domingo, 3 de novembro de 2019

Travessia do Parque Nacional Hallingsskarvet e Cânion Aurlandsdalen (Noruega) - ago/19

Lago Nesbøvatnet
Início: Finse
Final: Vassbygdi
Duração: 3 dias
Maior altitude: 1643m
Menor altitude: 89m em Vassbygdi
Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. A maior subida tem desnível de 419m.

O Parque Nacional Hallingsskarvet é um parque pequeno ao norte do platô Hardangervidda, maior platô de montanha do norte da Europa. Ele se situa ao norte da famosa estrada de ferro Oslo-Bergen, próximo à estação de Finse, a cerca de 190km de Oslo e 120km de Bergen (em linha reta).

Nesse trekking eu percorri de sul a norte o parque e emendei com a caminhada do Cânion Aurlandsdalen, bastante famoso por lá pela incrível beleza.

Para saber sobre trekking na Noruega sugiro a leitura da introdução do relato Travessia do Parque Nacional Hardangervidda.

O problema do trekking na Noruega e na Escandinávia em geral é o alto índice de chuva. Eu tive três dias seguidos de sol nessa caminhada e isso foi uma grande sorte.

REABASTECIMENTO DE COMIDA

Não há supermercado nem em Finse, nem em Vassbygdi e em nenhum lugar desse percurso. Só há mercado em Ustaoset, alcançada de trem a partir de Finse, e em Aurland e Flåm, alcançadas de ônibus a partir de Vassbygdi. No caminho só há refúgios do tipo staffed (da DNT) e particulares, e eles não vendem comida para preparar (apenas guloseimas), mas servem café da manhã e jantar.

ÁGUA POTÁVEL

Não há problema de escassez de água nesse percurso e nem todos os riachos e fontes estão descritos no texto pois são muitos.

Lagos parcialmente congelados mesmo no verão
1º DIA - 01/08/19 - de Finse ao Refúgio Geiterygghytta

Duração: 5h20 (descontadas as paradas)
Maior altitude: 1643m
Menor altitude: 1219m
Resumo: esse dia tem um desnível considerável de 419m de subida e depois de 424m de descida mas não é cansativo pois é bastante gradual

No dia 29/07 eu interrompi a longa travessia do Parque Nacional Hardangervidda ao Parque Nacional Hallingsskarvet no 7º dia do percurso (relato em Travessia do Parque Nacional Hardangervidda) por causa da chuva que chegou e ainda duraria mais dois dias. Fui de trem para a cidade de Geilo, me hospedei no Hostel HI e esperei a melhora no tempo prevista no yr.no.

Nesse dia, 01/08, voltei de trem a Finse e retomei a caminhada com tempo bom. Finalizada a etapa do Parque Nacional Hardangervidda, agora ia entrar no Parque Nacional Hallingsskarvet.

Embarquei em Geilo às 13h e desci na estação de Finse às 13h38. Altitude de 1228m. Cruzei a estrada de ferro e segui a placa de Geiteryggen após o portão de madeira. Subi pela rua principal de cascalho e segui a sinalização do T vermelho entrando numa trilha à direita, cerca de 300m depois da linha férrea. Subi a colina ao norte, passei pelo local onde acampei no dia 29 e parei por 13 minutos para contemplar a magnífica Geleira Hardangerjøkulen, a sexta maior da Noruega. Ao cruzar o primeiro riacho, às 14h20, estava entrando nos limites do Parque Nacional Hallingsskarvet. Continuei no rumo norte, cruzei uma ponte suspensa e em seguida outro riacho pelas pedras às 14h43. Voltei a subir e a vegetação, que era só rasteira, some de vez, ficando só o terreno de pedras, mas sem dificuldade para caminhar. Às 15h32 começam a aparecer as manchas de neve que tenho de cruzar, com largura de 30m a 70m, mas sem problema de escorregar. A bota impermeável é importante nessa hora também.

