Rafael Santiago
setembro/2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Monumento Natural O Frade e a Freira (Cachoeiro de Itapemirim-ES) - set/12

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O Frade e a Freira
Foto: Cacá Lima – Setur ES


As fotos estão em https://picasaweb.google.com/1165318991 ... rimESSet12.

O Monumento Natural O Frade e a Freira é mais uma unidade de conservação estadual que existe só no papel. Não tem portaria, guarita ou qualquer tipo de placa que indique a sua existência. É administrado pelo governo do estado do Espírito Santo através do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e está localizado bem no limite dos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim e Vargem Alta. Ele foi criado em 2007 para proteger o conjunto granítico conhecido como O Frade e a Freira, de 683 metros de altitude, cartão-postal do estado e famoso ponto de escalada.

Para chegar a esse parque, melhor dizendo, para chegar a essa pedra, peguei o ônibus das 10h20 da empresa Sudeste para o litoral (Piúma) na rodoviária de Cachoeiro de Itapemirim e disse ao motorista que queria descer próximo à pedra do Frade e a Freira (R$5,15). O lugar é bem conhecido. Ele me deixou no km 400 da BR-101, junto ao Restaurante do Frade, ponto de caminhoneiros (altitude de 32m). Dali bastou atravessar a rodovia e entrar na rua de terra bem em frente, às 10h53, já com visão da pedra lá no alto e uma placa "Chalés do Frade". A subida foi bastante longa, entre cafezais, plantações de banana e pastos, sempre por estradinha de terra em ziguezague. Passei por um lago artificial com uma pequena barragem e às 11h40 comecei a caminhar na sombra da mata. Dez minutos depois uma bifurcação com placa: os Chalés do Frade à direita e a pedra à esquerda, subindo mais. Às 12h08 a estradinha atinge seu ponto mais alto e logo começa a descer. Nesse ponto mais alto há uma trilha à direita entrando na mata. Até esse local dá para chegar de carro ou moto, que é o que quase todos os visitantes fazem. A trilha dali para a frente tem apenas 200m e termina no maciço rochoso das costas do Frade, com visão para a Freira à esquerda. O ângulo é completamente diferente do que se vê de alguns locais da rodovia e que tornou essa formação bem conhecida, com as duas grandes pedras frente a frente. Eram 12h15 quando alcancei esse ponto e o desnível foi de 479 metros desde a BR-101.

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O Frade e a Freira

Nesse local de chegada já há um belo mirante a 511m de altitude para o litoral capixaba a sudeste, as montanhas do interior a oeste e o extenso vale do Rio Itapemirim em todo o quadrante sul. Ao encarar as costas do Frade tive dúvida de até onde conseguiria subir sem equipamento já que era muito alto e muito inclinado. Atravessei a primeira laje, a primeira mata baixa, a segunda laje, já mais inclinada, a segunda matinha e ainda subi um pouco a laje seguinte, mas considerei que era o limite da minha segurança, a 572m. O desgaste na rocha ia só até ali mesmo, ou seja, a maioria vai até esse ponto e para. E já estava muito bom, com visão um pouco mais elevada, alcançando até o Pico do Itabira, perto de Cachoeiro, meu destino planejado para o dia seguinte.

Quando pensava em começar a descer, chegou um grupo para escalar o Frade, com todo o equipamento necessário. Conversei um pouco com eles (www.itacamp.com.br) e depois assisti à ascensão até o cume. Eles me disseram que nunca escalaram a Freira, mas que há uma via.

Comecei o retorno às 16h e alcancei a BR-101 às 17h23. Caminhei alguns metros para a esquerda (direção do litoral) até um ponto coberto, onde esperei o ônibus para voltar a Cachoeiro de Itapemirim. Peguei um da empresa Planeta que passou pouco depois das 18h (R$4).

A distância da rodovia (ponto do ônibus) à pedra do Frade é de 5,4km. Desnível de 479m.

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Litoral capixaba visto do mirante da base do Frade

Informações adicionais:

O site oficial da unidade é www.meioambiente.es.gov.br/defau ... gina=16710.

Horários de ônibus a partir de Cachoeiro de Itapemirim:
. empresa Sudeste (www.viacaosudeste.com.br): diariamente de hora em hora (alguns horários não circulam de domingo e feriados)
. empresa Planeta: http://horariosviacaoplaneta.blogspot.com.br (site não oficial)

Hospedagem mais barata em Cachoeiro de Itapemirim:
Hotel Alvorada - Praça Pedro Cuevas Junior, 21 - centro - (28) 3522-0448
R$35 com café e WC no corredor, mas tem também apartamentos

Carta topográfica de Rio Novo do Sul (http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... A-VI-3.jpg).

Rafael Santiago
setembro/2012