sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Parque Estadual do Desengano (Santa Maria Madalena-RJ) - set/2012

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Pedra do Desengano num raro momento sem nuvens encobrindo o topo

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/ParqueEstadualDoDesenganoSetorMorumbecaDosMarreirosRJSet12.

O Parque Estadual do Desengano é uma das mais antigas unidades de conservação do Rio de Janeiro (criado em 1970!) e está situado no nordeste do estado, cobrindo áreas dos municípios de Campos, Santa Maria Madalena e São Fidélis. É administrado pelo governo estadual através do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e possui uma infra-estrutura que foi realizada recentemente, neste ano de 2012, como placas de informação e orientação, portarias com guarita (ainda sem funcionário), pontes e corrimãos ao longo das trilhas. Sua sede fica no Horto de Santa Maria Madalena, completamente fora de seus limites. O plano de manejo de 2005 pode ser acessado no site http://sosimbe.blogspot.com.br/2009/10/ ... al-do.html.

Todo o planejamento que fiz para me aventurar por essa região completamente desconhecida para mim foi baseado no excelente guia "Trilhas - Parque Estadual do Desengano", que pode ser comprado pela internet ou baixado do site www.inea.rj.gov.br/publicacoes/publicacoes.asp. Nele, as trilhas e travessias estão divididas em cinco setores: Santa Maria Madalena, Morumbeca dos Marreiros, Itacolomi, Sossego do Imbé e Mocotó. Para uma primeira incursão e sem carro foquei nos dois primeiros setores. O setor Santa Maria Madalena tem três trilhas praticamente dentro da cidade, com acesso muito fácil (as três fora do parque), e mais uma próxima. O setor Morumbeca dos Marreiros tem cinco trilhas, todas concentradas numa área do parque e muito próximas uma da outra, porém a uma distância de 20km do centro de Madalena.

O tempo, tanto na cidade quanto no parque, é totalmente instável, pelo menos no mês de setembro, o que eu estranhei bastante. O dia todo é uma sequência de sol, nuvens carregadas, chuva, frio, depois sol e começa tudo de novo. Nos três dias que caminhei pelo parque, a Pedra do Desengano se manteve encoberta quase o tempo todo, quando não com chuva. Notei que a instabilidade era maior no lado sul das serras do que no lado norte, devido à ocorrência dos ventos úmidos do mar e o efeito orográfico.

Cheguei a Madalena numa tarde de terça-feira e consegui um carro que me levasse no dia seguinte ao parque ou o mais próximo possível da trilha da Pedra do Desengano. A cidade não tem ônibus municipais e nenhuma linha intermunicipal passa perto do parque.

1º DIA: DE SANTA MARIA MADALENA À ESTALAGEM MORUMBECA EMBAIXO DE MUITA CHUVA

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Pedra do Desengano e Pedra Verde com sol no último dia

Uma chuvinha fraca na noite da terça foi o prenúncio do que estava por vir. Começou a chover mais forte de madrugada e saímos da cidade ainda com mau tempo, mas não desisti nem adiei a caminhada. Rodamos 12,1km pela estrada de terra até a portaria do parque, logo depois da Árvore do Arco. Passamos pela portaria vazia mas na primeira subida o carro patinou na lama. O jeito foi descer e começar a caminhada ali mesmo, sem saber ao certo qual a distância e o desnível até a Estalagem Morumbeca.

Essa estalagem é um abrigo de montanha, porém particular. É preciso combinar a estadia com a dona, fazer o pagamento e depois pegar a chave com um morador próximo. É uma casa grande de alvenaria e a 400m dela um chalé de madeira. Eu fui com barraca, não planejava ficar no abrigo, apenas o tinha como referência pois as trilhas do Poço do Padre, da Mina e da Pedra do Desengano começam ali, a trilha da Serra Pedra Marial inicia a apenas 1,4km, além de ser o caminho do Circuito da Cascata. Essas trilhas estão todas detalhadas com mapas e pontos de gps no guia citado.

Bem, mas eu ainda estava perto da portaria do parque e a chuva por sorte havia dado uma trégua. Conversei com um morador para confirmar o caminho e botei o pé na estrada, ou melhor, no barro às 8h30 (361m de altitude). A estradinha sobe entre pastos e a visão da região vai se ampliando, embora o tempo nublado não ajudasse muito. Passei por uma casa isolada (mas com morador) às 9h40, e essa foi a última. Aliás só passei por duas casas habitadas e um chalé vazio em toda a subida até o abrigo. Depois dessa última casa, a estrada piora ainda mais, com muita pedra. Às 10h14 alcancei um portal do parque com placa indicando distâncias e uma bifurcação (711m de altitude). À esquerda a cascata e o mirante, em frente o abrigo. Nesse ponto eu já estava com capa pois a chuva havia voltado. Dali em diante a subida e a chuva só pioraram, às vezes eu dava o passo e escorregava para trás no barro. Às 11h22 finalmente cheguei ao chalé Morumbeca (1045m de altitude) e pude me abrigar do frio e da chuva, com a roupa um pouco molhada mesmo com a capa. Fiquei muito tempo na varanda do chalé (trancado) meditando o que iria fazer naquele lugar tão isolado com aquele tempo horrível. Comi um lanche e só saí dali com a roupa mais seca, depois das 14h. Li num papel colado no chalé que a chave deveria ser pega com um tal de Nelson e resolvi procurar essa pessoa nas casas que ficavam além do Ribeirão do Macapá indicadas nos mapas do guia (mapas esses reproduzidos nas placas informativas do parque). Assim, descobri a estalagem Morumbeca principal, uma casa mesmo, apenas 400m além do chalé, e logo depois dela a ponte sobre o Macapá, que é a divisa entre São Fidélis e Santa Maria Madalena. Depois da ponte uns 100m (já em São Fidélis), uma casa pequena à direita com cerca mas deserta. Um riacho, um colchete e a trilha entra na mata. Sobe e quando sai da mata uma nova cerca à direita, uma bifurcação que tomei para a direita, subindo ao longo da cerca até uma porteira, onde entrei e enfim descobri a casa do Nelson, que mora ali naquele local tão afastado com esposa e filha. Ele disse que seu vizinho mais próximo está a 4km de distância. Conversamos um bom tempo e ele, além de conhecer bem as trilhas por ali, ajudou na pesquisa de campo para fazer o guia, tanto que ganhou um exemplar, que guarda com todo cuidado. Me falou das trilhas e me deu boas dicas. A chuva parou finalmente.

Voltei à estalagem e ainda dava tempo de fazer a Trilha da Mina, que é bem curta. Uma placa sinaliza o início, é só caminhar na direção do riachinho atrás dela, atravessá-lo e pegar a trilha, que sobe um pouco. Dá uns 15 minutos até as três minas, que hoje são apenas buracos no barranco tomado pela mata. Ida e volta dá pouco mais de 800m e há água no caminho.

Nesse dia caminhei 11,4km.

2º DIA: DA ESTALAGEM MORUMBECA ATÉ (QUASE) A CACHOEIRA DA CASCATA

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Serra Santo Aleixo vista do mirante do Circuito da Cascata

O dia amanheceu ensolarado e isso me animou, porém precisava ver como estava a Pedra do Desengano para decidir se valia a pena subi-la ou não. Caminhei até próximo da casa do Nelson, num lugar mais alto, para ter visão do pico. Ao chegar lá o tempo já havia fechado, o céu estava cinzento e o pico já parcialmente encoberto por nuvens. O tempo nessas montanhas realmente é instável! Dei um tempo para ver se melhorava e saía o sol de novo, mas nada. O Desengano é o mais alto do parque e eu não queria subir lá para não ver nada, então deixei para a próxima vez.