Cruzando campos de neve
Às 15h57 alcancei o Refúgio Klemsbu, particular e trancado. Fiz uma pausa ali. Algumas pessoas que caminhavam sem mochila (e até com cachorro) tomaram ali uma trilha para o norte e subiram o Pico Sankt Pål. Eu continuei às 16h39 para nordeste (direita na bifurcação) e subi cruzando mais duas manchas de neve até atingir a maior altitude do dia (1643m, desnível positivo de 419m desde Finse). Ali há um campo de neve muito extenso mas felizmente não foi preciso cruzá-lo, está à esquerda do caminho. À direita surge um bonito lago com placas de gelo flutuando como icebergs. Inicia a descida. Cruzo mais uma mancha de neve e depois um riacho pelas pedras. Às 17h52 avisto o Lago Omnsvatnet. A trilha desce, cruza um riacho e se aproxima do lago, voltando a ter vegetação rasteira e depois capim, pasto para as ovelhas. Às 18h23 atravesso mais uma mancha de neve de uns 40m e às 19h outra de cerca de 60m.

Às 19h21 alcanço um conjunto de lagos e passo a caminhar pelo seu lado direito. Cruzo pelas pedras um riacho que vem de uma bonita cachoeira despencando do paredão à direita. Às 19h55 avisto o refúgio na outra ponta do lago. Cruzo outro riacho às 20h14 e saio dos limites do Parque Nacional Hallingsskarvet. Alcanço o Refúgio Geiterygghytta às 20h32, numa altitude de 1230m. Esse refúgio é da DNT e do tipo staffed (com funcionários), não se pode cozinhar, não há comida para vender (só chocolates e biscoitos) e o anfitrião não me deixou nem usar o banheiro se não consumisse algo ou acampasse na área designada pagando NOK 100 (US$ 12,09)! Perguntei de acampamento livre (selvagem) e ele me mandou acampar longe, fora da visão do refúgio. Pelo que pude ver era um lugar muito bem arrumado, parecendo um hotel, e a presença de barracas espalhadas podia desagradar àquele público sofisticado.

Em frente a esse refúgio passa uma estrada de cascalho que começa na rodovia 50 muito próximo de um túnel. Como passa um ônibus nessa rodovia essa estradinha pode ser uma rota de fuga ou um início/final alternativo à caminhada. São 3,6km dali até a rodovia. Porém há pouquíssimos horários: um ônibus por dia (às 13h10) em direção a Flåm (oeste) e um ônibus por dia (às 9h40) em direção a Ål (leste) (horários de julho e agosto de 2019).

Saí do refúgio às 20h42 e caminhei pela estrada de cascalho para a esquerda (noroeste) até sair da visão do refúgio. Começaram a aparecer as barracas dos alternativos, dos que preferem a liberdade ao conforto. Os melhores lugares, que eram perto da cachoeira à esquerda da estradinha, já estavam ocupados, então entrei na trilha de Østerbø, com placa, à direita, e subi até encontrar um lugar plano e um pouco afastado do caminho. Havia água corrente por perto. Altitude de 1252m.

Lagos de montanha
2º DIA - 02/08/19 - do Refúgio Geiterygghytta a Østerbø (ou quase)

Duração: 5h30 (descontadas as paradas)
Maior altitude: 1395m
Menor altitude: 1050m no acampamento do fim do dia
Resumo: dia de vários sobe-e-desce mas sem desníveis significativos, sendo o maior deles de 320m de descida da maior altitude do dia (1395m) aos 1075m do Refúgio Steinbergdalen

Deixei o local de acampamento às 11h41 e segui a trilha no rumo norte. Em 4 minutos cruzei um riacho pelas pedras. Às 12h11 o mapa do gps mostrava que eu estaria cruzando a rodovia 50 porém não havia rodovia nenhuma - havia sim, estava muitos metros abaixo de mim na forma de um extenso túnel! E com mais 9 minutos avistei a tal rodovia 50 bem abaixo à esquerda margeando um lago. Infelizmente a trilha vai se aproximar dela e esse dia não será dos mais bonitos e agradáveis. Às 12h40 sigo à esquerda numa bifurcação com placa apontando para o Refúgio Steinbergdalen; à direita se vai a Kongshelleren (refúgio) e Iungsdalshytta (refúgio). Cerca de 6 minutos depois cruzo um riacho mais largo pelas pedras e paro por 18 minutos.

