Cerro 21 e Cerro Três Torres vistos do cume do Cerro La Cruz |
Distância: 10,3km
Maior altitude: 1074m no cume do Cerro La Cruz
Menor altitude: 566m na Praça San Martín
Dificuldade: fácil, apesar do desnível positivo de 508m
Com o fechamento dos parques nacionais e outras áreas de preservação em 15 de março pela pandemia do coronavírus, e ainda não decretada a quarentena total na Argentina (seria no dia 20), fui fazer uma trilha que estava fora de qualquer parque ou reserva, o Cerro La Cruz. Essa montanha se ergue a sudeste do centro da cidade de Esquel, com altitude de 1074m. A má notícia é que é possível chegar de carro ao cume, mas eu procurei percorrer o máximo de trilhas e o mínimo de estradas no meu trajeto.
Atenção: NÃO recomendo iniciar a trilha pelo bairro Matadero, por onde iniciei. Parece bem mais seguro fazer o trajeto de ida e volta pela ponte da Rua Hipolito Yrigoyen, por onde terminei a caminhada.
É preciso levar água para o dia todo pois não há nenhum riacho nesse percurso. Protetor solar é necessário pois se caminha a maior parte do tempo sem sombra.
17/03/2020 - Saí do Camping La Colina às 12h30 e caminhei 1,5km até a Praça San Martín. Vou tomar como referência para distâncias e desníveis nesse relato a Praça San Martín, a praça central de Esquel. Altitude de 566m.
Saindo da Praça San Martín às 12h50 pela Avenida Ameghino, caminhei uma quadra para sudoeste e entrei à esquerda na Rua Perito Moreno. O Cerro La Cruz está diretamente em frente. Ao final de três quadras cruzei o Rio Esquel, mas a visão à frente não foi muito animadora. Um bairro muito feio de nome Matadero (sugestivo?) sobe o morro e lembra uma favela. Guardei todas as coisas na mochila (celular, gps) para não deixar nada exposto e continuei.
Esquel vista do cume do Cerro La Cruz |
Depois da ponte a Perito Moreno muda de nome para Santa Fé e sobe bem inclinada. Ao final dela tomei uma trilha de 30m que me deixou na rua acima. Fui para a esquerda e logo para a direita para me manter numa reta e atravessar logo o bairro. A rua faz uma curva para a direita e vai virando uma estradinha de terra, com as últimas casas ficando para trás.
Às 13h13 entrei na primeira estradinha que apareceu à esquerda, apontando para o cerro. Ali ainda não me senti seguro porque algumas pessoas invadiram o lugar e ergueram barracos. Cumprimentei um morador mas passei rapidamente. Daí em diante não havia mais casas ou barracos.
Às 13h30 deixei essa estrada e entrei à direita, onde há uma plaquinha verde "Cerro La Cruz". Subi diretamente em direção ao cerro e 6min depois fui para a direita na bifurcação sem sinalização. Às 13h44 cheguei a um largo com placa de estacionamento e um painel com informações sobre o "Sendero a la cumbre Cerro La Cruz". Ao lado está o primeiro mirante em forma de plataforma com bancos, já com uma bonita vista da cidade e das montanhas.
A trilha que inicia ali entra no bosque de pinheiros e é um atalho para o trajeto em ziguezague que a estrada passa a fazer. Às 14h02 alcancei um cruzamento de trilhas e fui para a esquerda seguindo uma sinalização de círculos azuis pintados nos troncos.
Uns 4min depois cruzei uma estrada, me mantive subindo pela trilha e fui para a direita na bifurcação. Tentei sempre seguir os círculos azuis pois parecia ser o melhor caminho. Às 14h21 saí do bosque de pinheiros numa subida mais inclinada. O terreno passa a ser mais pedregoso acima do bosque. Às 14h27 alcancei o segundo mirante, uma plataforma igual à anterior. Mas ainda faltava um pouco para o cume.
Do mirante tomei a trilha que em 100m desembocou na mesma estradinha que abandonei no primeiro mirante. Fui para a direita e a visão foi se ampliando para o lado leste agora. Ainda surgiu uma terceira plataforma-mirante à direita, um pouco abaixo. A estradinha fez uma espiral para a esquerda e às 14h44 atingi o seu final. No alto de um morrote há um cruzeiro de ferro e mais acima, no cume, uma pequena construção. Altitude de 1074m. Dali se avista: Cerro 21 e Cerro Três Torres a nordeste, Cerro Nahuel Pan a sudeste, Cordón Situación a oeste e o vale por onde corre o trem La Trochita também a nordeste.
Cume do Cerro La Cruz |
Às 16h09 comecei a descida, inicialmente pelo mesmo caminho. Passei pelo segundo mirante, reentrei no bosque de pinheiros e ao alcançar a estradinha, em lugar de cruzá-la (como fiz na subida) caminhei por ela à esquerda. Saí em outra estrada e fui para direita. Na bifurcação de estradas 120m depois fui para a direita novamente por ser o caminho mais curto (a esquerda serviria também, porém num percurso mais longo). A estrada virou um retão descendo. Segui em frente num cruzamento. Mais abaixo vi no chão pegadas de felino e não eram pequenas.
Fui para a direita numa bifurcação às 16h54 e convergiram caminhos vindo da direita e da esquerda. Por ser um reflorestamento há um emaranhado de estradinhas. Mais abaixo num cruzamento segui em frente e depois numa bifurcação continuei para a esquerda.
Às 17h05 alcancei uma confluência de cinco estradinhas (contando a estradinha pela qual cheguei). Dessas, tomei a do meio para a direita. É fácil identificá-la pois desce diretamente para a cidade e é a que está em piores condições (muita pedra). Ela faz um grande ziguezague mas há pequenas trilhas como atalho. Às 17h28 cruzei a ponte sobre o Rio Esquel em frente à Rua Hipolito Yrigoyen, a sete quadras da Praça San Martín. Altitude de 566m.
Informações adicionais:
. o Camping e Hostel La Colina fica 1,5km a noroeste da Praça San Martín. Tem duchas e torneiras quentes o dia todo, pias ao lado dos banheiros e wifi. Tem luz, tomada e mesa de piquenique em cada módulo. Serve sanduíches e pizzas, além de café da manhã. Cobra ARS150 (R$9,38) pelo uso da cozinha (por até 2h).
Preços por pessoa para acampar: ARS280 (R$17,50)
Site: www.lacolinaesquel.com.ar
Rafael Santiago
março/2020
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