Às 11h57 saí da porteira da casa do Nelson na direção norte, continuando pela trilha bem marcada, a fim de fazer o Circuito da Cascata, roteiro nº 9 do guia. Logo me surpreendi com mais duas pontes de madeira (troncos) bem novas em plena mata e às 12h29 topei com a placa que indica o início da trilha da Serra Pedra Marial à direita (como disse, essas placas são recentes, nas fotos do guia elas nem aparecem). Entrei nessa trilha já sabendo que provavelmente não iria até o final, até o cume, por causa de uma passagem exposta ao abismo. A trilha logo de início é bem mais estreita e fechada que a principal e percorre a mata até sair dela, depois começa a subir entre samambaias altas que dificultam a passagem em alguns pontos. À medida que subo vou notando o estreitamento da crista da montanha, com quedas abruptas de ambos os lados, mas sem risco ainda. Porém quando a subida ameniza, a trilha se estreita demais e paro de repente por medo da altura. Tanto à esquerda (norte) quanto à direita (sul) as paredes são verticais e estão separadas pela trilhazinha à minha frente. Tive receio de pisar um pouco fora e encontrar o vazio, despencando de uma grande altura. Até tentei mas não me senti seguro, principalmente sozinho. Depois lembrei que o trecho crítico ainda estava bem pra frente, então sentei e curti a paisagem dali mesmo (1400m de altitude). E não era pouca coisa, belas montanhas e serras por todos os lados. Ao norte a estradinha que deveria tomar para fechar o Circuito da Cascata, ao sul a Serra dos Marreiros e a Pedra do Desengano com o cume encoberto quase todo o tempo, a nordeste a Serra Santo Aleixo e a oeste a continuação da Serra Pedra Marial. Às 15h comecei a sentir um vento úmido e tratei de descer rapidamente, passando pelas samambaias, atravessando a mata e chegando às 15h31 à placa de início dessa trilha.

Continuei então a caminhar pela trilha principal para a direita e em menos de 100m ela terminou numa porteira, tornando-se uma estrada estreita de terra (com mais placas do parque), justamente a estrada que vi lá de cima. No guia ela aparece com o nome de Estrada Morumbeca-Santo Aleixo. Desci bastante por ela tendo sempre visão da face norte da Serra Pedra Marial, cada vez mais próximo da Serra Santo Aleixo, e saí dos limites do parque às 16h03, com placa sinalizando. Passei um ponto de água às 16h14 e às 16h26 cheguei a uma bifurcação em T, onde fui para a esquerda. Em 8 minutos cruzei um riacho raso e largo na estrada e tropecei em mais placas do parque, estas apontando a continuação do Circuito da Cascata numa subida precária à esquerda da estrada. Antes de tomar esse caminho, desci até uma portaria do parque que avistei do alto, com uma guarita que, assim como a primeira, estava totalmente vazia (823m de altitude). Poucos metros abaixo, uma casa, mas parecia desabitada. Subi de volta às placas e entrei às 16h50 no caminho precário, que atravessou um pasto e tomou o sentido sudoeste, mais ou menos paralelo à estradinha que eu descera. Logo virou uma trilha bem marcada e começaram a aparecer corrimãos e até bancos rústicos de troncos para descanso. Essa trilha atravessa segmentos de mata e sobe entre elevações da Serra Pedra Marial. Às 17h35 cheguei enfim ao mirante, o ponto mais alto desde a estrada, com uma visão magnífica para as serras ao norte (1076m de altitude). Colocaram ali um banco comprido para sentar e admirar a paisagem e até uma mesa de troncos. Pelo horário já comecei a procurar um local plano para montar acampamento, porém ali ventava muito. Cruzei uma cerca e comecei a descer por trilha bem marcada na mata, topando com uma nova placa de "limite do parque" às 17h45. Pouco mais de 100m depois dela encontrei um gramado protegido do vento e armei a casa móvel.
Essa placa lacônica me deu a falsa idéia de que estava reentrando no parque, porém estava na realidade saindo dele e nem percebi em que momento havia reentrado. Examinando os mapas depois vi que os limites do parque nessa trilha estão na cota dos 1000m, o que significa que reentrei no parque ao atingir essa altitude, em um ponto em que não vi nenhuma placa na trilha.

Nesse dia caminhei 7,7km.

3º DIA: DA CACHOEIRA DA CASCATA A SANTA MARIA MADALENA

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Cachoeira da Cascata

Às 7h já estava com o pé na trilha e voltei até o mirante para fotos da paisagem com uma luminosidade melhor que a de ontem à tarde. Depois retomei a caminhada, passando às 7h45 por um ponto de água. Desço mais 250m e deparo com a placa que indica à esquerda a entrada para a Cachoeira da Cascata, a 60m da trilha principal. Tomei meu café ali, junto a essa belíssima queda do Ribeirão do Macapá, que despenca de uma parede rochosa de cerca de 70m de altura (867m de altitude). Às 8h50 voltei à trilha e em 6 minutos cruzei uma grande e caprichada ponte de troncos sobre o Macapá, onde uma placa do parque informa que estou saindo do município de São Fidélis e voltando a Santa Maria Madalena.

A trilha sai da mata e às 9h19 paro no mirante da Garganta do Macapá para fotos. É o local onde o rio corre espremido num cânion formado pela Serra Pedra Branca à esquerda e a Serra Pedra Marial à direita. Às 9h32 outro local de água e uma placa de sinalização do parque, exatamente onde a trilha se transforma em estradinha de terra. Passei por mais um ponto de água e às 9h47 alcancei o portal sem guarita que cruzei no primeiro dia, fechando assim o Circuito da Cascata. Dali bastou descer toda a estrada que já conhecia para chegar à portaria com guarita (vazia) às 11h27. Exatamente nessa hora, quando eu deixava definitivamente o parque, o céu limpou e o sol saiu para iluminar até a Pedra do Desengano, que permaneceu os três dias encoberta na maior parte do tempo. Paciência!

Dali da guarita restava conhecer dois lugares próximos: a Cachoeira do Escorrega e a Árvore do Arco. Para o Escorrega, peguei a estrada principal para a direita e desci 850m até uma curva onde há uma área grande de estacionamento e uma escada que leva ao Córrego do Leitão. Há uma queda mais acima, à direita, e uma grande laje por onde a água escorre e depois se lança num poção. Por ser dia de semana não havia ninguém, mas eu torcia para que passasse algum carro na direção de Madalena pois eu estava a 13km de lá. Depois de um lanche voltei pela estrada, passei a guarita do parque e subi mais 480m até uma porteira à esquerda, de onde já se avista a Árvore do Arco. É a entrada da Fazenda Desengano e a apenas 110m da porteira está a curiosa árvore, de tronco retorcido formando um portal com as montanhas ao fundo, com destaque para a Pedra do Desengano e a Pedra Verde.