Às 13h16 atravesso uma ponte metálica sobre um bonito rio com pedras e, subindo, cruzo uma porteira feita de ripas de madeira. Subo mais e atinjo um mirante chamado Bollhoud às 13h37. Passo por bonitos e tranquilos lagos de montanha e às 13h57 cruzo um riacho. Às 14h26 atravesso outra ponte metálica e encontro uma placa com o nome do local: Breibakkao. O riacho que cruzei forma uma bonita cachoeira à minha esquerda. Às 14h44 parei por 30 minutos num bonito mirante chamado Driftaskar, de onde avisto o Refúgio Steinbergdalen (ou Steinbergdalshytta) perto do lago Vetlebotnvatnet e da famigerada rodovia 50.

Na descida cruzei um riacho por uma ponte de tábuas às 15h39. No portão na chegada ao refúgio há uma bifurcação em que à direita se vai também a Kongshelleren (refúgio) e Iungsdalen (refúgio). Entrei no Refúgio Steinbergdalen às 15h49 e ele é particular (não é da DNT), mas a anfitriã me deixou usar o banheiro sem pagar pois eu estava só de passagem. É uma casa bem típica norueguesa, de madeira com vegetação sobre o telhado para manter o isolamento térmico e a estabilidade da casa. É recomendável (ou obrigatório em alguns casos) tirar o calçado antes de entrar, a menos que o anfitrião diga o contrário. A rodovia 50 está a apenas 450m e é possível tomar o mesmo ônibus que liga Ål a Flåm se for necessário.

Saí às 16h04 pelo lado direito do refúgio e tomei uma trilha que subia a encosta à direita com placa de Østerbø. E como subiu!!! Não era uma subida íngreme, mas tinha muitas pedras e parecia não ter mais fim. A visão da rodovia 50 logo abaixo à esquerda tirava todo o clima de montanha e fez daquele trecho longo de subida um tédio. Na descida, ainda pela encosta, parei num riacho às 17h18. Às 18h05 atravessei a ponte de tábuas sobre outro riacho que despencava do paredão à direita em bonitas quedas. Começo a avistar a vila de Østerbø bem abaixo no vale. Desço mais e às 18h40 alcanço um grande campo com uma cachoeira grande ao fundo. Ali já comecei a pensar se valeria a pena ir até Østerbø (ainda 3,8km à frente) pois o local parecia mais urbanizado e eu poderia ter dificuldade para encontrar um lugar para camping selvagem. Cheguei a perguntar sobre isso a uma garota que vinha (sozinha) atrás de mim, mas ela não sabia como era Østerbø. Vi que ela e um casal pararam ali para acampar e resolvi parar também, apesar de muito cedo ainda. Havia água bem próximo dali, no Rio Grøna. Altitude de 1050m.

Cânion Aurlandsdalen
3º DIA - 03/08/19 - de Østerbø a Vassbygdi

Duração: 6h50 (descontadas as paradas)
Maior altitude: 1074m próximo ao acampamento
Menor altitude: 89m em Vassbygdi
Resumo: longa descida de 985m percorrendo o interior do Cânion Aurlandsdalen, famoso na Noruega pela grande beleza

O trekking de hoje pode ser feito em forma de bate-e-volta de um dia a partir das cidades de Flåm ou Aurland, onde há campings e hotéis. Tomando o ônibus às 8h15 em Flåm ou 8h25 em Aurland se chega às 9h15 a Østerbø, um bom horário para iniciar a caminhada pois há ônibus à tarde para retornar a Flåm e Aurland (veja os horários nas informações adicionais).

Comecei a caminhar às 8h21, cruzei a ponte de madeira sobre o Rio Grøna, desci até o vale do Rio Grøndalagrovi e o segui para a esquerda (oeste). Descendo, passei por uma casa vazia à minha direita e cruzei um portão de ferro. Atravessei uma mata e às 9h12 cheguei a uma estradinha de terra, onde fui para a direita. Aparecem as primeiras casas. Às 9h18 alcanço uma estrada de asfalto após uma cancela e sigo para a direita, continuando pela esquerda na bifurcação. A rodovia 50 está a apenas 120m à esquerda da cancela e é possível tomar o mesmo ônibus que liga Ål a Flåm se for necessário. Me mantive na estrada principal e cheguei aos refúgios de Østerbø às 9h28. São dois, um ao lado do outro. O primeiro é o Østerbø Fjellstove, particular, e o segundo é o Aurlandsdalen Turisthytte, pertencente à DNT e do tipo staffed. A tão esperada trilha do Cânion Aurlandsdalen começa no meio dos dois.