Agora restava a longa jornada de volta a Madalena. Pela estrada rural e tranquila, destoa a longa e pesada tubulação da Usina Tudelândia subindo até a represa, passando pela tradicional Fazenda Tudelândia, com belo e antigo casarão. O tempo mudou novamente e nuvens escuras se dirigiram aos picos, encobrindo e enegrecendo a Pedra do Desengano mais uma vez. Às 14h30 uma alma bondosa me ofereceu carona e veio em boa hora mesmo pois faltava muito ainda. Aliás, por esses lados, nem é preciso pedir carona, o motorista para e oferece, mesmo para um desconhecido. Ainda existem lugares assim!

Nesse dia caminhei 16,1km.

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Ribeirão do Macapá

Distâncias por trecho:
de Santa Maria Madalena à portaria do parque: 12,1km
da portaria do parque ao portal onde começa o Circuito da Cascata: 4,8km
do portal onde começa o Circuito da Cascata à Estalagem Morumbeca: 3,3km
da Estalagem Morumbeca ao início da trilha da Pedra do Desengano: 400m
da Estalagem Morumbeca ao início da trilha do Poço do Padre: 700m
da Estalagem Morumbeca ao início da trilha da Mina: 40m
da Estalagem Morumbeca ao início da trilha da Serra Pedra Marial: 1,4km
Circuito da Cascata completo: 12,7km

Algumas altitudes:
Santa Maria Madalena: 609m
portaria do parque: 327m
portal onde começa o Circuito da Cascata: 711m
Estalagem Morumbeca: 1067m
Ponto mais alto do Circuito da Cascata: 1202m

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Cachoeira do Escorrega

Informações adicionais:

Montanhas mais altas do parque segundo o guia "Trilhas - Parque Estadual do Desengano":
1. Pedra do Desengano - 1761m
2. Pico Itacolomi - 1723m
3. Alto da Serra Grande - 1696m
4. Pedra Marial - 1692m
5. Pico Macapá - 1677m

O site oficial do parque é www.inea.rj.gov.br/unidades/pqdesengano.asp.

Horários de ônibus:
empresa 1001 (www.autoviacao1001.com.br)
. do Rio para Santa Maria Madalena:
diariamente: 8h10 e 15h10 (sextas também 20h)
. de Nova Friburgo (rodoviária sul) para Santa Maria Madalena:
diariamente: 11h10 e 18h20 (sextas também 23h10)
. de Nova Friburgo (rodoviária norte) para Santa Maria Madalena:
diariamente: 11h40 e 18h50 (sextas também 23h40)
. de Santa Maria Madalena para Nova Friburgo e Rio:
diariamente: 5h30 e 14h15 (domingos também 23h40)

empresa Macabu (www.transportadoramacabu.com.br)
. de Macaé para Santa Maria Madalena:
diariamente: 8h45 e 18h10
. de Santa Maria Madalena para Macaé:
diariamente: 6h30 e 16h

Santa Maria Madalena não tem ônibus municipais e nenhuma linha intermunicipal passa perto do parque. O único transporte gratuito que se pode tentar é o ônibus escolar, que circula 3 vezes por dia, segundo informações.

Hospedagem mais em conta em Santa Maria Madalena:
1. Pousada Colônia de Férias da ASPERJ (hospedagem muito simples)
Rua Gwyer de Azevedo, 5 - centro - (22)2561-1871 (a 100m da igreja matriz)
R$30 por pessoa o quarto com café e WC no corredor

2. Pousada Kentinha (www.pousadakentinha.com.br)
Rua Cel. Manoel Portugal, 1 - centro - (22)2561-1148 (ao lado da igreja matriz)
R$40 por pessoa o quarto com café e WC no corredor
R$55 com WC privativo

Há opções de pousadas mais confortáveis na cidade e pousadas mais próximas do parque, em ambiente rural, com trilhas, cachoeiras e observação de pássaros.

Carta topográfica de Renascença: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... C-IV-3.jpg.

Rafael Santiago
setembro/2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (Fervedouro-MG) - set/2012

ImagemSerra do Brigadeiro na chegada a Bom Jesus do Madeira, com destaque para o Pico do Boné à esquerda

O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro é um parque bem extenso no sentido norte-sul (cerca de 40km) e bem estreito no sentido leste-oeste (variando de 600m a 12km). Por isso, o acesso às suas montanhas se dá por diversas cidades e povoados. É administrado pelo governo estadual de Minas Gerais através do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e possui sede, centro de visitantes, monitores, placas de acesso à sede desde a rodovia BR-116 e sinalização nas trilhas da sede mesmo com a obrigatoriedade do monitor. Por ser atravessado pela BR-482, onde está localizada a sede, tem duas portarias (portaria Araponga e portaria Pedra do Pato).

O parque ocupa terras de oito municípios mineiros: Fervedouro, Miradouro, Muriaé, Ervália, Araponga, Sericita, Pedra Bonita e Divino. Dos atrativos, eu planejei fazer a Trilha do Carvão e subir os picos do Boné, do Soares (o mais alto), do Itajuru e a Pedra do Pato. Para isso, escolhi os acessos pelas cidades de Fervedouro e Muriaé. Sem carro e com pouca informação sobre distâncias, não sabia ao certo o que conseguiria conhecer. Para tentar fazer a maior parte dos passeios planejados (exceto o Itajuru) resolvi me basear em Bom Jesus do Madeira, distrito de Fervedouro, e a dificuldade já começou no acesso a esse povoado. De Fervedouro a Bom Jesus do Madeira são 20km de estrada de terra e só há um ônibus por dia, que sai de Carangola (de seg a sex 15h30; sáb 11h; dom não há) e passa em Fervedouro 45 minutos depois. Cheguei depois do horário a Fervedouro e tive de dormir lá e esperar o ônibus do dia seguinte. Não recomendo dormir nessa cidade pois é feia e esquisita, atravessada pela BR-116, com apenas duas opções ruins de hotel na beira da rodovia.

Para passar o tempo, enquanto esperava o ônibus, fui conhecer Carangola e me surpreendi com o interessante museu municipal. O ônibus da empresa Novo Horizonte saiu às 15h30 e passou em Fervedouro às 16h15. Dali foram mais 50 minutos até Bom Jesus do Madeira, passando pelo povoado de São Pedro do Glória. Hospedei-me na Pousada Dona Eva e peguei algumas informações com o seu Jair, marido dela e funcionário do parque. Da sacada do quarto que ocupei podia ver o conjunto de montanhas da Serra do Brigadeiro (cujo nome original é Serra dos Arrepiados), com destaque para o Pico do Boné, bem fácil de identificar por seu formato, com o cume parecendo uma verruga.

1º DIA: TRILHAS DA SEDE DO PARQUE

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PEDaSerraDoBrigadeiroTrilhasDaSedeMGSet12.

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Pico do Grama, junto à sede do parque

Por sugestão do seu Jair, fui conhecer a sede do parque, e uma carona caiu perfeitamente para eu não ter de subir os 9km de estrada de terra. Lá conheci o centro de visitantes, com uma bela maquete multimídia, e me interessei pelas trilhas curtas próximas. Uma monitora me acompanhou.

Deixando a sede, voltamos 187m pela estradinha (na verdade, a BR-482) e entramos às 9h53 numa trilha à direita que adentrou a mata (1328m de altitude). Em 8 minutos chegamos a uma bifurcação: à esquerda a Trilha do Pico do Grama e à direita a Trilha do Muriqui. Fomos para a esquerda e começamos a subir, saindo da mata e tendo o horizonte cada vez mais amplo. A subida é suave mas constante, aos ziguezagues, e às 10h51 atingimos o cume do Pico do Grama, com 1548m de altitude e uma torre com antenas. Descemos um pouco à frente até um mirante com vista para a sede. O visual é bem amplo, pena que a seca prolongada deixava no ar uma camada de poeira que turvava um pouco a paisagem. Descemos pelo mesmo caminho e às 11h50 pegamos a Trilha do Muriqui. Essas trilhas próximas à sede são curtas, contemplativas, usadas para educação ambiental. A monitora disse que os muriquis costumam passar por ali mas não tive a sorte de ver nenhum. Às 12h16 pegamos uma outra trilha que saía para a esquerda, a Trilha da Lajinha, com apenas 550m de extensão e terminando num conjunto de lajes que servem como mirante, inclusive para o Pico do Grama, às 12h39. Voltamos ao ponto onde deixamos a Trilha do Muriqui às 13h05 e terminamos o percurso pela Trilha do Encontro, alcançando a estrada às 13h22. Mais 7 minutos e estávamos de volta à sede. Esse circuito, começando e terminando na sede, totalizou 5,8km. Fomos em seguida visitar a antiga sede da Fazenda da Neblina, atual casa de hóspedes (mas não hospeda turistas), próxima a um lago. É uma bonita casa de fazenda em estilo colonial a apenas 480m da sede do parque. Para encerrar fui conhecer o Moinho do Zeca, um moinho de pedra movido a água, como ainda se usa na região para moer o milho e fazer fubá.

Para voltar ao Madeira (é como todos se referem a Bom Jesus do Madeira) a monitora contatou a portaria Araponga e disse ao vigia que pedisse ao próximo motorista que passasse naquela direção para dar carona a um visitante, e assim foi. Aguardei na sede e logo apareceu a minha carona, um morador muito gente boa e conversador. Cheguei à pousada pouco depois das 15h e a surpresa foi a chuva torrencial que caiu, com direito a raios, quebrando a estiagem dos últimos meses.

2º DIA: TRILHA DO CARVÃO E SUBIDA DO PICO DO BONÉ (COM UMA NOITE CHEIA DE EMOÇÃO)

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PEDaSerraDoBrigadeiroTrilhaDoCarvaoEPicoDoBoneMGSet12.

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Pedra do Pato vista da Trilha do Carvão

O Pico do Boné é o terceiro mais alto do parque e sua trilha de acesso mais conhecida começa na localidade do Estouro, onde ficam as pousadas/campings do seu Dico Simão e Vale das Luas. Para chegar ao Estouro a partir do Madeira existe a Trilha do Carvão, que atravessa o parque.

Com a chuvarada do dia anterior e a instabilidade do tempo, acabei saindo bem tarde da pousada, às 10h48. Coloquei na cargueira o suficiente para uma noite no Pico do Boné e deixei o excedente de peso guardado na pousada. Tomei o sentido da portaria do parque (oeste) mas na bifurcação depois da ponte fui para a direita, apesar de uma placa apontar o parque para a esquerda (essa placa aponta o caminho mais longo). Cerca de 1km depois da ponte, há uma estrada que sai à direita mas continuei em frente. Às 11h35 saí do caminho para tentar conhecer a Cachoeira do Piu mas o portão estava fechado com corda e resolvi deixar para outro dia. Voltei à estrada principal e às 11h44 avisto uma cachoeira grande à direita por entre as árvores, mas essa não é a do Piu, apenas está no mesmo Rio Preto. Segue-se uma subida forte e no alto, às 11h59, entro na porteira à direita, continuando por uma estradinha secundária que sobe pelo pasto até um reflorestamento e desce, passando por outra porteira. Na sequência, uma casa, outra porteira e às 12h30 a quarta e última porteira junto a uma casa com vários cachorros chatos. Alguns metros antes dessa casa cruzo a ponte sobre o Rio Preto, o da Cachoeira do Piu, e sem perceber irei acompanhá-lo a distância por toda a subida da Trilha do Carvão. A partir da casa dos cachorros a estradinha fica mais precária, atravessa um trecho de mata e termina num riacho. Em frente há um caminho para uma casa (a última que vi desse lado da serra) e à direita começa a Trilha do Carvão, sem nenhum tipo de sinalização. Eram 12h45 e já tinha caminhado 6,7km. De cara, uma bifurcação: fui para a esquerda mas acho que à direita também daria, não tenho certeza. Topei com uma placa de proibido caçar, sinal de que já estava dentro dos limites do parque.

O que se seguiu foi uma longa subida pela mata fechada que tentei fazer o mais rápido possível pois estava bem atrasado para subir o Boné. Às 13h33 encontro o primeiro riacho com água confiável e 6 minutos depois uma graciosa cachoeirinha. Mais à frente uma janela na mata alta permitiu ver bem longe a Pedra do Pato, bem próxima à sede do parque. Às 14h a trilha nivelou e vários pontos de água foram surgindo. Às 14h22 alcancei o atrativo mais pitoresco dessa travessia, os restos de uma grande carcaça de caminhão que jazem no meio da mata como prova cabal de que essa trilha foi um dia uma estrada, pela qual escoava o carvão produzido nas redondezas. Quando a trilha começa a descer, aparece uma bifurcação: fui para a direita mas aqui tanto faz. Às 15h05 começam a aparecer mais placas de proibido caçar, proibido moto e finalmente a placa oficial da Trilha do Carvão, próximo do último ponto de água. Saio do limite do parque quando a trilha entronca numa estrada de terra que continua descendo entre eucaliptos. Logo passo por antigos fornos de carvão e começam as lavouras de café. Desço até uma bifurcação na estrada e viro para a direita. Às 15h50 passo pela entrada do sítio do seu Dico Simão e subo mais 8 minutos para entrar na trilha do Pico do Boné (1190m de altitude aqui).

Muita gente começa a trilha na pousada/camping Vale das Luas pagando uma taxa de entrada. Eu acho um absurdo um particular cobrar para ingresso numa trilha que é pública, de um parque estadual, no máximo poderia cobrar pelo uso do estacionamento. Portanto, se concorda comigo, faça o que eu fiz: 340m depois da entrada do seu Dico, suba por uma trilha no barranco à direita, logo passando por um colchete. A trilha sobe entre as samambaias altas e é preciso tomar cuidado com a próxima cerca, com apenas um arame farpado quase invisível. Às 16h17 cruzei um córrego e após a curva para a esquerda há uma bifurcação: à esquerda o caminho que vem do Vale das Luas, à direita a subida para o Boné. Mais 4 minutos e deve-se seguir à esquerda na bifurcação seguinte. A placa oficial da Trilha do Pico do Boné que encontrei em seguida deve marcar o limite do parque, estava portanto entrando nele pela segunda vez nesse dia. Para o pernoite no pico, abasteci os cantis no bonito riacho alguns minutos depois (depois dele há somente mais um ponto de água). E dá-lhe subida! Às 17h03 um grande abrigo rochoso apropriado para bivaque e um pouco depois uma grande rocha cujo topo serve de ótimo mirante. A vegetação começou a se tornar mais baixa com a altitude e eu comecei a procurar um lugar onde pudesse colocar a barraca. A subida foi se acentuando e cheguei na parte de escalaminhada, mas sem nenhum perigo. O problema é que o tempo lá no alto estava ruim, com fortes ventos e muitas nuvens. Subi rapidamente sem a cargueira só para ver como era o cume, aonde cheguei às 17h45, e apesar do ótimo gramado era impossível dormir ali naquele vento e com tanto frio (altitude de 1856m). O visual de 360º estava totalmente prejudicado. Desci rapidamente e voltei à procura de um lugar mais abrigado do vento, mas acabei montando a barraca bem em cima da trilha por falta de um local melhor. Claro que ela ficou mal montada, restava torcer para não chover... mal sabia o que me esperava!