Por ser um sábado havia dezenas de pessoas iniciando a trilha, e até um grupo de voluntários dando orientações. O caminho aponta para o norte ainda como uma estradinha de cascalho, que tomei às 9h50. Altitude de 833m. Numa curva de 180º para a esquerda cruzei a ponte sobre o Rio Langedøla e havia uma sinalização um pouco confusa. Não entrei na primeira trilha à direita com T vermelho pintado na pedra, continuei descendo a estradinha e entrei na trilha seguinte à direita também com T vermelho pintado, mas muito mais estreita que a primeira (aqui aparentemente os dois caminhos servem, o importante é se aproximar do lago e evitar as outras trilhas). Passei por mais uma casa à minha esquerda e comecei a contornar o bonito Lago Aurdalsvatnet pela margem norte e depois oeste. Aparece a primeira placa de marcação de distância, 18km para a frente (até Vassbygdi) e 1km para trás (desde os refúgios de Østerbø).

Cânion Aurlandsdalen
Quando deixo as margens do Lago Aurdalsvatnet no sentido oeste aparece um espaço plano e gramado ótimo para acampar. Até aí não havia visto nenhum lugar adequado para acampar e daí em diante apareceram bem poucos também pois o solo muitas vezes era de turfeira, fofo e úmido. A trilha percorre a mata exuberante, numa mudança significativa de ambiente em relação aos dois dias anteriores no alto da montanha. A placa de 17km se encontra sobre um portão de ferro e na descida seguinte a beleza de Aurlandsdalen começa a se mostrar. Um lindo lago bem abaixo espelha as montanhas verdejantes. A descida até a margem leste desse lago (Nesbøvatnet) foi por uma trilha íngreme beirando a ribanceira.

Aurlandsdalen é também uma trilha histórico-cultural e às 10h32 aparece a primeira placa com texto sobre a história e fotos antigas do lugar. Às 10h36 cruzei uma ponte de tábuas sobre um riacho e 2 minutos depois alcancei a casa Nesbø, às margens do Lago Nesbøvatnet, sede de uma fazenda do século 17. A trilha continua margeando o lago e às 10h49 alcanço uma bifurcação num local chamado Tirtesva. A trilha íngreme à direita sobe para outro caminho: Vassbygdi via Bjønnstigen, e uma placa alerta para o risco dessa rota já que cruza uma área de avalanches. Me mantive na trilha mais usada, que segue à esquerda, e uns 520m depois de Tirtesva cheguei a um bonito lago (uma extensão do Lago Nesbøvatnet). Parei para curtir o lugar e tomar água fresca do riacho ao lado. O gramado ali daria um bom local de acampamento também.

Continuei às 11h19 e o lago se afunila num rio, que seguirei pela margem direita até o final do dia. Agora a sensação é de caminhar no fundo de um cânion mesmo, com a altas paredes se erguendo em ambos os lados. O rio e a vegetação das encostas ficam cada vez mais bonitos. Às 11h43 a trilha é um caminho estreito escavado no paredão de pura rocha. Um corrimão dá segurança nas partes mais estreitas (principalmente se houver neve). Às 11h52 surge abaixo o bonito Lago Vetiavatnet, o último grande lago dessa caminhada.

Às 12h05 alcancei uma bifurcação num lugar chamado Heimrebø. À esquerda se vai a Berdalen, que é um local a 370m dali na rodovia 50 onde passa o mesmo ônibus de Ål a Flåm. Segui à direita e a trilha faz uma grande curva embicando para o norte e se afastando muito da rodovia 50 (felizmente não mais visível após Østerbø). Às 12h47 vem da direita a rota Vassbygdi via Bjønnstigen, aquela iniciada em Tirtesva e que vem pelo alto.

Às 12h55 cheguei a um local com uma trilha saindo para a esquerda e uma movimentação de pessoas indo e vindo de lá - fui ver o que era. Caminhando cerca de 100m chega-se a Vetlahelvete, ou little hell cave, uma reentrância no paredão rochoso com um pequeno lago dentro e iluminação vindo da abertura no alto. Há um bonito mirante nas pedras mais altas do outro lado. Voltei à bifurcação, tomei um lanche e continuei descendo às 13h16. A marcação ali mostra que estou bem no meio do caminho: já percorri 9km e faltam 10km. Em 5 minutos tenho uma visão espetacular do cânion com o rio correndo lá embaixo e pessoas minúsculas ao longo da trilha bem ao lado do rio, ou seja, tinha uma descida bem grande pela frente. Às 13h24 parei para beber a água fresca de uma quedinha ao lado da trilha. Desci pela trilha em zigue-zague e às 13h46 já estava às margens do rio, onde algumas pessoas mergulhavam e logo saíam pois a água devia estar bem fria.