Dentro da barraca e abrigado do vento, jantei, li o material informativo que sempre levo, pesquisei caminhos no gps e finalmente caí nos braços de Morfeu. Lá pela meia-noite alguns pingos tamborilaram no sobreteto da barraca, mas não dei atenção. Porém eles insistiram e logo veio o aguaceiro. A pobre barraca mal montada não conseguiu cumprir a contento seu papel e fui obrigado a jogar a capa de chuva por cima de tudo, de mim e da mochila, para não ficarmos encharcados pois entrava água literalmente por todos os lados. Como se não bastasse, vieram os raios! Eu me mantive sobre o isolante de borracha (isso vale alguma coisa?) e comecei a contar o espaço entre o clarão do raio e o respectivo trovão (isso lembra alguma coisa?) e felizmente o intervalo era grande. A peleja durou mais de uma hora e o saldo foi uma poça na porta da barraca, local mais baixo, o que ensopou a ponta do saco de dormir. Mas sobrevivi! Mesmo com os pés nadando na poça fria, consegui dormir profundamente o resto da noite, sonhando com o astro-rei no dia seguinte...

Nesse dia caminhei 20,7km.

Distâncias por trecho:
de Bom Jesus do Madeira ao início da Trilha do Carvão: 6,7km
Trilha do Carvão: 7,5km
do fim da Trilha do Carvão ao povoado do Estouro e início da trilha do Pico do Boné: 2,5km
Trilha do Pico do Boné: 4km

Algumas altitudes:
Bom Jesus do Madeira: 870m
início da Trilha do Carvão: 991m
ponto mais alto da Trilha do Carvão: 1480m
fim da Trilha do Carvão: 1297m
povoado do Estouro: 1148m
início da trilha do Pico do Boné: 1190m
cume do Pico do Boné: 1856m

3º DIA: DESCIDA DO PICO DO BONÉ E VOLTA PELA TRILHA DO CARVÃO

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Vista do cume do Pico do Boné de manhã

Quando o dia amanheceu, fui conferir o rescaldo da tempestade noturna. Por sorte, um sol tímido deu as caras e botei as coisas para secar um pouco enquanto desmontava acampamento e fazia um segundo ataque ao cume, com o tempo um pouco melhor. A quantidade de nuvens ainda era grande mas tive paciência de esperar o céu limpar um pouco para tentar situar os outros picos da serra e os povoados próximos. Apesar do vento frio, permaneci mais de duas horas no cume e até que consegui registrar boas imagens. A Pedra do Pato apareceu a sudoeste e o Madeira a sudeste. Comecei a descer às 10h50 e às 12h44 estava de volta à estrada de terra, próximo ao Vale das Luas. Dessa vez fui conhecer o Remanso do seu Dico. Não cheguei a conhecer ele próprio mas conversei com seus filhos. Um deles me falou de uma certa trilha que sobe dali ao Pico do Soares, o mais alto do parque, mas não sabia nem onde começava. Me falaram também de uma trilha direta do Pico do Boné ao Madeira, mas sem detalhes também. Saí de lá às 13h40 e segui pelo mesmo caminho do dia anterior. Parei num pé de laranja carregado que encontrei e só entrei na Trilha do Carvão às 14h48. Passei pela carcaça do caminhão às 15h40 e terminei a trilha às 17h15, retomando a estradinha na mata. Encontrei o tempo muito ruim desse lado da serra, com uma garoa que logo virou chuva e me obrigou a vestir a capa. Pensei em me hospedar no Refúgio dos Galdinos já que tinha visto uma placa sinalizando o núcleo Galdinos quando retornei da sede do parque dois dias antes, e para isso peguei o caminho mais longo para voltar ao Madeira, pensando que o refúgio ficasse nele. Porém a placa não falava em distância e não havia a quem perguntar. Quando consegui alguém para me informar vi que estava completamente errado, o refúgio ficava 2,7km além do Madeira. Mas já não valia a pena voltar e assim fui na escuridão, com a minha lanterna, embaixo de chuva por uma estrada que parecia ter quilômetros a mais que a outra para chegar à pousada da Dona Eva só às 19h35. Numa hora dessa, nada como um banho quente para ressuscitar.

Nesse dia caminhei 23km.

4º DIA: REFÚGIO DOS GALDINOS E CACHOEIRA DO PIU

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PEDaSerraDoBrigadeiroRefugioDosGaldinosECachoeiraDoPiuMGSet12.

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Cachoeira 3 Quedas

O dia amanheceu cinzento novamente e ameaçou garoar, mas peguei a mochila e fui conhecer o Refúgio dos Galdinos, do seu Adão, irmão da Dona Eva, principal hospedagem do NTBC Galdinos (www.cepecmg.org.br/tbc/galdinos.php). Caminhei 2,4km por uma estradinha que margeia o Córrego da Madeira e cheguei primeiro à casa Memória dos Galdinos, mas deixei para visitar depois. Mais 300m e cheguei à casa do seu Adão e da Dona Maria, gente extremamente simpática. Conversamos um pouco na varanda da casa e ele me convidou para conhecer as trilhas e cachoeiras da sua propriedade. A área de camping é bem grande (ele tem quartos também), com o Poço Redondo nos fundos, de onde partem algumas trilhas. Atravessando o Córrego da Madeira entramos na mata em direção à Cachoeira 3 Quedas, com um exemplar de cedro-rosa de 300 anos no caminho. Voltamos até o riacho e percorremos a Trilha da Gameleira, curta, margeando o curso d'água até algumas enormes gameleiras. Cruzamos o córrego de volta e depois do Poço Redondo subimos por um reflorestamento até o Poço das Borboletas, Toca das Andorinhas e Poço das Antas, no limite de suas terras. Tudo muito bem organizado, sinalizado, com ponte sobre o riacho e área de camping com ducha, banheiros e quiosque, tudo feito com orientação e acompanhamento do Centro de Pesquisa e Promoção Cultural (Cepec) de Araponga.

Me despedi deles e voltei um pouco para conhecer a Memória dos Galdinos, mais uma casa da família, na verdade um casarão de 1909 que tem anexo um pequeno museu com peças antigas do sítio como pedra de moinho, canga de bois, ferros a carvão, etc. Há também engenho de cana movido a animal e torrador manual de café, algo que eu nunca tinha visto. Aceitei um cafezinho produzido ali mesmo, muito bom, pena que já vem com uma tonelada de açúcar.

Voltei os 2,4km até o Madeira e emendei com a visita à Cachoeira do Piu, continuando a caminhar na direção do parque. Ao deixar o povoado, segui à direita após a ponte e depois de alguns sobes e desces em 3,2km cheguei ao portão da cachoeira, aquele fechado com corda. Desamarrei-a e entrei, caminhando mais 560m até o fim da estradinha, onde há um bar (felizmente estava fechado, apesar de ser domingo). A cachoeira tem uma sucessão de quedas por grandes degraus rochosos em que é possível subir pela parte seca, à direita. Foi o que fiz e no alto encontrei outra cachoeira. Próximo uma placa: Cachoeira dos Nicotas. Curti algum tempo o lugar e voltei ao bar por uma trilha paralela ao rio que não tinha visto antes. No retorno, decidi descer um pouco pelo pasto e pelo mato para fotografar de cima a cachoeira próxima à estrada (não há uma trilha bem definida). Depois passei pelo portão com corda e caminhei tranquilamente os 3,2km de volta ao Madeira.

Nesse dia caminhei 16,4km.

Por fim, dos passeios que planejei, não subi a Pedra do Pato pois estavam trabalhando na manutenção da sua trilha e talvez precisasse de uma autorização do chefe do parque por estar muito próximo da sede. Não subi o Pico do Soares pois faltaram informações sobre as possíveis trilhas de acesso a ele. E deixei de subir o Pico do Itajuru (pelo distrito de Belisário) porque o tempo não estava bom.

Informações adicionais:

O site oficial do parque é www.ief.mg.gov.br/component/cont ... ?task=view.

Montanhas mais altas do parque segundo informações do site http://parquesdeminas.meioambiente.mg.g ... deiro.html:
1. Pico do Soares - 1985m
2. Pedra Campestre ou Pedra do Pato - 1908m
3. Pico do Boné - 1870m
4. Serra das Cabeças - 1853m
5. Pico do Matipó - 1852m
6. Pedra do Rochedo - 1798m
7. Pico da Ararica - 1792m
8. Pico do Cruzeiro - 1684m
9. Pedra do Cruzeiro - 1645m
10. Pico do Itajuru - 1585m
11. Pico do Grama - 1561m

Horários de ônibus
empresa Novo Horizonte (32-3728-3960 e 3721-1671)
. de Carangola para Bom Jesus do Madeira:
de seg a sex: 15h30
sáb: 11h
dom: não há
Tarifa de R$15,05
O ônibus passa em Fervedouro 45 minutos depois (a tarifa é R$7,65)
. de Bom Jesus do Madeira para Fervedouro e Carangola:
de seg a sáb: 7h
dom: não há

Hospedagem em Bom Jesus do Madeira:
1. Pousada Dona Eva - Rua B, 23 - (32)3742-4012, 8403-7271 e 8806-0683
R$30 com café e WC privativo

2. Pousada Brigadeiro - em frente à Dona Eva
(não perguntei o preço)

3. há opções de hospedagem rural como Refúgio dos Galdinos (2,7km depois do Madeira; o camping custa R$10) e Rancho do Tomaz (3km antes de chegar ao Madeira).

Hospedagem no Estouro, junto à trilha do Pico do Boné:
1. Pousada e Camping Sr Dico Simão
(31)9719-8767 - Sr Dico
(31)8338-4241 - Cláudio
(31)8364-9049 - Wanderlei

2. Vale das Luas (Vanderli)
(31) 9918-9069 e 9966-1616

Onde comer: nas pousadas, que também servem refeições.

Cartas topográficas:
Fervedouro:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... B-VI-1.jpg
Miradouro:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... B-VI-3.jpg
Ervália:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... -B-V-4.jpg

Rafael Santiago
setembro/2012

Monumento Natural dos Pontões Capixabas (Pancas-ES) - set/2012

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Pancas vista do cume da Pedra do Leitão

O Monumento Natural dos Pontões Capixabas é um daqueles parques sem portaria, sem guarita, sem placa, sem sede, sem centro de visitantes e sem plano de manejo. É administrado pelo governo federal através do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e está localizado nos municípios de Pancas e Águia Branca. Como muitos outros parques brasileiros, passou (e ainda passa) pela questão da desapropriação das terras e a retirada das famílias locais, nesse caso descendentes de imigrantes pomeranos. Foi criado como parque nacional em 2002, mas em 2008 teve sua categoria alterada para monumento natural. Apesar de ambas as categorias serem classificadas como proteção integral, o monumento, segundo o ICMBio, pode ser constituído por propriedades particulares, desde que haja compatibilidade entre os objetivos da unidade e a utilização da terra e dos recursos naturais por parte dos proprietários. Se não houver compatibilidade, a área é desapropriada.

O grande atrativo local é a paisagem de enormes pedras de granito, chamadas de pontões, algumas com possibilidade de subida por trilha e outras por algumas vias de escalada. Mas o que torna Pancas conhecida no mundo todo é o voo livre, praticado a partir de uma rampa a oeste da cidade.

Cheguei à rodoviária de Pancas às 17h45 depois de quase 4 horas de viagem a partir de Vitória, apesar de serem apenas 180km. Há apenas dois horários diretos por dia (veja nas informações adicionais abaixo). Hospedei-me na Pousada Avenida e fui logo procurar o seu Degas, dono de um restaurante e uma espécie de anfitrião local, ótima fonte de informações para passeios e caminhadas já que não há posto de informação turística na cidade. Conversamos bastante tempo, ele me mostrou muitas fotos e folhetos de escalada e voo livre, anotei muitas informações e tracei um roteiro de caminhadas e subida a algumas pedras. Assinei seu livro de visitantes, que já está na terceira edição e recheado de assinaturas de europeus e até asiáticos, todos atraídos pela atividade de voo livre, como disse.

1º DIA: VALE DO CÓRREGO VARGEM ALEGRE E SUBIDA DA PEDRA DO LEITÃO (DA RITA)

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PontoesCapixabasValeDoCorregoVargemAlegreEPedraDoLeitaoESSet12.

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Pancas e vale do Rio Panquinhas com a Pedra da Colina à esquerda, local da rampa de voo livre

O dia amanheceu com garoa e muita neblina, razão pela qual demorei para começar a caminhar. Saí do hotel às 10h35 na direção do restaurante do seu Degas. Na lombada 150m depois do posto de gasolina Ale (e 200m antes do Dega's) desci a rua à esquerda e entrei na primeira à direita depois da ponte sobre o Rio Panquinhas. As casas logo terminam e cruzo uma porteira, passando a ter o Panquinhas à direita. Às 11h cruzo uma porteira de ferro e na bifurcação subo para a esquerda, me afastando do rio e adentrando um cafezal (o primeiro de muitos pelos próximos dias). A subida proporciona visão cada vez mais bonita do conjunto rochoso ao redor e o tempo colaborou para as fotos, dissipando as nuvens e mostrando o sol. Às 11h25 a rua-carreador encontra uma cerca e tenho opção de caminho à direita (sul) e à esquerda (norte). Desci à direita pois pareceu mais usada porém não era o caminho que eu procurava. Desci até uma casa sem morador e com vários pés de fruta (inclusive deliciosas goiabas) e estudei o caminho lembrando das orientações do seu Degas. Passei pela cerca da casa e peguei uma trilha logo abaixo que me levou de volta ao final da rua-carreador e continuou, apontando para um vale entre as montanhas de pedra. Portanto, deveria ter optado pela esquerda (norte) quando a rua-carreador encontrou a cerca. Mais cafezais e depois da porteira seguinte começo uma subida acentuada por um pasto, por trilha, com o Córrego
Vargem Alegre rumorejando abaixo à direita. Segundo o site do ICMBio, esse córrego marca o limite do parque, que está além dele, ou seja, nesse dia eu não caminhei por nenhuma área do parque. Passo a contornar a grande pedra que vinha acompanhando desde o início da caminhada. Atingido o topo do pasto, desço suavemente pela outra vertente, cruzo outra porteira e paro para descansar e me abrigar do sol forte sob uma grande jaqueira às 12h23. A grande pedra que contornei mostra desse lado uma interessante agulha.