Fazenda Sinjarheim
Às 14h08 uma nova bifurcação. À esquerda se vai a Stondalen, que é outro local na rodovia 50 onde passa o ônibus de Ål a Flåm, outra rota de fuga, porém essa bem longa (7km). Vou à direita e em 5 minutos avisto, pendurada na enorme encosta, a Fazenda Sinjarheim, principal ponto de parada nesse trekking. Cruzo uma ponte de madeira sobre o riacho que vem de uma imensa cachoeira despencando do paredão e às 14h30 chego à fazenda. Casas de madeira com vegetação sobre o telhado e anunciado apenas em norueguês (demonstrando que poucos estrangeiros passam por ali): "sal av kaffi og mjelkekaker - kom inn", "venda de café e bolo de leite - entre". Muita gente ali descansando e se recuperando do calor pois já estávamos a 591m de altitude e a temperatura havia aumentado com a descida e por causa do horário. Muito calor para os noruegueses pois para mim estava bem agradável. Saindo da fazenda às 14h51, a descida se tornou bastante íngreme e às 15h10 já estava próximo ao rio de novo. Após duas casas de madeira, num local chamado Almen, olhei para trás e o cenário era espetacular, com duas grandes cachoeiras brotando dos paredões, último cenário de tirar o fôlego desse trekking.

Quando vi os horários de ônibus em Østerbø pensei em tomar o das 19h para Flåm, o último. Mas pelo avanço rápido que vinha fazendo após entrar na mata resolvi apertar um pouco o passo e ver se conseguia pegar o das 16h40. A descida terminou numa clareira às 16h03 e 8 minutos depois alcancei um final de estrada de cascalho, continuando em frente, sempre pela margem direita do rio. Estava apressado por causa do horário do ônibus mas não resistia a comer as framboesas próximas à cerca à direita da estradinha. Para trás me despeço dos grandes paredões do Cânion Aurlandsdalen. Continuando sempre em frente me aproximo das primeiras casas de Vassbygdi e finalmente chego ao ponto de ônibus, em frente a uma lanchonete, às 16h27, e estava lotado. Altitude de 89m. O ônibus apareceu no horário e somente uma parte daquele povo todo o tomou pois a maioria esperava o ônibus de volta a Østerbø, onde deixaram seus carros. A viagem a Flåm durou 30 minutos e percorreu o maravilhoso fiorde Aurlandsfjorden. Em Flåm acampei no Camping e Hostel HI.

Cânion Aurlandsdalen
Informações adicionais:

. para saber os preços de hospedagem e refeições nos refúgios da DNT consulte os valores atualizados em english.dnt.no/routes-and-cabins. Para se tornar membro da DNT e ter descontos o valor da anuidade é NOK 695 (US$ 84), valor de 2019 para adultos de 27 a 67 anos.

. Camping e Hostel HI em Flåm: NOK 160 (US$ 19,34) para uma barraca com uma pessoa. A ducha quente custa NOK 20 (US$ 2,42) a cada 6 minutos (funciona com moeda ou ficha comprada na recepção). O hostel estava lotado no início de agosto. Site www.hihostels.com.

. mapa do parque com as trilhas e refúgios: ut.no/kart

. a temperatura mínima durante a noite fora da barraca foi 7ºC

. para planejar qualquer viagem de ônibus, trem ou barco na Noruega: en-tur.no (clique em Meny e selecione English)

. ônibus de Vassbygdi a Aurland e Flåm: 10h20 (sáb e dom), 14h10 (diário), 16h25 (sáb e dom), 16h40 (diário), 19h (diário) (horários de julho e agosto de 2019)

. trens na Noruega: www.vy.no/en

. roteiro adaptado a partir das informações do guia Walking in Norway, de Connie Roos, Editora Cicerone

Rafael Santiago
agosto/2019

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