Retomada a pernada cruzei outra porteira de ferro e alcancei a primeira casa desse lado às 12h50, a casa do seu Zé, que tem uma plantação de palmeira açaí ao redor de um grande lago retangular. Daí em diante passo a caminhar por uma estradinha de terra entre cafezais e sítios com visão de mais montanhas de pedra. Às 13h12 tomo a esquerda num pequeno trevo e passo a caminhar por outro vale (Córrego do Louro) passando por diversos sítios, até que a estrada sobe e depois desce por uma extensa mata alta, terminando numa estrada asfaltada bem em frente ao sítio do filho do seu Evaristo, uma referência que o Degas me deu. À esquerda eu voltaria para Pancas mas eram 13h55 e eu tinha muito a conhecer ainda. Fui para a direita em direção à fazenda de Oriente Zuchetto, no final do asfalto, aonde cheguei em 20 minutos. Ali peguei informações sobre a subida da Pedra do Leitão (ou da Rita) e demorei um pouco para decidir se subiria por causa do horário, da altura da pedra e do calor terrível. Por fim, decidi continuar. Eram 14h38 e tinha que acelerar se quisesse chegar ao cume. Deveria subir por um cafezal, o que às vezes é confuso, mas tinha toda a visão da pedra e da crista abaixo dela coberta de eucaliptos para navegar visualmente. Logo encontrei uma placa (308m de altitude) indicando o carreador que eu deveria tomar e nas bifurcações e cruzamentos seguintes sempre subia. Até que atingi o fim do carreador, sem saída, mas felizmente consegui chegar até o final de outro carreador e por ele subi até a crista, atingindo a ponta do reflorestamento de eucalipto, onde o carreador bifurcou. À direita começaria a descer, então fui para a esquerda acompanhando os eucaliptos e entrei na primeira rua à direita. A ruazinha rasgou todo o reflorestamento e virou uma trilha às 15h17. Em oito minutos de trilha pisei na primeira grande laje de pedra da montanha e às 15h29 cheguei aos restos do cruzeiro de madeira que existia ali, aos 646m de altitude.

Mas ainda faltava bastante para o cume e, o pior, havia muita mata baixa e espinhenta na encosta íngreme de pedra. A aventura começaria agora. Fui procurando um caminho entre arbustos, bromélias e muitos cactos e parece que ninguém passa por ali pois estava bem ruim. Varei um pouco de mato e consegui chegar às rampas mais inclinadas para subir de vez. Foi demorado pois precisava estudar um caminho com menos vegetação e espinhos e ainda com inclinação mais suave. Cabras pastando na encosta, assustadas com a minha invasão, corriam para cada vez mais alto. Até que finalmente às 16h27 alcancei os 858m de altitude da Pedra do Leitão ou Pedra da Rita, com visão espetacular da cidade de Pancas e de mais de 180º das montanhas da região. Desnível de 550m desde a placa.

Fiquei apenas 11 minutos no cume e já desci pois tinha uma hora e pouco de luz apenas. A descida pelas lajes não foi exatamente igual à subida pois a visão do caminho era diferente e fui encontrando outros pontos onde era menos inclinado e com menos vegetação. Vencida essa parte mais complicada, resolvi parar alguns minutos para assistir ao belo por-do-sol já que o restante seria por trilha e estrada, o que daria para fazer sem problema com a lanterna. E assim estava de volta à placa às 18h25, já noite. Dali foi seguir pela estrada de asfalto sem bifurcação até a rodovia ES-341, que corta o centro de Pancas, aonde cheguei às 19h22.

Nesse dia caminhei 23,5km.
Distância da Pedra do Leitão (topo) ao centro de Pancas: 8,2km.

2º DIA: VALE DO PALMITAL E PEDRA DA AGULHA

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PontoesCapixabasValeDoPalmitalEPedraDaAgulhaESSet12.


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Pontões capixabas: pedras Cará, Garrafão e Pontão

Para economizar uma pernada de quase 7km pela rodovia, peguei o ônibus das 9h para Colatina (viação Pretti, tarifa de R$1,70) e desci na placa que indica "Turismo rural - Córrego Palmital", bem próximo da cabeça da Pedra do Camelo. Dali a intenção era conhecer algumas pedras que estão dentro dos limites do parque e visitar o Sítio Stur, a 3,2km da rodovia. Para isso, tomei a estrada de terra à esquerda às 9h22, cruzei a ponte sobre o Rio Panquinhas e caminhei no sentido norte sempre pela principal. Passei pelo cemitério luterano e contornei a Pedra do Camelo até vislumbrar as grandes pedras que se alinham junto ao vale. Belo panorama! Ao redor, cafezais e plantações de cacau predominam. Passei pela entrada do Sítio Cantinho do Céu e 1,6km depois, às 10h20, cheguei ao Sítio Stur, seguindo as placas. O lugar é agradável, mas não encontrei ninguém em casa. Enquanto tirava fotos, chegou um casal, mas logo se ocuparam de um problema com as vacas e eu peguei o caminho de volta, chegando à rodovia às 11h20. Segundo o site do ICMBio, o limite do parque passa um pouco depois da entrada do Cantinho do Céu, portanto o Sítio Stur está dentro do parque.

O segundo destino do dia seria mais recheado de aventura: a Pedra da Agulha, monumento de granito em forma de torre que se destaca na paisagem. Da placa de "Córrego Palmital" avancei mais 370m pela rodovia (sentido leste) até a placa "São Pedro" e entrei à direita para caminhar na direção desse bairro. O sol nesse horário já estava terrível e uma carona caiu do céu pois eu nem sabia ao certo quantos quilômetros teria de andar pela estradinha de terra megapoeirenta até o sítio onde está a pedra. Era um casal muito simpático, que me deixou no sítio (a 3,7km da rodovia, no bairro São José, antes do São Pedro) e me indicou o caminho que eu deveria seguir. Inicialmente na altitude de 118m, tomei o carreador às 11h45 entre os pés de café e subi bastante na direção da pontuda pedra. Tive de parar duas vezes para descansar pois não estava aguentando o forte calor e na segunda parada um funcionário do sítio me deu a informação de como atingir a trilha até a base da pedra, que é cercada de mata alta. Segui suas indicações e não encontrei trilha nenhuma, mesmo insistindo, indo e voltando por possíveis trilhas encobertas pelo mato. Voltei ao carreador principal e resolvi explorar um outro secundário que terminava diretamente na mata aos pés da pedra. Me aproximei da mata sem muita esperança de encontrar algo mas entrei um pouco e - bingo! - encontrei a trilha. Ela corre por dentro da mata alta, é bastante íngreme e está bem marcada, sem bifurcações. Porém ao atingir a parte rochosa, as rampas com bromélias e cactos, o caminho não é tão óbvio, mas a dica é procurar mais à direita, sem precisar varar o mato espinhento. Na sequência, mata com frondosas árvores, escalaminhada e trepa-pedra, mas nada exposto a abismos. Consegui colocar minhas mãos na parede leste da Pedra da Agulha às 15h10. Já que não podia escalá-la, pelo menos queria tocá-la. Altitude modesta de 512m, porém desnível de quase 400 metros desde a entrada no cafezal. O visual dali para o vale do Córrego São Luís, ao norte, é magnífico, emoldurado pela Pedra da Gaveta à esquerda e Pedra do Camelo à direita. A leste e sudeste, o pequeno bairro São José, lavouras, campos e mais um conjunto alinhado de grandes pedras, provavelmente sem nome. Comecei a descer de volta às 15h30 e às 15h46 subi numa pedra-mirante que não havia notado na ida, com vista para o bairro novamente. Desci as rampas, a trilha bem íngreme na mata e estava de volta ao cafezal às 16h24. Tomei a continuação do carreador para a direita e voltei ao mesmo ponto da minha primeira parada na subida, junto a uma bifurcação. Continuei descendo, saí do cafezal, do sítio, passei pelo bairro e mais 3,3km até a rodovia, aonde cheguei às 17h28. O primeiro ônibus da Águia Branca que passou não parou pois era o de Vitória e disseram que esse não para mesmo. Fiquei aguardando o que viria de Colatina por volta de 18h mas antes me ofereceram carona e eu aceitei.

Nesse dia caminhei 17,3km, descontada a primeira carona de 3,4km.
Distância da rodovia até o Sítio Stur: 3,2km.
Distância da rodovia até a base da Pedra da Agulha: 5,5km.

3º DIA: PEDRA DA GAVETA E CACHOEIRA BASSANI

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PontoesCapixabasPedraDaGavetaECachoeiraBassaniESSet12


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Pedra da Agulha e Pedra da Gaveta

A programação para esse último dia em Pancas era tentar subir a Pedra da Gaveta e, sobrando tempo, conhecer a Cachoeira Bassani. Peguei o ônibus das 9h novamente (R$1,70) e desci 5km depois junto à placa "Pedra da Gaveta - Pedra da Agulha". Entrei na rua à direita e caminhei na direção da casa do seu Geraldino Romais, aliás ali eu estava entrando no território dos Romais, descendentes de imigrantes pomeranos, como muitas outras famílias de Pancas. Deixei para conhecê-los ao final da caminhada e segui às 9h30 direto por uma estradinha bem sombreada e repleta de plantações, como de cacau, que começou a contornar a Pedra da Gaveta, em destaque à minha direita. Depois de algum tempo, a Pedra da Agulha surgiu à minha frente e, quando me aproximei, de formato de torre ela mudou para uma espécie de barbatana de tubarão. Mais uma vez estava caminhando entre pés de café e tinha então a Agulha à esquerda e a misteriosa Pedra da Gaveta à direita. Misteriosa porque em todo o contorno que fiz não vi nenhum ponto onde pudesse subi-la sem equipamento de escalada. Tentei encontrar alguma trilha na mata na parte mais alta do cafezal e até tive ajuda de um rapaz que trabalhava ali, mas nada. Ele me mostrou o lugar onde passava até uma estrada ali mas a mata tomou conta de tudo. Na impossibilidade de subir a pedra, resolvi voltar e ir conhecer o seu Geraldino. Ele e sua esposa são um casal extremamente simpático, conversamos na varanda de sua casa de madeira tipicamente pomerana com vista privilegiada da Pedra do Camelo, depois ele me mostrou as fotos de sua família e tomamos um suco de graviola do seu quintal. Ainda tocou oito baixos para eu ouvir. Sensacional! Tentei pegar o ônibus das 14h20 para voltar a Pancas mas o perdi. O jeito foi voltar a pé pela rodovia sem acostamento, mas aproveitei para mais fotos da Gaveta, Agulha e Camelo, as pedras mais famosas da cidade.

Ao passar pelo restaurante do seu Degas entrei na primeira rua à esquerda e na bifurcação segui pela rua mais à esquerda, que logo deixa de ser pavimentada. Cerca de 1,2km depois tomei a esquerda na bifurcação, cruzei a ponte e fui para a esquerda novamente. Ignorei uma placa "trilha" apontando para uma subida à direita e continuei na principal em frente até chegar ao portão da fazenda dos Bassani. Pedi permissão para visitar a cachoeira e a mulher me indicou o caminho, sempre subindo. Cheguei à cachoeira às 16h38 mas foi uma decepção. Ela é bem alta porém estava com água barrenta e a parte onde deveria ficar o poço havia sido toda revirada e mal dava para andar. Fiquei pouco tempo e voltei pelo mesmo caminho até o restaurante do seu Degas para conversarmos e eu fazer um balanço do que deu certo e o que não deu das dicas e informações que ele me passou.

Distância da rodovia até a Cachoeira Bassani: 2,2km.

Dicas:

. Um passeio quase obrigatório em Pancas e que eu não fiz foi subir à rampa de voo livre da Pedra da Colina. Pensei em ir andando da cidade até lá, mas o seu Degas achou que era um caminho confuso entre muitos sítios e plantações e que não valia a pena.

. Outro passeio interessante que eu não fiz foi visitar o distrito de Lajinha, de tradições pomeranas e visual dos pontões dentro dos limites do parque. Há quatro ônibus diários (exceto domingo) de Pancas para lá (5h50, 11h, 12h30, 14h).

. Caminhar pela rodovia ES-341, que atravessa a cidade, é bem ruim pois não há acostamento e é enorme a quantidade de carretas que trafegam diariamente com grandes blocos de granito extraídos das pedreiras da região, o que estremece as casas e causa rachaduras e até pequenos desabamentos. Dá até para ver no Google Earth as carretas.

Informações adicionais:

O site oficial do parque é www.pontoessustentaveis.com.

Há informações como decreto de criação, mapa com os limites e um relatório com todos os dados do parque em www.icmbio.gov.br/portal/biodive ... xabas.html.

Horários de ônibus de Vitória para Pancas:
. empresa Águia Branca (www.aguiabranca.com.br): somente às 14h (R$34,58)
. empresa Pretti (www.viacaopretti.com.br): somente às 7h15 (R$34,90)
Mas há horários frequentes de Vitória para Colatina e de lá 7 horários para Pancas durante a semana, 4 no domingo e 5 nos feriados.

Hospedagem mais barata em Pancas:
1. Pousada Avenida - Av 13 de Maio, 278 - centro - (27)9971-4158 (Nivaldo)
R$35 com café e WC privativo e R$30 com WC no corredor, sujeito a negociação dependendo do número de dias

2. Hotel Acácia - Av 13 de Maio, 298 - centro
R$40 com café e WC privativo

3. Hotel Vitória - Av 13 de Maio, 390 - centro - (27)9971-4158 (Nivaldo)
(não perguntei o preço)

Não existem mais o Hotel São José e a Pensão Brasil que constam em alguns sites.

Onde comer:
1. Dega's Bar e Restaurante - Rodovia José Alves de Souza, Km 1 (fica a 800m da praça da matriz; só almoço)
2. Restaurante e Pizzaria da Santina - fica na praça da matriz, é o único restaurante que abre à noite durante a semana

Carta topográfica de São Gabriel da Palha (http://biblioteca.ibge.gov.br/visualiza ... -C-III.jpg).


Rafael Santiago
setembro/2012